quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Analistas do mercado veem inflação menor no próximo ano

Bancos e consultorias reviram ontem para baixo suas projeções para a inflação do ano que vem, aproximando suas estimativas do cenário traçado pelo presidente do Banco Central, Alexandre Tombini.

A revisão ocorreu por causa de uma mudança anunciada pelo IBGE no cálculo do principal índice de preços do país, o IPCA, que será atualizado para refletir os novos hábitos de consumo dos brasileiros.

As novas projeções ajudam a conter as expectativas do mercado de que a inflação continuará muito alta no próximo ano, abrindo mais espaço para que o BC continue reduzindo os juros e tentando estimular a economia.

O Copom (Comitê de Política Monetária) do BC deve anunciar hoje mais um corte da taxa básica de juros da economia, hoje de 11,5% ao ano. A aposta da maioria dos analistas é que ela será reduzida para 11%.

A nova fórmula de cálculo do IPCA dá importância a itens que estão com preços em queda neste momento, como automóveis e eletrodomésticos, e reduz o peso de itens que estavam em aceleração, como os serviços domésticos e alimentação.

"Em média caiu mais o peso dos produtos que estavam subindo mais", afirma a economista Tatiana Pinheiro, do banco Santander, que revisou sua expectativa para a inflação de 2012 de 6% para 5,5%.

O BC começou a reduzir a taxa básica de juros em agosto, prevendo uma piora da crise internacional. A decisão foi criticada por analistas, que argumentavam que a inflação brasileira ainda estava muito alta.

O BC começou a trabalhar para atenuar o impacto da crise externa, evitando que a economia brasileira esfrie demais e apostando que a desaceleração da atividade econômica ajudará a segurar os preços mesmo com juros menores.

O IBC-Br, um índice calculado pelo BC que procura estimar a evolução do PIB (Produto Interno Bruto), sugere que a economia brasileira sofreu uma contração de 0,3% no terceiro trimestre deste ano, e alguns economistas prevêm que o crescimento do PIB no quatro trimestre será próximo de zero.

De oito instituições consultadas pela Folha ontem, metade informou ter revisto para baixo suas projeções para a inflação em 2012 por causa da mudança do cálculo do IPCA. Outras três disseram que poderão fazer o mesmo nos próximos dias.

A meta estabelecida pelo governo para a inflação deste e do próximo ano é de 4,5%, com tolerância até 6,5%. O Banco Central admite que a inflação deste ano deverá ficar próxima do teto da meta, mas promete que ela chegará mais perto de 4,5% no ano que vem.

A consultoria LCA reduziu sua previsão para o IPCA de 2012 de 5,24% para 4,88%.

Segundo o economista Fábio Romão, da LCA Consultores, as expectativas dos analistas incorporavam certo recuo da inflação com a mudança do cálculo da inflação. Mas o resultado acabou sendo um pouco maior.

"A revisão das expectativas abre espaço para o BC continuar o corte dos juros mesmo com a inflação acima do centro da meta", afirma o economista Thiago Curado, da consultoria Tendências.

Para o economista Luiz Roberto Cunha, professor da PUC-Rio, essa mudança não indica que a inflação seja um problema resolvido. "A inflação não deve chegar à meta de 4,5% apenas com isso", afirmou.

Fonte: UOL

Marcello da Silva Batista

Funcionários públicos entram em greve no Reino Unido

O Reino Unido enfrenta nesta quarta-feira (30) o que os sindicatos afirmam que será a maior greve em uma geração, com cerca de 2 milhões de professores, funcionários do controle de imigração e outros setores públicos prometendo cruzar os braços. Os trabalhadores protestam contra planos do governo para fazê-los se aposentarem mais tarde e pagarem mais por suas pensões.

O ministro das Finanças, George Osborne, disse que o governo precisava levar o setor de pensões públicas para um patamar mais sustentável e reiterou a posição do governo de que a grande ação de protesto dos trabalhadores apenas enfraquecerá a economia e cortará empregos.

"Portanto vamos voltar à mesa de negociações. Vamos chegar a um acordo sobre pensões que seja justo para o setor público, dê pensões decentes por muitas, muitas décadas, mas que esse país também possa bancar e que nossos contribuintes possam pagar", disse Osborne, em entrevista televisionada.

A greve é considerada a maior ação trabalhista no Reino Unido em décadas, desde o chamado Inverno do Descontentamento, de 1979.

O governo afirma que as reformas são necessárias para reduzir o conta anual de 32 bilhões de libras com pensões. Os sindicatos, porém, dizem que essas reformas são injustas e desnecessárias. Os dois lados não chegaram a um acordo, apesar de meses de conversas e de uma oferta melhor do governo feita este mês. O Tesouro britânico estimou que a greve possa custar 500 milhões de libras à economia. O Ministério da Educação informou que a paralisação fechará mais de 90% das escolas, enquanto a operadora aeroportuária BAA, um consórcio liderado pela espanhola Ferrovial, advertiu para longos atrasos no Aeroporto Internacional de Heathrow, em Londres.

Marcello da Silva Batista

Número de divórcios no Brasil é o maior desde 1984, diz IBGE

O fim da exigência de prazos para dissolução dos casamentos fez com que a taxa geral de divórcios atingisse, em 2010, o seu maior patamar desde 1984, quando foi iniciada a série histórica das Estatísticas do Registro Civil, divulgada nesta quarta-feira (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A taxa geral de divórcio no país atingiu seu maior valor, de 1,8 por mil habitantes no ano de 2010 entre pessoas de 20 anos ou mais, segundo o instituto. Em 2007, a possibilidade do divórcio por via administrativa também impulsionou o crescimento da taxa, avaliou o instituto.

Segundo o IBGE, foram registrados no ano passado 243.224 divórcios, por meio de processos judiciais ou escrituras públicas, e as separações totalizaram 67.623 processos ou escrituras. Até então, para se divorciar o casal precisava ter pelo menos um ano de separação judicial – decretada por um juiz – ou dois anos na separação de fato, em que marido e mulher já vivem separados, mas são considerados casados perante a Justiça. Com a nova regra, é possível requerer a dissolução do casamento a qualquer tempo, assim que o casal decidir, seja o divórcio de natureza consensual ou litigiosa.

Fonte: G1

Marcello da Silva Batista

Médico de Michael Jackson condenado à pena máxima de quatro anos de prisão

Um juiz condenou nesta terça-feira (29/11) Conrad Murray, médico do cantor Michael Jackson, à pena máxima de quatro anos de prisão, três semanas após ele ser considerado culpado da morte do artista em 2009.

"Ele absolutamente não tem sentimento de remorso", afirmou o juiz Michael Pastor, depois de fazer um resumo do caso contra o médico de 58 anos, acusado de homicídio culposo. "A corte determinou que a pena apropriada é a pena máxima de quatro anos de detenção", disse, porque "o Dr. Murray abandonou seu paciente, que confiava nele. Seu paciente era vulnerável", acrescentou.

"O Dr. Murray mentiu em diversas oportunidades. Ele assumiu um comportamento desonesto e fez todo o possível para cobrir suas transgressões. Ele violou a confiança da comunidade médica e de seu paciente. Ele não demonstrou absolutamente remorso algum, absolutamente senso de erro algum, e continua sendo perigoso", acrescentou o juiz.

Os procuradores tinham requisitado a pena máxima para o último médico de Michael Jackson, de 58 anos, e pediram 100 milhões de dólares para indenizar a família Jackson pela perda de receita causada pela morte da estrela.

O juiz disse que o Dr Murray terá que indenizar os filhos e os herdeiros do cantor, mas indicou que o valor será decidido em uma próxima audiência, fixada para 23 de janeiro.

Após seis semanas de um longo processo, os doze membros do juri apresentaram no dia 7 de novembro o veredicto pedido pelo procurador.

Eles consideraram por unanimidade que o Dr. Murray era culpado de "negligência criminosa", contribuindo também para a morte do "Rei do Pop" no dia 25 de junho de 2009.

Michael Jackson morreu vítima de uma "grave intoxicação" com propofol, um forte sedativo utilizado em hospitais que ele usava em casa como sonífero, com a cumplicidade do Dr. Murray.

Metrô de Brasília é o mais caro do mundo, mostra pesquisa do Idec

Andar de metrô em Brasília está mais caro do que em Londres, Paris e Nova York. Com uma população de mais de 2,5 milhões de pessoas, a capital federal lidera o ranking de preço alto entre 19 grandes cidades de todo o mundo em relação ao salário mínimo local, segundo uma pesquisa realizada pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec). Durante 20 dias úteis, a tarifa de R$ 3 no Distrito Federal consome por mês 22,02% do salário mínimo de R$ 545. Para chegar ao resultado, foram analisadas seis cidades brasileiras e 13 estrangeiras.

O Rio de Janeiro, segundo no ranking, tem uma tarifa de R$ 3,10, o que compromete 20,43% de uma renda mínima mensal de R$ 607. Em seguida vem São Paulo, que cobra R$ 2,90 a passagem e consome 19,02% do piso paulista de R$ 610. Em Belo Horizonte, com a tarifa de R$ 1,80, o gasto mensal com metrô corresponde a 13,21% do piso nacional pago ao trabalhador. Nesse ranking do Idec, Recife e Fortaleza ficaram, respectivamente, em 8ª e 14ª posição. Nova York, Londres e Paris, estão, pela ordem, em 11º, 12º e 17º lugares. Caracas tem a menor tarifa. O trabalhador venezuelano, com renda mensal de R$ 848,34, gasta 1,95% do salário com metrô.

No Distrito Federal, diariamente passam 135 mil pessoas pelas 24 estações do metrô. Somados os dois dias do fim de semana (sábado e domingo), o número de usuários é o mesmo. O diretor Comercial e Financeiro, Nilson Martorelli, que responde pela presidência do Metrô-DF, discorda do resultado da pesquisa realizada pelo Idec. Para ele, qualquer comparação realizada com Brasília colocará a cidade como a mais cara. “Não podemos utilizar como parâmetro o salário mínimo. Na Europa, ele custa, em média, entre R$ 14 e R$ 16 por hora. Em Brasília, é R$ 2,48 a hora, e a capital tem a renda per capta mais alta do país. Se compararmos isso, a tarifa daqui é a mais barata”, avalia.Martorelli pondera que a idade do metrô também influencia o valor da tarifa. “O mais novo é o de Brasília, com 10 anos. Os de São Paulo e do Rio de Janeiro têm 30 anos. Na Europa, ele é centenário. O metrô do DF está crescendo e nossa meta é melhorar cada vez mais e oferecer um transporte de qualidade.” Preços
A tarifa do metrô no Distrito Federal é definida pelo governo local. Martorelli lembra que o último reajuste foi em 2006, quando o valor passou de R$ 2 para R$ 3, um aumento de 50%. Segundo ele, se o cálculo técnico fosse analisado e a passagem não fosse subsidiada, o custo da passagem seria muito maior. “O GDF estipula um valor coerente com a evolução do salário do brasiliense. A tarifa hoje ultrapassaria os R$ 3 devido aos custos operacionais, mas a população não suportaria, então o governo arca com o restante”, explica.Com 42,38km de extensão, o metrô atende apenas parte do DF, que inclui Asa Sul, Epia, Guará, Águas Claras, Taguatinga, Ceilândia e Samambaia.

O preço do bilhete é criticado pelos usuários. O agente de segurança Francisco de Assis de Sousa Guedes, 44 anos, mora em Sobradinho e leva mais de cinco horas para ir e voltar ao trabalho. Ele também concorda que o preço poderia ser mais baixo. “Eu tenho vale-transporte, mas se o preço fosse diferente, meu salário seria maior. Faz diferença na hora de colocar a comida na mesa, na hora do lazer”, diz Francisco, que é casado e tem três filhos.

Marcello da Silva Batista

Desemprego na Eurozona bate recorde e chega a 10,3%

O índice de desemprego na Eurozona atingiu o recorde de 10,3% da população ativa em outubro, com a Espanha com a maior taxa (22,8%), segundo os números divulgados nesta quarta-feira (30/11) pela agência de estatísticas Eurostat.

O resultado supera as previsões dos analistas, que projetavam um índice de 10,2%. Depois da Espanha, a Grécia registra a segunda maior taxa de desemprego (18,3%). O índice de desemprego da Eurozona supera 10% desde há seis meses consecutivos.

Segundo os cálculos da Eurostat, 16,294 milhões de pessoas estavam desempregadas na Eurozona em outubro, 126.000 a mais que em setembro. Na Espanha, a taxa subiu de 22,5% em setembro para 22,8% em outubro.

Marcello da Silva Batista

TAM e Gol somam prejuízos superiores a R$ 1 bi no terceiro trimestre do ano

Apesar de atravessarem um dos melhores momentos nos seus negócios, atuando no mercado doméstico que mais cresce no mundo, as duas líderes do setor aéreo brasileiro, a Gol e a TAM, somaram, apenas no terceiro trimestre do ano, prejuízos superiores a R$ 1 bilhão. Segundo os balanços das companhias, os resultados foram afetados pela alta do dólar, com despesas inesperadas e forte aumento nas dívidas. Entre julho e setembro, a Gol perdeu R$ 516,5 milhões e a TAM, R$ 619,7 milhões.

A receita líquida da Gol, entre julho e setembro, totalizou R$ 1,8 bilhão, um salto de 3,1% quando comparada com o mesmo período de 2010. A TAM, por sua vez, registrou faturamento 13% maior no período, atingindo R$ 3,32 bilhões. Analistas ressaltam que o setor aéreo no Brasil está relativamente estável. Isso porque, além da franca expansão do número de passageiros, o mercado brasileiro tem a seu favor a dominância (80%) de duas empresas com comandos mais profissionais que outras no passado, como Vasp e Transbrasil, que faliram.

Para recuperar as perdas deste ano, a TAM informou que revisou o seu plano de aquisição de aviões a partir de 2012 e que vai reajustar a maior parte das tarifas já neste mês de dezembro, de grande fluxo de passageiros. A meta é elevar a rentabilidade. “Para alcançar esse objetivo, intensificaremos nossas ações de controle de custos e aumento de receitas”, sublinhou a companhia em seu balanço. A Gol projeta a sua recuperação nesta temporada de férias. A empresa anunciou a compra da Webjet, negócio que lhe permitiu disputar a liderança com a TAM.

Fonte: Correio Braziliense

Marcello da Silva Batista

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

IDH pode recuar se países não enfrentarem desafio ambiental

Se nada for feito, uma parte considerável dos avanços mais recentes no desenvolvimento humano poderá ser perdida nas próximas décadas pela degradação ambiental. Projeções feitas pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) no relatório Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) 2011 apontam que o IDH poderá ser 8% menor do que a projeção inicial em um cenário de "desafio ambiental" em que se confirmem as perspectivas atuais de aquecimento global.

Na África Subsaariana e no sul da Ásia, regiões mais pobres do globo, essa diferença pode chegar a 12%.

"Em um cenário de 'catástrofe ambiental', ainda mais adverso, que antevê um vasto desflorestamento e degradação do solo, reduções dramáticas da biodiversidade e uma aceleração dos fenômenos climáticos extremos, o IDH global seria aproximadamente 15% inferior ao previsto", diz o relatório.

Os efeitos da degradação ambiental, avisa o PNUD, serão sempre mais fortes justamente na população mais vulnerável. Seus principais efeitos são o aumento da poluição, a diminuição da água potável, das reservas pesqueiras e da terra agricultável e o aumento das catástrofes ambientais como secas e enchentes. A previsão mais pessimista do relatório aponta para um possível aumento de 30% a 50% no valor dos alimentos nas próximas décadas, com impacto direto entre os mais pobres.

"De uma maneira geral, as tendências ambientais ao longo das últimas décadas demonstram uma deterioração em diversas frentes, com repercussões adversas no desenvolvimento humano, especialmente para os milhões de pessoas que dependem diretamente dos recursos naturais para a sua subsistência", diz o relatório. "Estas previsões sugerem que, em muitos casos, os mais desfavorecidos suportam e continuarão a suportar as repercussões da deterioração ambiental, ainda que pouco contribuam para o problema."

Fonte: Estadão

Marcello da Silva Batista

ECONOMIA

As empresas brasileiras devem conceder um aumento médio de 7,4% nos salários dos trabalhadores em 2012, segundo a pesquisa "Tendências Salariais" da consultoria ECA International. Será o terceiro maior reajuste das Américas, inferior apenas ao previsto pela companhia na Venezuela, de 30%, e da Argentina, de 20%. Em termos reais, o aumento salarial no Brasil será de 2,2%, segundo a consultoria, considerando a projeção de inflação do Fundo Monetário Internacional (FMI) para o País de 5,2% para o ano que vem.

No mundo, a média de reajuste deve ser de 5,6% no próximo ano, ante 5,3% em 2011. Nas Américas, o aumento salarial médio deve ser de 9,7% em 2012, ante 9,3% neste ano. A inflação média nas Américas deve ser de 6,7% no ano que vem, ante 7,5% neste ano, o que deve beneficiar os trabalhadores, diz a consultoria. Nos Estados Unidos e no Canadá, o reajuste devem ser de 3%, mesmo índice deste ano. Considerando a inflação, o aumento real será de 1,8% nos EUA e de 0,9% no Canadá.

Na região da Ásia-Pacífico, os salários tiveram alta média de 5,9% neste ano e devem crescer 6,3% no ano que vem. Na Índia e no Vietnã, o reajuste deve ser de 12%. Já no Japão, o aumento será de 2,3%. Na China, as empresas preveem um aumento de 8,5% para 2012, ante 8% neste ano. Com a projeção de inflação de 3,3% no ano que vem, o aumento real dos salários dos trabalhadores na China deve chegar a 5,2%, o maior da região.

A pesquisa "Tendências Salariais", da ECA International, feita de agosto a outubro deste ano, é preparada anualmente e acompanha os reajustes salariais em 273 multinacionais de diversos setores instaladas em 60 países. Os aumentos incluem critérios como custo de vida geral, inflação, aumento de desempenho e mérito.

Marcello da Silva Batista

Senado aprova projeto que exige teor zero de álcool para motorista

A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado aprovou nesta quarta-feira (9), em caráter terminativo (sem necessidade de ir a plenário), um projeto de lei que torna mais rigoroso o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) contra os motoristas que dirigirem alcoolizados. O projeto segue para análise da Câmara dos Deputados.

A justificativa do projeto, de autoria do senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), diz que o texto é inspirado em proposta do Detran-ES, que prevê "tolerância zero" de álcool para condutores de veículos.

O texto aprovado na comissão do Senado torna crime a condução de veículos "sob influência de álcool ou substância psicoativa". Atualmente, é permitido dirigir com até 6 decigramas de álcool por litro de sangue.

O texto original previa punição no caso de "qualquer concentração de álcool ou substância psicoativa" no sangue. Emenda de redação apresentada pelo senador Demóstenes Torres (DEM-GO) retirou do texto a expressão "qualquer concentração". O senador disse que apresentou a emenda para "facilitar a aprovação do projeto" .

Mesmo assim, segundo a intepretação de Torres, o texto mantém a proibição de álcool no sangue para motoristas. Segundo ele, como o texto não determina um nível específico de álcool no sangue, nenhum teor é permitido.

Para o senador, a expressão "qualquer concentração" era "só um capricho" e foi removida depois que a senadora Marta Suplicy (PT-SP) questionou se um bombom com recheio de licor poderia prejudicar um motorista. "A palavra 'qualquer' era um capricho, mas fica a mesma coisa", declarou o senador.

Autor do projeto, Renato Ferraço afirmou, por meio de sua assessoria, que a mudança não altera a intenção do projeto, que é de proibir qualquer quantidade de álcool.

No começo de novembro, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que dirigir com concentração de álcool por litro de sangue igual ou superior a 6 decigramas é crime, sujeito à detenção, mesmo que o motorista não provoque risco a outras pessoas. O entendimento está em decisão da 2ª Turma que reafirmou, em setembro deste ano, a validade da lei que tornou crime, em 2008, dirigir alcoolizado.

Pela lei, a pena para quem dirige embriagado varia de seis meses a três anos de detenção, multa, e suspensão ou proibição de obter a permissão ou habilitação para dirigir. Mas ainda há discordância sobre se dirigir alcoolizado pode ser considerado crime no caso de o motorista não ter provocado risco a terceiros.

Outra novidade no texto aprovado no Senado diz respeito às punições aplicadas aos condutores alcoolizados. Agora, a partir de nova emenda do senador Demóstenes Torres, – também aprovada pela Comissão, no caso do condutor causar morte de terceiros, a pena subirá para 16 anos, com prescrição em 20 anos.

Atualmente, o Código de Trânsito prevê que praticar homicídio culposo (quando não dá intenção de matar) na direção de veículo automotor pode causar "detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor". Conforme a lei, no "homicídio culposo cometido na direção de veículo automotor, a pena é aumentada de um terço à metade, se o agente

Já no caso de lesão gravíssima, diz o senador, "que resultou em aborto ou uma deformidade permanente, como a perda de um membro, isso tudo vai levar a uma pena de até 12 anos". Nos casos de lesão grave, a pena passa a ser de 8 anos.

Bafômetro
Conforme o projeto aprovado nesta quarta no Senado, caso o motorista se recuse a fazer o teste de bafômetro, a prova pode ser obtida por testemunho, imagens ou outros documentos admitidos na legislação brasileira.

"Está lá o sujeito trocando as pernas e não quer fazer teste do bafômetro. Então essa prova [testemunhal, de ver o motorista bêbado] substitui a prova que ele se negou a fazer", disse o senador Demóstenes Torres (DEM-GO).

O relator Pedro Taques (PDT-MT) afirmou que o projeto não obriga a realização do bafômetro. "O cidadão não é obrigado a fazer o exame de bafômetro. Não é obrigado a fazer exame de sangue, e aí a comprovação do teor alcoólico, daquela situação concreta, vai ser feita através de comprovação indireta".

Marcello da Silva Batista

Prédio desaba em Salvador e deixa feridos, diz Corpo de Bombeiros

Três pessoas ficaram soterradas na tarde desta quarta-feira (9) no desabamento de um prédio na rua Rafael Uchoa, no bairro de Massaranduba, em Salvador. Duas já foram resgatadas e, até às 20h20, a última vítima ainda estava sendo socorrida pelos Bombeiros. Parte do prédio caiu sobre uma casa vizinha.

Inicialmente, a Defesa Civil de Salvador (Codesal) informou que havia a suspeita de que cerca de 15 pessoas teriam ficado soterradas.

Equipes do Corpo de Bombeiros, da polícia e do Samu foram deslocadas para o local do acidente. Segundo a 3ª delegacia territorial, o imóvel que desabou era residencial e tinha três andares. Moradores da localidade ajudam no resgate. "Foi um estrondo, que na hora todo mundo correu logo para ir ajudar", disse um dos vizinhos. Não há informações sobre a quantidade de pessoas que estavam no local no momento do acidente. Segundo informações do Corpo de Bombeiros, três pessoas foram socorridas e encaminhadas para o Hospital Geral do Estado -HGE, entre elas, uma 82 anos. Ainda de acordo com os Bombeiros, uma pessoa continua soterrada.

O engenheiro da Defesa Civil Aroaldo Rodrigues explicou o que pode ter ocasionado o acidente. "Possivelmente é um erro de projeto de execução. A obra foi feita de forma empírica e com a chuva a gente tem o início do acidente".

Com esta ocorrência, Salvador registra 11 desabamentos de imóveis, com 16 desabamentos parciais somente nesta quarta-feira. Segundo a Codesal, mais 31 imóveis ameaçam desabar. Até o início da tarde, foram registrados 286 chamados de emergência.

Situação de emergência
A prefeitura de Salvador decretou situação de emergência de 90 dias na cidade no início da noite desta quarta-feira (9), por conta das chuvas que atingem a capital baiana desde o início desta semana. A decisão foi tomada em uma reunião feita pelo prefeito João Henrique com representantes de órgãos da administração municipal.

Tempo chuvoso
Chove intensamente na capital baiana desde terça-feira (8). Segundo a Agência Climatempo, vai chover até domingo (13), mas com alguns períodos de sol. Nesta quarta-feira, a temperatura varia em torno de 19°C, informa o órgão.

A situação de chuva provoca estragos em imóveis e traz transtornos à rotina dos baianos, que se deparam no trânsito com pontos de alagamento, semáforos quebrados e ruas engarrafadas. A Transalvador chegou a recomendar aos motoristas que evitassem sair de casa.

Na manhã da terça, um deslizamento de terra atingiu o viaduto que liga a Avenida Centenário ao Dique do Tororó, trecho que mantém fluxo diário intenso, e que permanece com uma das pistas interditada nesta quarta-feira. De acordo com a Transalvador, o bloqueio parcial foi feito por medida de segurança, para evitar que a terra atingisse os carros. Ninguém ficou ferido.

Um prédio histórico também desabou perto da Praça Castro Alves, no Centro da cidade, na manhã de terça-feira. O Corpo de Bombeiros informou que o prédio estava em ruínas. Não houve feridos. Na madrugada desta quarta uma casa desabou por causa de um deslizamento de terra.

Fonte: G1

Marcello da Silva Batista

Após denunciar suposta propina a Agnelo, lobista volta atrás nas acusações

As acusações de que o governador Agnelo Queiroz (PT) teria recebido propina de um lobista quando era diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) provocaram uma guerra de versões e acirraram ontem os ânimos na Câmara Legislativa durante todo o dia. Distritais da base e da oposição se apegaram a depoimentos totalmente antagônicos prestados por uma mesma testemunha. O denunciante é Daniel de Almeida Tavares, 35 anos, que há duas semanas contou uma história comprometendo Agnelo. O relato foi gravado por duas deputadas da oposição. Ontem, no entanto, em outro vídeo, o delator voltou atrás. Em função da divergência, o caso foi parar na Polícia Federal. A filmagem feita pelas distritais foi entregue à PF no fim da tarde.

Com suas duas versões, Daniel Tavares tornou-se o pivô da crise que expõe o governo. No último dia 23, o ex-funcionário da União Química — empresa de medicamentos — esteve na casa de Eliana Pedrosa (PSD), no Lago Sul. Segundo a deputada, o lobista a procurou para fazer denúncias contra o governador. Daniel foi recebido na residência da distrital, em um domingo. Eliana conta também que chamou Celina Leão (PSD) para ouvir o denunciante, já que a colega preside a Comissão de Ética da Câmara Legislativa.

A conversa entre Daniel e Celina foi gravada pelas deputadas, que entregaram ontem o vídeo de 33 minutos à Polícia Federal. Na gravação, o lobista acusa Agnelo de receber propina e dá detalhes de como ocorriam os supostos pagamentos. Ele ainda apresenta um comprovante de transferência eletrônica para a conta corrente de Agnelo, no valor de R$ 5 mil. “O Fernando (Marques, dono da União Química) me entregou R$ 50 mil para repassar a ele, só que eu só repassei R$ 45 mil e tive que fazer uma viagem até Goiânia (GO). Então ficaram faltando R$ 5 mil e ele (Agnelo) me ligou 500 vezes me cobrando esses R$ 5 mil. Eu estava em Goiânia e fui obrigado a fazer uma transferência eletrônica”, disse às distritais.

O próprio governador admitiu que recebeu dinheiro na conta corrente repassado por Daniel. Ele sustenta, no entanto, que se trata da devolução de empréstimo ao lobista. Três dias depois de a quantia ter sido paga a Agnelo, então diretor da Anvisa, a União Química foi beneficiada com um parecer assinado pelo hoje governador e publicado no Diário Oficial da União.

Pronunciamento
Daniel teria, segundo relatam as distritais, se comprometido a dar um depoimento formal à Comissão de Ética da Câmara Legislativa na última segunda-feira. Ele, no entanto, não apareceu na Casa. O lobista alegou por meio do advogado estar doente. Ontem, teve início uma guerra de versões. De manhã, o líder do PT, Chico Vigilante, disse a várias pessoas que faria um pronunciamento que comprovaria a armação da oposição contra Agnelo.

Na tribuna, Vigilante fez discurso combativo contra as colegas de oposição. Acusou Celina e Eliana de terem oferecido dinheiro a Daniel para que assinasse um depoimento feito sob medida para prejudicar o governador. Chico Vigilante disse que reproduzia declarações do próprio denunciante e distribuiu um vídeo em que o lobista apresenta uma nova versão. “Essas denúncias forjadas revelam o submundo da política no DF.”

Na filmagem em que não há registro de autoria, Daniel não explica a mudança de comportamento. Em 2 minutos e 36 segundos, ele diz e repete que é amigo de longa data de Agnelo. “Ninguém sabe da amizade que eu tenho com ele desde 1998. Ele sempre me ajudou. Isso foi uma quantia que tinha me ajudado, numa fase em que eu estava em dificuldades. Assim que eu tive condições, ressarci o dinheiro em uma transferência bancária. Não tem nada a ver com outra coisa. É simplesmente um dinheiro que ele me emprestou e eu tinha que pagar para ele”.

Daniel ainda relatou ter sido procurado por algumas pessoas, sem dizer o nome, que lhe teriam oferecido dinheiro. “Não quero favorecimento de ninguém, inclusive várias pessoas de Brasília e de fora me ofereceram para falar contra o governador Agnelo. Eu não fiz isso. Conheço ele desde 1998, pelo PCdoB”, afirmou o lobista.

Celina e Eliana reagiram às declarações de Vigilante e à mudança de versão de Daniel. Eliana negou a acusação de que teria oferecido pagamento em troca do testemunho do lobista. Mas afirmou na tribuna que Daniel pediu dinheiro e emprego para assinar o depoimento que atacava Agnelo. “Estou disposta a participar de uma acareação seja onde for, na Polícia Federal, na Polícia Civil do DF ou no Ministério Público”, afirmou Eliana.

Foro especial
Após a sessão, Celina e Eliana seguiram para a PF. As distritais pediram à superintendente, Silvana Helena Vieira Borges, a abertura de investigação sobre as denúncias de Daniel. Elas entregaram o vídeo e a cópia do comprovante de transferência, em 2008, de R$ 5 mil da conta do lobista para a de Agnelo. Como o governador tem foro especial, a investigação só pode ser iniciada com a permissão do Superior Tribunal de Justiça. Segundo Celina, a PF precisa identificar por que Tavares mudou de versão em tão pouco tempo. “Ou ele está se sentindo ameaçado, foi coagido ou foi comprado. É preciso saber com quem ele esteve de ontem para hoje e com quem falou.”

O recuo de Daniel tirou da letargia a base de apoio de Agnelo. Tanto na esfera local, quanto na federal, os aliados resolveram aparecer para defender o petista. O líder do PT na Câmara dos Deputados, Paulo Teixeira, declarou confiança “na seriedade de Agnelo”. “Os grupos políticos e econômicos que mancharam a imagem da capital da República e levaram o DF à derrocada não querem deixar Agnelo governar, usando diariamente ardis calúnias e métodos inaceitáveis para dificultar sua administração”, afirmou o petista.

Quatorze partidos de sustentação do governador também se posicionaram com uma nota. “A administração responsável e transparente de Agnelo e Filippelli não pode ser alvo e ficar refém de acusadores cujo único objetivo é paralisar a instituição governamental e impedir os avanços pelos quais a sociedade brasiliense tanto lutou”. Assinam a nota PT, PMDB, PSB, PCdoB e outros 10 partidos.

Sem comparação
O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, também deu uma declaração que foi utilizada pelo governo em sua defesa. Ao analisar a atual crise, ele disse que a situação é muito diferente do escândalo envolvendo José Roberto Arruda — que perdeu o cargo de governador depois da Operação Caixa de Pandora — disse: “Estamos, sim, apurando quais irregularidades poderiam ser de responsabilidade do atual governador do DF, mas o quadro tem elementos, por enquanto, que não se assemelham de forma alguma com aquele que tivemos no passado”.

Marcello da Silva Batista

DEM e PSDB pedem impeachment do governador do Distrito Federal

O DEM e o PSDB, partidos de oposição ao governo do PT no Distrito Federal, protocolaram na tarde desta quarta-feira, 9, na presidência da Câmara Legislativa dois pedidos de impeachment contra o governador do DF, Agnelo Queiroz. Segundo informações da Câmara Distrital, além desses pedidos, há outros três individuais que foram apresentados pelo presidente regional do DEM, Alberto Fraga; o presidente regional em exercício do PSDB, Raimundo Ribeiro; e pelo advogado Rogério Pereira.

A oposição defende o impeachment de Agnelo em razão das denúncias de desvio de recursos públicos envolvendo o governador quando este era ministro do Esporte e diretor da Anvisa.

Todos os pedidos de impeachment serão encaminhados à Procuradoria da Câmara Legislativa para análise dos requisitos jurídicos para que os documentos sigam para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que pode solicitar a criação de uma comissão especial para tratar do assunto.

Fonte: Correio Braziliense

Marcello da Silva Batista