segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Gilmar Mendes diz que ministério deve reagir a vazamentos da PF

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes considerou lamentável a divulgação de fotos dos presos na Operação Voucher, da Polícia Federal.

"Na presidência do STF, chamei a atenção para os abusos que estavam sendo cometidos nessas várias operações", afirmou o ministro.

Segundo Mendes, o Ministério da Justiça deve reagir ao que chamou de "abuso" da PF.

"Abuso que se comente com presos conhecidos e presos anônimos. É preciso realmente encerrar essa quadra no Brasil", disse o ministro, em evento na sede da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).

Na sexta-feira, foram publicadas em um jornal do Amapá fotos de alguns dos detidos sem camisa, segurando placas com seus nomes

Entre os presos que aparecem nas fotos estava o ex-secretário-executivo do ministério do Turismo Frederico Silva da Costa e o ex-presidente da Embratur Mário Moysés.

As fotos foram feitas no Instituto de Administração Penitenciária, que é administrado pelo governo estadual.

O governo do Amapá afirmou que vai abrir uma sindicância para apurar o vazamento.

No mesmo dia, a presidente Dilma Rousseff considerou inaceitável o vazamento de fotos.

Segundo a assessoria o Planalto, o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) pediu ao STF que o CNJ (Conselho Nacional de Justiça) tome providências em relação à divulgação das fotos.

ALGEMAS

Gilmar Mendes ainda criticou nesta segunda-feira o uso de algemas durante as prisões da PF. "O STF deu a resposta com aquela súmula 11 das algemas", disse o ministro.

De acordo com a súmula vinculante 11, publicada em 2008, o uso de algemas só é permitido quando os presos oferecem resistência ou existe a possibilidade de fuga, além de risco aos policiais.

Em resposta ao Ministério da Justiça, a PF afirmou semana passada que não cometeu excessos no uso de algemas, porque cumpria uma regra internacional segundo a qual presos devem ter as mãos imobilizadas durante deslocamento aéreo.

Quando presidiu o STF de 2008 a 2010, Mendes fez uma série de críticas públicas a "espetacularização" das operações da PF, em especial a Operação Satiagraha.

OPERAÇÃO

Deflagrada na terça-feira (8), a Operação Voucher prendeu um total de 36 pessoas, em São Paulo, Brasília, Curitiba e Macapá. Eles já foram soltos.

Ao todo 38 mandados de prisão foram expedidos na ação que envolveu 200 policiais. Duas pessoas seguem foragidas.

As investigações começaram em abril e apontaram possíveis irregularidades em um convênio de R$ 4,45 milhões firmado entre o Ministério do Turismo e o Ibrasi (Instituto Brasileiro de Desenvolvimento de Infraestrutura Sustentável).

Fonte: Folha.com

Marcello da Silva Batista

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