Mais de 14 milhões de egípcios, ou seja, 77,2% dos eleitores, disseram "sim" às emendas propostas à Constituição, e mais de 4 milhões (22,8%) opuseram-se, afirmou o presidente da comissão Mohamed Atiya, em coletiva de imprensa.
Em torno de 18,5 milhões de pessoas compareceram às urnas, completou, uma participação de 41% dos 45 milhões de egípcios em idade para votar.
Os partidários dessa reforma limitada asseguram que ela é suficiente para organizar o retorno ao poder civil em alguns meses, após as eleições legislativas e presidenciais, conforme os planos do exército que dirige o país desde a saída do ditador Hosni Mubarak.
O resultado representa uma vitória para o movimento opositor Irmandade Muçulmana, que defendeu a reforma proposta por uma comissão de juízes nomeada pelo Exército, que incluiu um membro do grupo.
Mas o "sim" constitui um revés para o movimento jovem que protestou contra Mubarak e para personalidades como o secretário-geral da Liga Árabe, Amr Musa, e o opositor Mohamed ElBaradei, ex-diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) e Prêmio Nobel da Paz.
Os adversários da revisão defendiam um nova Constituição, ao estimar que a atual não garante uma democratização real do país.
Entre as emendas previstas está a limitação do mandato do presidente a dois períodos, de quatro anos, contra o atual número ilimitado de mandatos de seis anos.
O recurso ao estado de emergência, imposto desde que Mubarak chegou ao poder, há 30 anos, e atualmente em vigor, será limitado a seis meses e não poderá ser renovado por referendo.
Marcello da Silva Batista
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