segunda-feira, 20 de junho de 2011

Cabral lamenta a morte da namorada do filho em acidente de helicóptero

O governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), divulgou nota na manhã desta segunda-feira, 20, lamentando a morte da estudante Mariana Noleto, de 20 anos, namorada de um de seus filhos, Marco Antônio. O corpo dela foi o quinto encontrado após a queda de um helicóptero, na sexta-feira, em Porto Seguro (BA). A aeronave levava sete pessoas; duas continuam desaparecidas.

Cabral e o filho retornaram ao Rio assim que souberam da identificação do corpo, feito por familiares da jovem. Segundo a assessoria de imprensa do governador, ambos chegaram à capital fluminense por volta das 6h.

O corpo de Mariana foi liberado do Instituto Médico-Legal de Porto Seguro às 4 horas. O enterro será realizado às 17 horas, no Cemitério São João Batista, no Rio.

Em nota, Cabral disse que Mariana fazia parte de sua família há sete anos. "Ela contagiou a todos nós com sua leveza e alegria. Estudante aplicada, filha cercada de amor e de amigos, Mariana trará sempre à lembrança todo o seu encantamento. A nossa família está triste e presta os mais profundos sentimentos à família da para sempre querida Mariana", afirmou, em nota.

Por fim, o governador estendeu os "sentimentos e lamento" às famílias dos demais passageiros do helicóptero.

Licença. Cabral (PMDB), anunciou que ficará de licença do cargo até domingo, 26, "por motivos de ordem pessoal". A assessoria de imprensa do governo informou sobre o ofício, encaminhado hoje à Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). Durante o período, assume o cargo o vice-governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (PMDB).

Fonte: Estadão

Marcello da Silva Batista


Corpo da namorada do filho de Sérgio Cabral é encontrado após acidente

A polícia confirmou na manhã desta segunda-feira (20/6), que o quinto corpo a ser retirado do mar de Trancoso, após queda de helicóptero, é da estudante Mariana Noleto, de 20 anos, namorada de um dos filhos do governador do estado do Rio de Janeiro, Sério Cabral. Cabral disse que Mariana fez parte de sua família durante um bom tempo e contagiou a todos. O governador também prestou sentimentes à família de Mariana, que será enterrada por volta das 17h desta segunda-feira (20/6), na zona Sul do Rio de Janeiro.

De acordo com comunicado da polícia, o corpo estava boiando perto do local onde está a aeronave, que caiu no mar com sete passageiros. A Marinha encaminhou o corpo ao Instituto Médico-Legal de Porto Seguro. De acordo com a Capitania dos Portos, as buscas vão continuar ao decorrer do dia.

Marcello da Silva Batista

Planos de saúde terão de cumprir prazo no atendimento a pacientes

Os beneficiários dos planos de saúde não poderão esperar mais que sete dias por uma consulta com especialistas das áreas de pediatria, clínica médica, cirurgia geral, ginecologia e obstetrícia.

A exigência da Agência Nacional de Saúde (ANS) às operadoras de planos de saúde foi publicada hoje (20) no Diário Oficial da União, por meio da Resolução Normativa 259. As operadoras terão 90 dias para se organizar e se adequar às novas regras.

Para as outras especialidades o prazo de espera será de até 14 dias. Para consultas e sessões com fonoaudiólogos, nutricionistas, psicólogos, terapeutas educacionais e fisioterapeutas o prazo de espera terá que ser garantido pelas operadoras em até 10 dias.

Agência de classificação de risco eleva nota do Brasil

A agência de classificação de risco Moody's Investors Service melhorou a nota do Brasil de Baa3 para Baa2, “com perspectiva positiva”. De acordo com comunicado da Moody's, a mudança na classificação se deve aos “últimos ajustes da política econômica que indicam um desenvolvimento mais sustentável do cenário macroeconômico e melhoria nos indicadores fiscais de médio prazo”.

O rating (nota de classificação) indica para os investidores a capacidade de o país e empresas saldarem seus compromissos financeiros. Em abril, a Fitch, outra agência de classificação de risco, já tinha melhorada a nota do Brasil, de BBB- para BBB.

De acordo com o comunicado da Moody's, a perspectiva positiva prevê a possibilidade de novo aumento da nota nos próximos 12 ou 18 meses, desde que o o crescimento econômico seja moderado, em taxas mais baixas, mas sustentável, e as autoridades se mantenham dispostas e capazes de cumprir as metas orçamentárias de médio prazo. Se isso não ocorrer, a perspectiva é que o Brasil seja mantido no nível atual Baa2.

A última vez em que a classificação de risco do país havia sido alterada pela Moody's foi em 22 de setembro de 2009, quando a nota foi atualizada de Ba1 para Baa3.

Na última quarta-feira (15), o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou que o risco de o Brasil deixar de pagar suas dívidas é menor do que o dos Estados Unidos. Neste caso, o ministro se referiu a outro tipo de avaliação feita pelo mercado financeiro, chamada Credit Default Swap (CDS), uma espécie de seguro usado.

Marcello da Silva Batista

Um em cada cinco pacientes internados em hospitais do DF vem do entorno

Um em cada cinco pacientes internados na rede pública de saúde do Distrito Federal vem de outro estado. No ano passado, os hospitais recepcionaram 19.275 pessoas de fora, o que representa mais de 17% do total desse tipo de procedimento em todas as unidades do DF, com exceção do Hospital de Base, que não tem dados disponíveis. Goiás continua sendo o campeão em exportação de pacientes: mais de 94% dos que permaneceram em tratamento nos hospitais locais vêm de lá. Moradores de Águas Lindas, do Novo Gama, de Luziânia e Valparaíso são os que procuram com maior frequência os médicos na capital do país, segundo dados da Secretaria de Saúde do DF.

Pela proximidade com a região do Entorno, a cidade do Gama continua recebendo a maioria dos pacientes de fora para internação. No ano passado, quase a metade (46%) veio de fora. Se comparada ao ano de 2009, a porcentagem da participação de internos de outros estados nas unidades de saúde locais teve queda, passando de 21,91% para 17,44% no ano passado. Entretanto, em termos absolutos, a redução não é tão expressiva em decorrência do aumento no número de internações. Enquanto em 2009 os 12 hospitais da rede ofertaram serviços de longa duração a 95.128 pacientes, dos quais 20.840 eram de outros estados, no ano passado, o total chegou a 110.529, sendo 19.275 residentes de fora.

Historicamente, o atendimento a moradores de outros estados é uma queixa recorrente entre as autoridades da área de saúde, que alegam não dispor de previsão orçamentária para oferecer consultas extras. O resultado é a sobrecarga da rede local. Além de internar, o Distrito Federal suporta o atendimento de emergência das populações de cidades mineiras e goianas. Elas representaram 11% das mais de 2,4 milhões de pessoas atendidas ao longo de 2010. Mais uma vez, são os moradores do Entorno que demonstram maior carência. Está prevista para o próximo dia 30 a inauguração do Hospital de Valparaíso e estão em curso os trabalhos para a conclusão de unidades em Santo Antônio do Descoberto, no Novo Gama e em Águas Lindas. O funcionamento pleno desses estabelecimentos desafogaria a rede do DF em 168 mil atendimentos. Deficiências
Os pacientes buscam aqui o que não conseguem obter em suas cidades de origem. Os relatos são quase sempre os mesmos e refletem as deficiências dos locais onde moram: faltam médicos, equipamentos para exames, estrutura adequada e atendimento de qualidade. Mesmo que a própria rede de saúde do DF esteja passando por uma grave crise, eles vêm de longe, às vezes de muito longe, para conseguir uma operação ou consulta médica. É comum a chegada de ambulâncias de outras cidades aos hospitais locais.

O Correio passou uma manhã no Hospital Regional do Gama (HRG), o mais procurado por moradores do Entorno sul do Distrito Federal, por onde, diariamente, param seis ambulâncias vindas de outros estados. Em determinados dias, o número sobe para 10. Por mês, a unidade interna 1.065 pacientes de fora.

Foi a bordo de uma ambulância de Valparaíso que o funcionário da prefeitura Antônio Souza Ferreira deixou o hospital, com a ajuda de muletas, após fazer exames para avaliar a situação de seu fêmur, operado em janeiro no mesmo hospital. Ele passou 16 dias internado no HRG no início do ano. Voltou para sua cidade, mas previa retorno na semana seguinte para avaliar outra possível fratura. “No Hospital de Valparaíso não tem nada. Felizmente, aqui consegui a operação. Todo mundo do Entorno vem pra cá”, diz. A cidade de Antônio é a mesma de 2.391 pessoas que se internaram no DF no ano passado.

Marcello da Silva Batista

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Australiana gera 19 bebês para casais inférteis com doação de óvulos

A australiana Faith Haugh já gerou 19 bebês para casais inférteis através da doação de óvulos, apesar de dizer não ter "nenhum instinto maternal".

Nos últimos 17 anos, ela passou por 42 ciclos de injeções de hormônios para aumentar a produção de óvulos com o único objetivo de ajudar pessoas com dificuldade de engravidar.

"Tudo começou quando eu vi um anúncio enorme no jornal de um casal que não conseguia ter filhos. Eu sabia que era fértil e decidi doar meus óvulos anonimamente", disse Haugh à BBC Brasil.

O casal teve gêmeas e Faith decidiu doar mais óvulos para casais anônimos através de um hospital. Mais tarde, ela passou a ajudar casais que conheceu através de anúncios no jornal e grupos de infertilidade na internet.

"O engraçado é que não tenho nenhum instinto maternal. O que acontece é que eu tenho um excesso de óvulos de boa qualidade que iam para o lixo todo mês então decidi usá-los para ajudar os outros."

"Quando você conhece esses casais, eles estão tão nervosos que sempre acabam chorando no meio da conversa. Eles querem filhos desesperadamente. Vê-los assim estressados e alguns meses depois segurando um bebê nos braços é incrível", diz Haugh.

Haugh não recebe nenhuma compensação financeira pela doação. Ela diz que doar óvulos é como dar um presente a alguém e acha que dinheiro pode levar as pessoas a tomar esta decisão pelos motivos errados.

Casal doador
A australiana, que trabalha com atendimento ao consumidor e é casada com Glenn, um açougueiro de 46 anos, tem uma filha de 22 anos de outro relacionamento e é avó de uma menina de dois anos.

Ela diz que perguntou ao marido se ele queria filhos, apesar de não gostar de ficar grávida, mas disse que eles acabaram não tendo nenhum bebê já que ambos apreciam a liberdade que têm atualmente e a possibilidade de viajar e aproveitar a vida.

"Ser mãe não é só dar à luz, é abrir mão de muita coisa em nome dos filhos. Noites em claro, preocupação... Eu tenho muito respeito pelos casais que decidem fazer a fertilização in vitro", diz ela. Faith diz também ter convencido o marido a doar sêmen. Ele é pai biológico de quatro crianças.

Enquanto no Brasil a doação de óvulos e sêmen só pode ser feita de forma completamente anônima, as leis australianas preveem que os bebês concebidos desta forma têm o direito de saber quem são os pais biológicos e devem receber informações sobre eles ao completar 18 anos de idade.

O objetivo é evitar que eles se casem ou tenham filhos com meios-irmãos sem saber.

Contato
Faith Haugh diz que se encontra pessoalmente com a metade dos filhos gerados com seus óvulos e mantém contato com outros.

"Eu sempre digo aos pais que eles pediram uma doadora e não uma amiga, mas que se eles se sentirem bem em mandar fotos e informações sobre as crianças, para mim é um bônus."

"Eu peço apenas um telefonema quando eles nascem. Eu não me sinto mãe dessas crianças, mas me sinto muito privilegiada em poder receber notícias deles algumas vezes por ano ou encontrá-los esporadicamente", diz Haugh.

A última criança gerada com um de seus óvulos nasceu dois anos atrás, mas aos 41 anos, Haugh diz que não vai mais doar óvulos.

"Eu preciso ser responsável em relação aos riscos relacionados à idade. Mas não consigo virar as costas para esses casais inférteis, então passei a oferecer meus conhecimentos a possíveis doadores e pessoas interessadas em utilizar óvulos doados", conta ela.

"Definitivamente, não é uma experiência para qualquer um. Doar óvulos não é como fazer um tabuleiro de bolo. Mas quando se está munido de informação é mais fácil tomar a decisão certa."

Ministros do STF liberam marchas da maconha por unanimidade

Com o aval do Supremo Tribunal Federal (STF), as marchas da maconha podem agora ser organizadas livremente em todo o País. Proibir as manifestações públicas em favor da descriminalização da droga configura, no entendimento dos ministros do STF, violação às liberdades de reunião e de expressão.

Por decisão do STF, proferida nesta quarta-feira, 15, o Estado não pode interferir, coibir essas manifestações ou impor restrições ao movimento. A polícia só poderá vigiá-las e tão somente para garantir a segurança e o direito dos manifestantes de expressarem suas opiniões de forma pacífica.

O relator do processo, ministro Celso de Mello, censurou expressamente "os abusos que têm sido perpetrados pelo aparato policial" nas manifestações recentes em favor da liberação da maconha. No caso mais emblemático, a tropa de choque da Polícia Militar de São Paulo coibiu, no mês passado, a realização da Marcha da Maconha. Ao contrário do que ocorreu, afirmou Celso de Mello, a polícia deve ser acionada para garantir a liberdade dos manifestantes.

"A liberdade de reunião, tal como delineada pela Constituição, impõe, ao Estado, um claro dever de abstenção, que, mais do que impossibilidade de sua interferência na manifestação popular, reclama que os agentes e autoridades governamentais não estabeleçam nem estipulem exigências que debilitem ou que esvaziem o movimento, ou, então, que lhe embaracem o exercício", afirmou Celso de Mello.

"Disso resulta que a polícia não tem o direito de intervir nas reuniões pacíficas, lícitas, em que não haja lesão ou perturbação da ordem pública. Não pode proibi-las ou limitá-las. Assiste-lhe, apenas, a faculdade de vigiá-las, para, até mesmo, garantir-lhes a sua própria realização. O que exceder a tais atribuições, mais do que ilegal, será inconstitucional", acrescentou.

Se manifestações por mudanças na legislação fossem proibidas, ressaltou o presidente do Supremo, Cezar Peluso, a legislação penal brasileira nunca seria alterada. "Nenhuma lei, nem penal, pode se blindar contra a discussão de seu conteúdo, nem a constituição", concordou o ministro Carlos Ayres Britto.

A decisão do Supremo impede que juízes, como vinham fazendo, impeçam a realização dessas manifestações, alegando que os participantes estariam fazendo uma apologia ao crime, o que é tipificado como crime pelo Código Penal e prevê pena de detenção de três a seis meses. "A Marcha da Maconha busca expor, de maneira organizada e pacífica, as idéias, a visão, as concepções, as críticas, se propostas, daqueles que participam como organizadores ou manifestantes", enfatizou Celso de Mello.

Ressalvas. Mas os ministros deixaram claro que as manifestações não podem servir de proteção para atos de violência ou discriminatórios ou para o consumo livre de drogas. O ministro Luiz Fux acrescentou que os participantes da marcha também não poderão incitar ou incentivar o consumo da maconha.

Os juízes também não poderão proibir ou exigir que as manifestações mudem de nome, ressaltou a ministra Cármen Lúcia. Em Brasília, por exemplo, por ordem judicial, a marcha da maconha teve o nome alterado para marcha da pamonha. "A liberdade é mais criativa que qualquer grilhão, que qualquer algema que possa se colocar no povo", afirmou a ministra.

A ação julgada nesta quarta-feira, 15, pelo STF foi protocolada em 2009 procuradora-geral da República em exercício, Deborah Duprat. Participaram do julgamento os ministros Celso de Mello, Luiz Fux, Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski, Carlos Ayres Britto, Ellen Gracie, Marco Aurélio Mello e Cezar Peluso. Não participaram da sessão os ministros Dias Toffoli, que estava impedido por ter dado parecer sobre o caso quando era advogado-geral da União, Joaquim Barbosa e Gilmar Mendes - os dois estão viajando.

Fonte: Estadão

Marcello da Silva Batista

Nuvem vulcânica deixa espaço aéreo do País e se desloca para o Atlântico

A nuvem de cinzas vulcânicas está fora do território brasileiro, informou a Força Aérea Brasileira (FAB) na tarde desta quarta-feira, 15.

O dado foi divulgado com base no último boletim emitido pelo Volcanic Ash Advisory Centres da Argentina (VAAC), instituto responsável pelo monitoramento da situação no Cone Sul.

A nuvem de cinzas deixou o território brasileiro e está concentrada sobre o Oceano Atlântico, acrescentou o VAAC.

De acordo com a previsão do instituto argentino, a nuvem deverá se distanciar cada vez mais do espaço aéreo brasileiro em direção ao Oceano Atlântico nas próximas horas.

Reajuste de 5,58% em salários de bombeiros do Rio é retirado de pauta

O projeto de lei de autoria do Governo do Estado que prevê reajuste de 5,58% aos bombeiros do Rio foi retirado de pauta nesta terça-feira, 14, na Assembleia Legislativa (Alerj), depois de quase duas horas de discussão. Mais de 30 emendas foram apresentadas à proposta, e por isso o texto precisará passar pelas comissões da Casa antes de voltar à votação.

Inicialmente, somente duas emendas seriam apresentadas. Os deputados que apoiam o movimento dos grevistas esperam conseguir com elas as duas principais reivindicações dos militares: elevação do piso de R$ 950 para R$ 2 mil e o pagamento de vale-transporte. Outros parlamentares, no entanto, também sugeriram mudanças ao projeto.

Depois de passar pelas comissões, o texto, para entrar em vigor, precisará ser aprovado em 1ª e 2ª seções e também da sanção do governador Sérgio Cabral (PMDB). Durante a inauguração das novas instalações de uma maternidade, hoje, Cabral disse que tem compromisso com a recuperação salarial dos bombeiros, mas não pode deixar de lado a "responsabilidade com o equilíbrio das contas públicas". "Tenho certeza de que os parlamentares também pensam assim", disse.

Fonte: Estadão

Justiça dificulta sujar nome de inadimplente com aluguel em SP

Uma decisão do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo torna mais difícil protestar o nome de inadimplentes com aluguel e a inscrição desses devedores em serviços de proteção ao crédito.

O órgão considerou inconstitucional a lei estadual 13.160, de julho de 2008 --que também permite o protesto de devedores de condomínio-- na parte que trata apenas do "protesto de contrato de locação e recibo de aluguel", segundo o texto do acórdão assinado pelo relator do processo, juiz José Roberto Bedran.

Essa decisão só vale para as partes envolvidas no processo, ou seja, não anula a lei. Entretanto, Hubert Guebara, vice-presidente de Administração Imobiliária e Condomínios do Secovi-SP (Sindicato da Habitação), destaca que "dificilmente" um juiz de primeira instância vai ter uma interpretação diferente, o que poderá criar um precedente favorável aos locatários inadimplentes que, a partir de agora, entrarem na Justiça para impedir o protesto.

O TJ-SP entendeu que a lei era inconstitucional porque o assunto é de competência legislativa exclusiva da União --ou seja, não poderia ser decidido por uma lei estadual.

Segundo Dirceô Torrecillas Ramos, presidente da Comissão de Direito Constitucional da OAB-SP, ainda cabe recurso ao STF (Supremo Tribunal Federal), questionando a decisão do TJ-SP.

De acordo com José Carlos Alves, diretor de protestos da Anoreg (Associação dos Notários e Registradores do Estado de São Paulo), "os cartórios já aceitavam o protesto desde 2005 respaldados por uma decisão da Corregedoria Geral da Justiça de São Paulo, autorizada pelo processo 864/204". "A lei [nessa parte do aluguel], não inovou em nada", completa o também presidente do Instituto de Estudos de Protesto do Estado de São Paulo.

Guebara lembra ainda que a forma mais usada para pressionar pelo pagamento atrasado são as ações de despejo, "muito mais rápidas", por isso é menos usual haver o protesto por esse motivo.

Jaques Bushatsky, diretor de Legislação do Inquilinato do Secovi-SP, ressalta que, após as mudanças na Lei do Inquilinato, em janeiro de 2010, a ação de despejo passou de uma média de 12 a 14 meses para 6 a 7 meses.

CONDOMÍNIO

A lei 13.160 permite também o protesto do boleto do condomínio, mas esse ponto não foi abordado na decisão do TJ. A legislação permite protestar o nome do devedor já no dia seguinte ao vencimento --porém, o mais usual é tentar um acordo em até 90 dias após o início da dívida.

Além da multa de 2%, os inadimplentes devem pagar juros de 1% ao mês--se não houver outro percentual fixado na convenção coletiva do condomínio.

Essa lei foi um dos motivos da redução na inadimplência em condomínios da capital paulista, estimulando os acordos extrajudiciais. O número de ações por falta de pagamento no Fórum de São Paulo caiu 13,3% nos cinco primeiros meses do ano ante igual período em 2010.

Casa Branca defende legalidade de ação militar americana na Líbia

A Casa Branca divulgou nesta quarta-feira um documento no qual rejeita alegações feitas por congressistas republicanos de que o presidente Barack Obama precisaria de autorização do Congresso para manter a ação militar americana na Líbia.

Segundo um relatório de 32 páginas enviado ao Congresso, o presidente tem a autoridade legal para manter a operação na Líbia, onde os Estados Unidos participam da coalizão internacional liderada pela Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e aprovada por uma resolução do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas).

O documento também afirma que, até 3 de junho, as operações na Líbia já haviam custado aos Estados Unidos US$ 716 milhões (cerca de R$ 1,14 bilhão).

Até o fim de setembro, quando vence o prazo autorizado pela ONU para a operação, a previsão é de que o custo total chegue a US$ 1,1 bilhão (cerca de R$ 1,75 bilhão).

Segundo a Casa Branca, os recursos para financiar a operação serão provenientes do orçamento do Departamento de Defesa, e não vão exigir autorização do Congresso.

LEI

As informações prestadas pelo governo americano são uma resposta ao líder da Câmara dos Representantes, o republicano John Boehner, que na terça-feira havia enviado uma carta à Casa Branca na qual pedia explicações formais e alertava para a ilegalidade do envolvimento militar americano na Líbia.

Boehner citava uma lei de 1973, segundo a qual o Congresso precisa autorizar a participação americana em guerras por um período superior a 60 dias.

Essa regra serviria para casos em que o presidente ordena o envolvimento militar em um conflito sem uma declaração formal de guerra por parte do Congresso.

O envolvimento militar americano na Líbia completou 60 dias em 20 de maio. No entanto, a lei citada por Boehner prevê a possibilidade de extensão do prazo por mais 30 dias antes que o presidente tenha de pedir autorização formal do Congresso, prazo que chega ao fim no domingo.

Segundo Boehner, após o fim do prazo, o envolvimento militar dos Estados Unidos na Líbia seria ilegal.

O envolvimento militar americano na Líbia levou também um grupo bipartidário de dez congressistas a processar Obama por determinar a ação sem autorização do Congresso, o que violaria a Constituição dos Estados Unidos --que reserva ao Congresso o poder de declarar guerra.

PAPEL LIMITADO

No entanto, a Casa Branca diz que as forças militares americanas estão desempenhando um papel limitado, de apoio à campanha da Otan na Líbia, o que não se insere na definição de guerra prevista na lei citada por Boehner.

Segundo o relatório, as operações militares americanas na Líbia "são distintas" das previstas na lei e, portanto, não exigem autorização do Congresso.

De acordo com a Casa Branca, o papel desempenhado pelas forças americanas na Líbia não envolve troca de tiros com forças hostis que coloquem as tropas em risco, mas sim operações de inteligência e apoio à Otan.

A ação da coalizão internacional na Líbia foi autorizada pelo Conselho de Segurança para proteger civis de ataques de forças leais ditador Muammar Gaddafi.

A Líbia é palco de confrontos entre rebeldes tropas do ditador desde fevereiro, quando manifestações populares exigindo a saída de Gaddafi começaram a ser reprimidas com violência.

Fonte: UOL

Marcello da Silva Batista

Após protestos, premiê da Grécia diz que formará novo governo

Após violentos protestos nesta quarta-feira, o primeiro-ministro grego, George Papandreou, anunciou que formará um novo governo nesta quinta, e que vai se submeter a um voto de confiança no Parlamento.

Ao conceder ou rejeitar o voto de confiança ao premiê, os parlamentares gregos decidirão se o novo governo anunciado o manterá no poder ou não.

"Amanhã formarei um novo governo e pedirei imediatamente um voto de confiança do Parlamento. Continuarei no mesmo caminho, o caminho do trabalho", disse em pronunciamento transmitido pela TV.

O primeiro-ministro não indicou a amplitude das mudanças, que ocorrem enquanto o governo tenta passar no Parlamento uma série de novos cortes orçamentários tendo como objetivo receber mais uma parcela do empréstimo concedido por União Europeia (UE) e o FMI (Fundo Monetário Internacional).

O discurso do chefe de governo grego chega horas após ele afirmar que está disposto a renunciar e abrir caminho para um governo de união nacional com o partido opositor Nova Democracia (ND) em troca da aprovação dos novos cortes pelos parlamentares.

Fontes do governo revelaram às agências de notícias que Papandreou conversou por telefone nesta quarta-feira com o líder do ND, Antonis Samaras. Na conversa, o próprio premiê ofereceu sua renúncia para ser substituído por "alguém de comum acordo".

Pouco antes, Samarás havia dito à imprensa grega que, em um governo de coalizão, "Papandreou não poderia ser o premiê".

O último plano de austeridade da Grécia prevê € 6,5 bilhões em aumentos de impostos e cortes de gastos estatais neste ano, dobrando as medidas que levaram o desemprego para o recorde de 16,2% e estenderam a recessão para o terceiro ano seguido.

PROTESTOS

Milhares de manifestantes gregos atenderam à convocação de uma greve geral e foram às ruas contra os novos cortes propostos pelo governo.

Eles entraram em confronto com a polícia e lançaram bombas incendiárias em um protesto diante de edifícios que abrigam o Ministério das Finanças da Grécia, na praça Syntagma, no centro de Atenas.

Houve confronto entre os manifestantes e a polícia.

Cerca de 1.500 policiais isolaram com faixas uma parte do centro de Atenas e construíram barricadas de metal de dois metros de altura para proteger o Parlamento, cercando-o com carros de polícia e canhões d'água.

Os manifestantes lançaram pedras e iogurte nos policiais que protegiam o Parlamento, onde os legisladores deveriam começar um debate sobre o pacote de austeridade para salvar as contas da Grécia da falência e evitar um calote do pacote de resgate do FMI e da União Europeia.

Durante a greve nacional de trabalhadores, milhares de manifestantes --alguns gritando "Ladrões, traidores! Para onde foi o dinheiro?"-- se aglomeravam em frente ao Parlamento para tentar impedir que os congressistas aprovassem mais aumentos de impostos, cortes de gastos públicos e privatizações.

Ex-jogador Edmundo é considerado foragido

E ex-jogador de futebol e comentarista esportivo Edmundo Alves de Souza Neto, cuja prisão foi decretada ontem pela Justiça do Rio, já é considerado foragido.

A Polícia Civil visitou pelo menos quatro endereços à procura dele, mas não o localizou. No último, os policiais foram recebidos por uma mulher, que seria a atual namorada do ex-atleta, mas ele não estava.

A polícia não divulgou os bairros onde ficam esses endereços. A reportagem apurou que um deles é em São Conrado, na zona sul.

Edmundo está sendo procurado por cerca de 15 policiais da Divisão de Capturas da Polinter, sob o comando do delegado Rafael Willis.

O advogado do mex-jogador, Arthur Lavigne, afirmou ontem que ingressaria com pedido de habeas corpus hoje, mas até agora não apresentou esse recurso ao Tribunal de Justiça do Rio. Lavigne afirmou que, se o habeas corpus for negado, Edmundo vai se apresentar à Justiça.

Edmundo foi condenado em março de 1999 a quatro anos e seis meses de prisão, em regime semiaberto, por homicídio culposo e lesão corporal culposa, por conta de um acidente de carro ocorrido na Lagoa, zona sul do Rio, na madrugada do dia 2 de dezembro de 1995.

No acidente morreram Joana Maria Martins Couto, Carlos Frederico Britis Tinoco e Alessandra Cristini Pericier Perrota. Ficaram feridas Roberta Rodrigues de Barros Campos, Débora Ferreira da Silva e Natascha Marinho Ketzer.

A sentença que condenou o ex-jogador foi proferida pela 17ª Vara Criminal da Capital. Ele recorreu, mas a 6ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio manteve a decisão no dia 5 de outubro de 1999.

O juiz rejeitou a alegação de prescrição e afirmou que "ainda não ocorreu o lapso temporal exigido pela lei", segundo o Tribunal de Justiça.

De acordo com o advogado Lavigne, há uma manifestação do Ministério Público, de 10 de maio de 2010, reconhecendo a prescrição do processo.

ACIDENTE

Na tragédia, Edmundo dirigia uma Cherokee e havia acabado de sair da boate Sweet Love com as amigas Roberta, Débora, Markson Gil Pontes e Joana, que morreu no hospital. O carro de Edmundo bateu em um Uno, na Lagoa.

O Uno era dirigido por Carlos Frederico Brites Pontes, que morreu no local do acidente. Ele estava acompanhado da namorada Alessandra, que morreu no hospital, e de Natasha.

O laudo policial sobre o acidente concluiu que a alta velocidade em que o jogador conduzia seu carro foi determinante para a batida. Ele foi acusado (denúncia formal) de triplo homicídio culposo, em 1996.

Em sua defesa, no depoimento para o Ministério Público, Edmundo disse que foi fechado pelo motorista do Uno, mas não convenceu a Justiça.

No dia 5 de março, Edmundo foi condenado. Os advogados do jogador entraram com um recurso e conseguiram a liberdade provisória.

Em outubro, o Tribunal de Justiça confirmou a sentença e determinou a imediata detenção do jogador. Depois de ficar foragido por 24 horas, Edmundo se entregou e chegou a passar uma noite detido na Polinter (Polícia Interestadual). Foi liberado graças a uma liminar do STJ (Superior Tribunal de Justiça).

Em dezembro de 2000, o STJ recebeu um recurso dos advogados do esportista pedindo a diminuição da pena. Solicitaram ainda a suspensão condicional da pena e, em caso de negativa, sua substituição por penas alternativas, como a prestação de serviços à comunidade.

Além disso, o jogador teve de fazer acordos com as famílias dos envolvidos no acidente, que entraram na Justiça com pedidos de indenização.

Marcello da Silva Batista

ONU faz apelo para que Brasil inicie investigação imediata sobre a tortura nos anos da ditadura

A ONU apela para que o Brasil inicie de forma imediata uma investigação em torno da tortura e violações de direitos humanos ocorridas durante os anos da ditadura e puna os responsáveis. Para as Nações Unidas, a devolução das caixas com informações sobre a existência de pelo menos 242 centros de tortura no Brasil pelo Conselho Mundial de Igreja deve ser aproveitada para rever a posição do País em relação a como lidar com o seu passado. A ONU não esconde sua insatisfação com a decisão da presidente Dilma Rousseff de manter fechados os arquivos nacionais.

"A esperança que temos agora é de que essa ação de devolução dos arquivos leve o governo brasileiro a agir ", disse o relator da ONU contra a tortura, Juan Mendez. " O Ministério Público brasileiro e juízes precisam honrar esses documentos, abrindo processos contra torturadores e revelando o que de fato ocorreu naqueles anos para que toda a sociedade brasileira saiba do seu passado ", disse.

O Estado obteve confirmações de que os arquivos sobre os crimes incluem um relato detalhado sobre cada pessoa no Brasil sequestrada pelos militares, cada um dos torturados, interrogados e mortos pelas forças de segurança. Segundo o Conselho Mundial de Igrejas, um dos pontos que pode ajudar os processos no Brasil é o fato de que de os militares brasileiros insistiam em garantir um arquivo " invejável " de suas práticas, com detalhes sobre quem foi torturado, por quem e sob qual método.

Segundo fontes na entidade, os documentos listam 242 centros de torturas no Brasil nos anos da ditadura. Nas três caixas que estavam guardadas em Genebra, 200 tipos de tortura aplicadas sobre os brasileiros foram compiladas, afetando 444 pessoas. Seus nomes reais e pseudônimos são descritos com um detalhe que, segundo o Conselho, pode ajudar nas investigações na Justiça brasileira.

Para Mendez, diante das evidências que serão cedidas à Justiça brasileira, uma investigação e punição dos responsáveis não é nada mais do que uma " obrigação " para o Brasil neste momento e seria "surpreendente " que o País se transforme no único de todo o Cone Sul a manter seu passado " abafado ". "O Brasil tem obrigações claras sob o direito internacional ", disse Mendez.

Na ONU, leis de anistia são consideradas como freios à Justiça internacional. Na entidade, a posição é de que tais leis precisam ser abolidas. "Uma reconciliação nacional apenas ocorre quando o direito à verdade é cumprido e todos sabem o que ocorreu ", afirmou o relator da ONU.

Fonte: Estadão

Marcello da Silva Batista

Hackers invadem servidores da CIA e derrubam acesso a site

O grupo de hackers Lulz Security invadiu nesta quarta-feira (15) o site da CIA, agência de inteligência do governo americano. Por volta das 19h (no horário de Brasília), Internautas que tentavam acessar o endereço cia.gov encontravam uma página de erro. Até a publicação desta nota, a página seguia fora do ar.

Pelo Twitter, o grupo Lulz Security assumiu a autoria do ataque. Os hackers também foram responsáveis pelo ataque ao site do senado americano, às redes da Sony, da Nintendo, das desenvolvedoras de games Codemasters, Epic Games e Bethesda, e da News Corp.

Ministro do Supremo nega novo recurso de Pimenta Neves

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski negou mais um recurso da defesa do jornalista Antonio Marcos Pimenta Neves, condenado a 15 anos de cadeia pelo assassinato da ex-namorada Sandra Gomide. Depois de 11 anos do crime, ele foi preso no último dia 24 de maio, por decisão do STF. A decisão de Lewandowski é desta terça-feira (14).

No habeas corpus, a defesa questionou a pena aplicada a Pimenta Neves e afirmou que o crime já estaria prescrito.

Ao negar o pedido, o ministro afirma que o Supremo não tem mais jurisdição para se pronunciar sobre o caso.

“Da leitura da inicial não se verifica a menção a qualquer ato de autoridade sujeita à jurisdição do Supremo Tribunal Federal”, afirmou Lewandowski.

Na decisão que determinou a prisão do jornalista, o ministro relator, Celso de Mello, afirmou que não havia mais possibilidade de se recorrer ao STF.Por ter mais de 70 anos, Pimenta Neves tem direito, segundo a lei, apenas à redução pela metade do tempo de prescrição do crime. Como foi condenado em 2006, a pena prescreveria em 10 anos a partir da data da condenação.

A ex-editora de economia do jornal “O Estado de S.Paulo” foi assassinada com dois tiros, em 20 de agosto de 2000, no Haras Setti, em Ibiúna, a 64 km de São Paulo. Os advogados de Pimenta Neves contestaram no STF decisões da Justiça que determinaram a condenação.

Pimenta Neves, que na época do crime era diretor de redação do “O Estado de S.Paulo”, tinha 63 anos e ela, 32. Os dois haviam rompido o namoro de quatro anos poucas semanas antes, quando Sandra contou estar apaixonada por outra pessoa. Em 20 de agosto deste ano, o assassinato de Sandra Gomide completou 11 anos.

Fonte: G1

Marcello da Silva Batista

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Bancos são obrigados a trocar nota rosa; cliente não precisa mostrar extrato ou BO

Depois de muitas críticas, o Banco Central reviu a norma sobre as cédulas de real manchadas por dispositivos antifurto de caixas eletrônicos. A nova regra, divulgada ontem, determina que, em caso de saque (em caixa eletrônico ou agência) de notas rosas, a instituição financeira deverá trocar imediatamente o dinheiro apresentado pelo cliente. A substituição deverá ocorrer independentemente de apresentação de extrato bancário ou de boletim de ocorrência.

A nova medida é um recuo da autoridade monetária. Na semana passada, o BC recomendou que, em caso de recebimento de notas manchadas em saques fora do expediente bancário, o cliente deveria fazer um BO. Se o saque fosse durante o expediente, o cliente deveria retirar um extrato da conta e levar a nota ao gerente da agência para troca.

Agora, o processo é bem mais simples e sem prejuízo para os correntistas. O BC explicou que as instituições já têm nos sistemas os registros das operações dos clientes, portanto não é necessário comprovar a operação. Nos casos em que o saque for feito por aposentado ou beneficiário do Bolsa Família, os bancos também terão de ressarcir o cidadão. "As medidas adotadas pelo Banco Central têm como objetivo preservar o interesse do cidadão e contribuir para inibir furtos e roubos a caixas eletrônicos, ao dificultar a circulação de notas roubadas ou furtadas", ressaltou o BC em nota.

Boa-fé. O chefe do Departamento de Meio Circulante do Banco Central, João Sidney de Figueiredo Filho, afirmou que os ajustes no regulamento levam em conta a "boa-fé" das pessoas e não atrapalham o objetivo de se desestimular os roubos a caixas eletrônicos. Segundo ele, ao definir sua regulamentação, o BC considerou também o interesse social, uma vez que 80% dos saques feitos hoje no País ocorrem em caixas eletrônicos.

De acordo com a nova regra, a instituição financeira deverá, após efetuar a troca da cédula, encaminhar a nota danificada ao BC. Na hipótese de o caixa eletrônico dar nota manchada de rosa, o banco até poderá sofrer punição administrativa. Além disso, não será ressarcido por essa nota e terá de pagar os custos que o Banco Central tiver com a reposição e análise do dinheiro.

PRESTE ATENÇÃO

1.Sempre recuse notas rosas. Se sacá-las em qualquer banco, procure rapidamente trocá-las na agência.

2. Em caso de dúvidas, consulte o Banco Central (grátis) pelo telefone 0800- 979-2345 ou pela internet, no www.bcb.gov.br.


Fonte: Estadão/BCB

Marcello da Silva Batista

Músicos fazem sarau na escadaria da Alerj por libertação de bombeiros

Alguns músicos se reuniram na noite desta quinta-feira (9) na escadaria da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), no Centro da cidade, para um sarau em prol da libertação dos 439 bombeiros que foram presos após invasão do Quartel Central da corporação, na sexta-feira (3). O vocalista da banda Detonautas, Tico Santa Cruz, estava entre os cantores.

“Vamos fazer um grande movimento. Mandem suas mensagens para todos os bombeiros que estão aqui acampados, para os presos, para os que foram detidos”, disse Tico Santa Cruz durante transmissão do sarau no Twitter.

Nem a chuva e o forte vento que atingiram a cidade nesta noite desanimaram o grupo. Por volta das 23h30, muitos bombeiros continuavam acampados nas escadarias da Alerj. Eles pedem que os 439 bombeiros presos sejam imediatamente liberados. O grupo também reivindica aumento salarial e melhorias nas condições de trabalho.

Entre as músicas que fizeram parte do repertório do sarau estavam "Hey Jude", dos Beatles, "Garotos", do Leoni, "Minha alma (A paz que eu não quero)", do grupo O Rappa, e "Na rua, na chuva, na fazenda", do banda Kid Abelha.

Estado não tem o que fazer sobre prisão, diz Cabral
Mais cedo, o governador do Rio, Sérgio Cabral, se manifestou sobre a prisão dos bombeiros: "A questão dos 439 bombeiros militares presos está na Justiça Militar. Não é uma prisão decidida pelo governo do estado. É uma prisão decidida pela Justiça Militar e cabe à Justiça Militar decidir sobre isso: se eles permanecem presos ou se eles não permanecem presos", disse Cabral, durante evento de lançamento de um guia do Rio de Janeiro, em São Paulo.

"Nós estamos cuidando, vamos cuidar depois do processo disciplinar. O Executivo estadual não tem o que fazer, nem libertá-los, nem mantê-los presos. Isso é uma questão da Justiça", completou.

Sargento diz que aumento não é suficiente
Entre os manifestantes que estão acampados em frente à Alerj está o sargento Narciso, que afirmou que o aumento concedido pelo governador Cabral não foi suficiente à categoria, já que os bombeiros continuam presos e sem previsão de soltura.

“Não existe reajuste nenhum. Nenhuma negociação existe com os bombeiros presos. A negociação só acontece com a liberação e anistia dos presos. O aumento salarial agora é segundo plano, o primeiro é a liberdade dos presos”, disse Narciso.

O sargento acredita que a liberação dos presos está perto de acontecer. Ele acrescentou que a comissão da Ordem dos Advogados do Brasil, a Defensoria Pública, e alguns deputados estão analisando entrar com um novo pedido de relaxamento de prisão.

“Acreditamos que a nossa luta está ganhando um voto de confiança da população e da corporação. Mas volto a dizer que a mediação só acontece com a anistia dos presos”, ressaltou Narciso.

O cabo bombeiro Laércio Soares, do 2° G-Mar (Barra), um dos porta-vozes dos bombeiros que fazem manifestação em frente à Alerj, também diz desconhecer negociação enquanto seus colegas de farda continuarem presos. "Desconhecemos a negociação. O foco do movimento é a libertação e a anistia de toda e qualquer ação que advenha dos manifestos. Enquanto o governador não soltar os presos, aqui permaneceremos", disse Laércio.

O reajuste do governo também não agradou o soldado Cristiano Araújo, guarda-vidas em Paraty, no Sul Fluminense.

“Esse acréscimo no líquido é R$ 50. Qual é a grande diferença em receber R$ 950 ou R$ 1.000? Esse dinheiro não paga nem um psicólogo para o meu filho, que ficou traumatizado em ver meus colegas sendo presos pelo Bope. Ele achava que o Bope só prendia ladrão”, desabafou o bombeiro.

Os professores da rede estadual também entraram em greve. Eles e estudantes se juntaram aos bombeiros, nesta quinta-feira, e tentam impedir o fechamento de algumas escolas estaduais de ensino noturno.

Nesta quinta, um grupo de deputados conseguiu 27 assinaturas para apresentar um Projeto de Emenda Constitucional (PEC) que concede anistia aos bombeiros do estado do Rio. De acordo com a PEC, “fica concedida a anistia, no âmbito estadual, aos servidores públicos militares, por sanções recebidas, em razão de movimentos reivindicatórios, objetivando melhorias de vencimentos e de condições de trabalho, no ano de 2011”. A previsão é de que o PEC entre na pauta de votações em 14 dias.Governo anuncia reajuste e nova secretaria
O Governo do Estado anunciou nesta quinta (9) a criação da Secretaria de Estado de Defesa Civil, e enviou à Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) uma mensagem antecipando de dezembro para julho os seis meses de reajustes salariais para bombeiros, policiais militares, policiais civis e agentes penitenciários.

Segundo nota divulgada, a secretaria ficará sob o comando do Coronel Sérgio Simões, comandante do Corpo de Bombeiros. Anteriormente, a pasta de Defesa Civil era vinculada à Secretaria estadual de Saúde, que tinha o nome de Secretaria estadual de Saúde e Defesa Civil, tendo à frente o secretário Sérgio Côrtes.

A nota informa que o reajuste para as categorias será de 5,58%, um impacto de R$ 323 milhões no caixa do estado. Somados aos reajustes de janeiro a junho deste ano, as categorias passam a acumular 11,5% de aumento salarial em 2011.

De acordo com o governo, a medida atende a todos os 16.202 bombeiros da ativa, 5.018 aposentados e 1.592 pensionistas. A 39.775 ativos da Polícia Militar, 20.445 aposentados e 13.175 pensionistas. E a 9.254 ativos da Polícia Civil, 5.232 aposentados e 9.688 pensionistas. Além de 4.329 agentes penitenciários da ativa, 1.328 aposentados.

Negado relaxamento de prisão

Para a juíza Ana Paula Monte Figueiredo Pena Barros, da Auditoria da Justiça Militar do Rio, que negou o relaxamento da prisão de 431 bombeiros, não houve nulidade no auto de prisão em flagrante. Ela considerou que o pedido de relaxamento de prisão valeria para apenas 431 militares presos listados no auto em flagrante, e não para os 439 detidos, conforme pedira na terça-feira (7) a Defensoria Pública estadual. O Ministério Público do Rio (MP-RJ) deu parecer favorável, na noite de quarta-feira, à manutenção da prisão dos bombeiros presos.

Marcello da Silva Batista


Governo do Rio decide antecipar aumento para bombeiros

Pressionado por bombeiros que protestam há quase uma semana por melhores salários, o governo do Rio decidiu antecipar parte do aumento previsto para os servidores da corporação, que deverão receber vencimentos 5,58% maiores em julho. O governador Sérgio Cabral estendeu o benefício a policiais civis, militares e agentes penitenciários, que nos últimos dias vêm demonstrando apoio ao movimento iniciado pelos bombeiros.

A determinação de Cabral antecipa em seis meses os aumentos previstos até dezembro no plano gradual de aumento de salários dos servidores das quatro categorias, previsto para 48 meses, com 0,915% de aumento a cada parcela. Com a decisão, os reajustes anunciados para o segundo semestre serão concentrados em julho.

Os manifestantes exigem imediata elevação do piso salarial da corporação de R$ 950 para R$ 2000.

Cabral também decidiu retirar o Corpo de Bombeiros do escopo da Secretaria de Saúde do Estado e criou uma Secretaria de Defesa Civil, que será comandada pelo novo Comandante do Corpo de Bombeiros, Coronel Sérgio Simões. Ele está à frente da corporação desde sábado, 4, um dia depois que manifestantes invadiram o quartel central dos bombeiros.

Presos. Em entrevista coletiva, os representantes do movimento dos bombeiros do Rio desautorizaram as associações e clubes de cabos e soldados a negociar com o governo do Estado em nome dos presos. "Nenhuma associação negocia em nome dos presos. A prioridade agora é pedir a liberdade e anistia para os bombeiros", disse Cristiane Daciolo, de 38 anos, mulher do cabo Benevenuto Daciolo, líder do movimento, que está preso no Grupamento Especial Prisional dos Bombeiros, em São Cristóvão, na zona norte da cidade.

"Este movimento não nasceu de entidade, de políticos ou de um oficial da corporação. Surgiu de cabos e soldados revoltados com os salários e condições de trabalho aviltantes. Briga salarial só depois que os nossos colegas estiverem soltos", afirmou o cabo Laércio Soares, do Grupamento Marítimo da Barra da Tijuca.

Ele disse ainda que a reivindicações de um piso salarial de R$ 2 mil e vale transporte estão mantidas. O guarda-vidas agradeceu o apoio de entidades representativas dos policiais militares, mas negou a unificação da luta por melhores salários. A Defensoria Pública do Rio anunciou que ainda hoje vai recorrer da decisão da Justiça Militar que negou na noite de ontem a liberdade para os bombeiros presos.

Marcello da Silva Batista

Empresários usam greves para forçar reajuste das tarifas de ônibus

Os donos das empresas de ônibus mandam no sistema de transporte público da capital há pelo menos 10 anos. Nesse período, eles conquistaram até a emissão do vale-transporte e do passe estudantil. Impediram as renovações obrigatórias da frota e a integração. O GDF ficou sem as informações básicas de serviço tão importante, como quanto as permissionárias arrecadam e os custos da operação. Sobra para o 1,2 milhão usuários. Pagando as mais caras tarifas do país, eles convivem com veículos sucateados e constantes atrasos. Quase 30% dos coletivos têm mais de sete anos, a idade máxima permitida. Para piorar, ao menos uma vez por ano os rodoviários fazem uma greve, sempre com apoio dos patrões, que usam o movimento no intuito de forçar um aumento nas passagens, como agora.

Com o apoio da Câmara Legislativa, o Executivo contribuiu para a falência do sistema liberando o tráfego de vans, extinguindo um órgão fiscalizador — o Departamento Metropolitano de Transportes Urbanos (DMTU) — e deixando à míngua a estatal de ônibus — a Sociedade de Transportes Coletivos de Brasília (TCB) —, que por quatro décadas ajudou o GDF a cumprir a obrigação de ditar as regras do mercado. Vieram as fraudes em licitações, propinas e esquemas de desvio de dinheiro público.

Hoje sem a concorrência das vans, três conglomerados controlam o milionário negócio do ônibus. Dez das 14 empresas do Sistema de Transporte Público Convencional (STPC) pertencem aos grupos Planeta, Viplan e Amaral. As três firmas têm dois terços dos 2.975 ônibus e das 980 linhas. O trio também acumula os maiores escândalos e os mais antigos veículos em operação. Todas são acusadas pela Polícia Civil de clonar os próprios veículos para faturar sem pagar imposto e não renovar a frota. A Viplan, da família Canhedo, roda com veículos de até 12 anos. O Grupo Amaral, do ex-senador Valmir Amaral, nem sequer enfrentou alguma concorrência pública. Ganhou 50 itinerários por meio de decretos que lhe deram as mais rentáveis linhas da TCB. São também esses conglomerados os controladores do Fácil, o sistema de bilhetagem eletrônica.

Dessa forma, os empresários monopolizam informações essenciais às discussões sobre aumento de salário dos rodoviários e de tarifas. O movimento deflagrado por motoristas e cobradores na segunda-feira, com paralisação parcial dos coletivos, segue o enredo dos anos anteriores: os rodoviários punem a população deixando os ônibus nas garagens, reivindicando aumento nos salários, e os empresários não apresentam uma proposta alegando a necessidade de reajuste nas tarifas. Os patrões sequer falam em punições aos grevistas. Dessa vez, querem subir as passagens de R$ 3 para R$ 4,90.
Privatizações
Do total arrecadado, o governo fica com 4%. Mas, há 10 anos, são as empresas que atestam quantas pessoas carregam e quanto devem entregar ao GDF. O governo começou a perder o controle desse sistema em 2000, quando o então governador Joaquim Roriz anunciou a privatização da TCB e a terceirização do DMTU.

No caso da TCB, Roriz sancionou dois decretos. Um deles, no fim de dezembro de 2001, autorizou o repasse das linhas da estatal à iniciativa privada por meio de uma concessão de 30 anos. O outro, assinado no início de janeiro de 2002, previa a venda de todo o patrimônio da empresa, o que acabou não ocorrendo.

A Viva Brasília, do então senador Valmir Amaral, ganhou as mais rentáveis linhas. Em 12 meses o número de ônibus da TCB em operação caiu de 66 para 44 — atualmente são 33. O prejuízo, em 2001, passou dos R$ 4,5 milhões. Época em que a estatal era presidida por Manoel Neto, amigo de Amaral e hoje genro de Roriz — marido da deputada federal Jaqueline Roriz (PMN-DF).

Roriz assinou o decreto de terceirização do DMTU em 5 maio de 2001. O órgão seria substituído pela Agência Reguladora de Serviços Públicos. Mas ela nunca saiu do papel. Uma lei distrital terceirizou a venda de vale-transporte, uma das fontes de renda do DMTU, que ficava com 3,68% do valor arrecadado.

O departamento ainda teve os fiscais transferidos para outros órgãos. Em meados de 2002, havia apenas seis homens e três carros para fiscalizar os quase 3 mil ônibus regulares e 5 mil veículos clandestinos. Para piorar, em seis meses, os distritais aprovaram duas leis em favor dos piratas. A primeira autorizou 466 vans a atender condomínios. A segunda beneficiou 300 donos de ônibus autônomos.

Caso de polícia
Trafegando superlotadas, em alta velocidade e sem fiscalização, as vans roubaram 30% dos passageiros dos ônibus. Em 2007, o governo anunciou a implantação do Brasília Integrada, pôs fim às vans e alardeou uma maciça renovação dos ônibus. Vingou só a proibição das vans. O Executivo ainda permitiu a criação do Fácil e que os empresários controlassem a bilhetagem.

A integração só existe nos adesivos fixados nas laterais dos ônibus. A suposta renovação virou caso de polícia. Autoridades são acusados de inchar o sistema com 975 coletivos sem licitação. Veículos incluídos no sistema a partir de 2007, na tal renovação.

O DFTrans cadastrou os coletivos velhos sob a condição de excepcionais, mas a polícia desconfia haver outros 400 carros piratas. A frota excedente representa 25% do total, segundo a atual administração do DFTrans, que optou por trocar esses ônibus velhos até a conclusão da licitação aberta esta semana para mais 1,2 mil ônibus.

A concorrência pública deve demorar um ano e meio. O Correio enviou um questionário ao órgão na segunda-feira. A assessoria de comunicação pediu 48h para enviar todas as respostas. Até a noite de ontem, não respondeu os itens sobre o montante recebido mensalmente do Fácil e a idade exata da frota, em detalhes. O sindicato das empresas sequer retornou as ligações.

Flagrante de propina
Manoel Neto e Jaqueline Roriz aparecem em vídeo recebendo dinheiro da mão de Durval Barbosa, o delator do esquema revelado pela Caixa de Pandora. O Conselho de Ética da Câmara dos Deputados cassou o mandato da parlamentar na última quarta-feira. Agora, o caso dela será submetido ao Plenário da Casa.

Ideli Salvatti é sondada para o cargo de Relações Institucionais

A troca de comando na Casa Civil e, consequentemente, na articulação política do governo com o Congresso, levou a presidente Dilma Rousseff a esboçar uma minirreforma ministerial e a arbitrar uma guerra por poder dentro do PT. Ontem, parlamentares ligados a Dilma percorreram gabinetes para saber se haveria apoio à nomeação da atual ministra da Pesca, Ideli Salvatti, para o cargo de ministra de Relações Institucionais no lugar de Luiz Sérgio, o que abrirá uma vaga na Esplanada. O PMDB deu o aval, mas alas do PT na Câmara relutaram. O grupo ligado ao presidente da Câmara, Marco Maia, uma das autoridades que faltou à posse de Gleisi Hoffmann na Casa Civil, fez uma ressalva: se mudar o ministro dessa área, tem que mudar também o líder do governo na Câmara. Resultado: a briga ontem à noite era pela liderança do governo.

Ideli reúne atributos que Dilma considera essenciais: é leal, tem com a presidente uma relação excelente, construída desde os tempos em que Dilma ocupava a Casa Civil e Ideli era senadora. Mas, dentro do Senado, Ideli saiu desgastada embates que travou com a defesa intransigente do governo Lula. A imagem dela é de enfrentamento e de falta de jogo de cintura para o diálogo — características que também são cruciais para um ministro de Coordenação Política. As sondagens ao nome de Ideli surgiram depois que a presidente ficou irritada ao saber que deputados petistas estavam loteando o governo à sua revelia. Na noite de quarta-feira, o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza, foi ao gabinete de Renan Calheiros conversar sobre a articulação política. Antes disso, uma reunião na Casa de Marco Maia também debateu o assunto. Houve até um desenho que colocaria Vaccarezza no cargo de ministro e André Vargas (PT-PR) na liderança governista.

Dilma não gostou. Afinal, a distribuição de cargos pelos políticos ocorreu antes mesmo de uma conversa definitiva com Luiz Sérgio — é esperado entre alguns petistas que ele entregue a carta de demissão hoje. Ontem, a boataria era tal que o atual ministro Luiz Sérgio divulgou em seu microblog que não pediu o boné. Foi nesse contexto que Dilma sacou o nome de Ideli, de forma a não deixar nenhum dos grupos da Câmara fazer o sucessor de Luiz Sérgio. A ex-senadora já é tratada por funcionários da Pesca como ex-ministra.

Dificuldade de trânsito
Ontem, no meio da tarde, o líder do PT no Senado, Humberto Costa, foi ao gabinete do líder do PMDB, Renan Calheiros. Queria saber o que Renan achava da nomeação de Ideli. Renan não fez objeção. Elogiou a senadora. Na verdade, o peemedebista sabe que pode haver problemas. Mas o partido não vai interferir na escolha. “Estamos com a presidente. O que ela decidir apoiamos. O PMDB quer participar das decisões de governo e não fazer o ministro de Relações Institucionais”, disse Renan a Costa, dando a entender que o problema será no PT. O PMDB está convicto de que Ideli não tem trânsito entre os aliados e nem resolve a briga de petistas na Câmara.

Enquanto isso, no Palácio do Planalto, outra reunião, restrita a petistas, ocorria no gabinete do secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho. Ali, Gleisi Hoffmann, o próprio Gilberto e outros integrantes do partido chegavam a conclusões próximas às de Renan: antes de decidir nomes, Dilma tem que apaziguar o PT (leia análise nesta página). A escolha de Ideli não resolve o imbróglio petista na Câmara, onde há dois blocos brigando por espaço. O grupo de Marco Maia reivindica um lugar ao sol na formulação política do governo. E, se Ideli for mesmo confirmada no Ministério de Relações Institucionais, eles vão querer o cargo de Vaccarezza.

Bolsa de apostas
Dentro do Planalto, há a certeza de que é preciso pacificar o PT. O primeiro reflexo disso foi uma reunião promovida ontem por Marco Maia. Num esforço para tentar dizer que não há divisões no PT da Câmara, ele chamou em seu gabinete o líder do partido, Paulo Teixeira, e Vaccarezza, representantes dos dois grupos que se digladiam por poder na Casa (leia mais na página 3). Apesar dos discursos em tom ameno, não houve consenso, uma vez que quem decide é a presidente Dilma. Ela passou a tarde de ontem em Santa Catarina e viajou ao lado de Ideli. A atual ministra da Pesca comentou com amigos que, se virar mesmo ministra da área política do governo, terá que haver mudanças também na liderança do governo na Câmara. Portanto, não está descartada a troca do líder do governo por alguém do grupo de Marco Maia. Um dos nomes que subiu na bolsa de apostas foi o do antigo líder, Henrique Fontana. A expectativa é a de que tudo se resolva nas próximas horas.

Negativa no Twitter
Embora todas as inclinações políticas indiquem que Luiz Sérgio deixa hoje a Secretaria de Relações Institucionais, o ministro negou ontem, pelo microblog Twitter, as reportagens que sustentavam sua queda. “Não pedi para sair do governo”, afirmou em uma das postagens. “Há hora de falar e hora de calar. Agora é hora de calar”, comentou em outro instante.

Fonte: Correio Braziliense

Acusado de crime na USP se entrega, mas é liberado

Irlan Graciano Santiago, de 22 anos, se entregou ontem à Polícia Civil e confessou participação no assassinato do estudante Felipe Ramos de Paiva, de 24, ocorrido no dia 18 de maio no câmpus da Universidade de São Paulo (USP) no Butantã, zona oeste da capital. Por ter se apresentado, não ter antecedentes criminais e possuir endereço fixo, ele foi liberado e vai responder ao processo em liberdade.

"Corremos o risco de ele sumir. Mas ele foi orientado pelo advogado que isso será pior", admitiu o delegado divisionário do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Nelson Guimarães Junior. Santiago sustenta que o autor do disparo que matou Felipe foi seu comparsa no crime, mas ele se recusou a dar o nome do outro criminoso. O acusado foi indiciado por latrocínio, roubo seguido de morte, embora o carro da vítima não tenha sido levado. A polícia disse que pode pedir a prisão temporária dele durante o andamento do inquérito policial, que ainda não foi encerrado.

Felipe foi rendido por volta das 21h no estacionamento da Faculdade de Administração, Economia e Contabilidade (FEA-USP). Segundo a versão do criminoso, o estudante morreu porque reagiu à tentativa de assalto. "Ele deu dois socos no meu companheiro e ia pegar a arma que estava na cintura dele para atirar em nós", contou. Na versão de Santiago, os dois resolveram procurar vítimas na USP depois de consumir drogas em uma boca de fumo perto da Favela São Remo, vizinha da Cidade Universitária. Os dois teriam se conhecido 15 dias antes do crime.

Outra vítima. Uma hora antes de abordar Felipe, segundo o acusado, a dupla havia rendido uma portadora de necessidades especiais que estava em um EcoSport. Santiago afirmou à polícia que ele e o comparsa sentiram pena da vítima e decidiram escolher outro alvo. Com a mulher ao volante do EcoSport, foram até a FEA e o comparsa de Santiago abordou Felipe. De acordo com o acusado, a deficiente, que ainda não foi identificada, presenciou a morte do universitário.

Depois do crime, a mulher foi obrigada a deixar os dois criminosos perto da São Remo e só então foi liberada. "Esperamos que ela apareça para colaborar com a polícia. Terá total sigilo", afirmou o delegado Guimarães.

Santiago alegou tratar-se de seu primeiro crime e disse que decidiu assaltar vítimas na USP porque o filho de 1 ano passava necessidade. "Precisava comprar leite, fraldas e roupas para ele", justificou, dizendo-se "arrependido" do assassinato. Apesar dessa versão, o advogado dele, Jeferson Badan, disse que crime famélico não será a linha da defesa. "Ele vai responder por latrocínio, mas tem direito de responder em liberdade. Vai pegar uma pena dura", disse. A pena por latrocínio varia de 20 a 30 anos de prisão. "Mas o tempo cai se o autor se apresentar e confessar o crime." Santiago disse ontem que está desempregado e que é usuário de droga. Ele mora com os pais na Favela São Remo.

Suspeitos. Os dois homens que apareceram em imagens gravadas dentro da USP e divulgadas logo após o assassinato de Felipe não têm ligação com o crime, assim como o retrato falado igualmente divulgado pela Polícia Civil. Segundo os investigadores, eles cometeram outros crimes no câmpus.

Fonte: Estadão
Marcello da Silva Batista

Por imóvel do Minha Casa, famílias deixam emprego

Beneficiários do programa Minha Casa, Minha Vida pedem demissão do emprego para se enquadrar no limite de renda para adquirir um imóvel financiado pela Caixa Econômica Federal. Famílias que receberam nesta quinta-feira, 9, as chaves de seus apartamentos, em Blumenau (SC).

A presidente Dilma Rousseff esteve nesta quinta na cidade para entregar 580 unidades do Minha Casa, Minha Vida, das quais 220 foram destinadas a pessoas que perderam suas moradias em 2008, quando parte do Estado foi devastada por fortes chuvas.

"Eu tive que sair do meu serviço para ter acesso a isso. Na assinatura do contrato, tive que sair do emprego", afirmou Maria Janete da Silva, de 52 anos, que trabalhava havia 14 anos na Souza Cruz e assinou contrato com a Caixa no mês passado. Instalada numa moradia provisória, Janete recebeu as chaves do apartamento de 41,36 m².

Ela contou que ganhava cerca de R$ 700 por mês atuando no controle de qualidade da empresa. Somando esse valor ao salário do marido, auxiliar de caminhoneiro, a renda superava o teto da Caixa. Ela optou pela demissão, pouco antes de apresentar a documentação ao banco.

"Se tivesse a carteira de trabalho, não conseguiria. A Caixa é bastante rigorosa", disse Janete, que vive com dois netos e o marido num prédio alugado pela prefeitura para abrigar 41 famílias - 14 receberam um imóvel nesta quinta.

"Minha irmã também teve dificuldade. Ou separa o marido da mulher ou tem que pedir as contas do emprego", disse Eliete Terezinha da Silva, de 36 anos, que também vive na moradia provisória. Desempregada, ela não conseguiu se enquadrar nos critérios da Caixa porque já tinha obtido financiamento para compra de um imóvel anterior. Eliete disse que perdeu a casa nas chuvas de 2008 e que não tem como comprar outra. "Minha filha começou a trabalhar e ganha R$ 700. Se a outra começar a trabalhar, já passa o valor."

De acordo com a Prefeitura de Blumenau, cerca de 20% das 2.200 pessoas que se inscreveram no Minha Casa, Minha Vida não se enquadraram nos critérios por apresentarem renda acima do limite ou por já terem recebido financiamento anterior.

Teto. "O programa é muito bom, mas o teto congelado (em R$ 1.395) é um problema. Se o critério fosse três salários mínimos de hoje, teria uma inclusão maior na cidade. Deveria ficar nivelado ao salário mínimo", afirmou o secretário de Assistência Social, Mario Hildebrandt.

Blumenau é quarta maior economia de Santa Catarina. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a renda per capita da cidade em 2008 foi de R$ 24.958 - a média nacional, em 2009, foi de R$ 19 mil.

Lançado em 2009, o Minha Casa, Minha Vida atende principalmente famílias que ganham até três salários mínimos. Na época de formatação do programa, o mínimo estava em R$ 465 - hoje é de R$ 545. Os R$ 1.395, no entanto, não foram corrigidos.

Marcello da Silva Batista

Bolívia anistia carro ilegal que está no país

O presidente da Bolívia, Evo Morales, anunciou ontem que os veículos contrabandeados para o seu país serão legalizados, o que pode estimular o aumento dos roubos de carros no Brasil. O presidente da Federação Nacional de Seguros Gerais (Fenseg), Jayme Brasil Garfinkel, encaminhou ontem à tarde ofício ao ministro das Relações Exteriores, Antonio Aguiar Patriota, pedindo medidas urgentes para reverter a decisão de Morales.

"Esse ato do governo boliviano traz preocupação diante da concreta ameaça à segurança pública, sobretudo quanto ao salvo-conduto dado para o acolhimento de veículos roubados em outros países, especialmente no Brasil, e o consequente aumento da violência", diz um trecho da carta encaminhada a Patriota.

Segundo Garfinkel, Paraguai e Bolívia são os principais destinos dos carros furtados no País. Somente no ano passado, saíram do Brasil para a Bolívia 1,570 milhão de veículos, de acordo com a Fenseg. A entidade diz que, em 2010, 377.250 veículos foram roubados no Brasil e 176.381 (47%), recuperados. O Estado de São Paulo registra o maior número de ocorrências: 186.003 veículos roubados e 77.576 recuperados.

"Direito de todos". Evo justificou a decisão de legalizar os veículos que entram ilegais na Bolívia com o argumento de que são comprados pelos pobres, que buscam melhorar de vida e compram carros sem documentação porque são baratos. "Todos temos o direito de ter nosso carro", disse o presidente boliviano durante uma entrevista coletiva em La Paz.

Nas primeiras horas de vigência da medida, ontem, mais de mil veículos foram inscritos nos postos de controle alfandegário para ser legalizados. Os bolivianos têm 15 dias para pedir a legalização. Após esse prazo, o veículo será confiscado. / COM EFE

Fonte: O Estado de S.Paulo

Marcello da Silva Batista

Pousos e decolagens são cancelados no Sul devido à nuvem de vulcão

A Infraero informou que as companhias aéreas continuam não operando no Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Segundo a Força Aérea Brasil (FAB), a nuvem do vulcão chileno Puyehue ocupa 70% do território do Rio Grande do Sul e deve entrar em Santa Catarina nesta sexta-feira (10).

Segundo a Infraero, até as 7h15 desta sexta-feira, das 16 partidas programadas até o horário, 15 haviam sido canceladas pelas empresas, que preferem não operar no aeroporto nestas condições. Apenas uma partida foi realizada por volta das 6h. Foi um voo da Trip com destino a Campo Grande (MT), que utilizava uma aeronave de pequeno porte e realizando voo a baixa altitude.

Dos quatro pousos previstos até o horário, todos não ocorreram, diz a Infraero, que administra os aeroportos do país.

A assessoria de imprensa da Superintendência Sul da Infraero informa que o Aeroporto Salgado Filho continua aberto, apesar da nuvem do vulcão, pois a Aeronáutica não determinou o fechamento do mesmo. Conforme o Centro de Comunicação Social da FAB (Cecomsaer), a decisão de interditar o aeroporto é determinada pelo Centro de Gerenciamento da Navegação Aérea (CGNA), do qual fazem parte todos os órgãos que atuam no setor, inclusive a Infraero.

Apenas o Aeroporto Internacional Afonso Pena, em Curitiba, foi fechado nesta sexta-feira, diz a FAB, por questões meteorológicas. Por volta das 7h30 desta sexta-feira, a nuvem do vulcão que se encontra sobre o Rio Grande do Sul está em uma altitude de 7 a 10 metros, o que permitiria aeronaves voar abaixo ou acima desta marca, diz a FAB.

A área com ocorrência de nuvens diminuiu, depois de chegar a cerca de 70% no estado durante a madrugada. A camada continua se deslocando para cima, rumo a Santa Catarina, mas com a possibilidade de seguir para o Oceano Atlântico, se mantidas as atuais condições.

Uma nova previsão meteorológica para a região deve ser divulgada até o final da manhã de sexta-feira. Na quinta-feira (9), o aeroporto gaúcho de Bagé foi fechado devido à nuvem, pois o aeródromo é pequeno e exige atenções redobradas.
Curitiba

Todos os voos do período da manhã, de Curitiba para Porto Alegre (RS) e para Bueno Aires, na Argentina, foram cancelados. De acordo com a Infraero, há cinzas no espaço aéreo de Curitiba, mas elas estão distante das rotas dos aviões. Até as 7h20, o Aeroporto Internacional Afonso Pena estava fechado para pousos e decolagens por causa do nevoeiro.

Rio de Janeiro
Por causa da fumaça, cinco voos que partiriam do Aeroporto Internacional Tom Jobim, na Ilha do Governador, no Rio, para Porto Alegre, foram cancelados. Esses voos, segundo a Infraero, estavam programados para decolar entre 6h e 10h desta sexta-feira (10). A partir deste horário, todos os demais voos ainda estão dentro da previsão normal de partida.

Voos internacionais
Desde a erupção do vulcão chileno, em 4 de junho, voos para os cinco países foram prejudicados pela nuvem de cinzas. Além do Chile, decolagens para Argentina, Paraguai, Uruguai e Peru chegaram a ser suspensas.

Nesta quinta, todos os voos internacionais e domésticos dos aeroportos de Buenos Aires foram cancelados. Os aeroportos da Patagônia, no Sul, permanecem fechados.

A nuvem vulcânica também atingiu o Uruguai e provocou o cancelamento da maioria dos voos do aeroporto internacional de Montevidéu.

Companhias aéreas
A Gol suspendeu as operações nos aeroportos de Florianópolis, Chapecó e Navegantes, em Santa Catarina, a partir das 4h desta sexta.

Durante a tarde, a empresa havia anunciado o cancelamento dos voos que partiriam para Porto Alegre e Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, além de Buenos Aires (Argentina) e Montevidéu (Uruguai).

De acordo com a empresa, a decisão foi tomada pela possibilidade do avanço das cinzas do vulcão chileno Puyehue sobre o espaço aéreo do estado.

Fonte: G1

Marcello da Silva Batista

Após soltura de Battisti, Itália chama embaixador no Brasil para consultas

O Ministério de Assuntos Exteriores da Itália convocou nesta sexta-feira (10), para consultas, o embaixador da Itália no Brasil, Gherardo La Francesca. A decisão, segundo o ministério, está relacionada à decisão do STF de negar a extradição do ativista Cesare Battisti, e tem caráter temporário.

Roma pede a extradição de Battisti por quatro supostos assassinatos e cumplicidade em assassinato.

A medida foi tomada para "aprofundar, conjuntamente com as autoridades competentes, os aspectos técnicos e jurídicos relacionados com a aplicação de acordos bilaterais existentes, visando a iniciativas e recursos ante as instâncias judiciais internacionais", acrescentou o comunicado no site da chancelaria.

A Itália manifestou na véspera indignação e revolta com a decisão do Brasil e anunciou que pode apresentar um recurso à Corte Internacional de Justiça de Haia.

O primeiro-ministro italiano, Silvio Berlusconi, expressou "grande desgosto" com a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) a favor da libertação de Battisti.

"Não se leva em consideração a expectativa legítima de que se faça justiça, em particular para as famílias das vítimas de Battisti", lamentou Berlusconi em um comunicado oficial.

O presidente da Itália, Giorgio Napolitano, também condenou a decisão do Brasil e anunciou que apoiará qualquer recurso de Roma para tentar reverter a situação.

A decisão do STF "prejudica gravemente" os acordos assinados entre Itália e Brasil, afirmou Napolitano em um comunicado.

A Itália exigia a extradição de Battisti para que cumprisse a condenação à prisão perpétua no país, por suposta participação em quatro assassinatos cometidos na década de 70, nos chamados "anos de chumbo", quando era integrante de um grupo armado de ultraesquerda.

O 'caso Battisti' se arrastava nos tribunais brasileiros desde que o italiano foi detido no Rio de Janeiro em março de 2007.Battisti passou a maior parte dos últimos quatro anos na penitenciária da Papuda, a 25 km do centro de Brasília, de onde foi libertado na madrugada desta quinta-feira.

Battisti é reclamado pela Itália depois de ter sido condenado em 1993, à revelia, à prisão perpétua por quatro assassinatos e cumplicidade de assassinato, crimes dos quais se declara inocente.

A batalha da Itália para que Battisti cumpra a condenação não acaba com a decisão do STF, já que o país espera levar o caso ao órgão judicial da ONU, por considerar que foram violados os acordos entre os dois países.

Marcello da Silva Batista

terça-feira, 7 de junho de 2011

Para promotor, prisão de bombeiros é legal, diz governo do RJ

O governo do estado do Rio informou, na tarde desta segunda-feira (6), que o promotor da Auditoria Militar, Leonardo Souza "não observou nenhum indício de ilegalidade" na prisão dos bombeiros pela PM. Mais de 400 agentes foram presos após invadirem o quartel general da corporação, na noite de sexta-feira (3).

De acordo com o boletim divulgado no twitter oficial do governo, o promotor admitiu que somente a Justiça poderá revogar a prisão em flagrante. Para o promotor, que acompanhou as prisões, não há dúvidas de que os bombeiros "cometaram crimes militares".

A versão final da prisão em flagrante será encaminhada à Auditoria Militar, segundo o governo. E, em razão do alto número de presos, algumas dificuldades administrativas acabaram por atrasar a comunicação da prisão à Justiça, de acordo com Leonardo.

Novo comandante diz que está disposto a negociar
O novo comandante-geral do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro, Sérgio Simões, que assumiu o cargo no sábado (4), quando os 439 bombeiros foram presos, afirmou nesta segunda-feira (6) que está à disposição dos grevistas para dialogar.

“Existe um canal de comunicação aberto, eu já mandei recado para as lideranças do movimento que eu quero recebê-los. Não nas escadarias da Alerj, eu quero recebê-los no quartel do comando geral”, disse Simões, ressaltando que o recado foi enviado no domingo (5) e ainda não teve respostas dos manifestantes.

“Eu quero ouvi-los e quero ser ouvidos por eles (...) As portas do meu gabinete estão abertas. Recebo a horas que eles quiserem, estou à disposição”, afirmou.

Sobre o aumento do salário, Simões afirmou que o governo do estado tem um programa de recuperação salarial que está em andamento. Segundo ele, em maio houve uma reunião das lideranças dos grevistas e a Secretaria estadual do Planejamento, onde foi pedido que os bombeiros apresentassem as propostas. O comandante afirmou que ainda não houve um retorno deles.

Perguntado se é possível ele intervir na libertação dos 439 bombeiros presos durante a invasão do Quartel Central, o comandante disse que isso não é de sua esfera de competência. “Esses militares foram autuados em flagrantes por crimes tipificados no Código Penal Militar. Essa documentação já foi remetida para a auditoria de justiça militar e já esta sendo analisada pela juíza auditora”, explicou.

Ele disse ainda que a vontade do estado é diminuir o clima de tensão. Simões alegou que o fato de o governador ter chamado os grevistas de “vândalos e irresponsáveis” foi motivado pelo momento crítico que a corporação viva, após o quartel ter sido “invadido e depredado”.

Salários

Os bombeiros pedem um piso salarial de R$2 mil - atualmente é de R$ 950 – e também vale transporte e melhores condições de trabalho. De acordo com Simões, há dois tipos de salários: um de R$ 1.187, para o soldado que é solteiro; e o de R$ 1.414 para o que é casado e recebe o chamado salário-família.

Já o governo do Rio informou que aprovou no ano passado um aumento progressivo de 1% ao mês para os bombeiros, que começou a valer em janeiro deste ano e chegará, no fim de 2014, a R$ 2.077,25. Além disso, ainda segundo o governo do estado, os bombeiros recebem auxílio-moradia (valor não informado) e que parte deles tem gratificação por capacitação no valor de R$ 350.

“Nesse primeiro momento eu quero que a tropa confie em mim. Eu sou comandante da corporação, eu vou tratar dos interesses da corporação (...) vou me organizar e vou procurar o governador para levar a ele quais são as necessidades, quais são as necessidades da corporação”, disse o comandante.

Simões garantiu que apesar da crise o Corpo de Bombeiros não deixará de atender a população, “em nenhuma hipótese”.

Fonte: G1

Marcello da Silva Batista

Argentino encontra filho no Facebook após dez anos sem contato

O argentino Adrían Unchalo localizou o filho, Federico, graças à rede social Facebook após dez anos de buscas, segundo relatos da família à imprensa local. Unchalo, de 32 anos, tinha perdido contato com o filho desde que a mãe da criança se mudou para a Europa, sem deixar endereço.Meu sobrinho tinha dois anos quando deixou o país com a mãe e sem o consentimento do pai. Ele agora tem doze anos', disse a irmã de Unchalo, Érica, ao jornal El Día, da cidade de La Plata.

Federico mora com a mãe em Barcelona, na Espanha, e ainda não tem data certa para reencontrar o pai.

Unchalo disse à agência de notícias oficial Telam que a Justiça espanhola determinou que ele, primeiro, se reúna com psicólogos e depois com o juiz do caso, para que somente então se comece a ser discutida a data do reencontro com o filho.

'A Justiça espanhola marcou meu encontro com psicólogos no dia 8 (de junho) e no dia 10 com o juiz. Mas meu encontro com Federico só ocorreria no dia da audiência, em outubro', afirmou.

'Ansioso'

Unchalo embarcou na último domingo para a Espanha. Ele disse que vai pedir ao juiz para ver o filho, o quanto antes, 'mesmo que seja rapidamente'.

'Estou ansioso. Vou levar para ele o uniforme da seleção argentina de futebol e todos os presentes que lhe mandam os avós, os tios e primos', disse.

Unchalo e a mãe do menino, Claudia Ávila, se casaram quando ele tinha 20 anos e ela, 15 anos.

Depois do casamento, disse ele à Telam, eles se mudaram para a Itália, mas se separaram antes do nascimento da criança.

A mãe teria registrado o bebê apenas com seu sobrenome e ainda retornou à Argentina, quando o menino tinha então dois anos, e embarcou de volta para a Europa.

Unchalo disse ainda que trabalha como taxista e fotógrafo freelancer, em City Bell, na província de Buenos Aires, e que ele e a nova esposa fizeram rifas para conseguir o dinheiro da passagem de avião para a Espanha.

E.coli é problema alemão, não europeu, diz comissário da UE para Saúde

O comissário da União Europeia para a Saúde, John Dalli, afirmou nesta terça-feira que o surto de infecções pela bactéria E.coli está limitado geograficamente ao norte da Alemanha e não necessita de medidas de controle.

Dalli também advertiu a Alemanha sobre a divulgação de informações sobre o foco não confirmadas, dizendo que isso espalha o temor e tem um impacto negativo sobre os produtores agrícolas.

As declarações foram feitas durante uma sessão do Parlamento europeu, em Estrasburgo, na França, antes de uma reunião de emergência entre os ministros da Agricultura dos países do bloco na tarde desta terça-feira em Luxemburgo.

Mais de 2.200 pessoas em 12 países já apresentaram sintomas de infecções intestinais provocadas pela bactéria. Os casos registrados fora da Alemanha são de pessoas que moram ou viajaram ao país.

Das 22 mortes registradas, apenas uma ocorreu fora da Alemanha, na Suécia.

As autoridades alemãs inicialmente responsabilizaram pepinos importados da Espanha como foco da infecção, mas depois afirmaram que testes haviam descartado a possibilidade.

No último fim de semana, uma fazenda orgânica produtora de brotos de feijão para saladas perto de Hamburgo foi identificada como possível origem do foco, mas testes preliminares não comprovaram até agora a presença da bactéria no local.

'Foco limitado'

'Eu enfatizo que o foco está limitado geograficamente à área no entorno da cidade de Hamburgo, então não há razão para uma ação no nível europeu. Medidas (tomadas pela UE como um todo) contra qualquer produto são desproporcionais', disse Dalli.

Mas ele admitiu que a proibição ao comércio de alguns produtos é um problema para toda a União Europeia. A Rússia, principal comprador de legumes e verduras produzidos pelos países do bloco, anunciou na semana passada a suspensão de todas as importações.

'Estamos em contato constante com outros países, incluindo a Rússia. Estamos pedindo à Rússia que suspenda a proibição, que é desproporcional', afirmou Dalli.

Ao comentar o andamento da crise, ele disse que apontar inicialmente os pepinos espanhois como fonte da contaminação foi um erro.

'É crucial que as autoridades nacionais não corram para dar informações sobre a fonte da infecção quando elas não estiverem justificadas pela ciência', afirmou.

'Isso cria medo e problemas para nossos produtores de alimentos. Precisamos ter cautela para não tirar conclusões precipitadas', disse.

'Honra do pepino'

Após o discurso do comissário da Saúde, um deputado espanhol discursou no Parlamento segurando um pepino e afirmou: 'Precisamos restaurar a honra do pepino', disse.

A Espanha diz que vai exigir da Alemanha uma compensação por 100% das perdas verificadas pelos seus produtores após a acusação falsa contra os pepinos exportados pelo país.

A associação espanhola de exportadores de frutas e hortaliças estima as perdas em 225 milhões de euros (cerca de R$ 520 milhões) por semana.

Fonte: GLOBO.COM

Marcello da Silva Batista

Oxi, uma droga ainda pior

Pedro tinha 8 anos quando começou a fumar maconha. Aos 14, experimentou cocaína. Com 19, foi apresentado ao crack. “Eu fumava cinco pedras e bebia até 12 copos de pinga.” Em janeiro deste ano, seu fornecedor de drogas, em Brasília, passou a oferecer pedras diferentes, com cheiro de querosene e consistência mais mole. Pedro estranhou. “Dizia a ele que a pedra estava batizada, que não era boa. O cara me dizia que era o que tinha e ainda me daria umas (pedras) a mais.” Não demorou para Pedro notar a diferença no efeito. A nova pedra era mais viciante. Para não sofrer com crises de abstinência, dobrou o consumo para até dez pedras por dia. Descobriu então que, em vez de crack, estava fumando uma droga chamada oxi. “Quando soube, vi que estava botando um veneno ainda maior no meu corpo. Fiquei com medo de morrer.” Aos 27 anos, depois de quase duas décadas de dependência química, Pedro sentiu que tinha ido longe demais. Internou-se numa clínica.

A história de Pedro (nome fictício) ilustra o terror provocado pelo oxi, droga que está se espalhando rapidamente pelo Brasil. O oxi está sendo tratado pelos médicos como algo mais letal que o crack, considerado até agora a mais devastadora das drogas. Mas é consumido por pessoas que não sabem disso, porque é vendido em bocas de fumo como se fosse crack. “O oxi invadiu os postos de venda tradicionais. Isso preocupa”, diz o delegado Reinaldo Correa, titular da Divisão de Prevenção e Educação do Departamento de Investigações sobre Narcóticos (Denarc), da Polícia Civil de São Paulo.

A primeira apreensão confirmada do oxi em São Paulo ocorreu quase por acaso. Em março, a polícia apreendeu 60 quilos de algo que foi classificado como crack. O equívoco foi corrigido quando esse carregamento foi usado numa demonstração para novos policiais. “Queimamos algumas pedras e, pelos resíduos, concluímos que era oxi”, afirma Correa. Quase diariamente, a polícia de algum Estado do Brasil anuncia ter apreendido a droga pela primeira vez (leia o mapa abaixo) . Em alguns casos, como em Minas Gerais, Bahia, Paraná e Rio Grande do Sul, as primeiras apreensões foram feitas na semana passada. Não é que o oxi surgiu em tantos lugares em tão pouco tempo. Ele já havia se espalhado sem ser notado.

Como o crack, o oxi é vendido em pedras que, quando queimadas, liberam uma fumaça. Inalada, em poucos segundos vai para o cérebro, provocando euforia e bem-estar. “Visualmente, são quase idênticas”, diz Correa. A diferenciação pode ser feita pela fumaça, que no caso do crack é mais branca, ou pelos resíduos: o crack deixa cinzas, enquanto o oxi libera uma substância oleosa. Por causa da dificuldade em distinguir uma droga da outra, é impossível ter exata noção da penetração do oxi entre os usuários. “Sabemos apenas que ele está aqui há algum tempo”, afirma Correa.

Recente nos Estados mais ao sul do país, o oxi é velho conhecido dos viciados da Região Norte. Acredita-se que a droga entrou no Brasil ainda na década de 1980, a partir de Brasileia e Epitaciolândia, cidades do Acre que fazem fronteira com a Bolívia. O consumo da substância foi registrado por pesquisadores em 2003, quando Álvaro Mendes, vice-presidente da Associação Brasileira de Redução de Danos (Aborda), pesquisava o uso de merla, outro derivado da cocaína, entre os acrianos. “No primeiro momento, o oxi era usado pelas classes sociais mais baixas e por místicos que iam ao Acre atrás da ayahuasca (chá alucinógeno usado em cerimônias do Santo Daime)”, diz Mendes. A droga chegou à capital, Rio Branco, de onde se espalhou para outros Estados da região. “Hoje, é consumida em todas as classes sociais”, diz Mendes.

A dentista Sandra Crivello se lembra de quando viu o primeiro caso de dependência por oxi em São Paulo. Foi no fim do ano passado, quando recebeu uma ligação de uma Organização Não Governamental (ONG) que faz atendimento a jovens viciados em drogas. Queriam que ela atendesse um rapaz com problemas na boca. Encontrou o paciente na porta da ONG. A imagem do rapaz chocou Sandra, que há mais de 20 anos atende meninos de rua viciados. Loiro, pele branca e aparentando 20 anos, chocava pela magreza e pelo cheiro quase insuportável de vômito e fezes. “Ele estava em condição de torpor, parecia viver em outro mundo.”

– Foi você que veio me ver? Olha, está doendo muito – disse o rapaz, chorando, antes de puxar os lábios com força exagerada. Sandra não se esquece do que viu. “Tinha até osso necrosado.” Perguntou ao rapaz:

– O que você usou? Não vem me dizer que é crack que eu sei que não é.

– Eu bebi.

– Bebida não é. O que você usou?

– Foi oxi.

Sandra, que já tinha ouvido falar do oxi, diz que respirou fundo. “Agora que essa porcaria chegou aqui, não falta mais nada. Só pedi que Deus nos ajudasse.” Como Sandra, vários profissionais que têm contato com o mundo das drogas temem que o oxi tome o lugar do crack. Motivos não faltam, da facilidade de fabricação ao preço baixo. O crack é feito com pasta-base de cocaína, misturada com bicarbonato de sódio e um solvente, que pode ser éter ou amoníaco. É difícil obter grandes quantidades dessas substâncias, porque a venda é controlada pela Polícia Federal. Já o oxi é feito com pasta-base de coca misturada a cal virgem e a gasolina ou a querosene. “O refinamento do crack demanda uma cozinha e um processo laboratorial mais complexo”, diz Ronaldo Laranjeira, coordenador do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid), da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). “Para fabricar o oxi, basta misturar a pasta-base com um derivado de petróleo em qualquer panela. Pode ser feito no fundo de um quintal.” O resultado é que os traficantes podem cobrar preço menor. Se uma pedra de crack custa ao viciado entre R$ 7 e R$ 10 na “cracolândia”, região central de São Paulo onde usuários e traficantes circulam livremente dia e noite, a pedra de oxi sai por cerca de R$ 2. Esse valor torna a droga acessível a um público muito maior. “Dependentes buscam o que é mais barato”, diz Luiz Alberto Chaves de Oliveira, chefe da Coordenadoria de Atenção às Drogas da Prefeitura de São Paulo. Também procuram o que tem efeito mais forte e mais rápido. O oxi, ao que parece, atende a essas necessidades. E tem tanto ou mais poder de viciar que o crack. “O oxi parece gerar ainda mais dependência. É potencialmente mais forte que o crack, que já é muito destrutivo”, diz Cláudio Alexandre, psicólogo do Grupo Viva, que atende dependentes de drogas.

O agente penitenciário André (nome fictício), de 34 anos, morador de Rio Branco, no Acre, conhece bem os efeitos do oxi. “Quem usa chama de veneno”, diz. Como todo veneno, é traiçoeiro. André descreve o gosto da fumaça como algo “gostoso”. “Pega mais, dá uma viagem.” Não demora e surgem os efeitos adversos – dor de cabeça, vômitos e diarreias. E paranoia. André diz que ouvia vozes. “Era o demônio falando no meu ouvido.” Os efeitos também são físicos. “Via muitos usuários sujos de vômito e diarreia.” Mesmo assim, André não conseguia abandonar o uso. Vendeu o que tinha para comprar pedras. “Pedia aos boqueiros (quem trabalha nas bocas de fumo) que passassem na minha casa e pegassem tudo.” Geladeira, fogão, DVD, um a um, todos os móveis e eletrodomésticos foram trocados por pedras brancas. “Só não troquei a vida”, diz André, que está internado numa clínica ligada a uma ONG em Rio Branco. Ele afirma que só buscou tratamento porque, desempregado, não tinha mais dinheiro para abastecer o vício.

Na última semana, as polícias de quatro Estados anunciaram as primeiras apreensões de oxi

Paulina Duarte, da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad), diz que o governo federal está avaliando o impacto do oxi. Junto com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a Senad está finalizando uma pesquisa sobre o uso de derivados de cocaína no país. O estudo incompleto sugere que, pela facilidade com que é produzido, o oxi pode subverter a lógica usual do tráfico. “Não há um fornecedor fixo que distribui um só produto”, diz Paulina. “A droga é produzida em casa, de forma primitiva e artesanal.” Uma nova organização do tráfico poderia exigir uma mudança na forma de repressão policial. “Para combater o oxi, não temos de caçar apenas grandes traficantes”, afirma Paulina. “Precisaremos de uma polícia ativa, que atue diretamente nos pontos urbanos.”

Também é preciso que o serviço de saúde tenha exata noção das substâncias que compõem o oxi, a fim de entender seus efeitos e propor tratamento adequado. Por enquanto, faltam estudos laboratoriais que atestem a composição da substância. Na década de 1980, a Alemanha queria montar uma política para diminuir as mortes provocadas por overdose de heroína. Descobriu-se que o que estava matando era uma versão da droga com aditivos. Somente a partir dessa constatação o serviço de saúde organizou a melhor forma de tratamento. O Brasil suspeita, mas não tem certeza, do que é feito o oxi. Saber é o primeiro passo de uma longa batalha contra a nova droga.

Fonte: G1

Marcello da Silva Batista

Planalto prepara incentivos para a construção de usinas nucleares

O governo da presidente Dilma Rousseff prepara a regulamentação de um programa que concede benefícios fiscais de R$ 589 milhões a empresas dispostas a executar obras de infraestrutura na área de geração de energia nuclear. Em 30 de dezembro do ano passado, dois dias antes de deixar o Planalto, Luiz Inácio Lula da Silva editou uma medida provisória que instituiu o Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento de Usinas Nucleares (Renuclear). A MP nº 517 foi aprovada na Câmara e no Senado na semana passada, com poucas alterações. A regulamentação da proposta, com a definição dos projetos que ficarão isentos do pagamento dos impostos de importação e sobre produtos industrializados, ficou a cargo do Ministério de Minas e Energia (MME), que começa a avaliar os beneficiários da medida. A renúncia fiscal de R$ 589 milhões, em prol de empreendimentos de energia nuclear, poderá ser concedida até 2015.

A disposição da presidente Dilma de abrir mão de dois tributos para impulsionar o setor nuclear ocorre no momento em que o governo da Alemanha, da chanceler Angela Merkel, dá início ao fechamento de todas as usinas nucleares do país até 2022. A decisão foi tomada em razão da crise iniciada com o acidente em Fukushima, no Japão. A Câmara e o Senado aprovaram o Renuclear depois da tomada de decisão pela Alemanha. Dentro do governo de Dilma, a regulamentação da medida é considerada importante para a continuidade das obras de Angra 3, em Angra dos Reis (RJ). A usina faz parte de uma parceria com o governo alemão, que já avalia suspender as garantias aos financiamentos previstos para o empreendimento brasileiro — na ordem de 1,3 bilhão de euros (quase R$ 3 bilhões). Angra 3 é uma obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Será reforçada, agora, com a renúncia fiscal prestes a ser regulamentada pelo MME.

O ano com o maior montante de renúncia dos dois impostos será 2013: a previsão é de isenção de R$ 176,1 milhões, conforme a justificativa da medida provisória encaminhada ao Congresso pelo Executivo. O valor seria reduzido nos dois anos seguintes. “A geração de energia nuclear é considerada uma das alternativas energéticas mais atrativas para o país, já que boa parte das reservas de urânio do planeta se encontra em solo brasileiro”, diz o texto que embasa a medida. A Câmara e o Senado concordaram com a justificativa. Na primeira Casa, a MP passou sem retoques. Na segunda, as alterações foram apenas pontuais.

Os benefícios fiscais se estendem até 2015, mas os projetos de infraestrutura na área de energia nuclear precisam estar aprovados pelo MME até 31 de dezembro de 2012. No Senado, a medida provisória ganhou a seguinte justificativa: “Os incentivos vão ao encontro dos planos do governo federal de expansão da produção de energia a partir de fontes nucleares.” Conforme o texto que justifica a medida, o programa de expansão de usinas contempla até seis projetos no Nordeste, a um custo que pode chegar a R$ 10 bilhões. O governo brasileiro, pelo menos publicamente, admitiu revisar o plano de construção de novas usinas, depois que a chanceler Angela Merkel anunciou o fechamento das usinas alemãs. Até a decisão de Merkel, estavam previstas entre quatro e oito novas usinas nucleares no Brasil, a serem instaladas no Nordeste e no Sudeste.

Fonte: Correio Braziliense

Marcello da Silva Batista

Nova droga antimelanoma dá sobrevida a pacientes com câncer

Um estudo publicado no The New England Journal of Medicine e apresentado no fim de semana na 47ª Conferência da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (realizada em Chicago, nos Estados Unidos) mostra como uma nova droga, o vemurafenibe, consegue reduzir em até 63% o risco de morte de pacientes com melanomas (tipo de câncer de pele) malignos já com metástase e que tenham um determinado gene identificado nas biópsias. O remédio neutraliza a ação do oncogene Braf com mutação V6000E e amplia a sobrevida dos atingidos, dizem os pesquisadores.

O tratamento com o vemurafenibe (em comprimidos) ainda não foi aprovado pela Foods and Drugs Administration (FDA, a Anvisa dos EUA), mas o Laboratório Roche já deu entrada nos papéis pedindo a aprovação do órgão para subsequente comercialização. Participaram da pesquisa 675 pacientes com melanomas metastáticos (que já atingiram outros órgãos). Metade foi tratada com o vemurafenibe e a outra metade com a droga da quimioterapia convencional, a dacarbazina. Após seis meses de acompanhamento dos pacientes que utilizavam a nova droga, 84% permaneciam vivos, número significativamente superior aos 64% tratados com quimioterapia convencional.

“Os resultados obtidos a partir de um teste clínico de fase 3 comparando o PLX4032 (vemurafenibe) com a quimioterapia tradicional apontam realmente um grande avanço no tratamento do melanoma”, disse Paul Chapman, do Memorial Sloan-Kettering em Nova York, centro de câncer que liderou a pesquisa. “Esse é o primeiro tratamento eficaz para o melanoma dirigido a pacientes portadores de mutações genéticas específicas no tumor e poderá ser uma das duas únicas terapias para prolongar a sobrevivência dos pacientes com um melanoma avançado”, acrescenta Chapman, numa referência ao anticorpo monoclonal ipilimumabe, da Bristol-Meyers Squibb, aprovado em março pela FDA.

Para o diretor do Instituto do Câncer de São Paulo (Icesp), Paulo Hoff, a droga prolonga o controle da doença, mas não significa a cura. “É preciso muitos anos de observação de pacientes para definir-se com segurança a exata importância de determinados tratamentos”, pondera o oncologista, que também dirige a Divisão Oncológica do Hospital Sírio-Libanês. “Tivemos duas conquistas fundamentais no estudo e no tratamento de melanomas nos últimos dois anos. Um é o ipilimumabe e o outro é vemurafenibe.”

A doença
O melanoma maligno, quando se torna metastático e atinge outros órgãos, é uma neoplasia de prognóstico complicado. “Poucos pacientes com esse grau de acometimento conseguem sobreviver por mais que cinco anos, mesmo com os tratamentos atualmente empregados”, explica o oncologista Alessandro Leal. Daí a importância de se aprofundar o conhecimento genético da doença para que os tratamentos sejam cada vez mais personalizados, destaca. Para o oncologista Gustavo Fernandes, o vemurafenibe vai mudar a maneira de tratar melanoma e chega para reafirmar a tendência mundial das terapias personalizadas. “É a melhor droga que produziram até hoje para tratar melanoma e tem a vantagem de o médico saber previamente quem deve ou não tomar o remédio”, afirma.

Alessandro Leal analisa que um achado como esse tornará o tratamento da doença cada vez mais individualizado. “Não somente para esse tipo de câncer. O estudo mostra que é possível aumentar a sobrevida global dos pacientes, com melhor qualidade de vida e menos efeitos colaterais.” Mas o vemurafenibe não é isento de reações adversas. No estudo de Chapman, 38% dos pacientes necessitaram de redução da dose padrão para tolerar o tratamento por um período mais prolongado. Dores articulares, erupções cutâneas, fadiga, alopécia (perda de cabelos), náusea e diarreia são alguns dos efeitos colaterais.

A mutação do Braf está presente em outros tipos de tumores, como os de ovário, cólon e pulmão. O estudo mostrou que, além da redução de 63% do risco de morte, a droga provocou 74% de diminuição de progressão da doença. “Essa droga parece promissora para pacientes com melanoma metastático, e funciona como um alento, já que existem pouquíssimas terapias ativas em melanoma, apesar de os estudos não mostrarem cura”, comenta o oncologista Anderson Silvestrini, do Grupo Acreditar.

Fonte: Correio Braziliense

Marcello da Silva Batista