sábado, 26 de fevereiro de 2011

Ex-árbitro recebe alta e deixa o hospital em SP

O ex-árbitro de futebol e jornalista Oscar Roberto Godói, de 55 anos, recebeu alta neste sábado em São Paulo após passar 10 dias internado no Hospital das Clínicas. Ele foi baleado durante uma tentativa de assalto depois de estacionar o carro no bairro de Perdizes, Zona Oeste de São Paulo, na noite de quarta-feira (16).

Ao deixar o hospital, Godói disse que está bem e se emocionou ao dizer que tinha certeza que não ia morrer. "Estou saindo melhor que entrei. Aparentemente sem nenhuma restrição. Eu tinha certeza que não morreria, mas não digo milagre,e sim por tudo que eu sou e faço eu não merecia. Se é Ele (Deus) que leva, não ia me levar", afirmou.

O ex-árbitro disse também que em nenhum momento sentiu medo. "Não senti nenhum medo pelos sinais vitais que tinha. Eu sentia meus braços e pernas. Eu estava lúcido", conta.

Segundo Godói, agora depois do crime ele passará a ver a vida de outra maneira. "O que serve nisso tudo é ver o quanto a sua família é importante para você. Eu tive noção do quanto sou querido, infelizmente, através de um fato negativo que quase me levou".

Godói disse ainda que perguntou à polícia se o crime poderia ter sido uma tentativa de execução."Eu perguntei e o delegado disse que não, que não daria tempo. Não tenho motivos para pensar nisso, mas tenho que pensar em todas as hipóteses", explica.

O ex-árbitro disse também que ajudou a polícia na confecção do retrato-falado. "Eu ajudei dentro do possível do que eu recordava. Mas, na fração de segundo que tem é capaz de lembrar mais da arma do que do criminoso".

No último dia 16, Godói estava indo jantar na casa de um amigo que mora no bairro de Perdizes. Ele estacionou o carro e logo foi abordado pelo assaltante. As câmeras de segurança gravaram a ação. “A vítima já tinha saído do carro, já estava caminhando em direção à portaria do edifício. Eles entram em luta corporal, ocorrem os disparos, e o marginal ainda fica com a vítima no chão, tentando pegar algum pertence”, conta o delegado Marco Aurélio Batista que investiga o caso.

Um morador do prédio, que não quer ser identificado, foi um dos primeiros a ajudar o comentarista esportivo. Ele conta que ouviu quatro disparos. "A reação que a gente tem é de chamar o socorro e descer. A gente recomendou que ele não falasse muito por conta do ferimento no pescoço e para que ele não perdesse mais sangue”, contou a testemunha.

Oscar Roberto Godói foi árbitro de futebol na década de 90. Ele se formou em jornalismo e hoje trabalha como comentarista esportivo em uma rádio.

Fonte: G1

Marcello da Silva Batista

Mensalidades escolares sobem mais neste ano

Matricular ou manter os filhos no colégio particular ficou mais caro neste ano. Um dos motivos é a ascensão das classes de menor renda, que passaram a consumir esse serviço graças ao avanço do rendimento dos mais pobres nos últimos anos.

Levantamento do Ibre/ FGV (Instituto Brasileiro de Economia da FGV), feito a pedido da Folha, mostra que todos os cursos formais, exceto os de nível superior, tiveram alta acumulada nos dois primeiros meses deste ano maior que o resultado de janeiro e fevereiro de 2010.

Na média, os cursos subiram 6,49% no período (nos mesmos meses de 2010, 4,47%). Mas, nas escolas de ensino fundamental, médio e pré-escolas, o aumento das mensalidades superou 8%.

Concentrados nos dois primeiros meses do ano, os reajustes fizeram o grupo educação registrar alta de 5,71% no período (3,78% em 2010).

Com o crescimento da procura por colégios particulares nos últimos anos, as escolas conseguiram implementar reajustes maiores nas mensalidades, segundo o economista Luiz Roberto Cunha, economista da PUC-RJ.

"Mais famílias puderam migrar para o ensino privado graças ao aumento da renda das classes mais baixas. A maior procura valida reajustes mais altos e repasses de custos", diz Cunha.

André Braz, economista da FGV, também diz que a demanda aquecida proporcionou os reajustes elevados.

O economista afirma que, na média, os serviços de educação só não aumentaram mais por conta da forte concorrência entre as faculdades. Como subiram menos (4,25% em janeiro e fevereiro), diz, os cursos superiores ajudaram a conter o reajuste médio dos cursos formais.

José Augusto de Mattos Lourenço, presidente da Federação Nacional das Escolas Particulares, diz que os reajustes mais altos neste ano refletem a expansão de custos acima da inflação.

Os dados da FGV mostram também altas expressivas em cursos não regulares. É o caso dos de língua estrangeira, que subiram 8,61% em janeiro e fevereiro.

População de cidade baiana se revolta contra violência e prefeito foge

Uma onda de protestos contra a violência em Valença (BA), cidade litorânea 255 quilômetros ao sul de Salvador, levou o prefeito da cidade, Ramiro Campelo de Queiroz (PR), a fugir do município e procurar abrigo em Salvador.

As manifestações começaram na tarde de quinta-feira, na frente da Câmara Municipal. O estopim foi a demora para a liberação, para o sepultamento, do corpo de um jovem de 25 anos que havia sido assassinado dentro de casa, durante um assalto, na noite anterior.

Revoltada, a população passou a cobrar das autoridades mais segurança e a contratação de médicos-legistas para ao município. Em seguida, manifestantes atearam fogo em pneus nas ruas centrais do município, quebraram vidros e portas de lojas, da Câmara e da Prefeitura e promoveram saques a pelo menos dez estabelecimentos comerciais - alguns deles de propriedade da família do prefeito, que tem uma concessionária de veículos e uma rede de lojas de móveis e eletrodomésticos.

Temendo sofrer ataques em casa - um imóvel térreo de muros baixos -, Queiroz pediu escolta policial e deixou a cidade na noite de ontem, junto com a família, rumo a Salvador, pelo ferryboat.

Segundo a delegada Glória Isabel Santos Ramos, da 5ª Coordenadoria Regional da Polícia Civil (Coorpin), responsável pelo município, as manifestações foram contidas ainda durante a noite de ontem. Três pessoas foram detidas em flagrante, por furto. Os objetos, segundo a polícia, foram recuperados.

O prefeito passou o dia na capital e, depois de dizer que retornaria ainda nesta sexta-feira para Valença, voltou atrás e decidiu retornar no sábado. Ele afirma querer se encontrar com o governador Jaques Wagner (PT) para discutir a situação da segurança pública no município. Wagner está em viagem, na Coreia do Sul, e volta no sábado.

Valença registra índice de homicídios semelhante ao de Salvador, em torno de 60 casos para cada 100 mil habitantes, e as notificações têm mantido ritmo crescente. Em janeiro deste ano, foram registrados 11 assassinatos no município, ante sete no mesmo período do ano passado.

De acordo com o levantamento Mapa da Violência 2011, divulgado ontem pelo Instituto Sangari e pelo Ministério da Justiça, a Bahia foi o segundo Estado onde o número de homicídios mais avançou no País entre 1998 e 2008, com aumento de 237,5% no montante de casos, atrás apenas do Maranhão (297%). No período, o Estado saltou da 22ª posição, entre os mais violentos, com 9,7 homicídios por 100 mil habitantes, para a oitava, com 32,9 assassinatos por grupo de 100 mil pessoas.

Marcello da Silva Batista

Queda de energia em SP paralisa serviços do Detran no País

Uma queda de energia, por volta das 12h desta quinta-feira, 24, no Centro de Dados do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), em São Paulo, paralisou em diversas cidades os serviços dos Departamentos Estaduais de Trânsito (Detran) que dependem da informática. Em nota, o Detran do Rio de Janeiro informou que os serviços voltaram a funcionar normalmente aproximadamente às 17h. O Serpro disse que a queda brusca de energia causou o problema. Afirmou ainda que a falta de eletricidade não afetou ou afetará a segurança dos sistemas.

Marcello da Silva Batista

Lei Maria da Penha é aplicada a violência entre casal homossexual

A Lei Maria da Penha foi aplicada a um caso de violência entre um casal homossexual no Rio Grande do Sul. Na última quarta-feira, 23, o juiz Osmar de Aguiar Pacheco, da Comarca de Rio Pardo, a 150 quilômetros de Porto Alegre, concedeu medida protetiva a um homem que afirmou estar sendo ameaçado por seu companheiro.

Pela decisão judicial, o agressor foi proibido de se aproximar mais que 100 metros da vítima. Segundo o juiz, embora a Lei Maria da Penha tenha como objetivo original a proteção das mulheres contra a violência doméstica, todo aquele em "situação vulnerável" - ou seja, enfraquecido - pode ser vitimado.

Em sua decisão, o magistrado também observou que a união homoafetiva deve ser vista como fenômeno social, merecedor de respeito e de proteção efetiva com os instrumentos contidos na legislação.

Fonte: Estadão

Marcello da Silva Batista

Obama afirma que Gaddafi deve deixar poder 'agora'

O presidente dos EUA, Barack Obama, declarou neste sábado que o ditador líbio Muammar Gaddafi deve deixar o poder e sair do país "agora", já que perdeu a legitimidade para governar.

De acordo com o texto distribuído pela Casa Branca, Obama "assinalou que quando a única forma de um líder permanecer no poder é pelo uso da violência massiva contra seu próprio povo, ele perdeu sua legitimidade para governar e precisa fazer o que é certo: ir embora".

O presidente americano manifestou sua posição durante uma conferência telefônica com a chanceler alemã Angela Merkel, para coordenar as medidas da comunidade internacional ante a situação na Líbia.

Ainda conforme o comunicado oficial, Obama elogiou os esforços dos aliados e sócios, nas Nações Unidas e na União Europeia, para desenvolver e aplicar 'medidas contundentes'.

O Conselho de Segurança da ONU reuniu-se hoje para aprovar sanções severas contra o regime de Gaddafi com o propósito de deter a sangrenta repressão no país.

O projeto de resolução prevê um arsenal de sanções, entre elas um embargo sobre a venda de armas à Líbia, a proibição das viagens de Gaddafi e o congelamento de seus bens.

Ontem, Obama antecipou-se ao Conselho de Segurança da ONU e assinou uma ordem executiva para congelar todos os ativos de Gaddafi, sua família e membros de seu regime.

GUERRA CIVIL

Em entrevista à rede de televisão árabe Al Arabiya neste sábado, o filho do ditador líbio Muammar Gaddafi, Saif al Islam Gaddafi, disse que a escalada dos conflitos entre manifestantes e forças do governo podem levar o país a uma guerra civil ou à intervenção internacional na região.

O filho do ditador líbio também reconheceu que há "uma vontade interna de mudança" na Líbia, mas afirmou que os manifestantes estão sendo manipulados.

"O que a nação líbia está passando abriu as portas para todas as opções, e agora os sinais de guerra civil e interferência estrangeira começaram a aparecer", disse Saif al Islam.

Fonte: UOL

Kadafi acusa Bin Laden de drogar juventude líbia e organizar protestos

O ditador líbio, Muamar Kadafi, voltou a se pronunciar sobre a revolta popular que atinge o país. Em telefonema transmitido pela TV estatal, Kadafi acusou a rede Al-Qaeda e o terrorista Osama bin Laden de drogar a juventude líbia e de estar por trás dos protestos no país. Kadafi se dirigiu aos moradores de az-Zauiya, a 50 km da capital. Controlada por manifestantes há dois dias, segundo testemunhas, a cidade foi invadida por mercenários pagos pelo ditador. Os confrontos deixaram um número ainda indeterminado de mortos.

"Esses jovens vão comprar drogas em Trípoli! Por que vocês se envolveram com a mentalidade de Bin Laden? Isto é claramente influenciado por Bin Laden.", disse Kadafi aos jovens da cidade. O ditador pediu também aos pais dos revoltosos que mantenham-nos em casa. "Você não vê pessoas de família nas ruas. Ninguém com bom senso e mais de 20 anos se envolveria nisso".

O ditador ainda ameaçou os líbios com o fim dos benefícios trazidos pela exportação de petróleo. "Vivemos uma vida boa na Líbia e não há do que reclamar. O fluxo de petróleo vai parar e as pessoas não terão como comprar casas, carros, casar, nem pedir dinheiro emprestado.", disse.

Por fim, Kadafi voltou a tentar convencer os líbios de que não é ditador e que, na verdade, o povo governa sua " república das massas". Desta vez, ele se comparou com a rainha Elizabeth II, do Reino Unido. "Sou patriota e estou dando conselhos familiares a vocês. Não tenho autoridade para assinar leis, ou algo assim. A rainha Elizabeth da Inglaterra também não tem essa autoridade".

Marcello da Silva Batista

Filho de Kadafi diz que há vontade de mudanças na Líbia

Um dos filhos do ditador líbio Muamar Kadafi reconheceu, em entrevista à televisão Al Arabiya, neste sábado, que há "uma vontade interior de mudança" no país. Ele afirmou, porém, que a única saída para a atual crise é um acordo entre governistas e opositores. "Um acordo deve ser alcançado porque as pessoas não têm futuro, ao menos que concordem em conjunto com um novo programa”, afirmou Saif al-Islam Kadafi.

Caso contrário, segundo o filho o ditador, o país poderia mergulhar numa guerra civil. "O que a nação líbia está fazendo abriu as portas para todas as opções, e agora os sinais de uma guerra civil e de intervenção estrangeira tiveram início", afirmou.

Rebeldes - As afirmações foram feitas no momento em que a oposição ganha espaço em diversos pontos do país. De acordo com o site do jornal britânico Financial Times, o governo perdeu o controle de partes de Trípoli neste sábado. As forças de segurança abandonaram o distrito de Tajoura, à medida que a população dos bairros mais pobres de Trípoli desafiam abertamente o poder de Kadafi.

Fathi Tarbul, que é membro do comitê popular que controla a cidade de Benghazi desde 21 de fevereiro e um dos líderes das manifestações populares, foi ainda mais enfático e disse que as forças leais a Kadafi controlam apenas 15% do país. "Kadafi está vivendo os últimos momentos e esperamos o fim de seu regime nos próximos dias", afirmou. O advogado, de 39 anos, já foi preso sete vezes ao longo de sua vida. A última detenção, em 15 de fevereiro, foi o estopim para o levante popular. A sua libertação, um dia depois, não encerrou os protestos.

Diplomacia - Diante da grave crise na Líbia, o Conselho de Segurança (CS) da Organização das Nações Unidas (ONU) voltou a se reunir neste sábado, em Nova York. A entidade considera a imposição de sanções para punir a Líbia pelos ataques violentos contra os manifestantes. As medidas incluiriam embargo de armas, proibição de viagens e também o congelamento dos ativos de Kadafi, seus parentes e membros importantes de seu governo.

O secretário geral da ONU, Ban Ki-Moon, já havia pedido aos membros do Conselho que tomassem medidas concretas e rápidas para proteger os civis na Líbia. A entidade também estuda a possibilidade de a Corte de Crimes Internacionais investigar o regime por crimes contra a humanidade.

(Com agências Reuters e EFE)


Marcello da Silva Batista

Ministério destina 200 milhões para hospitais universitários

O Ministério da Saúde disponibilizou recursos no montante de R$ 200 milhões para 45 hospitais universitários, em diversos estados, para o exercício deste ano. A medida faz parte do programa nacional de reestruturação e revitalização dos hospitais universitários federais integrados ao Sistema Único de Saúde (SUS). A portaria foi publicada hoje (25) no Diário Oficial da União.
O valor, que será incorporado ao teto financeiro anual dos estados, municípios e do Distrito Federal, será repassado a partir de março pelo Fundo Nacional de Saúde. Os recursos serão transferidos em três parcelas, até maio.
Os hospitais funcionam como centros de formação de especialistas e de qualificação. De acordo com o Ministério da Saúde, os hospitais universitários são importantes para o atendimento de média e alta complexidade (consultas, exames, cirurgias e tratamentos mais complexos). As informações são da Agência Brasil.

Marcello da Silva Batista

Advogados criam a sua ‘memória da resistência'

Profissionais que enfrentaram a ditadura ao defender militantes nos anos de maior repressão vão criar centro de documentação

Conservar a história dos profissionais que lutaram contra a ditadura militar. Esse é o objetivo de um grupo de advogados que decidiu montar um centro de documentação com os depoimentos de advogados de presos políticos no Brasil durante a ditadura militar.

O material reunido em São Paulo, Rio, Curitiba, Porto Alegre e Recife deve servir de base para um documentário a ser dirigido por César Chalone (responsável pela fotografia do filme Cidade de Deus).

Um dos depoimentos já foi gravado. É do criminalista e diretor de teatro Idibal Pivetta. Depois devem vir os de Belisário dos Santos Junior, José Carlos Dias e Tales Castelo Branco. "Nossa ideia é entregar o arquivo para uma universidade, como a Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), para qualquer pesquisador ter acesso", disse Belisário, um dos idealizadores do projeto.

De 1970 a 1983, o criminalista Belisário acostumou-se aos corredores das auditorias militares - defendeu estudantes, sindicalistas e militantes políticos como o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP). Só uma parte do que ele e outros defensores fizeram nesses anos está registrado nos processos. O que ficou fora, na lembrança de advogados e clientes, é um mundo cheio de denúncias contra o arbítrio das leis de segurança nacional e contra as torturas, os desaparecimentos e os assassinatos.

"Vivíamos como em uma peça de teatro: de conflito em conflito", afirmou Belisário. Havia pouco mais de uma dezena desses advogados em cada cidade importante do País. Eram poucos, mas estavam entre eles o católico Sobral Pinto, o professor Heleno Cláudio Fragoso, Pivetta e jovens como José Carlos Dias. Por tradição, não cobravam pelo trabalho. Muitas vezes foram ameaçados ou acabaram na cadeia por causa dos clientes.

O criminalista Tales Castelo Branco, de 75 anos, era um deles. Entre os seus mais de 50 clientes acusados de delitos políticos estavam o diretor de teatro José Celso Martinez Corrêa, a arquiteta Lino Bo Bardi e o engenheiro Ricardo Zarattini Filho, então militante do Partido Comunista Revolucionário (PCR).

"Advogar era assumir riscos. Um dia, o Zé Celso ligou para meu escritório. Disse que ia para o Dops, que o haviam convocado", disse Tales. O advogado foi encontrá-lo. Ao chegar, um investigador que Tales defendera em um processo o chamou de lado. "O senhor é advogado do moço do teatro?" Tales disse que sim. "Então tira ele daqui que ele vai ficar (preso)." O advogado pegou o cliente pelo braço e o mandou fugir. Da recepção do Dops, Zé Celso partiu para o exílio em Moçambique e em Portugal.

Risco. Tão arriscado quanto dar fuga a um cliente era apresentá-lo à Justiça Militar. Era 1968 quando a arquiteta Lino Bo Bardi teve a prisão decretada. Lina abrigara em sua casa uma reunião do que os militares chamavam de "cúpula da subversão em São Paulo". "Ela era simpatizante e emprestou a casa. Enquanto eles se reuniam, ela ficou trabalhando em sua prancheta", disse Tales. Quando tudo foi descoberto, ela foi se refugiar em Milão, sua terra natal.

Seu marido, o então diretor do Museu de Arte de São Paulo (Masp), Pietro Maria Bardi, procurou o advogado. "Tive de convencê-lo a chamá-la de volta. Tinha certeza de que revogariam a prisão se ela voltasse." Tales estava certo. Lina retornou, e a Justiça Militar a absolveu.

Tales sofreu ameaças, mas nunca foi preso como Idibal Pivetta, que passou 94 dias no Destacamento de Operações de Informações (DOI), no Departamento de Ordem Política e Social (Dops) e no presídio do Hipódromo, na zona leste. Pivetta defendeu quase 600 acusados de participação em grupos armados e outro tanto que militava em partidos ilegais.

Também entrou com cerca de 400 ações na Justiça para passaporte para os exilados, como o dramaturgo Augusto Boal, que viveu na Argentina, Portugal e França.

Pivetta, que trabalhava com teatro universitário, encenava na zona leste a peça Rei Momo quando foi detido por agentes do DOI, que considerou o espetáculo subversivo. No DOI, Pivetta encontrou cerca de 20 clientes, a maioria alunos da geologia da USP. "Imagine a situação: eu, o advogado que devia tirá-los dali, estava preso", afirmou.

Gritos. Em 1973, Pivetta ficou na cela onde antes estivera o estudante Alexandre Vannucchi Leme, morto pouco antes pela polícia. O advogado não foi fisicamente torturado, mas presenciou muitos que foram. "O pior era a rotina, escutar os gritos."

Tão importante quanto conseguir sentenças mais brandas e absolvições de clientes era mostrar às autoridades que a prisão de alguém não era mais um segredo. "Muitas vidas foram salvas desse jeito", disse Belisário.

Depois da anistia, em 1979, a atividade dos advogados na Justiça Militar minguou. Passariam pelo banco dos réus toda a cúpula do PCB e Luiz Inácio Lula da Silva, enquadrado pelas greves que comandou no ABC. Foi assim até o fim do regime, em 1985. "Foram anos terríveis. Ninguém dormia em paz", lembra Pivetta.

Fonte: Estadão

Lula x FHC

Quem foi melhor para o Brasil, FHC ou Lula? Creio que agora, com Dilma eleita e empossada, já se pode fazer uma avaliação isenta de paixões. Isso é importante porque as novas gerações só se recordam do governo Lula. O de FHC desenvolveu-se quando boa parte dos jovens atuais era criança. Eles não têm opinião formada sobre o que foi a gestão de Fernando Henrique Cardoso.

FHC e Lula vivem trocando agulhadas. E - quem diria - já foram aliados, no passado. Foi nos anos 70, quando ambos, ombro a ombro, lutavam contra o regime militar.

Afastaram-se na década seguinte. Lula tratou de fundar o PT e o professor Cardoso, na condição de suplente de Franco Montoro, assumiu a senatoria quando este se elegeu governador. Alguns anos depois ajudou a tornar viável um novo partido, o PSDB, formado por dissidentes do PMDB. Por suas opções partidárias, ambos ficaram no sereno durante muito tempo. Mas suas apostas, no longo prazo, mostraram-se acertadas. Os dois, com elas, chegaram à Presidência da República.

E agora, desde os anos 90, tanto PT quanto PSDB são os dois principais partidos que disputam os corações e mentes da opinião pública. Ao menos da parcela que se acredita esclarecida.

FHC e Lula, cada um pôde reinar durante oito anos. Foram eleitos e reeleitos para o posto. Ambos lograram formar folgadas maiorias no Congresso. Fernando Henrique aproveitou-as para fazer profundas reformas na economia. Lula, que lhe sucedeu, fez o carro deslanchar e tratou de, sozinho, recolher os louros da retomada do desenvolvimento e também do soerguimento da autoestima dos brasileiros.

É difícil afirmar, de forma isenta, qual deles foi o mais importante para o Brasil. Em termos de mudanças, FHC foi o mais efetivo. Já quanto à popularidade, foi Lula quem se saiu melhor.

Embora Lula insista em afirmar que a História do Brasil teve início no dia em que o PT chegou ao poder, eu - que não nasci em 2003 - tenho uma visão mais crítica do processo. Venho seguindo o noticiário político e econômico desde que me tornei adulto. Pelas minhas contas, já pude acompanhar a trajetória de oito presidentes, dez governadores do Estado e 12 prefeitos da capital.

Dentre essas três dezenas de governantes, já houve de tudo: militares, civis, eleitos nas urnas, eleitos indiretamente, vices que assumiram, nomeados e também interinos. Houve quem morresse antes de tomar posse e quem fosse impedido em meio ao mandato. Alguns acreditavam falar com Deus; outros, ainda, deixavam Deus esperando na linha.

Alguns eram direitistas e outros, esquerdistas. E muitos eram, também, populistas. Governantes que cultuaram a fama de trabalhar demais, a maioria que se contentava em trabalhar o suficiente e ainda os que, manifestamente, não gostavam de trabalhar. Como diz o povo, houve gente que não era capaz de nada e gente que era capaz de tudo.

Eu fiz oposição a alguns e fui simpático a outros.

Quais foram os melhores? Com mais de três décadas de experiência, confesso que não sei dizer.

Presidentes, governadores e prefeitos, nenhum deles governou sozinho. Todos tiveram equipes qualificadas e assessores especializados. Deram-se melhor os que souberam evitar os áulicos, descobrir talentos, liderar equipes e garantir, politicamente, a sua governabilidade Mais de meio século atrás, o então prefeito Prestes Maia já reconhecia que "governa melhor um político cercado de técnicos do que um técnico cercado de políticos". E olhem que ele era um técnico.

Iniciei a minha carreira profissional, como jornalista, comentando economia e política no rádio e na TV. Pude constatar que todos os governantes, sem exceção, começaram suas administrações com inúmeros projetos, propostas, promessas e boas intenções. Ao término de seus mandatos, alguns anos depois, bastava contar as suas realizações para perceber que quase nenhuma de suas metas fora atingida. Ao menos não na forma que eles haviam previsto.

Os que lograram marcar presença não foram, necessariamente, os que intentavam criar um novo mundo. Foram aqueles que souberam captar o Zeitgeist - o espírito do tempo, ou da época, como se diz.

O fato é que numa gestão é preciso saber conciliar a sorte com a virtude. Bons jogadores não são apenas os que sempre recebem boas cartas. São também os que fazem o melhor com as cartas que têm.

Alguns lograram êxito. Outros se celebrizaram como exemplos a não serem seguidos.

Os governos de Lula e FHC foram, no meu entender, complementares. Quer no que se refere à retomada do desenvolvimento, quer nas políticas de combate à miséria, o mérito de Lula foi o de pavimentar as picadas que Fernando Henrique já havia aberto.

Se em 2009 a economia brasileira se saiu bem da crise, isso se deve em boa parte à robustez de nosso sistema financeiro. E este só é forte porque foi saneado e normatizado no governo anterior.

Quanto aos programas sociais, como o Bolsa-Família, foi no governo de Lula que se consolidou a ideia, mas foi no de Fernando Henrique que ela se tornou realidade.

O problema é que, atualmente, o que se percebe é que, de tudo o que foi feito, coube somente a Lula a colheita de resultados. O que sobrou para FHC foi apenas o sofrimento das consequências.

Nas últimas eleições, isso ficou patente: quase todo mundo pegou carona na popularidade de Lula e poucos foram os que se atreveram a falar bem de Fernando Henrique.

A nossa posteridade há de fazer justiça. O teste do tempo é implacável: destrói tanto modismos quanto reputações artificiais. E perante a História não basta ser popular para garantir uma vaga.

Fonte:

JORNALISTA, DEPUTADO ESTADUAL, FOI DEPUTADO FEDERAL, SECRETÁRIO E MINISTRO DE ESTADO
E-MAIL: J.MELLAO@UOL.COM.BR


Marcello da Silva Batista



Petrobras fará pagamento de dividendos e juros de R$ 11,7 bi

A Petrobras anunciou que seu conselho de administração recomendou o pagamento de dividendos e juros sobre capital próprio a acionistas no valor total de 11,7 bilhões de reais referente a 2010. O montante, que equivale a 1,03 real por ação, representa 35 por cento do lucro do exercício, segundo comunicado enviado ao mercado na noite de sexta-feira.

A estatal informou ainda que 7,94 bilhões de reais já foram antecipados aos acionistas ao longo do ano passado na forma de juros sobre capital próprio. A Petrobras reportou na sexta-feira lucro líquido no quarto trimestre do ano passado de 10,6 bilhões de reais, ante 7,66 bilhões em igual período de 2009.

No fechamento de 2010, o lucro líquido anual da estatal foi a 35,2 bilhões de reais, contra 30 bilhões em 2009.

Fonte: Exame

Marcello da Silva Batista

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

União Europeia aprova acordos para liberar vistos a brasileiros

O Parlamento Europeu aprovou nesta terça-feira dois acordos de isenção de visto entre a União Europeia (UE) e o Brasil. Um deles se refere aos titulares de passaporte comum e o outro diz respeito aos portadores de passaporte diplomático, de serviço ou oficial. Os acordos envolvem a Estônia, Letônia, Malta e Chipre. Há também uma proposta em negociação referente a turistas e pessoas que devam passar até três meses na Europa.

A Comissão Europeia estima que o acerto beneficie cerca de 95% viajantes à região. Os novos acordos complementam os que já estão em vigor entre vários países da UE e o Brasil, que abrangem deslocamentos com outras finalidades que não turísticas e profissionais.

Também foi aprovado pelo Parlamento Europeu um acordo sobre "certos aspetos dos serviços aéreos" entre a União Europeia e o Brasil. Com isso, as transportadoras aéreas das duas regiões terão acesso ampliado. Ele complementa as disposições dos 14 atuais acordos bilaterais de serviços aéreos entre os europeus e os brasileiros.

"(A medida) se trata de um primeiro passo importante para o reforço das relações UE-Brasil no setor da aviação, que permitiu que o Brasil e a UE continuassem a reforçar a sua cooperação e avançassem para a negociação de um acordo geral no domínio dos serviços aéreos entre o Brasil e a UE", diz o documento.

Fonte: Terra


Marcello da Silva Batista

Humorista Chico Anysio sai da UTI

O ator Chico Anysio recebeu alta da Unidade de Terapia Intensiva (UTI), nesta terça-feira (15/2), após 70 dias no local . Ele foi transferido para a Unidade Intermediária (UI) do Hospital Samaritano, em Botafogo, no Rio de Janeiro. De acordo com o último boletim médico, o humorista de 79 anos "respira espontaneamente, usando o suporte mecânico somente por algumas horas". Seu estado de saúde "permanece estável dentro de sua gravidade".

Chico Anysio está internado desde 2 de dezembro, quando deu entrada no Hospital Samaritano com falta de ar. Ele passou por uma angioplastia, mas contraiu infecções durante o tratamento. Semanas depois, voltou para a UTI com hemorragia pulmonar e, em seguida, uma nova pneumonia foi diagnosticada.

Laboratórios nacionais encontrarm dificuldades para fabricar genéricos

Os consumidores sofrem com os preços abusivos dos remédios e os genéricos podem ser uma alternativa para baratear os tratamentos. No entanto, a Justiça Brasileira não ajuda. Empresas estrangeiras têm prorrogado informalmente as patentes no Brasil — em até sete anos — por conta da lentidão dos julgamentos. Enquanto os processos transcorrem, os laboratórios nacionais ficam impedidos de fabricar o medicamento, que seria vendido a um preço menor. E o paciente é quem paga a conta.

"Os pedidos de extensão da vigência são, geralmente, negados, mas a demora da decisão judicial acaba sendo a própria prorrogação", explica o presidente executivo da Associação Brasileira da Indústria de Medicamentos Genéricos (Pró-Genérico), Odnir Finotte. Quando as patentes expiram, os preços dos remédios caem até 52%. Pela lei, os genéricos devem custar pelo menos 35% abaixo do medicamento de referência.

Na semana passada, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) derrubou o pedido de uma companhia alemã de aumentar o prazo de comercialização exclusiva de dois medicamentos — Sifrol e Persantin — utilizados no tratamento do mal de parkinson e trombose. "Uma das patentes venceria em 2004 e a outra em 2006 e só agora, depois de anos, foram julgadas", completou o especialista. Uma caixa com 30 comprimidos de Sifrol custa R$ 251 e seu genérico sairia por R$ 163. "Os consumidores deveriam pagar menos desde 2004 e isso só será liberado agora", lamentou Finotte. Já o 50 comprimidos de 100 mmg do Persantin fica em R$ 18,42 atualmente e com o desconto passaria para R$ 11,97.

As fabricantes de marcas internacionais insistem em manter a exclusividade a qualquer custo. A empresa alemã, por exemplo, alegou que o prazo deveria ser equiparado ao período de validade da proteção obtido no país de origem, mesmo não tendo respaldo da lei.

Em meio à luta judicial, o bolso sofre com o peso dos remédios. O preço médio de uma receita médica, segundo dados da Federação Nacional dos Farmacêuticos (Fenafar), é de R$ 140. Os valores movimentados pela indústria farmacêutica mais que triplicaram, saltando de R$ 11 bilhões para cerca de R$ 36,5 bilhões no período.

Expectativa


A lei que instituiu os genéricos completa 12 anos este mês e o desafio agora é ampliar o mercado de genéricos. Outras substâncias já estão na lista dos laboratórios. A Olanzapina, psicotrópico que tem um mercado de R$ 250 milhões por ano, tem versão genérica programada para este ano.

Além disso, 2011 será marcado pela consolidação de produtos importantes que estrearam no mercado no ano passado, como a Valsartana, um dos anti-hipertensivos mais comercializados no país, com mercado que supera os 400 milhões de reais anuais. Essas drogas dinamizam o mercado de genéricos que, por sua vez, ampliam o consumo da substancia em até seis vezes. É o caso do Sildenafil (Viagra), para tratamento de disfunção erétil, e da Atorvastatina (Liptor), para o controle do colesterol, em 2010.

Marcello da Silva Batista

Correspondente da CBS foi estuprada na praça Tahrir, no Egito

A correspondente da emissora americana de TV CBS que cobria a revolução no Egito, Lara Logan, 39, foi agredida e estuprada por um grupo de mais de 200 pessoas em meio à Praça Tahrir, no centro do Cairo, informou nesta terça-feira a própria rede.

"A jornalista da CBS estava cobrindo as celebrações na praça Tahrir para o programa '60 minutes' quando ela e sua equipe foram cercados por um elemento perigoso dentro da comemoração. Era uma multidão de mais de 200 pessoas tomada por frenesi", diz o comunicado.

O documento diz ainda que com a pressão dos manifestantes ao seu redor, a jornalista foi separada da equipe, e após "cercada", quando "sofreu uma agressão sexual contínua e brutal além de espancamento antes de ter sido salva por um grupo de mulheres e cerca de 20 soldados egípcios", diz a nota.

Após o estupro, a jornalista conseguiu reencontrar a equipe americana.

Experiente, a repórter cobriu as invasões dos EUA ao Afeganistão e ao Iraque e começou a trabalhar para a CBS em 2002.

Fonte: UOL

Marcello da Silva Batista

Passaporte com chip passa a ser emitido em todo o Brasil

O novo passaporte com chip, também conhecido como E-Passaporte, já está sendo emitido em todo o País, desde a última sexta-feira, segundo informações da Polícia Federal. A emissão do novo modelo não invalida os anteriores ainda vigentes.

O documento de viagem eletrônico vai proporcionar mais agilidade, praticidade e conforto aos seus portadores. A tecnologia empregada permitirá a sua utilização, no futuro, em portais automatizados de controle migratório.

Quem possuir o passaporte no modelo anterior (sem chip), e o documento ainda estiver dentro do prazo de validade, não precisa se preocupar em requerer novo documento, pois o modelo sem chip continuará sendo aceito. A substituição acontecerá gradativamente, na medida em que os passaportes expirarem seu prazo de validade.

Além do dispositivo eletrônico de gravação de dados (chip), o novo documento eletrônico conta com outros dispositivos de segurança como a marca d'água, fundo invisível, fio de segurança, fio de costura composta por três fios de alta qualidade e tinta opticamente variável.

O projeto piloto de emissão do novo passaporte começou em dezembro do ano passado, nas cidades de Brasília e Goiânia.

Fonte: Estadão

Marcello da Silva Batista

Operação Feira Legal encerra com apreensão de R$ 1 milhão em produtos

A Operação Feira Legal, realizada na manhã desta terça-feira (15/2) pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) e Receita Federal encerrou com um balanço preliminar de R$ 1 milhão em produtos apreendidos na Feira dos Importados.Os 100 agentes que participaram da ação interditaram 18 bancas e apreenderam as mercadorias, a maior parte de notebooks. Os comerciantes têm até 48 horas para comprovarem a origem dos produtos. Caso contrário, serão autuados por sonegação fiscal e descaminho, além de ter a mercadoria retida.

Fonte: Correio Braziliense

Polícia Federal prende o subcomandante geral da PMGO e mais 18 policiais

A Polícia Federal já cumpriu os 19 mandados de prisão preventiva expedidos na Operação Sexto Mandamento, desencadeada na manhã desta terça-feira (15/2). Todos os presos são policiais militares. Entre eles estão o subcomandante geral da PM goiana, coronel Carlos Cézar Macário, um tenente-coronel, um major, dois capitães, um tenente, dois subtenentes, um sargento e quatro cabos. Há ainda seis oficiais lotados no interior, que serão transferidos ainda nesta tarde para a capital do estado. Os detidos são suspeitos de integrar um grupo de extermínio que agia principalmente na região do Entorno do Distrito Federal.

Entre os investigados, estão o ex-secretário de Segurança Pública de Goiás Ernesto Roller e o ex-secretário da Fazenda estadual Jorcelino Braga, ambos na condição de suspeitos pela prática de tráfico de influência que resultaram nas promoções de patentes de integrantes da organização criminosa.

Roller é o atual procurador-geral de Goiânia. Candidato a vice-governador de Goiás na última eleição pela chapa de Wanderlan (PP). Segundo apuração do Ministério Público goiano (MPGO), responsável por uma série de investigações contra o bando de matadores, Roller teria protegido os PMs investigados, promovendo-os após serem denunciados à Justiça por suposto envolvimento nas mortes de inocentes.

Deputado estadual até o ano passado — como concorreu a vice-governador não pôde disputar a reeleição para a Assembleia Legislativa goiana —, Roller tinha como base eleitoral Formosa, sua terra natal, onde está baseado o 16º Batalhão da PMGO, responsável pela maioria das execuções, segundo as investigações.

Execuções
Além do sequestro e da execução de um fazendeiro e de quatro moradores de Flores de Goiás e Alvorada do Norte, um grupo de oito policiais militares do 16º Batalhão, liderado pelo major Ricardo Rocha Batista, é investigado por matar 15 pessoas em menos de dois anos em Formosa. O major foi um dos primeiros a serem presos pela PF na manhã de hoje, segundo fontes do MPGO.

As vítimas do bando liderado por Ricardo Rocha eram jovens, quase todos viciados em algum tipo de droga. Todos morreram com tiros à queima-roupa, ao menos uma bala na nuca, sem demonstrar reação, de acordo com laudos cadavéricos revelados pelo Correio Braziliense em série de reportagens publicadas desde maio de 2009.

Mesmo indiciado pela Corregedoria da corporação, respondendo a inquéritos por homicídio e com a candidatura impugnada pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE), o oficial disputou vaga na Assembleia Legislativa de Goiás, mas acabou perdendo nas urnas.

O major e os outros sete PMs foram afastados do trabalho no começo de março último, logo após denúncia da Comissão de Direitos Humanos (CDH) da Assembleia Legislativa de Goiás. Duas semanas depois, três soldados e um sargento da mesma unidade foram presos sob acusação de envolvimento em crime de pistolagem.

Eles seriam os autores do sequestro do fazendeiro José Eduardo Ferreira, 56 anos, assassinado um ano antes. A morte teria sido encomendada por outro produtor rural, com quem a vítima havia brigado por disputa de terras, segundo investigação da Polícia Civil goiana."Não matarás"
Batizada de Sexto Mandamento – em referência ao decálogo bíblico, cujo sexto mandamento é "não matarás" –, a operação para prender PMs e autoridades goianas foi desencadeada pela Superintendência da PF em Goiás na manhã de hoje e envolve 131 policiais federais e 12 oficiais da Polícia Militar de Goiás.

Entre as vítimas da quadrilha formada por policiais militares de diversas patentes e alvo da operação realizada neste momento, de acordo com a PF, estariam crianças, adolescentes e mulheres sem qualquer envolvimento com a prática de crimes. O grupo de extermínio é investigado por federais baseados em Goiás há cerca de um ano.

Segundo as investigações, "a organização criminosa tinha como principal atividade a prática habitual de homicídios com a simulação de que os crimes haviam sido praticados em confrontos com as vítimas. Alguns dos crimes foram praticados durante o horário de serviço e com uso de carros da Polícia Militar, de maneira clandestina e sem qualquer motivação".

Em nota, a PF afirma que "restou evidenciado na investigação que, nos últimos 10 anos, os integrantes da organização criminosa começaram a fortalecer a sua atuação nos municípios de Formosa, Rio Verde, Acreúna, Alvorada do Norte, bem como Goiânia. Assim, onde se instalavam em decorrência de remoções às diferentes unidades da PM/GO, o número de vítimas de homicídios em supostos confrontos com aquela Corporação aumentavam consideravelmente."

Dos 19 mandados de prisão contra PMs, 13 devem ser cumpridos na capital do estado. O restante, no interior goiano. operação conta ainda com a participação da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, do Ministério Público de Goiás, do Poder Judiciário de Goiás, da Secretaria de Segurança Pública de Goiás, além dos comandos da Polícia Militar e da Polícia Civil de Goiás.

Os presos devem responder pelos crimes de homicídio qualificado em atividades típicas de grupo de extermínio, formação de quadrilha, tortura qualificada, tráfico de influência, falso testemunho e ocultação de cadáver.

Denuncie
A Polícia Federal e a Secretaria de Segurança Pública de Goiás iniciarão as buscas às pessoas desaparecidas após abordagens policiais e criou um canal de denúncia com o endereço denuncia.srgo@dpf.gov.br, por meio do qual a população poderá encaminhar informações para auxiliar a atividade policial de busca, bem como outras informações sobre crimes não esclarecidos. As identidades dos denunciantes serão preservadas.

Fonte: Correio Brasiliense

Reajuste maior do salário mínimo pressiona inflação, diz Mantega

O ministro Guido Mantega (Fazenda) disse nesta terça-feira que o descumprimento do acordo que prevê o reajuste do salário mínimo para R$ 545 pode sinalizar que novos acordos serão descumpridos e que haverá um descontrole nas despesas do governo.

Durante reunião da comissão geral da Câmera dos Deputados para discutir o aumento do mínimo, o ministro afirmou que o reajuste acima desse patamar pode levar a um aumento de um conjunto de despesas e pressionar a inflação. "É muito ruim para todos que a gente descumpra o acordo. Significa que outros acordos podem não ser cumpridos", afirmou.

De acordo com as contas do governo, cada real de aumento no salário mínimo tem um impacto nas contas públicas de R$ 300 milhões, o que significa que um salário de R$ 600 levaria a um crescimento das despesas de R$ 16,5 bilhões.

"Não temos condições do ponto de vista fiscal de aumentar a despesa", afirmou.

A proposta do governo é que o reajuste com base na inflação do ano anterior e no PIB (Produto Interno Bruto) de dois anos antes seja mantido até 2015.

"É importante a implantação de uma política de longo prazo. O que estamos propondo é a garantia de que o salário mínimo terá uma correção todo ano", afirmou.

O ministro lembrou que, em 2009, mesmo com a queda na arrecadação, o governo manteve o reajuste acordado.

"É justamente no ano de crise que o trabalhador mais precisa do respaldo de um salário maior", completou.

PROJETO DE LEI

A presidente Dilma Rousseff encaminhou na semana passada ao Congresso Nacional o projeto de lei que define o novo piso salarial. O governo já havia anunciado que, no documento, o valor é de R$ 545.

Três emendas devem ser apresentadas durante o debate sobre o assunto: uma de R$ 600, dos tucanos, uma de R$ 580, das centrais, e a de R$ 560 --que seria fruto de um acordo entre partidos da oposição e setores do governo, como PDT e PV.

De forma a "furar a fila" de dez MPs (medidas provisórias) que trancam a pauta da Câmara, foi inserido no projeto de lei um artigo, sem qualquer relação com o mínimo, que "disciplina a representação fiscal para fins penais nos casos em que houve parcelamento de crédito tributário".

Por se tratar de matéria tributária, o projeto ganha prioridade sobre as medidas provisórias.

O projeto levado ao Congresso engloba a política de valorização de "longo prazo" do salário.

O mínimo será votado amanhã pelo Congresso.

Fonte: UOL

Marcello da Silva Batista

Petrobras informa descoberta no pré-sal da bacia de Santos

A Petrobras informou nesta terça-feira nova descoberta de petróleo de boa qualidade no pré-sal da bacia de Santos, que ocorreu após perfuração do poço 4-BRSA-818 (4-RJS-668).

"Informalmente denominado 'Macunaíma', o poço está localizado em águas onde a profundidade é de 2.134 metros, na área de avaliação do poço pioneiro 1-RJS -617D (Parati) e a 244 km da costa do Estado do Rio de Janeiro", declarou em comunicado

Segundo a empresa, a descoberta foi comprovada por meio de amostragem de petróleo em teste nos reservatórios localizados em profundidade de cerca de 5.680 metros.

A Petrobras informou que continuará com atividades na região para determinar o tamanho da jazida.

Fonte: Uol

Marcello da Silva Batista

Secretário de Segurança do RJ nomeia Marta Rocha como nova chefe da Polícia

A delegada Marta Rocha é a nova chefe de Polícia Civil do Rio, em substituição ao delegado Allan Turnowski, que deixou o cargo hoje (15) pela manhã, após uma crise interna na instituição.

A saída de Turnowski foi provocada pelos fatos mostrados com a Operação Guilhotina, desencadeada pela Polícia Federal, com a finalidade de prender policiais civis e militares envolvidos com corrupção, tráfico de drogas e ligação com grupos de milicianos.Marta Rocha foi escolhida depois de quase cinco horas de reunião na Secretaria de Segurança Pública. Atualmente, ela coordena as delegacias especializadas da Mulher no estado. A delegada foi corregedora da Polícia Civil.

O secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, vai anunciar ainda esta noite, em entrevista coletiva, a indicação do nome de Marta Rocha.

Mais cedo, em São Paulo, onde participava de uma solenidade, o governador Sérgio Cabral agradeceu a colaboração de Turnowski e disse que Beltrame tinha total autonomia e seu aval para escolher o próximo chefe da Polícia Civil.

Fonte: Correio Braziliense

Marcello da Silva Batista

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Marinha inicia retirada dos blindados que deram apoio à ocupação

Rio de Janeiro – Devido ao sucesso de ocupação das nove comunidades do Complexo do São Carlos pelas forças de segurança do estado - com apoio das tropas federais - a Marinha do Brasil está retirando os 17 blindados que deram apoio logístico e de transporte ao Batalhão de Operações Especiais (Bope) e Batalhão de Choque da Polícia Militar na retomada do território à população e a expulsão dos traficantes das favelas.

O Comando de Força da Esquadra, do Corpo de Fuzileiros Navais, retorna para o quartel, no início da Rodovia Rio-Petrópolis, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.

Se houver necessidade os blindados da Marinha podem ser acionados pelas forças de segurança do estado para dar apoio logístico e de transporte às tropas da Polícia Militar.

Marcello da Silva Batista

Primeiro apagão do governo Dilma deixa 46 milhões sem luz no Nordeste

Brasileiros de oito Estados do Nordeste enfrentaram transtornos na madrugada de ontem por causa de uma falha no sistema de transmissão de energia, que deixou 46 milhões sem luz. A interrupção no fornecimento começou por volta de 0h30 e provocou caos em serviços públicos e hospitais, além de paralisar as atividades do principal polo petroquímico do País, na Bahia. O governo ainda não sabe as causas do apagão.

Ex-ministra de Minas e Energia, a presidente Dilma Rousseff determinou às autoridades do setor que tomem providências imediatas para descobrir as causas e evitar a repetição do problema. Avaliações preliminares apontam para uma falha no sistema de proteção da subestação Luiz Gonzaga, operada pela Chesf, em Pernambuco.

Segundo a Chesf, à 0h08 de ontem um equipamento chamado cartela desligou uma das linhas de transmissão que ligam a subestação Luiz Gonzaga ao município de Sobradinho (BA). Às 0h21, outras cinco linhas no mesmo trajeto também foram desligadas, provocando um efeito cascata que interrompeu o suprimento de toda a Região Nordeste, com a exceção do Maranhão.

Na segunda-feira, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) se reúne com a Chesf para discutir as causas do incidente. O objetivo é descobrir por que o equipamento foi acionado, desligando a primeira linha. A hipótese de falha humana está praticamente descartada. E não havia chuvas ou raios na região.

A Chesf informou que o suprimento começou a ser restabelecido às 1h10 da manhã, primeiro em Fortaleza. Natal foi a capital que ficou mais tempo no escuro: a energia só foi religada a partir das 4h10. Às 4h37, diz a empresa, todos os consumidores já recebiam eletricidade. Ao todo, 8 mil megawatts (MW) de carga foram desligados durante a noite.

"Foi um evento considerado raro", afirmou o superintendente de operação da Chesf, João Henrique Franklin, em nota. O governo evitou usar o termo "apagão" para definir o incidente. O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, preferiu a expressão "interrupção temporária de energia". Para a presidente da República, a palavra apagão denota falta de capacidade de gerar energia, como ocorreu durante o racionamento de 2001.

Consumo. Agora, não há falta de água nos reservatórios como em 2001, mas especialistas alegam que falta investimento em modernização e manutenção do sistema de transmissão, principalmente diante do crescimento do consumo nos últimos anos - segundo a Empresa de Pesquisa Energética, a Região Nordeste teve o maior crescimento de consumo entre as regiões brasileiras em 2010, de 8,8%, ante uma média nacional de 7,8%.

Em novembro de 2009, a queda de linhas de transmissão que transportam a energia de Itaipu deixou 18 Estados sem luz. Na época, o governo atribuiu a questão ao mau tempo, mas determinou que Furnas trocasse equipamentos de proteção antigos, que teriam contribuído para aumentar a dimensão do problema.

O ONS alegou que não teria como evitar o efeito cascata no Nordeste após a queda das cinco linhas de transmissão, que transportam energia de grandes hidrelétricas da região. Segundo o ONS, os sistemas de proteção desligaram outras linhas por causa da grande oscilação de tensão na rede local. A avaliação é que o sistema de isolamento funcionou corretamente, ao evitar interrupções de energia em outras regiões.

Negociação sobre mínimo emperra e centrais já comparam Lula e Dilma

A insistência do governo federal em manter para 2011 a política de reajuste do salário mínimo que leva em conta a inflação e o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos anteriores inviabiliza um acordo com as centrais sindicais. Após três horas de reunião com os ministros Guido Mantega (Fazenda), Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) e Carlos Lupi (Trabalho), ontem em São Paulo, sindicalistas reagiram com indignação, fizeram comparações entre Dilma e o ex-presidente Lula e prometem fazer mobilizações nacionais contra o valor do mínimo.

A tendência é que o Executivo envie ao Congresso medida provisória fixando o mínimo em R$ 545 e aguarde o desdobramento das negociações com parlamentares. A oposição já anunciou que votará por um valor maior. Nos bastidores do Planalto, já se admite um mínimo de R$ 550 e alguma correção da tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF). A correção, porém, só deverá ser levada à mesa quando o mínimo estiver prestes a ser votado no Congresso.

"Estamos incomodados com o início do governo Dilma. É uma tentativa do mercado de mandar em tudo e não vamos concordar com isso", disse o presidente da Força Sindical, deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho. "Essa reunião foi frustrante", resumiu. O sindicalista afirmou que Lula inaugurou uma política de valorização dos mais pobres e "sempre interveio em favor dos trabalhadores".

O presidente da União-Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah, endossou o discurso de Paulinho. "Estamos um pouco surpresos. Ela (Dilma) não nos atendeu ainda e engessou as negociações. Isso está dificultando muito", reclamou.

Já o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique da Silva, destacou que os sindicalistas não vão abrir mão do aumento real do salário mínimo e da correção da tabela do IR. "Queremos a continuidade do que foi feito no governo Lula", afirmou.

Para dificultar ainda mais a negociação, as centrais resolveram atrelar a discussão do mínimo a outros dois itens: "Só vamos aceitar um acordo com o governo com três condições: aumento do salário mínimo, do valor das aposentadorias e também a correção da tabela do imposto de renda", afirmou Paulinho.

Defesa. Os ministros Mantega e Carvalho negaram que a proposta do governo Dilma Rousseff seja distinta da adotada por Lula. Segundo eles, está sendo aplicado o mesmo acordo feito pelo ex-presidente com as centrais em 2007, que definiu o reajuste salarial a partir da inflação e do resultado do PIB.

"Não é verdade que haja uma ruptura", disse Carvalho. As centrais têm dificuldade em manter o acordo pelo fato de o PIB de 2009, com a crise internacional, ter sido 0,6% negativo." O governo havia cogitado antecipar parte do reajuste que seria aplicado em 2012, mas a ideia foi abandonada. "Eles querem uma exceção para 2011. Aí fica uma negociação aleatória", explicou Guido Mantega.

O ministro da Fazenda ressaltou que é importante para o governo manter a regra em vigor. "Gostaríamos de dar um aumento maior, mas isso fere o acordo." Mantega também lembrou que o governo enfrenta um ano de dificuldades orçamentárias e de contenção de gastos.

"Com esse acordo, os ganhos do salário mínimo para 2012 já estão assegurados e serão expressivos", afirmou o ministro. Para o próximo ano, o mínimo deve subir 12,5%, levando-se em consideração estimativas do Ministério da Fazenda. A pasta prevê crescimento do PIB de 7,5% em 2010 e inflação oficial de 5% em 2011. Com base nesses cálculos o mínimo subiria para R$ 613,00 em 2012.

"Não há razão para mudar o acordo", insistiu Gilberto Carvalho. Segundo ele, "não havendo acordo" o governo enviará ao Congresso a proposta de reajuste considerando a regra aplicada a partir de 2007. "Seguiremos tentando convencer as centrais e não cansaremos do diálogo", ressaltou Carvalho.

Calado. O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, que participou do encontro com os sindicalistas e é do mesmo partido de Paulinho, não estava presente na entrevista coletiva concedida ao final da reunião. Segundo Carvalho, Lupi tinha outro compromisso, mas concorda com a proposta do governo. "Quando está no governo, você não defende uma posição pessoal e sim uma posição do conjunto." / RICARDO LEOPOLDO e DAIENE CARDOSO, DA AGÊNCIA ESTADO

Fonte: Agência Estado

Criado em um abrigo, brasiliense descobre que tem um irmão na Itália

Tudo que André Luiz dos Santos, 29 anos, tem na vida cabe em um pequeno cômodo alugado, no Recanto das Emas. Ali estão a cama de solteiro, televisão, cinco panelas, fogão, computador, guarda-roupas e uma geladeira, além das compras do mês. A solidão está impregnada no ar. A principal companhia do jovem é o notebook compacto, branco, no qual ele observa fotos, enquanto pensa na família que não teve.

A mãe de André Luiz perdeu a guarda do filho, em 1982, quando ele tinha menos de um ano de idade. A criança cresceu no abrigo Nosso Lar, no Núcleo Bandeirante. Até alguns anos atrás, André não se lembrava, mas não chegou sozinho à casa para crianças em situação de risco. A seu lado estava o irmão Wellington Francisco, dois anos mais velho.

Os dois foram tomados da mãe por uma assistente social, pois ela não tinha condições financeiras ou psicológicas de criá-los. Quando chegou ao abrigo, André, que tinha um ano, pesava 5kg e apresentava sinais de desnutrição. Hoje, é a foto de Wellington, o irmão desconhecido, que ele observa na tela do computador. A história é complicada. Wellington foi adotado, pouco depois de completar 3 anos, por uma família de italianos. André não teve a mesma sorte e ficou no abrigo.

Por conta da pouca idade, André cresceu sem se lembrar do irmão. Carregava a certeza de que era sozinho no mundo. Apesar de ganhar carinho e atenção no abrigo, faltava a intimidade do colo de mãe. Nos aniversários, as comemorações eram coletivas. A cada três meses, reuniam-se os aniversariantes e cantava-se parabéns, com direito a presente. A impessoalidade dessas ocasiões, porém, sempre incomodou o menino.

O pai, ele nunca conheceu. Nem pensava no assunto. Ainda hoje, fala pouco sobre o homem que ajudou a gerá-lo. A mãe apareceu algumas vezes no abrigo. Quando André tinha 8 anos, ela tentou levá-lo de volta para casa. A criança agarrou-se ao portão do Nosso Lar. Recusou-se a deixar o local que chamava de casa ao lado de uma desconhecida. Teve a vontade respeitada.

Descoberta
André só deixou o abrigo quando completou a maioridade. Anos depois, a mãe, em uma das visitas esporádicas, comentou sobre o irmão de André. “Na hora, eu fiquei atordoado. Não lembrava da existência desse irmão. Separaram a gente muito pequeno. Hoje, sou totalmente contra separar irmãos que vão para abrigos. É uma crueldade.” Durante toda a vida, o rapaz se sentia mal quando alguém falava sobre a própria família. “Todo mundo tinha irmão, pai, mãe… E eu? O que eu tinha? Eu só me perguntava: ‘Cadê a minha família, meu Deus?’”, lembrou, sem conseguir conter as lágrimas.

Saber que tinha um irmão foi como se encontrar, caber um pouco mais no mundo. André, que à época trabalhava como auxiliar administrativo no Nosso Lar, desarquivou os documentos dele e de Wellington. Conseguiu o número do processo sobre a ida ao abrigo, que era o mesmo para os dois meninos. André começou uma peregrinação: “Eu ficava imaginando que ele podia ser meu vizinho, alguém muito próximo. Não conseguia parar de especular”.

O primeiro local visitado foi a Vara da Infância. Lá ele teve acesso aos documentos da adoção do irmão. Soube que Wellington havia sido levado para a Itália por um casal formado por um operário e uma comerciante. Os dados da família estrangeira estavam ali. André, mais do que rápido, anotou o endereço e o telefone — fornecidos à Justiça brasileira há quase 30 anos — em um pedaço de papel. Saiu sem saber o que faria com as informações. Não tinha, como ainda não tem o dinheiro necessário para chegar à Itália. O lugar mais distante de Brasília que já visitou foi Porto Seguro (BA).

André teve a ideia de mandar um e-mail para a embaixada do Brasil na Itália. Explicou toda a situação e enviou os nomes dos pais adotivos do irmão — que passou a se chamar Wellington Francesco Lorenzeti —, endereço, na província de Perugia, e telefone. Por sorte, os dados para localização permaneceram os mesmos.

“Eu não acreditei quando vi a resposta da embaixada. Eles localizaram meu irmão. Me passaram o e-mail dele. Mandei uma mensagem emocionada, com ajuda do tradutor que tem no Google”, relatou André. Por conta da ferramenta de tradução, o texto saiu um pouco confuso. Mesmo assim, Wellington, após semanas, respondeu. “Ele disse que ficou surpreso com tudo isso. Já sabia que era adotado, mas não lembrava também que tinha um irmão.”

Em seguida, André localizou o irmão no Facebook, página da internet usada para compartilhar informações pessoais ou profissionais. Encontrou fotos de Wellington ao lado da mulher e do filho. “Eu tenho até um sobrinho”, comemorou. André salvou as fotos no computador, para não correr o risco de perder o único contato que teve de parte de sua família. Ele criou também um blog para contar essa história e mobilizar pessoas dispostas a ajudá-lo, o www.andreeseussonhos.blogspot.com.

Wellington passou um número de celular para o irmão. Mas falta coragem para ligar. “Eu não falo italiano, vou dizer o quê?”, pergunta-se. André enviou uma carta, com a ajuda de uma tradutora do Banco do Brasil, para o irmão. A resposta ainda não veio. Enquanto isso, André descobre um pouco mais sobre Wellington. “Ele parece um pouco comigo. É batalhador, como eu. É ourives. Não desiste das coisas. Tem uma personalidade forte. Mesmo sem conhecê-lo, me identifico com ele.”

Depois de sair do abrigo, André trabalhou em vários locais. Há dois meses, deixou o emprego no Nosso Lar. “Eu cresci lá dentro. Apesar de ser muito grato, precisava tentar outras coisas, para crescer e me descobrir fora de lá.” Agora, distribui currículos e está em busca de emprego. Há um ano, ele economiza cada centavo para viajar à Itália e conhecer o irmão.

Família
A mãe biológica dos dois rapazes, Maria Francisca, hoje aos 54 anos, vive em Jaciara (GO). Nunca comentou sobre o pai dos garotos. Recentemente, André descobriu que tem outros quatro irmãos. Três, ele já conheceu. Um deles vive em Angical, na Bahia, chama-se Uanderson e tem 20 e poucos anos. “Ninguém consegue encontrá-lo. Meu sonho era reunir todo mundo, chegar à casa da minha mãe, de surpresa, com meu irmão Wellington.”

André garante que não guarda mágoas da mãe. Nos últimos três anos, passou o Natal ao lado dela. Mas sente o pesar de ter crescido sem família. Ainda assim, não se arrepende de não ter ido embora com ela. “Eu não teria estudado até o segundo grau, como estudei, graças ao Nosso Lar. Estaria como meus irmãos, trabalhando em carvoaria”, contou, com a voz embargada.


O rapaz não consegue deixar de imaginar como teria sido a vida ao lado do irmão e da nova família, na Itália. Certamente, a solidão o consumiria menos. Enquanto não consegue ir ao outro país, André estuda italiano sozinho. Já escolheu a sua palavra preferida no idioma: fratello, que significa irmão. Pretende pronunciá-la acompanhada de um abraço demorado, quando tiver o esperado encontro com a própria história.

Marcello da Silva Batista

Facebook completa sete anos com 600 milhões de usuários

O Facebook comemora hoje sete anos de existência. O site foi criado pelo então estudante Mark Zuckerberg, em 2004, para conectar os colegas de Harvard.Nesse período, a rede social mais bem sucedida da história da web saltou de uma pequena comunidade para quase 600 milhões de usuários – e continua a crescer.

A inserção de aplicativos, de games sociais e a rápida evolução de suas ferramentas sociais fizeram que o Facebook engolisse os concorrentes, como o agora agonizante MySpace.

A historia da criação do site foi parar nos cinemas, por meio do longa “A Rede Social” (2010), adaptação do livro “Milionários por Acaso”, de Ben Mezrich. O longa é um dos favoritos ao Oscar.

Em janeiro deste ano, o site recebeu um aporte de 1,5 bilhão de dólares, o que elevou seu valor de mercado para 50 bilhões de dólares. Em 2010, Zuckerberg foi eleito a personalidade do ano pela revista Time.
Fonte: Exame

Usuários ainda sofrem com informações desencontradas na Fácil

Quem tenta recarregar os cartões do Passe Livre estudantil antes do início das aulas das escolas públicas continua enfrentando a falta de informações nos postos da Fácil. Neste domingo, quem foi até a empresa em Samambaia e no Gama não precisou pegar fila, já que o local amanheceu tranqüilo, mas muitos também não conseguiram inserir os créditos.

É o caso da ajudante de serviços gerais Silvana dos Santos, 34 anos, que foi até a Fácil de Samambaia para recarregar o cartão do filho de 16 anos, mas voltou para casa sem ter o serviço prestado. “Me disseram que a documentação está incompleta, que está faltando o comprovante escolar. Mas meu marido tinha sido informado que esse documento não era necessário, já que essa seria apenas uma recarga emergencial. Para isso precisaria apenas do cartão do Passe Livre e a carteira de identidade”, lamentou. Sem conseguir colocar os créditos para o filho, ela voltou para casa desesperada. “Eu não tenho como voltar aqui durante a semana, trabalho das 8h à 18h. Meu filho terá que vir sozinho resolver isso”.

Documentação confusa

Silvana não é a única a passar por essa situação. A confusão em relação aos documentos solicitados para fazer a recarga atinge boa parte dos usuários. Para efetuar apenas a recarga é preciso levar três documentos. O comprovante escolar, o cartão do Passe Livre e a carteira de identidade original. Já para quem deseja um novo cartão, serviço que só começa a funcionar nesta segunda-feira (7/2), a lista é um pouco maior. É preciso ter em mãos o comprovante de matrícula, o comprovante de residência, cópia da identidade e do CPF, duas fotos 3x4 recentes, além do termo de compromisso legal preenchido, que pode ser retirado pelo site ou então em um dos postos da Fácil.

Neste domingo cinco postos da Fácil estão abertos para atender a demanda da população, em Sobradinho, Setor Comercial Sul, Gama, Samambaia e Taguatinga. Eles vão funcionar até 18h. Vale lembrar que o serviço só está disponível para a recarga do cartão. Quem deseja um novo cartão, terá que esperar até esta segunda-feira, quando esse atendimento passará a ser feito.

Fonte: Correio Braziliense

Marcello Da Silva Batista

Polícia prende quadrilha especializada em roubo a caixas eletrônicos

Cinco pessoas foram presas suspeitas de integrar uma quadrilha especializada em roubo de caixas eletrônicos. Segundo a Delegacia de Repressão a Roubos, são os mesmo bandidos que na noite desse sábado (5/2) arrombaram dois caixas do banco Santander na Universidade de Brasília (UnB). O grupo formado por Paulo Sergio Barteli, 29, Odinei Mendes, 26, Mauricio Rodrigues da Silva, 24, Renan Michael Pereira dos Santos, 25, e Aloir Gomes Pessoa, 31 anos, estava sendo investigado há nove meses, período em que o bando realizou quinze assaltos a caixas eletrônicos, com um prejuízo que chega a R$ 1 milhão.

A prisão aconteceu poucas horas depois do assalto na UnB. Quando a polícia chegou até a casa de Paulo Sérgio, em Valparaíso II, encontrou os suspeitos fazendo um churrasco em comemoração ao sucesso do assalto. Todos foram presos e levados para a Delegacia de Repressão ao Roubo. Com eles foram apreendidas as ferramentas utilizadas no crime, como maçarico e pé-de-cabra, além de carros usados nos roubos e telefones celulares. A polícia também encontrou R$ 80 mil, provavelmente fruto do assalto.

Suspeito foragido

Um sexto suspeito ainda está foragido. É um taxista que dava o suporte de material para a quadrilha. Ele levava o equipamento usado pelos bandidos até o local do crime.

“Eles já tinham habilidade nesse tipo de roubo, primeiro sondavam o banco, davam preferência a agências em locais desertos e quando entravam para roubar, colocavam uma lona preta no vidro, para ninguém ver o assalto. Enquanto um roubava, outros seguravam a lona e outros vigiavam”, conta o delegado responsável pela operação, Érito Cunha.

A polícia do Distrito Federal chegou até o grupo depois de cruzar informações com investigações feitas pela Polícia Federal. A suspeita é de que outras pessoas ligadas ao grupo atuem no Nordeste. Dos cinco homens presos apenas dois são do DF, Paulo Sérgio, e o taxista que está foragida. Os demais integrantes da quadrilha vieram de Santa Catarina.

Fonte: Correio Braziliense

Marcello da Silva Batista

Cidades atingidas pela chuva em MG receberão R$ 70 milhões

SÃO PAULO - O governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia, e o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, anunciaram na quinta-feira que o Estado irá receber R$ 70 milhões para o atendimento emergencial aos municípios atingidos pela chuva. Do total, R$ 50 milhões serão repassados pelo governo federal e R$ 20 milhões pelo governo estadual.

Inicialmente serão atendidos 52 municípios que já tiveram o decreto de situação de emergência homologado pela Defesa Civil de Minas Gerais, que analisa o relatório da prefeitura e aprova as informações. Ao todo, 116 cidades já decretaram situação de emergência por causa das chuvas desde outubro. De acordo com o último boletim divulgado pela Defesa Civil, são 161 os municípios afetados.

Os recursos aprovados já foram liberados para a Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas (Setop) e serão aplicados na recuperação da infraestrutura, como vias públicas, estradas, pontes e casas, segundo a assessoria do governo de Minas. Além dos recursos destinados a recuperação das cidades, parte da verba será repassada para a construção de casas para as famílias atingidas pelas chuvas.

Ainda segundo o balanço da Defesa Civil, em todo o Estado, 1.381.875 pessoas foram afetadas de alguma maneira pelos temporais, que deixaram 21.180 desalojados, que estão na casa de parentes ou amigos, e 3.493 desabrigados, que perderam tudo e ocupam abrigos públicos. Apenas em janeiro, 63 cidades decretaram situação de emergência. Ainda não há nenhum município do Estado que tenha registrado situação de calamidade pública.


Falta de segurança é um dos grandes problemas de Planaltina de Goiás

Noite de 10 de novembro de 2009. O evangélico Edilson Timóteo da Silva, 29 anos, cumpria horário como guarda municipal em uma escola pública de Planaltina de Goiás, quando três homens invadiram o local para roubar 10 computadores e uma televisão. O pátio estava vazio, as portas, trancadas, e o solitário vigia contava apenas com um cassetete para se defender. Amarrado e sem a chave da sala dos equipamentos, os assaltantes ameaçaram levar a moto de Edilson, que reconheceu dois criminosos — um deles tem 20 anos, várias passagens pela polícia e é ex-servidor do município. Receoso com as consequências, o jovem atirou na cabeça de Edilson. Três dias depois e a um mês de seu casamento, o homem morreu no Hospital de Base do Distrito Federal. O responsável por apertar o gatilho e o comparsa foram presos. O terceiro envolvido está foragido.

O presídio do município, localizado ao lado de uma escola municipal Caic, tem 150 das 200 vagas ocupadas. De vez em quando, um criminoso foge e ameaça a integridade física dos vizinhos. A Polícia Civil conta com cinco viaturas e 20 agentes em esquema de plantão 24 horas para manter Planaltina de Goiás, Água Fria (GO) e São Gabriel (GO) em paz. Segundo o delegado do Ciops do município, Fernando Alves Barbosa, cerca de 15 ocorrências são registradas na cidade diariamente. “O problema social gera, como consequência, a violência”, avaliou. A maioria das denúncias se referem a furto e roubo. “Com a abertura da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), aumentou a demanda. As pessoas estão conhecendo os seus direitos”, disse.

Familiares do assassino de Edilson e da vítima moram nas redondezas da escola onde ocorreu o crime. Volta e meia se esbarram pelo bairro. “Não roubaram a moto, nem os computadores. Só levaram a vida dele mesmo”, lamentou o irmão mais velho, Evanildo Timóteo da Silva, 33 anos. “Perdoamos a família dele, que não tem culpa de tudo isso. Mas queremos Justiça. Hoje em dia você é preso e sai logo depois”, criticou outro irmão, Evanduy Timóteo da Silva, 31. A mãe e a ex-noiva de Edilson choram ainda hoje a perda do homem. “Foi uma covardia. Ele saía do serviço e ia para a igreja. Minha mãe está inconformada”, contou o Evanildo. Edilson morava com os pais, em Planaltina de Goiás, e tinha sete irmãos.

Segundo dados do Ciops, 52 furtos foram registrados ao longo do mês de novembro — grande parte a residências. Os pedestres também sofrem com roubos: 29 ocorrências durante o mesmo período. Em terceiro lugar, aparecem ameaças à mulher, baseadas na Lei Maria da Penha e, por último, os homicídios. Em 21 de dezembro, o Correio permaneceu durante uma hora no local e presenciou o registro de uma tentativa de homicídio. Uma mulher tentara matar uma grávida de 4 meses que teria se relacionado com seu marido no passado. Pouco tempo depois, duas crianças de 13 e 11 anos chegaram à carceragem. Elas haviam acompanhado uma mulher durante 20 minutos dentro de um supermercado para roubar dela a bolsa e aproximadamente R$400. Com a cabeça baixa e as mãos para trás, foram levadas até o agente. O mais novo precisou ir ao banheiro vomitar tamanho o nervosismo.

Hospital cheio

A saúde sofre com a falta de investimentos e não acompanhou o crescimento acelerado da cidade ao longo dos últimos 10 anos. Números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram inchaço de 10,7% na população local — passou de 73.718 para 81.612. Segundo a secretária de Saúde do município, Érika Patrícia Marcelina Lacerda da Silva, 62 médicos — inclusive especialistas em diversas áreas — atuam em Planaltina de Goiás. “Mas é complicado conseguir alguém exclusivo para cá. Abrimos concurso, mas ninguém quer. Então, um médico trabalha aqui e em Brasília ao mesmo tempo”, justificou. Além disso, ela criticou a cultura da população de procurar o Hospital Municipal em vez de ir ao posto de saúde mais perto de casa. “Eles não dão valor ao médico da família, querem resolver tudo rápido. Mas assim lota o hospital com a alta demanda”, disse.

Em 22 de dezembro, a porta do Hospital Municipal de Planaltina de Goiás estava cheia. Pessoas procuravam um médico ortopedista, que não trabalha nos postos espalhados pelos bairros da cidade. O vigilante Moacir Mendes da Silva, 62 anos, havia realizado uma peregrinação naquela manhã para encontrar um centro de saúde em boas condições. “Quando tem médico, falta algodão, agulha… Chegamos aqui de manhã e só conseguimos sair à noite. Hoje mesmo, o doutor só chega às 16h30. Está em cirurgia em Brasília. Isso se ele vier. Ontem, nem apareceu”, criticou. Moacir foi atropelado em 7 de setembro e, para conseguir atendimento, foi até Sobradinho e Planaltina. No dia 22, estava acompanhando um familiar e revivendo o sofrimento por que havia passado dias antes. Enquanto ele falava, outras pessoas na fila externavam a indignação.

Outro problema muito comum na cidade é a falta de infraestrutura. Antes do Natal, o asfalto parecia um queijo suíço com tanto buraco. A falta de investimento nas condições básicas de sobrevivência influencia diretamente na segurança da população. O carpinteiro Cícero Pereira da Silva, 59 anos, sente a violência próximo a sua casa. Na rua onde mora não tem asfalto, água encanada e sistema de esgoto. A fraca iluminação abre a brecha para pequenos furtos a residências e assaltos a pedestres. Segundo a Saneamento de Goiás (Saneago), 95% da cidade tem água encanada. Em contrapartida, o índice de atendimento total de esgoto em Planaltina, em 2008, era de 15,22%. “Só Deus nos guarda aqui”, desabafou. “Todos os dias eu saio 5h de casa para trabalhar. É tudo escuro aqui, dá medo”, explicou. Os netos não têm opção de diversão na região. “A gente brinca com o que tem em casa”, disse uma das crianças.

Fonte: Correio Braziliense

Marcello da Silva Batista

William Morais morre ao reagir a um assalto em Belo Horizonte

O meia William Morais, do Corinthians, que estava emprestado ao América-MG, foi morto na madrugada deste domingo, na região da Pampulha, em Belo Horizonte. O jogador, de apenas 19 anos, ao sair de uma festa, teria reagido a um assalto, levado um tiro no tórax e falecido imediatamente.

O corpo do atleta foi levado ao Instituto Médico Legal (IML) para os exames de rotina. A ocorrência foi encaminha à Seccional Noroeste, no bairro Alípio de Melo, na região norte da capital mineira. A diretoria do clube está no local para tomar as medidas necessárias.

William Morais era um dos reforços contratados pela diretoria do América-MG para a disputa do Campeonato Mineiro e, principalmente, do Brasileirão de 2011. O meia atuou na partida de estreia no estadual, diante do Uberaba, em Varginha. Neste fim de semana, o Coelho está de folga na tabela e só voltará a jogar no próximo domingo, contra o Ipatinga, às 17h (de Brasília), na Arena do Jacaré.

Três suspeitos já foram detidos e reconhecidos por uma testemunha. Todos eles já tinham passagens anteriores pela polícia.

Fonte: G1

Marcello da Silva Batista

Primeiro apagão do governo Dilma deixa 46 milhões sem luz no Nordeste

Brasileiros de oito Estados do Nordeste enfrentaram transtornos na madrugada de ontem por causa de uma falha no sistema de transmissão de energia, que deixou 46 milhões sem luz. A interrupção no fornecimento começou por volta de 0h30 e provocou caos em serviços públicos e hospitais, além de paralisar as atividades do principal polo petroquímico do País, na Bahia. O governo ainda não sabe as causas do apagão.

Ex-ministra de Minas e Energia, a presidente Dilma Rousseff determinou às autoridades do setor que tomem providências imediatas para descobrir as causas e evitar a repetição do problema. Avaliações preliminares apontam para uma falha no sistema de proteção da subestação Luiz Gonzaga, operada pela Chesf, em Pernambuco.

Segundo a Chesf, à 0h08 de ontem um equipamento chamado cartela desligou uma das linhas de transmissão que ligam a subestação Luiz Gonzaga ao município de Sobradinho (BA). Às 0h21, outras cinco linhas no mesmo trajeto também foram desligadas, provocando um efeito cascata que interrompeu o suprimento de toda a Região Nordeste, com a exceção do Maranhão.

Na segunda-feira, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) se reúne com a Chesf para discutir as causas do incidente. O objetivo é descobrir por que o equipamento foi acionado, desligando a primeira linha. A hipótese de falha humana está praticamente descartada. E não havia chuvas ou raios na região.

A Chesf informou que o suprimento começou a ser restabelecido às 1h10 da manhã, primeiro em Fortaleza. Natal foi a capital que ficou mais tempo no escuro: a energia só foi religada a partir das 4h10. Às 4h37, diz a empresa, todos os consumidores já recebiam eletricidade. Ao todo, 8 mil megawatts (MW) de carga foram desligados durante a noite.

"Foi um evento considerado raro", afirmou o superintendente de operação da Chesf, João Henrique Franklin, em nota. O governo evitou usar o termo "apagão" para definir o incidente. O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, preferiu a expressão "interrupção temporária de energia". Para a presidente da República, a palavra apagão denota falta de capacidade de gerar energia, como ocorreu durante o racionamento de 2001.

Consumo. Agora, não há falta de água nos reservatórios como em 2001, mas especialistas alegam que falta investimento em modernização e manutenção do sistema de transmissão, principalmente diante do crescimento do consumo nos últimos anos - segundo a Empresa de Pesquisa Energética, a Região Nordeste teve o maior crescimento de consumo entre as regiões brasileiras em 2010, de 8,8%, ante uma média nacional de 7,8%.

Em novembro de 2009, a queda de linhas de transmissão que transportam a energia de Itaipu deixou 18 Estados sem luz. Na época, o governo atribuiu a questão ao mau tempo, mas determinou que Furnas trocasse equipamentos de proteção antigos, que teriam contribuído para aumentar a dimensão do problema.

O ONS alegou que não teria como evitar o efeito cascata no Nordeste após a queda das cinco linhas de transmissão, que transportam energia de grandes hidrelétricas da região. Segundo o ONS, os sistemas de proteção desligaram outras linhas por causa da grande oscilação de tensão na rede local. A avaliação é que o sistema de isolamento funcionou corretamente, ao evitar interrupções de energia em outras regiões. / COLABORARAM TIAGO DÉCIMO, MÔNICA BERNARDES E RENATO ANDRADE

Fonte: Estadão

Marcello da Silva Batista

Negociação sobre mínimo emperra e centrais já comparam Lula e Dilma

A insistência do governo federal em manter para 2011 a política de reajuste do salário mínimo que leva em conta a inflação e o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos anteriores inviabiliza um acordo com as centrais sindicais. Após três horas de reunião com os ministros Guido Mantega (Fazenda), Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) e Carlos Lupi (Trabalho), ontem em São Paulo, sindicalistas reagiram com indignação, fizeram comparações entre Dilma e o ex-presidente Lula e prometem fazer mobilizações nacionais contra o valor do mínimo.

A tendência é que o Executivo envie ao Congresso medida provisória fixando o mínimo em R$ 545 e aguarde o desdobramento das negociações com parlamentares. A oposição já anunciou que votará por um valor maior. Nos bastidores do Planalto, já se admite um mínimo de R$ 550 e alguma correção da tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF). A correção, porém, só deverá ser levada à mesa quando o mínimo estiver prestes a ser votado no Congresso.

"Estamos incomodados com o início do governo Dilma. É uma tentativa do mercado de mandar em tudo e não vamos concordar com isso", disse o presidente da Força Sindical, deputado federal Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho. "Essa reunião foi frustrante", resumiu. O sindicalista afirmou que Lula inaugurou uma política de valorização dos mais pobres e "sempre interveio em favor dos trabalhadores".

O presidente da União-Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah, endossou o discurso de Paulinho. "Estamos um pouco surpresos. Ela (Dilma) não nos atendeu ainda e engessou as negociações. Isso está dificultando muito", reclamou.

Já o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique da Silva, destacou que os sindicalistas não vão abrir mão do aumento real do salário mínimo e da correção da tabela do IR. "Queremos a continuidade do que foi feito no governo Lula", afirmou.

Para dificultar ainda mais a negociação, as centrais resolveram atrelar a discussão do mínimo a outros dois itens: "Só vamos aceitar um acordo com o governo com três condições: aumento do salário mínimo, do valor das aposentadorias e também a correção da tabela do imposto de renda", afirmou Paulinho.

Defesa. Os ministros Mantega e Carvalho negaram que a proposta do governo Dilma Rousseff seja distinta da adotada por Lula. Segundo eles, está sendo aplicado o mesmo acordo feito pelo ex-presidente com as centrais em 2007, que definiu o reajuste salarial a partir da inflação e do resultado do PIB.

"Não é verdade que haja uma ruptura", disse Carvalho. As centrais têm dificuldade em manter o acordo pelo fato de o PIB de 2009, com a crise internacional, ter sido 0,6% negativo." O governo havia cogitado antecipar parte do reajuste que seria aplicado em 2012, mas a ideia foi abandonada. "Eles querem uma exceção para 2011. Aí fica uma negociação aleatória", explicou Guido Mantega.

O ministro da Fazenda ressaltou que é importante para o governo manter a regra em vigor. "Gostaríamos de dar um aumento maior, mas isso fere o acordo." Mantega também lembrou que o governo enfrenta um ano de dificuldades orçamentárias e de contenção de gastos.

"Com esse acordo, os ganhos do salário mínimo para 2012 já estão assegurados e serão expressivos", afirmou o ministro. Para o próximo ano, o mínimo deve subir 12,5%, levando-se em consideração estimativas do Ministério da Fazenda. A pasta prevê crescimento do PIB de 7,5% em 2010 e inflação oficial de 5% em 2011. Com base nesses cálculos o mínimo subiria para R$ 613,00 em 2012.

"Não há razão para mudar o acordo", insistiu Gilberto Carvalho. Segundo ele, "não havendo acordo" o governo enviará ao Congresso a proposta de reajuste considerando a regra aplicada a partir de 2007. "Seguiremos tentando convencer as centrais e não cansaremos do diálogo", ressaltou Carvalho.

Calado. O ministro do Trabalho, Carlos Lupi, que participou do encontro com os sindicalistas e é do mesmo partido de Paulinho, não estava presente na entrevista coletiva concedida ao final da reunião. Segundo Carvalho, Lupi tinha outro compromisso, mas concorda com a proposta do governo. "Quando está no governo, você não defende uma posição pessoal e sim uma posição do conjunto." / RICARDO LEOPOLDO e DAIENE CARDOSO, DA AGÊNCIA ESTADO

Fonte: Estadão

Marcello da Silva Batista

Anderson Silva nocauteia Vitor Belfort e mantém o cinturão no UFC 126

Durou apenas 3min19 aquela que era apontada como a luta do século pela mídia especializada e os fãs do MMA (artes marciais mistas). Com um chute frontal que atravessou furtivamente a guarda de Vitor Belfort, Anderson Silva nocauteou o desafiante e manteve o cinturão dos pesos médios do UFC, na edição de número 126 do evento americano, realizado na madrugada de sábado para domingo no hotel Mandalay Bay, em Las Vegas, Estados Unidos.

O duelo entre o Vitor, um carioca de 33 anos, conhecido como 'O Fenômeno', por ter sido o atleta mais jovem a conquistar o cinturão no UFC, quando tinha apenas 19 anos, e o 'Aranha', de 35 anos, recordista em defesas de títulos (oito) e de vitórias consecutivas no evento (12), havia sido originalmente marcado para abril de 2010, em Abu Dhabi.

Como Belfort não pode se apresentar na data inicial por conta de uma lesão no ombro, a expectativa para o explosivo confronto foi crescendo, assim como a rixa entre os dois. Os brasileiros, que foram amigos, treinaram juntos no passado e há algum tempo cortaram relações, se reencontram após jornadas distintas para uma luta prevista para durar cinco rounds de cinco minutos cada.

Depois de passar pelas categorias pesado e meio-pesado (onde foi campeão), Belfort não lutava desde 2009 e agora retoma a carreira entre os médios. Já o corintiano Anderson vinha de uma vitória incrível sobre o americano Chael Sonnen, quando, em agosto do ano passado, manteve o cinturão após apanhar por cerca de 23 minutos e conseguir reverter a situação nos instantes finais, ao aplicar um golpe de jiu-jítsu conhecido como triângulo. Detalhe: o brasileiro lutou com uma das costelas trincada.

No octágono (o local onde as lutas de MMA são disputadas), a partir do momento em que o árbitro brasileiro Mário Yamasaki iniciou o confronto, Belfort e Silva demoraram 1min28 para trocar o primeiro golpe, um chute na perna do paulista desferido pelo carioca, que tinha o apoio majoritário do público presente.

Depois de mais um longo período sem troca de golpes, quando faltavam 2min18 para o fim, Vitor Belfort conseguiu encaixar uma sequência de gancho de direita e um direto de esquerda no adversário e, em seguida, os dois se embolaram no chão, mas levantaram rapidamente. Recuperado, o "Aranha" parecia aguardar o momento certo para atacar, enquanto procurava confundir seu oponente com gestos e movimentos bruscos.

Quando todos acreditavam que a luta se estenderia por mais alguns rounds, a 1min41 para o fim do primeiro, Anderson Silva acertou um poderoso e surpreendente chute frontal de perna esquerda no queixo do desafiante, que foi já grogue direto ao chão, onde ainda recebeu dois socos na cabeça que liquidaram a fatura.

Depois de manter pela oitava vez o cinturão de campeão, o "Aranha" deixou de lado toda a rivalidade com Belfort ao abraçá-lo e pedir desculpas pelas rusgas.

Vestindo a camisa do Corinthians na entrevista concedida após a luta, além do tradicional agradecimento à família e treinadores, Silva fez uma referência ao ator de filmes de ação Steven Seagal -amigo pessoal e quem, segundo o próprio lutador, teria lhe ensinado o golpe que definiu o combate da noite-, e dedicou também a vitória a Ronaldo, atacante do Timão.

- Ronaldo, estamos juntos e misturados - disse, talvez para lembrar a todos que ele, Anderson Silva, é o verdadeiro fenômeno da história do MMA.

Marcello da Silva Batista

'Eles tinham até metralhadoras', diz moradora de prédio assaltado em SP

Uma moradora do prédio no Morumbi, na Zona Sul de São Paulo, alvo de um arrastão neste domingo (6) disse que os criminosos estavam fortemente armados, portando inclusive metralhadoras.

Cerca de 20 pessoas, segundo a Polícia Militar, invadiram e roubaram apartamentos do edifício de alto padrão localizado na Rua Ambrizette.

Uma moradora que não quis se identificar disse que todos os moradores que saíram do prédio pela manhã foram rendidos pela quadrilha. "Eles estavam fortemente armados, tinham até metralhadoras. Do meu apartamento levaram joias, computador, só minha televisão que não. Eles levaram todo mundo para a garagem", contou.

A moradora Ingrid Christensen, de 41 anos, não teve o apartamento roubado, mas sua filha de 8 anos virou refém dos ladrões quando desceu para passear com o cachorro. "Quando vi que ela estava demorando para voltar, desci. Encontrei só minha cachorra, sozinha e agitada. Então escutei pessoas gritando: 'ela está aqui com a gente'."

Segundo Christensen, os assaltantes estavam "bem à vontade". "Parece que foi uma ação bem planejada. Eles foram direto no zelador. Antes de a minha filha descer, eu não tinha escutado nenhum barulho."

Segundo Celso Cavallini, presidente do Conselho de Segurança (Conseg) do Portal do Morumbi, que abrange a região em que se encontra o edifício, o sistema de segurança do prédio é precário. "Os ladrões entraram pela garagem. Faz tempo que não acontece uma ação desse tipo aqui em prédios do Morumbi." Ele disse que os ladrões entraram em cinco apartamentos, incluindo o do zelador.

A PM não tem a informação do que foi levado dos moradores. Após o arrastão, o grupo conseguiu fugir. Ninguém foi preso. O caso deve ser registrado no 89º DP, no Morumbi.

Fonte: G1

Marcello da Silva Batista

Polícia vai investigar enfermaria irregular no Morro da Mineira

A polícia vai investigar se uma enfermaria irregular, que funcionava no Centro Comunitário do Chuveirinho, no Morro da Mineira, no Catumbi, no Rio, era usada por traficantes. No prédio, na localidade conhecida como Beco do Chuveirinho, uma sala de aula era usada como ambulatório, onde policiais do 41º BPM (Irajá) encontraram instrumentos cirúrgicos, medicamentos e material de primeiros socorros.

Também foi achado um caderno com toda a movimentação do falso ambulatório, receituários e atestados médicos.

De acordo com o coronel PM Aristeu Leonardo, no local policiais também encontraram um alemão, usando jaleco de médico. Segundo ele contou à polícia, ele é paramédico e não teria concluído os estudos de medicina em seu país. O falso médico será entregue à Polícia Federal, já que está com o visto de turista vencido desde 2007.

“A situação dele é toda irregular. Ele não poderia estar clinicando, porque não é médico, e nem trabalhando no país, porque seria turista. Ele contou que é filho de um químico. Agora, vamos investigar se o lugar era usado como enfermaria para cuidar de traficantes feridos ou se ele prestava atendimento médico à comunidade. De qualquer forma, tudo seria ilegal”, enfatizou o coronel.

A polícia ainda não sabe há quanto tempo o local abrigava a enfermaria. Uma outra sala de aula, segundo a polícia, aparentemente era usada como moradia pelo alemão. Lá havia roupas, sapatos, pastas.

O alemão preso será encaminhado à Polícia Federal, que vai checar a real situação do estrangeiro no país. Ele poderá permanecer preso ou ser deportado do país.

Sem fugas
A Polícia Civil do Rio monitorou possíveis rotas de fuga de criminosos das nove comunidades que foram ocupadas durante a megaoperação policial na manhã deste domingo (6). Segundo o chefe do Departamento de Polícia Especializada, Ronaldo Oliveira, comunidades como a Rocinha, na Zona Sul, a Pedreira e Costa Barros, no subúrbio da capital, fizeram parte do monitoramento policial, mas não houve registros de fuga para essas áreas.

“Os delegados das especializadas ficaram mobilizados para esse acompanhamento. Desde as 4h30 da manhã acompanhamos as possíveis rotas e nada foi registrado. Se alguma fuga fosse percebida, tínhamos 250 homens prontos para invadir outras comunidades em busca dos criminosos”, afirmou Oliveira.

Segundo o delegado, sem registros de criminosos nessas áreas, a estrutura criada na na sede da Polícia Civil, no Centro, foi desmontada no final da manhã.

Monitoramento por satélite e helicóptero
O monitoramento aconteceu através de sinais de satélite, da circulação do helicóptero e de patrulhas. “Agora vamos continuar investigando. O importante é tirar esses criminosos do lugar onde vivem, pois isso enfraquece muito eles”, acrescentou Oliveira.

A secretaria pretende instalar três novas Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) beneficiem ainda os 17 bairros do entorno, com uma população de cerca de 520 mil pessoas.

De acordo com a PM, a previsão é que, na segunda-feira (7), o reforço da Marinha seja retirado e 400 homens do Batalhão de Operações Especiais (Bope), Batalhão de Choque e Batalhão Florestal, da Polícia Militar, permaneçam nas favelas ocupadas.

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Aviso de operaçao foi para evitar mortes inocentes, diz Beltrame
"Prefiro que os traficantes saiam (das comunidades) a entrar à custa da vida de um inocente", disse o secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, para justificar o fato de a operação de ocupação das favelas de Catumbi, Estácio, Santa Teresa, no Centro, ter sido amplamente divulgada com quase uma semana de antecedência.

Segundo Beltrame, essa foi a estratégia decidida pelo governador, já que a operação deste domingo (6) tem como principal objetivo a ocupação de territórios antes dominados por traficantes.

"O objetivo é ocupar territórios sem aumentar as estatísticas de bala perdida, de auto de resistência, de homicídio e de ferimentos a qualquer civil", enfatizou Beltrame, em entrevista coletiva depois do término da ocupação.Modelo de operação pode ser levados para outros estados
Em entrevista coletiva no Centro de Controle de Operações montado no Batalhão de Choque, no Centro do Rio, Beltrame disse que as chuvas que assolaram a Região Serrana do Rio no início de janeiro atrasaram a megaoperação. Segundo ele, com todo os batalhões da Polícia Militar e delegacias especializadas da Polícia Civil nas áreas afetadas, só agora foi possível cumprir o plano de ocupação de nove favelas.Para o secretário, a operação, que reuniu várias forças estaduais e federais, a exemplo do que aconteceu no Alemão, em novembro, pode servir de modelo para outros estados do país. "Daqui podemos levar essas ações para outros estados e, quem sabe, diminuir o índice de criminalidade, que não é só o carioca que quer, é todo o Brasil que quer", afirmou.

Beltrame lembrou ainda que esta foi uma operação que exigiu um minucioso planejamento, já que as comunidades ocupadas estão na região do Centro do Rio, "uma área historicamente difícil e complicada para a polícia trabalhar" e que tem ligação direta com a Zona Sul do Rio.

Ocupação de nove morros durou menos de 2 horas
Menos de duas horas depois do início da entrada de policiais em favelas do Centro do Rio, a Polícia Militar anunciou que os nove morros da região já estavam completamente ocupados.

A megaoperação começou por volta das 4h para ocupar nove favelas do Estácio, Catumbi e Santa Teresa, no Centro do Rio. A primeira parte da ação contou com agentes da polícia civil cercando 48 pontos dessas comunidades e, às 6h, homens, em sua maioria da Polícia Militar, começaram a entrar nos morros São Carlos, Zinco, Querosene, Mineira, Coroa, Fallet, Fogueteiro, Escondidinho e Prazeres.

Fonte: G1

Marcello da Silva Batista