quarta-feira, 30 de junho de 2010

PF prende 29 por tráfico internacional de animais em três Estados

Pelo menos 29 pessoas já foram presas na manhã desta quarta-feira, 30, durante a Operação São Francisco, da Polícia Federal (PF), deflagrada em três Estados com o objetivo de reprimir o tráfico internacional de animais. Entre os presos estão servidores públicos com cargos em postos de fiscalização e repressão dos próprios crimes investigados. A polícia apreendeu materiais ligados ao tráfico e algumas aves.

Estão sendo cumpridos 32 mandados de prisão e 42 para busca e apreensão, os quais serão cumpridos em residências, empresas e repartições públicas em Curitiba, São José dos Pinhais, Londrina, Maringá e Foz do Iguaçu, no Paraná, Florianópolis, em Santa Catarina, e, no Estado de São Paulo, em Ribeirão Preto, Araraquara, Piracicaba, Campinas, Capivari e na capital paulista.

Também foram decretados pela Justiça o sequestro dos bens de uma empresa e de uma pessoa física, além de mandados de prisão e de busca e apreensão para cumprimento no exterior, com apoio da Interpol.

De acordo com investigação iniciada há oito meses, foram identificados os integrantes da maior quadrilha brasileira de tráfico de animais silvestres, principalmente aves da fauna brasileira que eram vendidas no exterior - onde alcançam preços exorbitantes - bem como importadas ilegalmente, para venda no mercado clandestino interno.

Os animais encontrados vivos em cativeiro serão apreendidos pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e encaminhados para um centro de triagem de animais. Havendo viabilidade técnica, serão devolvidos para seus países de origem os animais trazidos ilegalmente e repatriados os exemplares levados clandestinamente do Brasil.

Jovem invade faculdade no Paraná e agride aluno por ciúmes

Um rapaz de 24 anos, armado com um revólver calibre 38, invadiu a Faculdade Uningá, em Maringá, no noroeste do Paraná, na noite de segunda-feira, e fez cinco disparos em direção a um aluno do curso de Fisioterapia, de 27 anos. O estudante não foi atingido pelos tiros, mas teve cortes na cabeça por ter sido golpeado com a coronha do revólver.

O agressor tentou sair levando a ex-namorada, também estudante do mesmo curso, como refém, mas, durante briga com um segurança e alunos que se aglomeraram no corredor, ela se desvencilhou. O rapaz conseguiu chegar ao carro que havia deixado no estacionamento e estava foragido até a tarde de ontem.

O oficial de Comunicação Social do 4º Batalhão da Polícia Militar de Maringá, tenente Alexandro Marcolino Gomes, disse que a tentativa de homicídio teve motivação passional. O agressor tinha se separado recentemente da namorada, que agora estaria com o rapaz que foi agredido, e havia dito que "não ficaria assim."

Enciumado e armado, ele invadiu a sala logo depois de ter começado uma das aulas noturnas e obrigou as cerca de 40 pessoas a se aglomerarem nos fundos. Depois, puxou a ex-namorada e o rapaz, que foi obrigado a ficar de joelhos. Ele colocou o revólver próximo da cabeça e deu dois tiros, mas a arma falhou.

O agredido conseguiu pegar uma cadeira e jogar, mas outros dois tiros foram disparados e acertaram o móvel e a parede da escola. Um quinto tiro também falhou. Sem balas no revólver, o agressor bateu com a coronha na cabeça do estudante, que precisou levar 20 pontos.

Para fugir, o agressor puxou a ex-namorada pelo pescoço, mas foi surpreendido por um segurança e outros alunos no corredor. Na briga, a moça escapou e a arma ficou caída no chão. Mas o agressor pegou um Celta branco e conseguiu fugir. Ele já tinha sido identificado e a polícia estava em seu encalço. A Uningá não se pronunciou sobre o incidente.

Marcello da Silva Batista

Quem voltar a área de risco de PE será preso

Em meio ao reinício da limpeza das cidades pernambucanas de Palmares e Água Preta, atingidas anteontem por uma segunda enchente do Rio Una em 11 dias, os prefeitos querem impedir que moradores de áreas baixas - e, portanto, de maior risco - retornem ao que restou das moradias arrasadas pelas cheias. "Vamos usar força policial e prender quem resistir", garantiu Eduardo Coutinho (PSB), prefeito de Água Preta. "Tem gente que é muito teimosa." As chuvas mataram 20 pessoas em Pernambuco e deixaram mais de 82 mil fora de suas casas. Em Alagoas, subiu de 34 para 37 o número de mortos nas enchentes. Mais de 181 mil foram afetadas. Os dois Estados somam 57 mortos.

Com um terço da população de 30 mil habitantes atingida pela enchente, Água Preta terá de ser reconstruída em uma área livre de risco. De acordo com Coutinho, o governo estadual já desapropriou 219 hectares com esse objetivo. A intenção é abrigar os moradores em barracas do Exército durante a obra de reconstrução das casas.

Em Palmares, que também teve área desapropriada pelo governo estadual para reconstrução, o prefeito José Bartolomeu de Almeida Melo (PDT) espera a instalação de 500 abrigos do Exército. "Parte do povo quer voltar, mas vai ter de ter paciência", disse. Segundo ele, a ordem dos governos federal e estadual é não deixar áreas de risco serem reocupadas.

Mais vítimas. Segundo boletim divulgado ontem pela Defesa Civil de Alagoas, as três novas vítimas são de União dos Palmares, a 80 km de Maceió, e estavam desaparecidas desde a grande enchente da semana passada. Ainda segundo a Defesa Civil, o Estado tem 69 desaparecidos. Quinze cidades decretaram estado de calamidade pública, quatro estão em situação de emergência e 28 registraram prejuízos causados pelas enxurradas.

Em Branquinha, a 69 km da capital, o Corpo de Bombeiros resgatou 150 sem-terra que estavam ilhados na zona rural do município. Eles disseram aos bombeiros que estavam havia mais de uma semana à espera de socorro. Alguns comeram barro para não morrer de fome. Os bombeiros disseram que ninguém precisou ser hospitalizado. Em Murici, a parte baixa da cidade continua sem energia nem água.

Mais verba. O chefe de gabinete da Presidência da República, Gilberto Carvalho, visitou áreas atingidas em Alagoas ontem.

Alagoas e Pernambuco também poderão receber do Ministério dos Transportes mais de R$ 70 milhões para recuperação das rodovias danificadas pelas chuvas, segundo informou ontem a assessoria do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). O decreto para liberação dessa verba deve ser assinado ainda nesta semana.

Anvisa regulamenta sobre a propaganda e publicidade de alimentos

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou hoje (29) no Diário Oficial da União regulamento sobre a propaganda e publicidade de alimentos com quantidade elevada de açúcar, gordura saturada, gordura trans e sódio, e de bebidas com baixo teor nutricional. Segundo o texto, as peças publicitárias devem conter um alerta sobre os riscos à saúde provocados pelo consumo excessivo dessas substâncias.
Elas devem informar, por exemplo, que a ingestão de alimentos com muita gordura trans eleva as chances de doença do coração, assim como no caso da gordura saturada, que aumenta também os riscos de diabetes. O consumidor deve ser informado ainda de que alimentos com quantidade elevada de sódio aumentam o risco de pressão alta e de doenças do coração.
A medida adotada pela Anvisa também vale para os refrigerantes, refrescos artificiais e bebidas ou concentrados para o preparo de bebidas à base de xarope de guaraná ou groselha e chás prontos para o consumo. O regulamento deve ser aplicado ainda nos caso de bebidas adicionadas de cafeína, taurina, glucoronolactona ou qualquer substância que atue como estimulante no sistema nervoso central.
De acordo com informações da Agência Brasil, o regulamento foi adotado com o objetivo de coibir práticas excessivas que levem o público, em especial o infantil, a padrões de consumo incompatíveis com a saúde e que violem o direito à alimentação adequada.

Sangue do pai de Eliza será comparado a vestígios

A Polícia de Belo Horizonte vai comparar amostras de sangue de Luís Carlos Samudio, pai de Eliza Samudio, com vestígios encontrados no carro do jogador e com algum material que possa esclarecer o que aconteceu com a jovem. Eliza está desaparecida há três semanas. O goleiro Bruno, do Flamengo, é suspeito de envolvimento no desaparecimento da jovem, segundo a polícia. Eliza brigava na Justiça para que Bruno reconhecesse a paternidade do filho de quatro meses.

Nesta terça-feira (29), fontes ligadas às investigações confirmaram que o pai de Eliza deixou amostras de sangue com a polícia de Belo Horizonte antes de levar o neto para Foz do Iguaçu, no domingo (27).

No início da noite desta terça, o delegado Edson Moreira disse que a vida passada do jogador também será levada em consideração na apuração do caso do desaparecimento de Eliza. Bruno deu declarações polêmicas no caso da briga do atacante Adriano, ex-Flamengo, com a ex-noiva, Joana Maranhão. No dia 6 de março, Bruno disse, em entrevista: “Qual de vocês aí que é casado, que nunca brigou com a mulher, que nunca discutiu e até saiu na mão com uma mulher?".

"Tudo o que faz parte da vida pregressa dele deve ser investigado, afirmou Moreira.

Segundo o delegado, a maior dificuldade nesta fase da investigação é saber se Eliza está viva ou morta. Durante a manhã, Moreira afirmou que a probabilidade de Eliza estar morta é grande.

Até o momento, segundo Moreira, 20 pessoas foram ouvidas nas investigações. Ele disse que, "no momento certo", o jogador será interrogado. “Tudo tem sua hora", afirmou.

Moreira se reuniu nesta terça-feira (29) com a delegada Alessandra Wilke, de Contagem (MG), para discutir o caso do desaparecimento de Eliza.

Dois investigadores entraram no condomínio do sítio do goleiro Bruno, em Esmeraldas (MG), na tarde desta terça-feira. Também nesta terça, fontes ligadas às investigações informaram que foram encontrados vestígios de sangue no carro do jogador. O exame foi feito com luminol, substância que detecta presença de sangue.

O motorista de Bruno, Clayton, foi ouvido pela polícia em Contagem, na Grande Belo Horizonte, na tarde desta terça. O advogado do motorista e uma mulher que teria sido reconhecida por inspetores como esposa de Clayton estiveram na delegacia. Na saída, o motorista não quis falar com a imprensa. Já o advogado Lorivaldo Carneiro disse: "Meu cliente é inocente, não deve nada. Prestou declaração apenas e foi liberado." Quando perguntado se Clayton é amigo de Bruno, Carneiro disse apenas que amizade não quer dizer nada.

Entenda o caso

Policiais e peritos deixaram o sítio do goleiro, na madrugada desta terça, depois de mais de dez horas horas de investigações. No porão da casa foram encontradas fraldas e roupas de bebê e de mulher. A polícia apura se há vestígios de sangue nesses objetos e se eles poderiam pertencer a Eliza ou ao seu filho. Fontes também disseram que esses objetos serão mostrados a testemunhas para tentar um reconhecimento.

O carro de Bruno, um Range Rover que foi apreendido no início do mês por multas e atraso no pagamento do IPVA, também foi periciado e foram encontrados vestígios de sangue também no veículo, segundo fontes ligadas às investigações.

As buscas no sítio do jogador começaram na tarde de segunda, depois de um mandado de busca e apreensão ser expedido pela Justiça. Os policiais recolheram imagens do circuito interno do condomínio. Depois, cavaram o terreno, observaram e fotografaram uma cisterna. Em seguida, entraram no porão, pularam as janelas dos fundos, entraram na casa. No segundo andar da casa, os policiais verificaram móveis, portas e cortinas. Os policiais ainda foram a um bosque ao lado do sítio, onde analisaram um poço. Nesta terça, fontes ligadas às investigações disseram que foram feitas buscas em trilhas próximas ao sítio.

O sítio começou a ser vigiado na quinta-feira (24), quando a polícia recebeu uma denúncia anônima sobre o desaparecimento de Eliza. Segundo a polícia, o filho de Eliza esteve no sítio. Na madrugada de sábado (26), o menino foi encontrado na casa de uma mulher desconhecida e levado a um abrigo. No domingo (27), o pai de Eliza buscou a criança e a levou para Foz do Iguaçu (PR), onde mora.

Ainda segundo a polícia, Dayane Souza, mulher de Bruno, teria tentado esconder o bebê na casa de conhecidos. Ela foi autuada em flagrante por subtração de incapaz.

Na segunda-feira (28), o goleiro foi afastado do Flamengo.

Nível dos rios começa a baixar em Pernambuco

A chuva parou e o nível dos rios começou a baixar em Pernambuco. Agora, o estado faz um mutirão para dar assistência às vítimas das enchentes.

Até terça-feira (29), em Pernambuco e em Alagoas, foram confirmadas 57 mortes em decorrência das chuvas nas últimas semanas. Nos dois estados, 95 municípios relataram estragos por causa de enchentes e mais de 157 mil pessoas tiveram de deixar suas casas.

As famílias prejudicadas e o estado ainda contabilizam o prejuízo. Em Pernambuco, 116 escolas sofreram danos por causa das cheias. As piscinas ficaram cobertas de lama, carteiras e livros foram destruídos e os prédios ficaram devastados. As que não foram atingidas pela água e pela lama estão sendo usadas como abrigo para as famílias que perderam suas casas.

Algumas regiões permanecem isoladas. Em duas comunidades de Maraial e São Beto do Una, os donativos para as vítimas da chuva só chegam de helicóptero.

Até agora, no estado, foram arrecadadas 990 toneladas de donativos. A maioria é de alimentos. Mas os moradores também precisam de colchões. Muitos estão dormindo no chão. Também é importante que a população entregue pares de sapatos amarrados, porque os voluntários perdem muito tempo para achar as peças correspondentes.

Em Alagoas, pelo menos 43 postos de saúde do estado foram danificados, segundo a Secretaria de Saúde. Os funcionários foram realocados para atuarem em outros pontos e continuarem atendendo as pessoas que apresentam problemas. "Alguns outros postos ficam em áreas de risco e podem ser demolidos"

Reformada, estátua do Cristo será reinaugurada nesta quarta

Será reinaugurada nesta quarta-feira (30) a estátua do Cristo Redentor. A estátua passou por uma obra que começou no final de janeiro e teve custo de R$ 7 milhões.

Símbolo do Rio de Janeiro, o monumento permaneceu aberto à visitação, mesmo com os andaimes da restauração.

Foram meses de uma reforma que deixou novinha em folha uma das Sete Maravilhas Modernas. A estátua foi toda restaurada, houve reposição do mosaico de pedra-sabão e uma limpeza geral. A partir desta quarta, cariocas já podem ver o monumento restaurado.

“Todos são bem-vindos neste local que os cariocas e o povo brasileiro construíram e agora está restaurado, comemorando seus 80 anos no próximo ano", disse Dom Orani João Tempesta, arcebispo do Rio.

Em dezembro de 2009, o Cristo Redentor foi tombado definitivamente como patrimônio nacional. O monumento, de 38 metros de altura - localizado no Morro do Corcovado, dentro do Parque Nacional da Tijuca - foi inaugurado em 1931. Seu tombamento provisório estava em vigor desde 2008.

Europa Ocidental tem 140 mil 'escravas sexuais', diz ONU

Cerca de 70 mil mulheres são vítimas de tráfico sexual para a Europa Ocidental anualmente, segundo estima um relatório da UNODC (agência da ONU para Drogas e Crime).

Segundo o documento "O Tráfico de Pessoas para a Europa para Exploração Sexual", haveria atualmente cerca de 140 mil mulheres obrigadas a trabalhar no mercado do sexo na região.

A ONU avalia que essas 140 mil mulheres traficadas façam ao todo cerca de 50 milhões de programas anuais, a um custo médio de 50 euros por cliente (cerca de R$ 109), movimentando um total de 2,5 bilhões de euros (R$ 5,47 bilhões).

O relatório da ONU foi divulgado na Espanha pelo diretor-executivo da UNODC, Antonio Maria Costa, para coincidir com o lançamento da campanha internacional "Coração Azul", para combater o problema.

"Os europeus acreditam que a escravidão foi abolida há centenas de anos. Mas olhem em volta - os escravos estão em nosso entorno. Precisamos fazer mais para reduzir a demanda por produtos feitos por escravos e por meio da exploração", afirmou Costa.

Origens
O relatório da ONU cita a região dos Bálcãs como a principal origem das mulheres traficadas para a Europa Ocidental (32% do total), seguida dos países do ex-bloco soviético (19%), mas observa também um aumento no número de mulheres brasileiras traficadas (as sul-americanas são 13% do total).

Segundo a organização, a maioria das vítimas brasileiras de tráfico sexual para a Europa são originárias de regiões pobres no norte do país, principalmente nos estados do Amazonas, do Pará, de Roraima e do Amapá.

O relatório observa ainda que as vítimas sul-americanas (principalmente do Brasil e do Paraguai) são traficadas principalmente para Espanha, Itália, Portugal, França, Holanda, Alemanha, Áustria e Suíça.

Em Portugal, dados do governo local divulgados na semana passada indicam que as brasileiras são 40% das mulheres traficadas no país.

Na Espanha, segundo os dados da ONU, o número de vítimas brasileiras e paraguaias ultrapassou desde 2003 o de vítimas colombianas, antes majoritárias no país.

Números
O total de 140 mil mulheres traficadas na Europa foi estimado pela ONU com base no número de 7.300 vítimas detectadas na Europa Ocidental em 2006. A organização estima que uma em cada 20 vítimas seriam detectadas, indicando um total de 140 mil.

A agência estima ainda que o mercado tem uma renovação em média a cada dois anos, levando ao número de 70 mil novas vítimas a cada ano para substituir as que conseguem deixar a condição.

O relatório da ONU, porém, questiona alguns números de pesquisas sobre o tema. O documento cita uma estimativa de 700 mil mulheres trabalhando como prostitutas na Europa Ocidental (incluindo as que trabalham sem coerção).

Mas ao confrontar esse número com as pesquisas que indicam uma média de 6% dos homens pagando por sexo a cada ano nesses países, a organização estima que isso levaria a uma média de dez clientes anuais por prostituta, um número extremamente baixo mesmo que se tratassem de clientes regulares.

Para a organização, ou menos mulheres trabalham como prostitutas ou mais homens estão pagando por sexo com elas - ou ambas as coisas.

DEM abre e em seguida suspende convenção do partido

A convenção nacional do DEM foi oficialmente aberta nesta quarta-feira (30) com duas horas de atraso, mas as decisões ainda não serão tomadas. O vice-presidente do DEM, ACM Neto (BA), suspendeu a reunião e somente quando o encontro for retomado o partido vai decidir sobre a aliança com o PSDB e a possível indicação de um vice na chapa de José Serra (PSDB). A previsão é de que a convenção recomece às 13h30.

O adiamento da decisão acontece devido à disputa pelo posto de vice na chapa de Serra. Na semana passada chegou a ser anunciado o nome do senador Álvaro Dias (PSDB) como vice, mas houve reação do DEM, que deseja indicar um de seus quadros para o posto.

A situação de Álvaro ficou mais fragilizada pela decisão de seu irmão, Osmar Dias (PDT), de disputar o governo do Paraná em uma aliança com PT e PMDB e oferecendo seu palanque para a presidenciável Dilma Rousseff (PT).

A decisão do DEM terá de sair nesta quarta-feira (30) porque é o prazo final para a realização de convenções partidárias. A madrugada foi de reuniões em Brasília e em São Paulo para tentar uma solução para a indicação do vice. Nenhum acordo, no entanto, foi anunciado até agora.

O presidente do DEM, Rodrigo Maia (RJ), está ainda em São Paulo e aguardado para fazer o possível anúncio de um novo nome para vice.

O líder do DEM, José Agripino (RN), não quis adiantar a posição, mas já afirmou que o vice “ vai ser alguém combinado”. ACM Neto também não quis avançar em nome, mas disse que a solução será “boa” para a aliança.

Na entrada da convenção, o presidente de honra do DEM, Jorge Bornhausen, defendeu o diálogo como a melhor ferramenta para resolver o problema. “Não podemos cometer o erro que eles (PSDB) cometeram no começo de não conversar, não dialogar”, afirmou.

O líder do partido na Câmara, Paulo Bornhausen (SC), chegou a falar em delegar a decisão à Executiva do partido, mas não foi isso que acabou ocorrendo. Segundo ele, o presidente do partido, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ainda está em São Paulo, onde negociou durante a madrugada a indicação do vice de Serra.

Marcello da Silva Batista

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Preso na ditadura, Lula recebe R$ 4,2 mil mensais

Afastado da presidência do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo em 1979, quando liderou a mais importante greve contra o regime militar, no ABC paulista, o hoje presidente Luiz Inácio Lula da Silva ficou preso por 31 dias. Enquadrado na Lei de Segurança Nacional, foi levado a julgamento e condenado em 1981 e absolvido pouco mais de um ano depois. Em 1985, obteve do Ministério do Trabalho uma aposentadoria especial, que em 1996 foi convertida em indenização pela Comissão de Anistia. O benefício rende hoje ao presidente R$ 4,2 mil por mês.

Brasil segue roteiro, vence o freguês Chile por 3 a 0 e avança às quartas

Freguesia é coisa para ser respeitada, e o Brasil manteve sua tradição diante do Chile na noite desta segunda-feira no estádio Ellis Park, em Joanesburgo. Mesmo desfalcado de Felipe Melo e Elano, machucados, a seleção venceu pela sexta vez seguida o rival, o maior freguês desde que Dunga assumiu o cargo, em 2006. Os 3 a 0 sobre a equipe do argentino Marcelo Bielsa garantiram os brasileiros nas quartas de final da Copa da África do Sul.

A receita verde-amarela para ganhar foi bem conhecida: bola parada na cabeçada de Juan, contra-ataque mortal para Luis Fabiano marcar e, para completar, gol de Robinho após roubada de bola de Ramires. Foi a oitava vez que o atacante do Santos balançou as redes chilenas, igualando-se a ninguém menos que Pelé como maior carrasco do adversário. Ele foi eleito o melhor em campo em votação no site da Fifa.

O terceiro triunfo sobre o Chile em jogos decisivos de Copa (os outros foram na semifinal em 1962 e nas oitavas em 1998) pôs a equipe de Dunga frente a frente a outro rival conhecido, a Holanda. A quarta partida entre os países em Mundiais será na sexta-feira, às 11h (de Brasília), em Porto Elizabeth, no estádio Nelson Mandela Bay.

Quatro minutos de susto. E só

Os primeiros quatro minutos de jogo deram a impressão de que o Chile colocaria na prática a formação ofensiva que apresentou no papel - com Beausejour, Alexis Sánchez, Mark González e Suazo. Foi o período do jogo em que o Brasil esperou em seu campo defensivo, viu o adversário tocar a bola e teve apenas 27% de posse de bola. Um contra-ataque mal aproveitado por Luis Fabiano, com um chute fraco e para fora, mudou o panorama.

A partir de então, o Brasil tomou para si a iniciativa do jogo e teve pela frente um adversário que se limitou a defender. Com boa movimentação no meio-campo, o time de Dunga encontrou espaços com facilidade, mas falhou nas tabelas, interrompidas por erros de passe. Os chutes de fora da área, que em princípio pareciam uma opção a mais, transformaram-se na principal arma ofensiva nos primeiros 30 minutos. Gilberto Silva e Ramires arriscaram, colocando Bravo para trabalhar um pouco.

Na defesa, no entanto, os volantes pouco ajudavam na saída de bola, obrigando Julio Cesar e os zagueiros a apelarem para chutões para frente. O Brasil reclamou de um pênalti em Lúcio, mas conseguiu abrir o placar quando tentou consertar um dos seus erros, a pouca iniciativa pelas pontas. Numa rara jogada de linha de fundo, Maicon conseguiu escanteio que ele mesmo cobrou. Protegido por Lúcio e Luis Fabiano, Juan saltou e cabeceou, vendo a bola passar sobre a mão do baixinho Bravo (de 1,83m) e fazendo 1 a 0 aos 34 minutos. Foi seu sétimo gol pela seleção, o quarto sobre o Chile.

A seleção aproveitou a vantagem e se manteve no ataque, chegando ao segundo gol três minutos depois. Se abriu 1 a 0 em um lance de bola parada, fez 2 a 0 em outra especialidade desse time: o contra-ataque. Robinho correu pela esquerda e encontrou Kaká no meio, na entrada da área. Com apenas um toque, típico do camisa 10, ele deixou Luis Fabiano na cara do goleiro. O atacante, que um minuto antes se atrapalhara sozinho em um toque de calcanhar, driblou Bravo com estilo e fez seu terceiro gol nesta Copa. O jogo, complicado até os 34 minutos, chegou ao intervalo com boa vantagem no placar para a seleção.

Ramires ajuda no gol, mas leva amarelo

O Chile fez duas alterações para a segunda etapa, entrando Tello e Valdivia nos lugares de Contreras e González. Mas a postura continuou a mesma, de excessivo respeito. O time de Marcelo Bielsa não se jogou ao ataque e sofreu com erros de passe no meio-campo, problema compartilhado pelo Brasil, que com isso teve dificuldade para aproveitar os espaços fartos. Kaká, que não esteve numa noite inspirada, apesar da assistência, errou passe fácil aos sete minutos, o que deixaria Robinho na cara do gol.

Se não estava tão fácil construir jogadas, o melhor jeito de chegar ao gol foi destruindo. Ramires roubou bola no meio-campo e acelerou em direção à área, livrando-se de dois marcadores e desviando a bola do terceiro, dando passe para Robinho. O atacante chutou e tirou a bola do alcance do goleiro, fazendo 3 a 0 aos 14 minutos. Desencantou no Mundial na África do Sul, marcando seu primeiro gol.

Com uma vantagem tranquila no placar, diante de um adversário que não ameaçava, o Brasil tinha a preocupação principal de não ter um jogador suspenso para as quartas de final. Fracassou nessa missão. Ramires fez falta dura e desnecessária e recebeu seu segundo cartão amarelo na competição. Quatro minutos depois, Dunga resolveu mexer no time pela primeira vez, trocando Luis Fabiano - outro pendurado - por Nilmar.

Num jogo morno nos últimos 20 minutos, o Brasil ainda teve boa chance de marcar o quarto gol, mas Bravo fez defesa em chute cruzado de Robinho. E Julio Cesar enfim entrou em ação, aos 29 minutos, em jogada individual do isolado Suazo, que em outro lance chutou uma bola que quicou no travessão. Sem muito com o que se preocupar, Dunga promoveu a estreia de dois jogadores, Kleberson e Gilberto, que substituíram Kaká e Robinho, respectivamente.

Disque-extorsão financia até imóveis

A tentativa de extorsão contra o vice-presidente da República, José Alencar, em abril, revelou detalhes do funcionamento do crime conhecido como disque-extorsão no sistema penitenciário do Rio. Segundo testemunhas ouvidas pela Delegacia Anti-Sequestro (DAS), no presídio de onde partiu a ligação para José Alencar, agentes penitenciários recebem propinas que podem chegar a R$ 600 para facilitar a entrada de chips e celulares.

Na mesma unidade, o esquema é tão sistematizado que um preso chegou a criar uma conta bancária para o depósito de todas as extorsões. Como uma espécie de "taxa de administração", ele recolhe 15% de todos os depósitos.

As revelações foram feitas em um inquérito que correu sob sigilo, na DAS. O objetivo era investigar uma outra extorsão, ocorrida três dias depois da sofrida por Alencar, por um casal de idosos, em Riachuelo, zona norte. De acordo com testemunhas, o bando que tentou extorquir dinheiro do vice-presidente já comprou carros, motos e até imóveis com as ameaças por telefone.

"O preso que pratica um crime dentro da cadeia e consegue adquirir um benefício patrimonial tem de depositar integralmente a quantia na conta de um dos presos que pertencem à facção Terceiro Comando. Este retira 15% e o restante entrega na mão do preso", disse uma das testemunhas, no inquérito, completando: "Diante do esquema tão rendoso (sic), tem preso que não tem interesse em sair do sistema, já que destes 15% conseguem comprar carros, motos e até apartamentos."

Segundo os depoimentos, uma das formas de entrada de aparelhos e chips nas cadeias é por meio dos presos que saem e voltam para a prisão, por gozarem de benefícios de progressão de regime, como Trabalho Extra Muros ou Visitas Periódicas ao Lar. "O dinheiro que entra na cadeia vem dos extramuros", disse uma testemunha. Segundo ela, as extorsões por telefone são facilitadas pelos agentes penitenciários, pois "deixam o preso com dinheiro" e, assim, alimentam as propinas aos "guardas".

Suborno. A facilitação se dá durante as revistas e "gerais" que são frequentemente avisadas aos presos pelos agentes, de acordo com os depoimentos. Cada "aviso prévio", contam as testemunhas, rende aos agentes até R$ 600. São eles que, segundo os depoentes, muitas vezes comercializam os celulares nas prisões.

Além deles, os presos que conquistam a confiança dos servidores, chamados de "faxina", atuam como vendedores. "Um aparelho de celular pode ser adquirido por R$ 250 a R$ 300. Tanto os "guardas da cadeia" quanto os "faxinas" realizam a venda", disse um dos depoentes, que acrescentou: "As câmeras não funcionam porque os guardas não querem ser filmados."

Os nomes das testemunhas não foram revelados para preservá-las. Por ordem da Justiça, elas foram colocadas sob proteção. Três pessoas tiveram a prisão decretada pelo crime contra o casal de idosos, duas já estavam presas na carceragem de onde teria partido a ligação para Alencar.

Na TV, Dilma defende reforma política

A candidata do PT à Presidência da República, Dilma Rousseff, disse hoje ser contra as doações ocultas, prática por meio da qual as empresas fazem doações aos partidos políticos, e não diretamente aos candidatos. "Sou a favor de doações bastante explícitas e transparentes", afirmou, em resposta ao apresentador do programa "Roda Viva", Heródoto Barbeiro. O programa está sendo transmitido ao vivo pela internet e será exibido às 22h pela TV Cultura.

A ex-ministra-chefe da Casa Civil disse ser a favor de uma reforma política que trate dessa questão, do voto em lista e do financiamento público de campanhas eleitorais. Para ela, o ideal seria a criação de uma Assembleia Constituinte específica para aprovar a reforma política. "Sou a favor de uma reforma política. Acho que o Brasil precisa de uma reforma política em que haja financiamento público de campanha e voto em lista."

Chega a 20 número de mortos pela chuva em PE; Nordeste tem 54 vítimas

Subiu para 20 o número de mortos provocados pelas chuvas em Pernambuco. As últimas vitimas foram a criança Renata Bezerra da Silva, de dois anos, no deslizamento de barreira ocorrida nesta segunda-feira, 28, no Alto Santa Terezinha, zona norte do Recife, e Leonilson Ferreira da Silva, 34 anos, que morreu na enxurrada registrada no município de Gameleira, há 10 dias. A morte de Leonilson só foi confirmada hoje pela defesa civil do Estado. Renata Bezerra da Silva ficou soterrada. As outras pessoas atingidas, inclusive três irmãos menores de Renata, passam bem. As chuvas afetam 67 municípios da capital, região metropolitana, zona da mata e agreste, onde mais de 82 mil pessoas estão fora de casa.

No Recife, as chuvas afetam os que moram em áreas de morro. Nas outras localidades, as áreas ribeirinhas são as atingidas. Em Alagoas, também afetado pelas enchentes, são 34 mortos.

Os moradores da cidade pernambucana de Palmares ficaram ilhados novamente entre a noite de domingo e a manhã desta segunda-feira, 28, segundo informações da Defesa Civil estadual. As chuvas que persistiram durante o fim de semana provocaram o transbordamento do Rio Una, que passa pela cidade, inundando algumas áreas do município. De acordo com a Defesa Civil, o nível do rio já está diminuindo. O Estado contabiliza 12 cidades em calamidade.

13º antecipado

Os funcionários públicos de municípis atingidos pelas enchentes vão receber o 13º antecipado. O pagamento será feito na próxima sexta-feira. O governador do Estado, Eduardo Campos (PSB), anunciou a antecipação do pagamento integral do 13º salário para os servidores estaduais moradores das 12 cidades em estado de calamidade pública. Segundo dados da Secretaria de Administração, cerca de 5,5 mil servidores estaduais ativos e inativos residem nestas cidades. A soma dos seus salários chega a R$ 10 milhões.

Marcello da Silva Batista

Polícia faz buscas no sítio do goleiro Bruno em Minas

Por volta das 16h30 desta segunda-feira (28), a polícia entrou no sítio do goleiro do Flamengo Bruno, em Esmeraldas (MG), para escavar a área em busca do corpo de Eliza Samudio, desaparecida há três semanas. Cinco carros da polícia estão no local.

Duas viaturas do Corpo de Bombeiros foram deslocadas para o sítio, por volta das 17h. De acordo com a assessoria de imprensa do Corpo de Bombeiros, os carros foram enviados após suspeita de um corpo em uma cisterna.

A delegada Alessandra Wilke disse em coletiva à imprensa, na manhã desta segunda-feira, que a jovem teve um relacionamento com o jogador no ano passado e alegava que o atleta é pai de um bebê de 4 meses.

De acordo com a polícia, o sumiço da jovem começou a ser investigado depois de denúncias de que ela havia sido agredida no sítio que pertence ao jogador. Ainda segundo a delegada Alessandra, Bruno é suspeito de envolvimento no desaparecimento de Eliza.

Dayane Fernandes, mulher do goleiro Bruno, teria dito, em depoimento à polícia, que a jovem Eliza abandonou o filho de 4 meses. O bebê foi encontrado pela polícia na madrugada de sábado (26), com uma senhora desconhecida, e entregue a Luis Carlos Samudio, pai de Eliza, no domingo (27).

Dayane chegou a ser levada à delegacia na sexta-feira (25). Alessandra afirma que, depois de entrar em contradições, a mulher do jogador contou que escondeu o bebê a pedido de um amigo do goleiro. Dayane teria dito que Eliza deixou o filho com Bruno. A delegada, entretanto, diz que a madrasta de Eliza, que também prestou depoimento, não acredita na possibilidade de abandono.A delegada se reuniu na manhã desta segunda-feira com três outros delegados, para falar sobre as informações que já foram colhidas. A polícia também já ouviu funcionários do sítio de Bruno e amigas de Eliza.

Afastamento
O goleiro do Flamengo ainda não se pronunciou oficialmente, mas, segundo Michel Assef Filho, vice-presidente jurídico do clube, está à disposição da Justiça e deve prestar depoimento nesta semana. Assef também revelou que Bruno e Eliza haviam entrado em um acordo para a investigação da paternidade do bebê da jovem.

Nesta segunda, a presidente do Flamengo, Patrícia Amorim, afirmou que o goleiro ficará afastado enquanto o caso não for esclarecido. "O Flamengo entende que não tem competência para julgar qualquer situação, e tão logo aconteça esse julgamento da Justiça o Flamengo tomará, com tranquilidade, as medidas cabíveis. Só podemos dizer que ele fica afastado do grupo que vai para Itu, e permanece treinando no Ninho do Urubu", disse.

Bruno não participou do treino nesta manhã, na Gávea. Ele chegou atrasado e entrou pelas portas dos fundos. Flagrado pelo repórter Cláudio Perrout, da Rádio Globo, o jogador não quis gravar entrevista, mas disse estar "com a consciência tranquila". "No futuro , vou rir disso tudo", afirmou ao jornalista.

Marcello da Silva Batista

Sete lições da Copa do Mundo para quem investe em ações

Nas últimas semanas, todos os olhos estiveram voltados para a África do Sul. Assistir aos jogos de uma Copa do Mundo pode ser uma boa oportunidade para aprender dribles ou jogadas que poderão ser aplicados na próxima pelada. Segundo Brett Arends, colunista do "Wall Street Journal", o Mundial da Fifa também lhe dá a chance de aprender a investir melhor em ações. Abaixo Arends aponta as lições do futebol para quem prefere jogar no mercado financeiro:

1 - Não se surpreenda com qualquer coisa: Quem diria que os dois finalistas da Copa de 2006 - a França e a Itália - seriam eliminados na primeira fase do Mundial? Quem apostaria que a Suíça iria ganhar da Espanha? Pois é, surpresas acontecem o tempo inteiro no futebol e no mercado de ações. Esse tipo de evento foi denominado pelo ex-operador de bolsa Nassim Nicholas Taleb de "cisne negro" porque, até ser avistado o primeiro, todo mundo achava que todos os cisnes eram brancos. Da mesma forma, há alguns meses ninguém ousaria pensar que o Lehman Brothers quebraria ou que a General Motors quase iria à falência. O escritor inglês P.G. Wodehouse costumava dizer que não podemos "confundir o incomum com o impossível". A única coisa que ainda surpreende é justamente o fato das pessoas se surpreenderem.

2 - Jogue na defensiva: Existe uma frase no futebol que "você só precisa de um segundo para marcar um gol". Mas como o goleiro da Inglaterra Robert Green demonstrou durante a partida contra os Estados Unidos, a realidade é que você precisa de apenas um segundo para dar um gol de graça ao adversário. Muitos investidores sabem bem como isso funciona. Não adianta nada ganhar dinheiro com diversas operações no mercado financeiro e apenas um pequeno deslize pode anular todos os ganhos anteriores. Lógico que tanto no mercado financeiro como no futebol, jogar no ataque é muito mais excitante. Mas lembre-se que, se uma ação cair 50%, terá de subir 100% para que você recupere todo seu dinheiro.

3 - Pense globalmente: A Copa é uma das poucas ocasiões na qual o torcedor mais fanático abandona sua paixão por uma seleção eliminada e continua a acompanhar o campeonato até o final independente de que times tenham chances de vencê-lo. Trazendo isso para o mercado financeiro, a lição é que não adianta olhar apenas para as ações negociadas no mercado local. Se o mercado chinês tem mostrado um desempenho tão bom quanto as seleções da Argentina ou da Alemanha, é para lá que o investidor deve ir. Mesmo os americanos, que estão entre os investidores mais globalizados do mundo, acreditam que o grande problema da maioria dos portfólios de ações é a tendência de apenas incluir papéis de empresas dos Estados Unidos. Investir globalmente ajuda a diversificar suas apostas e a reduzir o risco de sua carteira. Estudo a AQR Capital Management mostrou que uma carteira de investimentos internacionalizada pode garantir melhores retornos ao longo dos anos com menos reveses no curto prazo.

Marcello da Silva Batista

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Combate às drogras

O governo federal anunciou a liberação de R$ 410 milhões para ações de combate ao crack e outras drogas, além de um plano integrado de enfrentamento das drogas. O anúncio foi feito durante cerimônia da 12ª Semana Nacional sobre Drogas, da qual o presidente Lula participou. Para o presidente, "estamos diante de um inimigo desconhecido e que, muitas vezes, só conhecemos as vítimas (das drogas)".
Hoje, segundo Lula, não existe nenhum país especializado no combate às drogas, que têm um "efeito muito devastador e, por causa disso, não temos tempo para ficar teorizando". O presidente disse que todos têm que fazer o que tiver ao seu alcance para combatê-las. "Tem que ser um movimento de todos juntos contra o crack", disse. "Tem uma coisa sagrada, precisamos travar uma guerra sem dó nem piedade contra o crack. Seja onde for, inclusive nas fronteiras", completou. O presidente reiterou que não se tem o direito de dizer quem é o responsável por esse combate. "Todos somos responsáveis".
Lula comemorou os resultados de um ano da lei seca, lembrando um dado sobre o Rio de Janeiro, onde houve redução de 32% de mortes no trânsito. "A polícia não pode relaxar. Precisamos jogar pesado contra isso e a polícia precisa exercer sua função, porque as vítimas nem sempre são os que estão nos carros, mas sempre são inocentes", disse Lula, defendendo que as polícias estaduais assumam sua responsabilidade na fiscalização dos que dirigem depois de beber.

Marcello da Silva Batista

Obesidade

A falta de hábitos saudáveis – dieta equilibrada e exercícios físicos regulares – tem aumentado o número de pessoas com peso acima do ideal no País.
Quase metade da população brasileira tem excesso de peso (46,6%). O que mais preocupa é que os índices que mais crescem são os da obesidade. As mulheres são as mais afetadas.
Excesso: pesquisa mostrou que maior concentração de obesidade está entre as mulheres
A pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) 2009, divulgada nesta segunda-feira (21/6) pelo Ministério da Saúde, revela que a obesidade atinge 13,9% da população. A maior concentração de obesos está na população feminina: 14%.
A maior prevalência de mulheres obesas está na faixa etária de 55 a 64 anos (21,3%), mas, em um ano, a faixa etária em que a obesidade se tornou mais presente é a mais jovem, de 18 a 24 anos. Em 2008, 3,5% das jovens com essas idades estavam obesas. Em 2009, o número quase dobrou.

Governo libera R$ 72 milhões para obras emergenciais em rodovias de PE e AL

O Ministério dos Transportes, através do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), liberou R$ 72 milhões para obras emergenciais nas rodovias de Alagoas e Pernambuco, castigados pelas chuvas dos últimos dias, que já deixaram 44 mortos nos dois Estados.

De acordo com a Secretaria de Estado da Comunicação de Alagoas, os recursos serão necessários para recuperar a trafegabilidade da malha rodoviária federal, com trechos parcial ou totalmente destruídos, por conta do volume e da velocidade das águas que transbordaram, nos principais rios da região.

No último fim de semana, o ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, sobrevoou as regiões afetadas e relatou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva todas as medidas que estão sendo tomadas para recuperar, principalmente, o principal eixo rodoviário que liga os dois estados atingidos - a BR-101, além de garantir apoio aos governos estaduais nas medidas emergenciais de recuperação dos acessos aos municípios atingidos.

Foi constatado que as fortes precipitações pluviométricas nas cabeceiras dos rios Paraíba (AL), Camarajibe (AL), Una (PE), Sirinhaém (PE) e Mundaú (AL e PE) levaram ao transbordamento e provocaram grande destruição em inúmeras cidades e povoados localizados às margens desses rios.

Com o tráfego de veículos interrompido, na BR-101, na altura do km 186, a alternativa para os motoristas que trafegam no sentido Maceió-Recife é a PE-060.

O DNIT aprovou na terça-feira, 22, em sua Diretoria Colegiada, o caráter de obra emergencial para reconstrução das pontes da BR-101 (em Pernambuco), ao custo total de R$ 72 milhões. Os projetos para a construção das novas pontes serão executados de imediato, paralelamente aos serviços de limpeza da área atingida, assim que as águas baixarem, no rio Una. O governo federal trabalha agora para concluir essa reconstrução num período menor que os 180 dias previstos na ordem de serviço.

O secretário-executivo do Ministério dos Transportes, Mauro Barbosa, destacou que essa mobilidade para a recuperação das rodovias ganhou agilidade, em função da presença, na região, de canteiros de obras para a duplicação da BR-101. "Tivemos condições de agir rápido, porque já estávamos na pista", destacou.

Na BR-101, em Alagoas, na altura de Rio Largo, a cabeceira de duas pontes sobre o rio Mundaú ruiu, devido à força das águas. O tráfego está interrompido, havendo desvio pela BR-316/AL. Ainda nessa rodovia, nas proximidades da divisa entre AL e PE (km 0), a ponte sobre o rio Jacuípe está com a cabeceira do lado pernambucano comprometida, devido ao processo erosivo decorrente das chuvas. O tráfego está interrompido, com desvio sendo feito pela BR-104, com alternativa pela AL-101 Norte.

Na altura da cidade de Messias (AL), as águas atingiram 1,5 metro acima do nível da pista da BR-104, mas não houve rompimento do leito da estrada e o tráfego já está liberado.

O DNIT também avaliou e liberou ao tráfego, em Alagoas, trechos da BR-316, que tiveram pontes sobre o rio Mundaú cobertas pela água. A situação foi normalizada, sem comprometimento estrutural dessas construções.

Na BR-416, em Alagoas, o DNIT trabalhava no trecho próximo à Colônia Leopoldina, rompido pela força das águas de temporais ocorridos nas últimas anteriores e agravado, no com as últimas chuvas. O serviço só poderá ser retomado, com a melhora climática, sendo que a previsão anterior para conclusão das obras era para início de julho.

Quanto ao acesso a diversas cidades, foi ajustado entre os ministérios dos Transportes, e da Defesa, a disponibilização de duas pontes móveis, uma de 40 metros e outra de 60 metros que serão decompostas em módulos de 10 metros para atendimento às demandas locais, sob responsabilidade do Exército Brasileiro.

Marcello da Silva Batista

Policiais federais ameaçam greve para forçar governo a rever decisão de não dar aumento

As declarações públicas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de que não concederá novos aumentos salariais este ano, não desmotivaram os policiais federais. Lideranças sindicais anunciaram que, a partir desta terça-feira, 22, a categoria entra em estado de alerta com indicativo de greve. "Isso significa que existe a possibilidade de paralisarmos todas as nossas atividades nos próximos dias, mas isso ainda será decidido por nossas diretorias regionais, provavelmente até a semana que vem", disse o presidente da Associação Nacional de Delegados de Polícia Federal (ADPF), Reinaldo de Almeida César.

A Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF) já avançou nas discussões sobre a possibilidade de greve. "Desde o ano passado, a gente já tem autorização [das diretorias regionais da associação] para desencadear a greve. Vamos acompanhar os acontecimentos e, caso ela seja decidida pelas outras entidades, também paralisaremos nossas atividades", disse o presidente da entidade, Octavio Brandão.

A mobilização poderá abranger todas as cinco categorias de policiais federais - delegados, peritos, agentes, escrivães e papiloscopistas. As entidades reivindicam aumento salarial de 18,73% para delegados e peritos, e de 38,42% para as demais categorias.

"Não se trata apenas de reivindicação por aumento dos subsídios, mas de valorização da nossa categoria, que vem sendo preterida [pelo governo federal] em relação a outras. Dados do próprio Ministério do Planejamento mostram que, entre 2002 e 2009, fomos uma das categorias [vinculadas ao Poder Executivo] que menos receberam reajustes", argumentou o presidente da ADPF.

"O que justifica um delegado federal ganhar menos do que um procurador do Banco Central, um advogado da União ou um defensor público? Já estamos muito longe do [salário] da magistratura e do Ministério Público", completou.

De acordo com o delegado, o salário inicial de delegados e peritos é de R$ 13.368. No fim da carreira, esse valor sobe para R$ 19.699. "Sempre fomos o topo da tabela remuneratória do Executivo federal, mas esse reconhecimento não é mais o mesmo, uma vez que outras categorias vêm tendo aumentos superiores aos nossos", disse.

Os policiais reclamam, também, dos cortes feitos pelo governo nos repasses orçamentários à PF, o que, segundo a ADPF, estariam cancelando treinamento de servidores e dificultando a execução de operações policiais. Além disso, criticam o fato de o Executivo ter apresentado o Projeto de Lei Complementar nº 554/2010, que acaba com a aposentadoria especial dos policiais federais.

Marcello da Silva Batista

Chega a 15 o número de mortes causadas pela chuva em Pernambuco

Subiu para 15 o número de mortes causadas pela chuva em Pernambuco, desde a semana passada. Segundo balanço divulgado pela Codecipe, a coordenadoria de Defesa Civil estadual, foram encontrados dois corpos em Água Preta e um, em Barreiros.

Em Alagoas, outro estado do Nordeste atingido por enxurradas, foram confirmadas, até a manhã desta quarta (23), 29 mortes. Com isso, chega a 44 o número de óbitos provocados pelo mau tempo.

A Codecipe informa que 54 municípios pernambucanos foram atingidos pela chuva. Trinta decretaram situação de emergência e nove, de calamidade pública. Mais de 41 mil pessoas tiveram de deixar suas casas.

Já foram distribuídas mais de 266 toneladas de donativos nas cidades prejudicadas. Por dia, saem cerca de 15 caminhões carregados para as regiões que sofreram com enxurradas. Além de alimento e água, também foram levados produtos como colchões, cobertores, toalhas, lençóis, roupas e remédios.

Alagoas
Em Alagoas, pelo menos 15 municípios decretaram calamidade pública. No total, 177 mil pessoas foram afetadas.

Cerca de 600 estão desaparecidas. As buscas a essas vítimas devem começar nesta quarta. Quatro cães farejadores vão participar do trabalho de resgate em 15 cidades mais afetadas pelas chuvas em Alagoas desde a semana passada. Uma delas, a labradora Brasa, de 3 anos, saiu de Sergipe e já participou do resgate de vítimas no Morro do Baú, na região de Ilhota, em Santa Catarina, em 2008.

O secretário de Comunicação de Alagoas, Nelson Ferreira, contou que a enxurrada destruiu a ferrovia Transnordestina. O trecho mais danificado foi o de União dos Palmares. A mesma estrada de ferro já tinha sido destruída durante as cheias em 2000. “A ferrovia passou dez anos em obras e estava prestes a ser reinaugurada. Essa enchente levou tudo embora de novo”, disse.

Marcello da Silva Batista

Alimentos perdem espaço no orçamento das famílias, mostra IBGE

Os alimentos perderam espaço no orçamento das famílias, segundo levantamento divulgado nesta quarta-feira (23) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 1974/1975, essas despesas representavam 33,9% dos gastos de consumo das famílias. Em 2008/2009, essa proporção caíra para 19,8%.

No mesmo período, ganharam espaço, principalmente, os gastos com habitação, que passaram de 30,4% para 35,9%; e transporte, de 11,2% para 19,6%.

A diferença é ainda maior na área rural: nesses locais, a participação dos alimentos nos gastos de consumo das famílias caiu de 53,2% em 1974/1975 para 37,6% em 2008/2009. Nessas regiões, os gastos com transporte, por sua vez, cresceram de 7,5% para 20,6% no mesmo período.

Em 2008/2009, a despesa média mensal familiar com alimentação foi de R$ 421,72. A despesa total com alimentação das famílias com rendimentos mais altos (acima de R$ 10.375) foi quase seis vezes maior do que nas com rendimentos mais baixos (até R$ 830).

Na última pesquisa, 64,5% das famílias declararam ter alimentos suficientes para chegar ao fim do mês – acima da porcentagem de 53% verificada em 2002/2003. Ainda no levantamento mais recente, 75% das famílias declararam ter algum grau de dificuldade para chegar ao fim do mês com seus rendimentos.

Rendimento e despesa
Em 2008/2009, o rendimento médio mensal familiar no Brasil era de R$ 2.641,63. Os 40% de famílias com menores rendimentos possuíam despesa per capita de R$ 296,35, enquanto os 10% com maiores rendimentos tinham despesa de R$ 2.844,56 – uma distância média de 9,6 vezes.

Em média, a família brasileira gasta R$ 2.626,31 por mês. O maior gasto é o das famílias do Sudeste, de R$ 3.135,80, quase o dobro do que gastam as do Nordeste, que têm a menor despesa, de R$ 1.700,26.

Marcello da Silva Batista

Túnel seria usado para roubo a banco durante jogo do Brasil, diz polícia

A quadrilha que cavou dois túneis em São José dos Campos, a 97 km de São Paulo, no Vale do Paraíba, para assaltar uma agência do Banco do Brasil planejava concluir o roubo ainda nesta semana. Segundo a Polícia Militar, o assalto seria realizado ou na tarde de sexta-feira (25), durante o jogo do Brasil na Copa contra Portugal, ou durante o fim de semana. Uma pessoa foi presa.

Os túneis foram descobertos na manhã desta quarta-feira (23). Os criminosos estavam muito próximos de romperem o concreto do chão da agência, que fica no Centro da cidade.

"Os bandidos chegaram até o concreto. Para cortá-lo, fariam muito barulho. Não podia ser de madrugada nem durante o dia. A Copa seria uma boa oportunidade", afirmou o major Nilson Souza Silveira.

Primeiramente, foi informado que se tratava de apenas um túnel. Agora, a PM, que investigava o grupo há 15 dias, afirma que se tratavam de dois túneis com diâmetro de cerca de 70 centímetros. Um partia de uma casa, a 300 metros do banco, e dava acesso à rede de águas pluviais. A outra escavação partia da rede de água pluvial e daria acesso ao cofre da agência, que não chegou a ser perfurado.

A Polícia Federal irá investigar a quadrilha. A agência funcionava como um depósito do Banco Central.

A Polícia Militar começou a investigar o grupo após funcionários do Banco do Brasil reclamarem de barulho no local. O serviço de inteligência da PM foi acionado para o caso. Ainda de acordo com a PM, 15 pessoas deviam ter ajudado nas escavações e planejado o roubo.

Durante a manhã desta quarta-feira (23), a polícia realizou buscas na rede pluvial de São José dos Campos, mas não encontrou ninguém. Peritos da Polícia Federal estão na casa que era usada pelo grupo e onde foi encontrada grande quantidade de terra.

Marcello da Silva Batista

terça-feira, 22 de junho de 2010

Travestir com HIV injeta sangue infectado em enfermeiras

Revoltado com a falta de atendimento de um hospital próximo a Brasília, um travesti tirou o próprio sangue com uma seringa e perfurou várias vezes a mão de uma enfermeira. O agressor também mordeu o braço da técnica de enfermagem que tentava ajudar.
O travesti, de 28 anos, estava acompanhando uma amiga que passava mal. De acordo com testemunhas, o agressor entrou em desespero após esperar por mais de cinco horas no hospital.
Uma paciente disse o travesti ficou nervoso com a a falta de previsão no atendimento. “Ela se revoltou. Tinha várias pessoas chorando, desmaiando embaixo do banco, só que eu não gritei. Ela viu, deu a doida nela, e ela fez isso”, disse.
O travesti, que estava dentro da emergência, teve acesso à sala onde a equipe de enfermagem guardava as seringas. De acordo com os funcionários, ele tirou o sangue e saiu correndo pelo corredor. Quando a enfermeira-chefe tentou controlar a situação, teve a mão perfurada. E a técnica que tentou ajudar levou a mordida no braço.
O travesti foi preso em flagrante por um policial militar que estava no hospital e fez nesta segunda mesmo o teste que apontou que ele é mesmo portador do vírus de HIV.
As servidoras do hospital tomaram um coquetel de medicamentos contra o vírus e foram levadas para a delegacia. A técnica de enfermagem conta que o travesti também ameaçou os pacientes. “Ela tirou uma quantidade grande na seringa e ameaçava todo mundo. Os pacientes ficavam pedindo pelo amor de Deus para tirar ela dali”, disse.
De acordo com o delegado Onofre de Moares, o travesti vai responder por tentativa de duplo homicídio. “A partir do momento que ficou constatado no laudo que ele é soropositivo, vai responder por duas tentativas de homicídio qualificado. A pena para cada tentativa é de 12 a 30 anos, diminuída de um ou dois terços porque foi tentativa, e não homicídio consumado”, explicou o delegado.

Marcello da Silva Batista

Segunda capitalização da Petrobras não pode ser descartada, diz analista

Nesta terça-feira (22/6), a capitalização da Petrobras deverá ser analisada pelos seus acionistas em assembleia geral. A operação é necessária para completar os recursos que a estatal necessitará para cumprir o seu ambicioso programa de investimentos - 224 bilhões de dólares até 2014. Trata-se do maior plano de investimentos em curso por uma petroleira em todo o mundo. Mas, independente do resultado da reunião de hoje, o porte dos empreendimentos da Petrobras já leva alguns analistas a prever uma segunda capitalização. "A companhia vai precisar de novos financiamentos ao longo do pré-sal", afirma Marco Antonio Ozeki Saravalle, analista da corretora Coinvalores. As ações da Petrobras são as mais negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Suas ADRs (American Depositary Receipts) também estão entre as mais procuradas em Nova York. Toda essa liquidez, e as perspectivas de expansão de sua produção, levam Saravalle também a esperar um aumento de investidores que, hoje, ainda não têm uma participação expressiva como detentores desses papéis. No caso mais específico, os chineses. "O investidor chinês vai participar mais do financiamento da companhia", diz.

Para ele, a capitalização em curso deverá somar 58 bilhões de dólares - o mesmo valor que o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, disse ser necessário captar, durante a teleconferência de ontem com jornalistas. O presidente da estatal afirmou, ainda, que a assembleia não vai debater todos os detalhes da capitalização. Saravalle, da Coinvalores, concorda. O analista aposta que a assembleia aprove o aumento de capital, mas não haverá detalhamento sobre a cessão onerosa de barris de petróleo.

Menor risco

O plano anunciado ontem enfatiza os investimentos em projetos no Brasil. Do total, 95% serão aplicados aqui. E a taxa de nacionalização exigida nos projetos será de 67%. Para Saravalle, a decisão é positiva para os fornecedores, e isto também pode repercutir até em novas aberturas de capital de empresas do setor de petróleo e gás. "A carteira da Lupatech duplicou de tamanho", afirmou. "E tem interessados nessas ações (que serão capitalizadas pela Petrobras)", disse.

Os investimentos no exterior diminuíram em relação ao último plano, mas o analista não vê isso como um problema. "Não vejo hoje um ativo de petróleo tão interessante como o pré-sal, e não haverá uma descoberta assim lá fora", disse. Entre as vantagens de investir mais no Brasil e diminuir investimentos no exterior, estão a redução da dependência de derivados no futuro, além da queda do risco cambial.

Marcello da Silva Batista

Fotógrafo da TV Globo é morto a tiros de fuzil no Rio

O fotógrafo da área de comunicação da TV Globo, Márcio Alexandre de Sousa, foi assassinado, na tarde de ontem, com cerca de dez tiros de fuzil no bairro de São Cristóvão, na zona norte do Rio de Janeiro.

O corpo do fotógrafo de 36 anos foi encontrado próximo da casa onde morava com a família, em um dos acessos do morro do Tuiuti, na esquina das ruas General Padilha e Américo de Souza.

Equipes da Divisão de Homicídios estiveram no local investigando o caso. Como não foram encontrados cartuchos de munição no local, policiais acreditam que os tiros tenham sido disparados de uma longa distância ou mesmo de dentro de um carro. Apenas o celular da vítima teria sido levado pelos criminosos.

Fotógrafo da TV Globo há cerca de cinco anos, Sousa costumava viajar pela emissora para realizar trabalhos de divulgação para o departamento artístico. A última viagem foi a Itália, acompanhando o elenco da novela "Passione".

Nordeste tem mais de mil desaparecidos

Dois dias após a chuva que devastou 21 cidades, Alagoas procura mais de mil desaparecidos. O presidente Lula declarou que a situação exige "esforço de guerra" e mobilizou as Forças Armadas. Alguns locais foram destruídos pela força das águas das chuvas e da correnteza dos rios. No limite com Pernambuco, houve o rompimento de uma represa. Nos dois Estados, o número de mortos chega a 38 e a previsão para hoje é de mais chuva.

Fundo é opção para investir em imóveis sem comprar um: entenda

A forte procura por imóveis no mercado brasileiro, que atrai investidores e impulsiona o aumento dos preços de empreendimentos em todo o país, favorece também a propagação dos fundos imobiliários. A aplicação é considerada por alguns economistas uma alternativa para quem deseja aproveitar o bom momento do mercado mas não tem dinheiro para comprar uma casa ou apartamento, por exemplo.

Dados reunidos pelo Sindicato das Empresas de Compra, Locação e Administração de Imóveis Comerciais de São Paulo (Secovi-SP) indicam que dez novos fundos imobiliários chegaram ao mercado em 2010, em lançamentos que somaram R$ 1,029 bilhão até maio. O montante é bem maior que os R$ 561 milhões que os fundos imobiliários representaram no Brasil em 2008, e deve superar a soma de R$ 2,878 bilhões que o segmento registrou em lançamentos no ano passado, quando houve a criação de 23 novos fundos no total.

“Este ano o lançamento de novos fundos no mercado deve superar os números de 2009, há uma demanda boa tanto de empresas quanto de pessoas físicas”, estima o economista-chefe do Secovi-SP, Celso Petrucci. Há, de acordo com o Secovi, 34 fundos imobiliários listados atualmente na Bovespa, totalizando R$ 4,9 bilhões e com distribuição entre mercado de escritórios (40%), shopping centers (30%) e pulverização dos demais.

"É preciso saber quem é o dono do fundo, de onde virá a renda. Por exemplo: a Petrobras vai alugar o prédio? Bom sinal. O prédio será em Xiririca da Serra e só depois vão achar um locatário? Mais risco", ensina o professor professor Sílvio Paixão, da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi), que destaca que é preciso definir um percentual a ser investido. "É investimento de longo prazo: para quem só vai pensar nele daqui a um, dois anos, no mínimo", diz.

Saída difícil
Tanto planejamento e cuidado são necessários porque os fundos imobiliários são do tipo fechados, ou seja: quem entra só pode sair depois de vender a cota, como se fosse uma ação, na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), como explica o consultor Sérgio Belleza Filho.

"Não é um fundo aberto como renda fixa, que você resgata quando quer sair. É fechado, então se você quer o dinheiro de volta tem que mandar vender suas cotas, como se fosse a ação de uma empresa", diz Belleza.

Marcello da Silva Batista

Tiroteio termina com 3 mortos no subúrbio

Três suspeitos morreram durante intenso tiroteio com policiais do Batalhão de Choque (Bpchoque), em um dos acessos a Morro do Chapadão, em Costa Barros, subúrbio do Rio. As informações são da Polícia Militar.

Um motorista de ônibus avisou à polícia que suspeitos estavam assaltando pedestres e vendendo drogas na Rua Bernardino da Rocha na madrugada desta terça-feira (22). Ao chegarem ao local, os PMs foram recebidos a tiros. Três suspeitos foram baleados, e levados para o Hospital Carlos Chagas, em Marechal Hermes, mas não resistiram aos ferimentos.

Ainda segundo a polícia, com os suspeitos foram apreendidos duas pistolas, um revólver calibre 357 (arma de uso exclusivo das Forças Armadas), além de 67 pedras de crack e dois radiotransmissores.

O caso foi registrado na 22ª DP (Penha).

Brasil tem mais de 86 mil presos por tráfico de drogas

Tráfico de entorpecentes, roubo, furto e homicídio qualificado. Em 2009, a maioria dos presos em todo o país respondia por esses crimes, segundo o Infopen – Sistema Integrado de Informações Penitenciárias, do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), órgão do Ministério da Justiça.

De acordo com o levantamento, em 2009, mais de 86 mil pessoas estavam nas prisões por tráfico de entorpecentes. O roubo qualificado é o segundo crime mais cometido, com mais de 74 mil presos; furto qualificado e roubo simples, com quase 33 mil; e homicídio qualificado, com 29 mil.

Para ser considerado qualificado, um crime deve ocorrer mediante ameaça ou violência. Outra variável que pode qualificar um crime é cometê-lo contra mais de uma vítima, segundo José Vicente da Silva Filho, ex-secretário nacional da Segurança Pública e consultor em segurança pública.

“Esses dados destacam uma média nacional, mas em cada região do país há crimes mais e menos frequentes. Isso porque o crime depende de oportunidade. É preciso entender que o crime é um negócio, por isso quanto menor o risco para o criminoso e maior o lucro, mais um determinado crime irá ocorrer”, diz o consultor em segurança pública Paulo César Fontes, tenente-coronel da reserva da Polícia Militar.

Segundo Fontes, em Manaus, “uma cidade ilhada”, o furto de veículos, muito comum em cidades com São Paulo, Pernambuco e Rio de Janeiro, não é um bom negócio. “O mesmo ocorre em São Luís, onde os ladrões que roubam um carro não têm para onde ir. Por isso cada lugar tem uma realidade e sua particularidade no que diz respeito ao crime. Em Manaus, o furto em residências acontece muito”, afirma o consultor.

Já o tráfico de drogas é considerado por especialistas um caso à parte. Em 2005, eram 31,5 mil presos em todo o país- um aumento de mais de 54,5 mil em cinco anos. “A droga é campeã entre os crimes em todos os lugares”, diz Fontes.

O crescimento da população carcerária feminina pode ter relação direta com o aumento no número de casos, e prisões, por tráfico de drogas. “A população carcerária feminina cresce o dobro da masculina”, diz André Luiz de Almeida e Cunha, diretor de políticas penitenciárias do Depen, do Ministério da Justiça.

Para Roberto Aguiar, especialista em segurança pública e professor da Universidade de Brasília (UnB), o aumento da atividade de tráfico de drogas leva à necessidade de "mão de obra". "As mulheres presas por tráfico de drogas geralmente entram no crime para ajudar seu companheiro", diz.

A pesquisadora Paula Ballesteros, do Núcleo de Violência da Universidade de São Paulo (USP), acredita que a maior parte das mulheres presas esteja envolvida no transporte de drogas. "Uma minoria acaba sendo responsável pelo planejamento do crime, como cabeça desse sistema. Geralmente elas têm função de transporte porque costumam ter mais sutileza e usam essa característica a favor do crime", afirma.

Estrutura para presas mulheres

A prioridade do Ministério da Justiça, segundo André Luiz de Almeida e Cunha, diretor de políticas penitenciárias do Depen, é construir penitenciárias femininas para atender ao novo perfil de demanda.

"Existem apenas duas ou três unidades no país que foram construídas especificamente para mulheres. As demais são conventos ou colégios reformados, mas que não foram construídos pensando nas condições da mulher", diz Heidi Ann Cerneka, vice-coordenadora nacional da Pastoral Carcerária.

Outro dado alarmante destacado por Heidi é que nem todos os estados brasileiros têm presídios separados para mulheres. "Há estados em que as mulheres estão apenas em prédios separados, ou ainda estão no mesmo prédio, em celas separadas. Isso torna difícil a garantia de privacidade, de manter funcionárias femininas e até de condições de higiene para a mulher", afirma.

Segundo a vice-coordenadora, em estados com menos estrutura, a detenta precisa ir para longe de sua família para ficar em um presídio feminino. "A maioria das mulheres prefere ficar em lugares precários, sujos, para ter a visita dos filhos. O dever do Estado, no entanto, é garantir as duas coisas às presas, condições de vida e visitas familiares."

Marcello da Silva Batista

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Depois da ata do Copom, mercado eleva para 12% ao ano projeção para Selic

O mercado financeiro elevou a estimativa para a taxa básica de juros (Selic) para o fim de 2010, de 11,75% ao ano para 12,00% ao ano. A projeção para a taxa no fim de 2011 permaneceu em 11,75% ao ano, segundo a pesquisa semanal Focus, divulgada hoje pelo Banco Central (BC). No levantamento realizado junto a instituições financeiras, o mercado manteve a previsão para a inflação a ser apurada pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2010. A expectativa para o índice no ano manteve-se em 5,61%, um patamar ainda muito acima do centro da meta do governo para a inflação no ano, que é de 4,50%. Na mesma pesquisa, a estimativa para o IPCA em 2011 continuou em 4,80%.

Para a inflação de curto prazo, o mercado reduziu de 0,28% para 0,22% a previsão para o IPCA de junho, que será divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no dia 7 de julho. Já para a inflação de julho, o mercado manteve em 0,28% a previsão.

PIB

O mercado também elevou a estimativa para o desempenho da economia brasileira em 2010. A previsão para o Produto Interno Bruto (PIB) neste ano passou de um avanço de 6,99% para um crescimento de 7,06%. Para 2011, a previsão para o PIB foi mantida em um crescimento de 4,50%. No mesmo levantamento, a estimativa para a produção industrial em 2010 seguiu em 11,32%. Para 2011, a projeção para o desempenho da indústria permaneceu em alta de 5,00%.


Câmbio e contas externas

Os analistas mantiveram a previsão para o patamar do dólar no fim do ano. O nível da moeda norte-americana no fim de 2010 ficou em R$ 1,80. Para o fim de 2011, a expectativa para a moeda americana subiu de R$ 1,86 para R$ 1,89. A previsão de câmbio médio no decorrer de 2010 ficou em R$ 1,81.

O mercado financeiro alterou as previsões para o déficit nas contas externas em 2010. A previsão para o déficit em conta corrente neste ano caiu de US$ 48,20 bilhões para US$ 47,57 bilhões. Para 2011, a previsão de déficit em conta corrente do balanço de pagamentos subiu de US$ 57,40 bilhões para US$ 57,99 bilhões.

A previsão de superávit comercial em 2010 subiu de US$ 15,00 bilhões para US$ 15,10 bilhões. Para 2011, a estimativa para o saldo da balança comercial caiu de US$ 6,23 bilhões para US$ 6,00 bilhões.

Analistas alteraram ainda a estimativa de ingresso de Investimento Estrangeiro Direto (IED) em 2010 de US$ 36,00 bilhões para US$ 35,00 bilhões. Para 2011, a estimativa para o IED permaneceu em US$ 40 bilhões.

IGP-DI

O mercado financeiro reduziu de 9,12% para 9,08% a projeção para o IGP-DI em 2010, mas elevou de 9% para 9,07% a estimativa para o IGP-M neste ano. Para 2011, o mercado manteve em 5% a previsão para ambos indicadores.

Em relação aos preços administrados, o cenário da Focus é de alta de 3,60% em 2010, estável na comparação com a semana passada. Para 2011, a previsão para a alta dos preços administrados passou de 4,70% para 4,80%

Marcello da Silva Batista

Petrobrás anuncia plano de investimentos até 2014 de US$ 224 bi

RIO - A Petrobrás manteve seus planos de investimentos bem próximo do volume que havia sido aprovado em março pelo seu conselho de administração, e anunciou há pouco que entre o período de 2010 e 2014 vai investir US$ 224 bilhões, dos quais US$ 212,3 bilhões no Brasil e US$ 11,7 bilhões - somente 5% do total - em sua área internacional. O volume anunciado representa uma média de investimentos de US$ 44,8 bilhões por ano.

Em março deste ano, o Conselho de Administração havia aprovado que o novo montante do plano ficasse entre US$ 200 bilhões e US$ 220 bilhões. O novo plano representa um aumento de 28,4% sobre os US$ 174,4 bilhões previstos anteriormente para o período 2010 - 2013.

Na última sexta-feira, o Conselho de Administração da Petrobrás aprovou este valor, mas deixou a expectativa de quando o mercado conheceria os números, já que a Petrobras está em período de silêncio devido ao seu processo de capitalização. O plano de investimentos da estatal é um dos pilares que determinam o valor da capitalização. O outro pilar será a cessão onerosa de 5 bilhões de barris do governo.

O presidente da Petrobrás, José Sérgio Gabrielli, bem como toda a diretoria da estatal, devem conceder entrevista coletiva logo mais para detalhar o novo plano.

AVISO

Vinte e oito pessoas que estavam urinando nas ruas dos bairros da Tijuca e de Copacabana foram detidas pela Prefeitura do Rio de Janeiro além de 14 flanelinhas que agiam durante o jogo e as comemorações da vitória do Brasil sobre a Costa do Marfim. Dentre os flanelinhas detidos, cinco eram menores e um dos nove adultos tinha mandado de prisão expedido contra ele. Três menores foram presos enquanto roubavam celulares próximo do Fifa Fan Fest e foram levados para o 14ª (Leblon).

Marcello da Silva Batista

Lula promete auxílio a Estados atingidos pela chuva

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve voltar a conversar, em Brasília, com os governadores de Alagoas, Teotônio Vilela Filho (PSDB), e de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), sobre uma possível medida provisória (MP) para autorizar verbas com o objetivo de auxiliar os dois Estados, atingidos por fortes chuvas. De acordo com a Defesa Civil de Alagoas, pelo menos 19 pessoas morreram. Conforme o presidente, o temporal deixou muitos moradores desabrigados.

"Tenho certeza de que nós vamos dar conta de mais essa tarefa, ajudar o povo de Alagoas e de Pernambuco a sair dessa tragédia e tentar tocar a vida, fazendo com que as coisas voltem à normalidade. Nós temos de esperar parar de chover para limpar as cidades e começar a reconstruir as casas, as pontes, e aquilo mais que foi destruído", disse Lula no programa semanal de rádio "Café com o Presidente" que foi ao ar hoje.

Lula encerrou o programa falando do jogo de ontem do Brasil contra a Costa do Marfim, pela Copa do Mundo da África do Sul, vencido pela seleção brasileira por 3 a 1. Para o presidente, a equipe brasileira teve o controle. O Brasil esteve "senhor da situação" durante toda a partida. "Marcamos os gols necessários, o Luis Fabiano desencantou marcando um gol belíssimo", elogiou. No entanto, ressaltou que o time precisa ficar mais "esperto" agora porque, quanto mais o Brasil cresce, mais os "olhos gordos" visam a seleção.

O presidente disse ainda que a expulsão de Kaká foi uma atitude "quase que impensável" do juiz porque o jogador "não fez nada". "De qualquer forma, o Brasil mostrou futebol suficiente. Se o Brasil continuar assim, fique certo que o Brasil terá um lugar garantido na final. Nós, brasileiros, todos nós somos técnicos, não é? No Brasil, nós, os 190 milhões de brasileiros, somos profundos conhecedores de futebol, todos nós damos palpites, portanto, cada um de nós tem a nossa seleção", afirmou. "Quem é o técnico é o Dunga, ele que vai dirigir o time, e até agora os resultados são, eu diria, muito, muito satisfatórios."

Cidade contribuiu com alta do PIB

Dados da Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Mato Grosso do Sul apontam que os investimentos em Três Lagoas foram responsáveis por um aumento de 0,20% do PIB do País e de 13% do PIB estadual e elevaram em R$ 400 milhões a arrecadação anual do Estado.

No município, segundo a prefeita Márcia Moura (PMDB), os investimentos aumentaram em 300% os volumes de negócios na economia local, principalmente com a abertura de estabelecimentos comerciais. A arrecadação elevou o orçamento do município de R$ 74 milhões em 2004 para R$ 161 milhões em 2009.

Como grande parte da produção industrial vai para o exterior, Três Lagoas se tornou um dos maiores exportadores do País. De janeiro a maio de 2010, exportou US$ 263 milhões, com previsão de US$ 630 milhões até o fim do ano. É o 56.º entre 2.147 municípios na lista de exportações, superando 11 capitais (Belo Horizonte, Campo Grande, Cuiabá, Salvador, Belém, Fortaleza, Porto Velho, Teresina, Goiânia, Recife e Florianópolis).

"Em 2005, ela não aparecia nem na lista. O parque industrial da cidade, que era o terceiro de Mato Grosso do Sul, hoje é o segundo, perdendo somente para o de Campo Grande, capital do Estado", diz o secretário de Planejamento e Finanças, Walmir Marques Arantes.

O resultado foi que o índice de desemprego caiu de 23% no início da década para menos de 3% em 2009. Foram criados 4 mil empregos diretos de 2005 a 2008. A estimativa é de que, entre 2009 e 2010, tenham sido abertos de 5 a 6 mil postos de trabalho. Segundo o coordenador Ivan José Alckmin, do Centro Integrado de Atendimento do Trabalhador (Ciat), de janeiro de 2009 a junho deste ano, as vagas captadas pela agência tiveram 80% a 90% de ocupação.

"Somente em maio de 2010 foram abertas 481 vagas, e destas 470 foram preenchidas", disse Alckmin. Segundo ele, o Ministério do Trabalho estipula que uma captação de 30% seja um bom índice.

Ao contrário de alguns anos atrás, Três Lagoas conta hoje com todas unidades do Sistema S: Senai, Sesi, Sesc, Senac, Sebrae e Sest/Senat, além de parcerias com empresas que fornecem dezenas de cursos de qualificação profissional. O Senai, por exemplo, qualificou nos últimos três anos uma média de 10 mil trabalhadores.

Na cidade, a industrialização ajudou melhorar o saneamento, a infraestrutura urbana e as condições de moradias. Em 2010, a cidade deve fechar o ano com uma rede de esgoto de 62% dos imóveis, com 50% de ruas pavimentadas e mais 400 casas populares. Em 2005, ela tinha apenas 18% de rede de esgoto e 12% das ruas pavimentadas, mas com a vinda da indústria, construiu 1.050 casas populares, seis escolas e um hospital.

Um século de leis de trânsito

Ao ler o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), muitas pessoas podem achar óbvio e desnecessário um artigo determinando que os carros devam trafegar pelo lado direito das ruas. Também parece claro que os pedestres devam ter uma área específica para atravessar (as faixas), que os veículos precisem ter cintos de segurança e as vias tenham de ser sinalizadas. Mas o trânsito que vemos hoje é justamente resultado de avanços de uma legislação que está completando 100 anos.

A primeira legislação nacional de trânsito foi assinada em 1910, pelo então presidente Nilo Peçanha. Trata-se do Decreto 8.324, que tinha o objetivo de criar regras para o transporte de passageiros e de carga. Tudo isso em uma época em que os carros particulares eram raridade, assim como as ruas e avenidas. Por causa disso, um dos artigos previa justamente formas de concessão das vias para a iniciativa privada e como elas deveriam ser construídas.

"Era uma regra que buscava o desenvolvimento do País, incentivando a construção das estradas", diz o coronel José Ricardo Cintra, ex-comandante do Batalhão de Trânsito do Distrito Federal e especialista em legislação de trânsito. Ele acrescenta que o decreto também trazia algumas regras de tráfego. "Mas, em alguns casos, elas eram o contrário do que temos hoje."

O coronel se refere principalmente a dois artigos que tratam de velocidade e uso da buzina. Ao contrário de hoje, o decreto não previa um limite máximo de velocidade e sim um mínimo. Veículos de mercadorias deveriam andar a pelo menos 6 km/h e os de passageiros, a 12 km/h.

Outra diferença é que atualmente a buzina só deve ser usada em casos de urgência. O artigo 23 do texto da época informa - em português arcaico - que "approximação dos automóveis deverá ser annunciada á distancia por uma buzina ou trompa".

Ordem. Regras mais específicas já existiam em alguns municípios, mas foi só em 1928 que uma nova legislação nacional teve o caráter de colocar ordem no trânsito. O Decreto 18.323 regulamentou no País pontos definidos pela Convenção de Paris, da qual o Brasil foi signatário. Nessa época foi determinado o lado de circulação dos veículos e a instalação de placas com números para identificá-los - e as ruas ganharam sinalização. A legislação também previa a "polícia das estradas", embrião da atual Polícia Rodoviária.

Depois disso, o Brasil ganhou quatro Códigos de Trânsito - dois em 1941, um em 1966 e o atual, de 1997. Também foram editadas pelo menos mil resoluções pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran), órgão criado pelo primeiro código. Todo o material foi reunido pelo Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) no livro 100 anos de Legislação de Trânsito no Brasil.

A cada código, os carros eram obrigados a ter novos equipamentos de segurança, como espelhos retrovisores e indicadores de direção (setas). Os motoristas também ganharam responsabilidades, sendo obrigados, por exemplo, a prestar socorro aos acidentados.

Mas nem todos trouxeram só avanços ao desenvolvimento do trânsito e da sociedade. Um artigo do segundo código previa uma discriminação: um motorista de táxi poderia recusar um passageiro que fosse "portador de doença repugnante visível", "maltrapilho", "delinquente", ou estivesse em "estado de embriaguez".

Cinto de segurança. O Código de 1966 foi o mais duradouro. Nele, já estavam presentes a obrigatoriedade do cinto de segurança e as faixas de pedestres. O primeiro só passou a ser fiscalizado nos anos 1990. Até hoje, autoridades lutam para que pedestres nas faixas sejam respeitados. "Se uma lei não está ao alcance das pessoas, ela não pega. Você precisa conscientizar e exigir o cumprimento", diz Dílson de Almeida Souza, assessor técnico do Contran.

Foi em 1997 que o Brasil ganhou seu código mais recente. "Com o passar do tempo, houve um aumento na preocupação com segurança", diz o especialista em legislação Julyver Modesto de Araújo. Entre os avanços, ele cita a transferência aos municípios da gerência do trânsito. "Mas ainda é uma colcha de retalhos. Temos artigos que remetem a outros que sequer existem, pois foram vetados. E outros, como multa para pedestre, não pegaram."

Bombeiros retomam trabalhos para apagar focos de incêndio no Rio

SÃO PAULO - Uma equipe do Corpo de Bombeiros do Rio retomou na manhã desta segunda-feira, 21, os trabalhos de combate aos pequenos focos de incêndio que persistem no Morro dos Cabritos, em Copacabana, na zona sul do Rio.

Segundo a assessoria dos bombeiros, a equipe de Copacabana tem a ajuda de um helicóptero Águia, que continuará usando água retirada da Lagoa Rodrigo de Freitas para combater o fogo.

O fogo atingiu cerca de 40 mil metros quadrados, o equivalente a quatro campos de futebol, da encosta do Morro dos Cabritos voltada para a Lagoa Rodrigo de Freitas, uma área de proteção ambiental.

O fogo, que teria sido causado pela queda de um balão, começou por volta das 22 horas de anteontem e assustou moradores do entorno. Ninguém ficou ferido, mas muitos saíram de suas casas na madrugada.

Marcello da Silva Batista

Inverno deve ter temperaturas acima da média histórica

Dados de temperaturas dos últimos 30 anos são levados em consideração pelo Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Cptec/Inpe), ao calcular a média esperada para determinada estação. Neste ano, o inverno, que começa às 8h28 desta segunda-feira (21), deve ter temperaturas mínimas acima da média histórica.

“Isso deve acontecer devido às configurações dos oceanos e às temperaturas da superfície do mar. Estamos em um período de transição entre a neutralidade e o início do fenômeno La Niña (o resfriamento das águas do Oceano Pacífico). Essa transição faz com que as temperaturas estejam ligeiramente acima da média para o inverno”, meteorologista Lincoln Alves, do Cptec/Inpe.

Alves ressalta, no entanto, que as temperaturas acima da média não devem representar um inverno quente. “Essa é uma estação com temperaturas amenas, então a entrada de alguma massa de ar mais intensa, dependendo de sua trajetória e intensidade, pode provocar quedas de temperatura significativas”, explica. Segundo o meteorologista, as regiões mais suscetíveis a essas massas de ar são Sul, Sudeste e Centro-Oeste.

O inverno é uma estação caracterizada, em grande parte do país, por poucas chuvas e tempo seco, com possibilidade de nevoeiros e neblina nas primeiras horas da manhã. Neste ano, não será diferente. “Devido à ausência de chuva e tempo seco, grandes metrópoles devem sofrer com o aumento na concentração de poluentes”, diz Alves.

Chuva no leste nordestino

Em parte da Região Nordeste, segundo o meteorologista, o inverno não é um período marcado pelas baixas temperaturas, mas pelas chuvas. “No litoral leste do Nordeste, essa é a época em que mais chove”, afirma.

São esperados acumulados de chuva mais significativos no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. O inverno vai até 23 de setembro, quando começa a primavera.

Mais de 40% dos presos no Brasil ainda aguardam julgamento

Para cada 10 vagas disponíveis no Sistema Penitenciário brasileiro existem, em média, 16 presos. Esse número é referente a dezembro de 2009, segundo o Infopen – Sistema Integrado de Informações Penitenciárias, do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), órgão do Ministério da Justiça. São Paulo, o estado com o maior número de presos (163.915 dos 473.626 no Brasil), tem também o maior número de vagas (101.774 do total de 294.684) e mantém a média nacional no número de presos por vaga. Já o estado onde essa relação é mais crítica é Roraima, com três detentos por vaga.

Além da disparidade entre a quantidade de presos e de vagas, inúmeros fatores levam à superlotação dos presídios brasileiros. Um deles é a grande quantidade de presos provisórios, ou seja, que ainda aguardam julgamento. Segundo o Infopen, em 2009, havia 152.612 presos provisórios em penitenciárias, além dos mais de 56 mil em carceragens da Polícia Civil.

“Presos provisórios são aqueles que aguardam julgamento e que tiveram a prisão decretada ou mantida pelo Judiciário com a finalidade de garantir a ordem pública, a aplicação da lei penal, ou mesmo garantir as práticas de atos investigatórios. Em tese, eles deveriam estar, segundo a Lei de Execução Penal (LEP), em cadeias públicas”, diz o advogado Guilherme Portugal, professor da Escola Superior Dom Helder Câmara, de Belo Horizonte, especializada em direito.

Para André Luiz de Almeida e Cunha, diretor de políticas penitenciárias do Depen, a demora nos julgamentos desses presos decorre principalmente da morosidade do Poder Judiciário. Segundo ele, há um número reduzido de juízes, e muitos processos. “Atualmente, no Brasil, mais de 44% da população carcerária é de presos provisórios. E o que se espera dos juízes é desumano”, afirma.

A morosidade impede ainda que presos progridam de regime, conforme determina a lei em casos específicos. “O preso condenado a crime não hediondo pode migrar para o regime imediatamente mais brando ao cumprir um sexto da pena. Já para aqueles que cometeram crimes hediondos, a progressão de regime se dá após o cumprimento de dois quintos da pena, se o apenado for primário, e três quintos se for reincidente”, explica o diretor do Depen.

“Temos muitos casos de presos que nos procuram, mandam cartas, porque estão esquecidos. Já teriam direito à progressão de pena, mas não têm assistência. Esse é um problema de acesso à defesa”, diz Paula Ballesteros, pesquisadora do Núcleo de Violência da Universidade de São Paulo (USP).

Se o que retarda a volta de alguns presos à sociedade é a falta de recursos para acesso à defesa, também é a condição financeira a responsável pela entrada de alguns no mundo do crime. O maior número de presos no país pertence à faixa etária dos 18 aos 24 anos, totalizando 129.099 detentos.

“Esse dado é a manifestação de algo muito sério, porque nós estamos inviabilizando uma geração que vai dos 15 aos 25 anos. Essa é a faixa etária mais presente nas prisões e mais presente entre as vítimas de crimes também. Estamos nos esquecendo de uma faixa muito importante, que é o futuro imediato do país”, afirma Roberto Aguiar, professor da Universidade de Brasília (UnB), especialista em segurança pública.

Para Aguiar, o crime é a saída para jovens com pouca oportunidade de emprego, arte e lazer. “Isso se deve ao abandono dessa faixa, que não tem emprego, oportunidade, qualificação. Começamos a nos preocupar com as crianças, os idosos e ignoramos os jovens.”

Já o consultor em segurança pública Paulo César Fontes, tenente-coronel da reserva da Polícia Militar, acredita que os jovens não são, necessariamente, os que mais cometem crimes. “Cerca de 75% dos crimes não chegam a ser comunicados para a polícia. A cada 200 roubos notificados, por exemplo, apenas uma pessoa é presa. Isso nos leva a pensar que aquele que é preso é o iniciante, o principiante. E nós vamos gastar verba pública para colocar esse jovem na universidade do crime. Poucos anos depois, quando ele sair, não será mais preso porque fará parte do grupo dos mais experientes”, diz.

Infopen
O Infopen, segundo o Ministério da Justiça, é um sistema implantado nas 27 unidades da federação desde 2005.

“Temos três subsistemas: o estatístico, que é quantitativo e funciona em todo o país; o de gestão, que reúne informações sobre cada um dos presos do país, e existe em apenas 18 unidades da federação; e o módulo de inteligência, que ainda está em desenvolvimento e vai cruzar esses dados”, diz Cunha, diretor de políticas penitenciárias do Depen.

A defasagem no sistema de informações explica a divergência de números em dados sobre o perfil do preso no Brasil, como a população por faixa etária e grau de instrução, que só abrangem as 18 unidades da federação que já contam com o sistema de gestão, segundo Cunha.

Marcello da Silva Batista

'Lei do aluguel' ainda não garante despejo rápido de maus pagadores

Uma das mudanças mais esperadas, a que determina que os locatários inadimplentes deixem os imóveis em menos tempo - cerca de 15 dias - , por exemplo, não pode ser aplicada em todas as situações. Para que isso seja possível, o locador deve entrar na Justiça com um pedido de liminar (decisão provisória). E é nessa hora que a frustração pode chegar.

Isso porque não são todas as situações que dão esse direito ao locador. A lei prevê que a liminar seja solicitada apenas no caso de o locador não ter pedido qualquer garantia ao seu inquilino antes de alugar o imóvel.

A aposentada Ilza Bereli, 65 anos, aluga um imóvel há dez anos e acumula problemas com inquilinos desde então. A solução foi recorrer à Justiça para solucionar alguns deles. Depois de ficar oito meses com o imóvel fechado - "para evitar dor de cabeça por um tempo" - , Ilza resolveu tentar mais uma vez, e alugou seu imóvel há pouco mais de dois meses.

"Enquanto eu não achei um inquilino que me desse todas as garantias de que pagaria o aluguel, não aluguei. O que adianta essa lei? Para ter o direito de despejar o meu inquilino com mais rapidez, vou correr o risco de alugar sem garantia? Não faz o menor sentido", disse.

"A gente sabe que isso [alugar sem garantia] não acontece na prática. Ninguém aluga um imóvel sem pedir um fiador, por exemplo", disse a diretora comercial da Lello, administradora de condomínios, compra, venda e locação de imóveis, Roseli Hernandes.

Os advogados que trabalham com direito imobiliário têm dado a mesma orientação a seus clientes. "A maior crítica que faço não é pela lei em si, mas pela esperança que ela criou nas pessoas, fazendo crer que o processo de locação sofreria uma rapidez descomunal. Sempre que somos consultados, aconselhamos que o locador não acredite na rapidez da nova lei e exija as garantias", disse o advogado Alexandre Berthe, do escritório Berthe e Montemurro Advogados Associados. Hoje, os três tipos de garantia mais utilizados são fiador, seguro-fiança e caução, que corresponde a três vezes o valor do aluguel.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Morre aos 87 anos o escritor português José Saramago, Nobel de Literatura em 1998

Morreu nesta sexta-feira (18) em Lanzarote (Ilhas Canárias, na Espanha), o escritor português José Saramago, aos 87 anos. Em 1998, Saramago ganhou o único Prêmio Nobel da Literatura em língua portuguesa.

A Fundação José Saramago confirmou em comunicado que o escritor morreu às 12h30 (horário local, 7h30 em Brasília) na residência dele em Lanzarote "em consequência de uma múltipla falha orgânica, após uma prolongada doença. O escritor morreu estando acompanhado pela sua família, despedindo-se de uma forma serena e tranquila".

Nos últimos anos, o escritor foi hospitalizado várias vezes, principalmente devido a problemas respiratórios.

Ateu e integrante do Partido Comunista Português, o escritor nasceu em 1922, em Azinhaga, uma aldeia ao sul de Portugal, numa família de camponeses. Autodidata, antes de se dedicar exclusivamente à literatura trabalhou como serralheiro, mecânico, desenhista industrial e gerente de produção em uma editora.

O preço da floresta

Durante muito tempo, a lógica que norteou as iniciativas de conservação e restauração de florestas no Brasil foi estritamente ambiental. Ou seja, boa parte das ONGs e entidades ligadas à causa defendia essencialmente duas maneiras de manter grandes extensões de mata nativa em pé. Uma era sair comprando terras para transformá-las em reservas. A outra era acreditar que os produtores rurais deveriam manter uma boa porção de suas propriedades intactas, independentemente do custo. Esse raciocínio começou a mudar. Em primeiro lugar, a compra de terras exige muito dinheiro. Além disso, os ambientalistas perceberam que conquistar o produtor rural só com argumentos verdes não costuma dar resultados práticos. "A restauração precisa ser sinônimo de geração de renda", diz Carlos Alberto Mesquita, diretor executivo do Instituto BioAtlântica, ONG com sede no Rio de Janeiro que trabalha pela preservação da Mata Atlântica. É por acreditar nisso que, a partir deste mês, Mesquita e ambientalistas de outras ONGs, assim como especialistas e estudiosos do tema, estarão observando atentamente os movimentos de uma nova entidade, a Associação Corredor Ecológico do Vale do Paraíba.

Formada pela Fibria, hoje a maior empresa de celulose de eucalipto do mundo, pelo banco Santander, além de instituições como a ONG SOS Mata Atlântica e o Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, a associação tem uma meta ambiciosa: preservar e restaurar nos próximos dez anos 122 000 hectares de Mata Atlântica na porção paulista do Vale do Paraíba, entre as serras do Mar e da Mantiqueira, uma região muito urbanizada e conhecida por abrigar um volume significativo de empresas. A área é quase equivalente à da cidade de São Paulo. Trata-se da maior iniciativa de conservação hoje em curso no país. "A ideia é fazer isso sem comprar nenhum hectare de terra", diz José Luciano Penido, presidente do conselho de administração da Fibria e um dos idealizadores do projeto. Isso será possível, afirma ele, porque a associação vai encontrar maneiras de oferecer aos produtores rurais da região incentivos financeiros para que eles preservem ou restaurem pedaços de mata nativa em suas propriedades. No jargão ambientalista, o que Penido prega é que os fazendeiros sejam ressarcidos pelos "serviços ambientais" que a mata proporciona, como regulação do clima e combate à desertificação da terra e assoreamento de rios, entre outros benefícios.

A teoria do pagamento pelos serviços ambientais é muito defendida e propagandeada pelos ambientalistas. Colocála em prática, porém, não é algo fácil, e ainda são poucos os casos de sucesso no mundo. A associação quer encarar o desafio, e a Fibria será a primeira a colaborar. Para impulsionar o crescimento de sua operação no Vale do Paraíba, será preciso plantar em propriedades rurais de terceiros 28 000 hectares de florestas de eucalipto. Se quiser fazer negócio com a Fibria, o proprietário rural terá de se comprometer a plantar, para cada hectare de eucalipto, 1 hectare de mata nativa. Pela participação, haverá o pagamento de um valor adicional. "Essa será apenas uma das oportunidades de ganho às quais eles terão acesso para valorizar os recursos naturais que possuem em suas terras", afirma o geólogo Paulo Valladares, secretário executivo da associação. A entidade também já criou a figura do produtor de água. Nesse caso, a ideia é remunerar donos de propriedades rurais para que eles conservem os rios que cortam a região.

Para tornar a estratégia viável, será preciso envolver grande parte dos setores público e privado da região. O projeto prevê o plantio de mais de 200 milhões de árvores, um investimento estimado em 3 bilhões de reais. A expectativa, porém, é que prefeituras e empresas sejam pressionadas a colaborar. "É o imperativo econômico que fará com que a iniciativa ganhe escala", afirma Maria Luiza Pinto, diretora executiva de desenvolvimento sustentável do Santander. Não é preciso ser ambientalista para concordar com o argumento. Basta lembrar que as águas da parte paulista do rio Paraíba do Sul abastecem a indústria e a agricultura do estado de São Paulo e 90% da região metropolitana do Rio de Janeiro. Para que esse recurso continue disponível, com qualidade e constância, será preciso mesmo cuidar da mata.

Fishlow: euro fraco é faca de dois gumes

São Paulo - A desvalorização do euro frente ao dólar acelera a recuperação econômica dos países da zona do euro, mas cria um problema para os Estados Unidos. Na avaliação do professor emérito da Universidade de Columbia (Nova York) Albert Fishlow, o euro fraco estimula as exportações, mas "não é a solução definitiva, pois transfere o déficit em conta corrente da Europa para os Estados Unidos", disse. Albert Fishlow esteve nesta quarta-feira (17) na sede do Grupo Abril, em São Paulo, onde concedeu uma entrevista ao site EXAME.com (clique aqui para assistir ao vídeo). O economista disse que é importante que os governos dos países europeus anunciem medidas fiscais para "tentar acabar com a especulação", mas afirmou que se todos cortarem gastos ao mesmo tempo, "não haverá crescimento nenhum". "A Grécia, por exemplo, não tem como eliminar todo o déficit como está planejado pelo FMI e pelas autoridades europeias", afirmou.

Fishlow prevê que, num prazo de seis meses a um ano, os estímulos monetários serão retirados nos Estados Unidos. "O Federal Reserve já tem limitado o acesso às linhas de redesconto."

O professor americano não acredita no risco de estouro de uma bolha imobiliária na China. "Pode ser que haja especulação, mas o governo chinês já atuou via alta de juros. Não vejo esse problema nos próximos anos", disse.

O economista, que também dirige o Centro de Estudos Brasileiros e o Instituto de Estudos para a América Latina na Universidade de Columbia, vê com preocupação a trajetória crescente dos gastos públicos no Brasil. "As pessoas falam do superávit primário, mas esquecem que o Brasil tem déficit nominal de 3% do PIB." E acrescenta: "Com déficit no setor público, o governo não tem como poupar e, consequentemente, não vai ter como investir no ritmo necessário para sustentar o crescimento da economia brasileira."

Questionado sobre a importância da economia nas eleições, Fishlow disse que há estudos que mostram que, nos Estados Unidos, o desempenho da economia decide o vencedor. "No Brasil, no entanto, isso ainda não está acontecendo. Porém, lembro que, em 1994, Fernando Henrique Cardoso foi eleito por causa do Plano Real."

Com CSA, Vale vai lucrar como mineradora e como dona de siderúrgica

São Paulo - Quatro anos depois de lançar a pedra fundamental, a Vale finalmente vê sair do papel a Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA). A usina foi construída em parceria com a alemã ThyssenKrupp, 18º maior grupo siderúrgico do mundo, segundo a World Steel Association (os dados são de 2008, os mais recentes disponíveis no site da associação). Maior empreendimento siderúrgico erguido nos últimos anos, a CSA consumiu investimentos de 5,2 bilhões de euros, cerca de 8,2 bilhões de dólares, e será capaz de produzir cinco milhões de toneladas por ano de placas de aço.
A inauguração, marcada para hoje (18/6), assinala o movimento inverso do que se observou no mercado nos últimos tempos. Antes, pressionadas pelos reajustes de preços e desejosas de ter autonomia em relação à matéria-prima, algumas siderúrgicas apostaram na exploração de suas própria jazidas de minério de ferro. A CSN, com a Casa de Pedra, e a Usiminas são os exemplos mais lembrados. Agora, é a vez da Vale entrar no terreno de seus clientes, e operar sua própria usina. Mas até que ponto ser dona de uma siderúrgica é bom para a maior produtora de minério de ferro do mundo?

"A Vale e a Thyssen lucrarão nas duas pontas, tanto com redução de custos, quanto com reajustes de preços", afirma Alcides Leite, professor de economia da Trevisan Escola de Negócios, "Sem contar que isso as protege do risco de um desequilíbrio de oferta entre mineradoras e siderúrgicas no futuro". Quando o projeto foi anunciado, em 2006, a Vale participaria com 10% dos investimentos. Em julho do ano passado, porém, foi assinado um acordo ampliando a fatia da mineradora para 26,87%, mediante um novo aporte de capital de 965 milhões de euros.

Em boa hora

A CSA chega em um momento de aquecimento econômico, o que permitirá que a Vale lucre tanto como fornecedora de minério, quanto como produtora de aço. Apesar do fim dos incentivos fiscais adotados pelo governo no ano passado para conter a crise, a demanda por veículos e aparelhos da linha branca continua forte. A exploração do pré-sal também reativou a indústria naval brasileira. A construção civil é impulsionada pelo crédito. E, no mercado externo, o apetite chinês por insumos não arrefeceu. "Com a usina, as companhias garantem uma margem maior de lucro e também estarão menos sujeitas à variação da taxa de câmbio", diz José Eduardo Balian, professor de economia da ESPM.

A demanda da China foi uma das responsáveis pelos fortes reajustes do minério de ferro nos últimos anos. O valor começou a ser revisado trimestralmente pelas mineradoras, entre elas a Vale, e ajustado a preço spot (à vista). A cotação no mercado spot subiu de 65 dólares a tonelada no primeiro trimestre deste ano para 100 dólares a tonelada atualmente, de acordo com relatório de Pedro Galdi, analista chefe da SLW Corretora. "A demanda no mercado de minério atualmente é tanta que não há problema de a Vale ser concorrente direta de seus clientes", diz Leite, da Trevisan. "Há demanda para todos que atuam no setor e isso deve durar um bom tempo." Para aproveitar a demanda externa, a CSA deve exportar 40% da produção.
Instalada em Santa Cruz (RJ), próximo ao porto de Sepetiba, a CSA é apenas a primeira das quatro siderúrgicas nas quais a Vale participa. A mineradora também está construindo a Companhia Siderúrgica de Pecém (CSP), no Ceará, em parceria com a coreana Dongkuk. A usina terá capacidade para produzir 3 milhões de toneladas de aço por ano, podendo crescer para 6 milhões numa segunda etapa. A primeira fase tem um orçamento previsto de 4 bilhões de dólares. A fatia da Vale é estimada em 49%, mas o percentual final pode variar em função do investimento total feito pelas parceiras. Sua inauguração é prevista para 2013.

Em março, a Vale também recebeu a licença prévia para a construção da Aços Laminados do Pará (Alpa), em Marabá. Por considerar este projeto mais estratégico, a empresa decidiu assumir sozinha os investimentos. O projeto está orçado em 2,76 bilhões de dólares e terá capacidade para 2,5 milhões de toneladas de aço semiacabado por ano. Ela deve iniciar suas operações também em 2013. A Vale pretende integrá-la à americana California Steel Industries (CSI), da qual detém 50% - o restante pertence à japonesa JFE Steel. A CSI é a única produtora de aços laminados da Costa Oeste americana.

O projeto que está mais embrionário é o da Companhia Siderúrgica de Ubu (CSU), no Espírito Santo. A Vale ainda procura um sócio majoritário para a empreitada, e espera obter a licença ambiental ainda neste ano. A planta teria capacidade de 5 milhões de toneladas de placas por ano. Sua inauguração é esperada para 2014.

Em comum, todos os projetos contariam com contratos exclusivos com a Vale para fornecimento de minério com prazos longos - entre 12 e 15 anos. Apesar do recente entusiasmo da mineradora com os projetos siderúrgicos, estas não são as suas primeiras incursões no setor. Nos anos anteriores, a Vale deteve participações acionárias em siderúrgicas já ativas, como a CSN, Usiminas e a argentina Siderar. A diferença é que, agora, a mineradora está investindo em projetos greenfield - e a CSA é o primeiro passo para saber se a Vale está no caminho certo.