Ele integrou o grupo que sequestrou o embaixador Charles Burke Elbrick, em 1969, para forçar a ditadura a libertar presos políticos.
Os outros participantes da ação, como o ministro Franklin Martins (Comunicação Social) e o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), até hoje não podem pisar nos EUA. Telegrama obtido pelo WikiLeaks (www.wikileaks.ch) revela que o consulado em São Paulo aprovou o pedido sem perceber de quem se tratava.
Seis dias depois de o caso vir a público, a embaixada em Brasília recomendou a Washington manter a permissão para evitar uma possível crise com o Itamaraty.O imbróglio foi relatado em 14 de outubro de 2009 pela ministra conselheira Lisa Kubiske. Ela acusou o ex-guerrilheiro de omitir o episódio propositalmente.
A diplomata ponderou que cancelar a permissão "levaria a reação forte e negativa da imprensa brasileira" e minaria o esforço americano por uma relação com o Brasil "voltada para a frente".
Porém Kubiske afirmou que o erro poderia abrir precedente para outros participantes do sequestro, "incluindo um deputado proeminente e um ministro", além de lançar dúvidas sobre a política dos EUA contra o terrorismo.
Segundo o informe, Venceslau mentiu no formulário para a obtenção de visto. Ele respondeu "não" à pergunta se "já foi preso ou condenado por algum crime, mesmo que anistiado". Depois ele teria dito que o sequestro foi, na verdade, um ato político.
Para a conselheira, isso seria suficiente para anular o visto por "no mínimo" dois motivos, conforme as regras da imigração americana.
O informe revela que o FBI mantém fichas sobre todos os integrantes da ação e afirma que Gabeira se diz arrependido, enquanto Franklin "se recusa a manifestar remorso" pelo episódio.
O fato de o ex-ministro José Dirceu ter sido um dos presos trocados por Elbrick também é lembrado no texto.
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