A atividade nas linhas de montagem das montadoras não acompanhou a retomada das vendas em junho. A produção no mês caiu 2,6% em relação a maio.
O nível, 7,6% inferior ao mesmo mês do ano passado, acentuou a retração
no número de unidades produzidas no semestre. A queda ficou em 9,4% na
comparação com os primeiros seis meses de 2011, para 1,55 milhão de
veículos.
Os dados sugerem que o impacto da redução do IPI (Imposto sobre Produtos
Industrializados) na produção, além de mais tardio, pode ser menor do
que no varejo devido ao número de estoques acumulados no início do ano.
O efeito do pacote de estímulos nas vendas apareceu com clareza no mês
passado. O volume de unidades comercializadas foi superior a 350 mil
unidades, o segundo melhor mês da história do setor.
Sem uma retomada mais robusta na produção, permanece o temor de novas
demissões e ajustes no quadro de funcionários nas fábricas. Volkswagen e
GM já anunciaram planos de demissão voluntária e se somaram a linhas de
caminhões de grupos como Mercedez-Benz e Scania, que alteraram jornadas
e suspenderam funcionários por um período.
O resultado de junho da Anfavea (associação das montadoras), contundo,
indica uma leve alta (1,5%) no número de empregados, para um total de
127.006. Se considerada também a produção de máquinas agrícolas, o
número sobe para 146.932 trabalhadores.
Ao cenário de desaceleração do mercado interno, agravado pela maior
restrição no crédito, soma-se ainda o recuo no volume de exportações.
O número de unidades vendidas ao exterior caiu 12,2% no semestre apesar
de uma forte retomada em junho. No mês passado, o volume cresceu quase
40% em relação a maio, mas ainda ficou 3% abaixo do nível registrado em
junho do ano passado.
Em valores, as exportações cresceram 4,5% no semestre, para um total de US$ 7,926 bilhões.
Com base nos dados de junho, a expectativa é que a associação anuncie
hoje uma revisão nas estimativas para o ano. A previsão atual sugere
crescimento superior a 4% nas vendas e alta de 2% na produção.
Marcello da Silva Batista
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