sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Após denúncia, polícia usa câmeras para comprovar maus-tratos em creche de Goiás

A Polícia Civil investiga uma denúncia de que a proprietária de uma creche da cidade de Goiânia teria praticado maus-tratos contra crianças de zero a dois anos que estavam sob seus cuidados. Durante as investigações, a polícia instalou câmeras no estabelecimento para comprovar as agressões.

Segundo a delegada Adriana Sauthier Accorsi, titular da Delegacia de Proteção a Criança e Adolescente de Goiânia, afirmou que as investigações sobre o caso tiveram início há cerca de dois meses, após uma série de denúncias anônimas. Após o início das investigações, uma funcionária da creche também relatou as agressões.

Para comprovar as suspeitas de maus-tratos, a polícia decidiu instalar câmeras escondidas dentro do estabelecimento, o que acabou comprovando o crime, segundo a delegada. "Foi confirmado que ela [a proprietária] praticava tortura. Ela xingava, gritava e batia muito. As crianças tinham medo dela", afirmou ela.

Accorsi afirmou ainda que foram registrados casos em que a mulher obrigava crianças a ficarem sentadas na urina, esfregava mão de crianças em muro e colocava elas trancadas em banheiros no escuro.

A delegada disse também que, com base nas imagens, foi solicitada a prisão da proprietária da creche, mas que a Justiça não acatou o pedido. A suspeita já foi intimada à prestar depoimento, mas, de acordo com Accorsi, ela não compareceu. "Ela enviou apenas o advogado que disse que ela não quer ser filmada".

Uma nova data para que a suspeita seja ouvida ainda não foi marcada. "Agora estamos concentrados em ouvir os pais das crianças", disse a delegada.

Procurado pela reportagem, o advogado da suspeita, Rodrigo Mastrella, afirmou que ela ainda não se apresentou à polícia porque teme por sua integridade física. Ele acrescentou ainda que esteve na creche nos últimos dias para pegar alguns documentos e acabou sendo hostilizado.

Marcello da Silva Batista

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