Um dos filhos do ditador líbio Muamar Kadafi reconheceu, em entrevista à televisão Al Arabiya, neste sábado, que há "uma vontade interior de mudança" no país. Ele afirmou, porém, que a única saída para a atual crise é um acordo entre governistas e opositores. "Um acordo deve ser alcançado porque as pessoas não têm futuro, ao menos que concordem em conjunto com um novo programa”, afirmou Saif al-Islam Kadafi.
Caso contrário, segundo o filho o ditador, o país poderia mergulhar numa guerra civil. "O que a nação líbia está fazendo abriu as portas para todas as opções, e agora os sinais de uma guerra civil e de intervenção estrangeira tiveram início", afirmou.
Rebeldes - As afirmações foram feitas no momento em que a oposição ganha espaço em diversos pontos do país. De acordo com o site do jornal britânico Financial Times, o governo perdeu o controle de partes de Trípoli neste sábado. As forças de segurança abandonaram o distrito de Tajoura, à medida que a população dos bairros mais pobres de Trípoli desafiam abertamente o poder de Kadafi.
Fathi Tarbul, que é membro do comitê popular que controla a cidade de Benghazi desde 21 de fevereiro e um dos líderes das manifestações populares, foi ainda mais enfático e disse que as forças leais a Kadafi controlam apenas 15% do país. "Kadafi está vivendo os últimos momentos e esperamos o fim de seu regime nos próximos dias", afirmou. O advogado, de 39 anos, já foi preso sete vezes ao longo de sua vida. A última detenção, em 15 de fevereiro, foi o estopim para o levante popular. A sua libertação, um dia depois, não encerrou os protestos.
Diplomacia - Diante da grave crise na Líbia, o Conselho de Segurança (CS) da Organização das Nações Unidas (ONU) voltou a se reunir neste sábado, em Nova York. A entidade considera a imposição de sanções para punir a Líbia pelos ataques violentos contra os manifestantes. As medidas incluiriam embargo de armas, proibição de viagens e também o congelamento dos ativos de Kadafi, seus parentes e membros importantes de seu governo.
O secretário geral da ONU, Ban Ki-Moon, já havia pedido aos membros do Conselho que tomassem medidas concretas e rápidas para proteger os civis na Líbia. A entidade também estuda a possibilidade de a Corte de Crimes Internacionais investigar o regime por crimes contra a humanidade.
(Com agências Reuters e EFE)Marcello da Silva Batista
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