Nas últimas semanas, todos os olhos estiveram voltados para a África do Sul. Assistir aos jogos de uma Copa do Mundo pode ser uma boa oportunidade para aprender dribles ou jogadas que poderão ser aplicados na próxima pelada. Segundo Brett Arends, colunista do "Wall Street Journal", o Mundial da Fifa também lhe dá a chance de aprender a investir melhor em ações. Abaixo Arends aponta as lições do futebol para quem prefere jogar no mercado financeiro:
1 - Não se surpreenda com qualquer coisa: Quem diria que os dois finalistas da Copa de 2006 - a França e a Itália - seriam eliminados na primeira fase do Mundial? Quem apostaria que a Suíça iria ganhar da Espanha? Pois é, surpresas acontecem o tempo inteiro no futebol e no mercado de ações. Esse tipo de evento foi denominado pelo ex-operador de bolsa Nassim Nicholas Taleb de "cisne negro" porque, até ser avistado o primeiro, todo mundo achava que todos os cisnes eram brancos. Da mesma forma, há alguns meses ninguém ousaria pensar que o Lehman Brothers quebraria ou que a General Motors quase iria à falência. O escritor inglês P.G. Wodehouse costumava dizer que não podemos "confundir o incomum com o impossível". A única coisa que ainda surpreende é justamente o fato das pessoas se surpreenderem.
2 - Jogue na defensiva: Existe uma frase no futebol que "você só precisa de um segundo para marcar um gol". Mas como o goleiro da Inglaterra Robert Green demonstrou durante a partida contra os Estados Unidos, a realidade é que você precisa de apenas um segundo para dar um gol de graça ao adversário. Muitos investidores sabem bem como isso funciona. Não adianta nada ganhar dinheiro com diversas operações no mercado financeiro e apenas um pequeno deslize pode anular todos os ganhos anteriores. Lógico que tanto no mercado financeiro como no futebol, jogar no ataque é muito mais excitante. Mas lembre-se que, se uma ação cair 50%, terá de subir 100% para que você recupere todo seu dinheiro.
3 - Pense globalmente: A Copa é uma das poucas ocasiões na qual o torcedor mais fanático abandona sua paixão por uma seleção eliminada e continua a acompanhar o campeonato até o final independente de que times tenham chances de vencê-lo. Trazendo isso para o mercado financeiro, a lição é que não adianta olhar apenas para as ações negociadas no mercado local. Se o mercado chinês tem mostrado um desempenho tão bom quanto as seleções da Argentina ou da Alemanha, é para lá que o investidor deve ir. Mesmo os americanos, que estão entre os investidores mais globalizados do mundo, acreditam que o grande problema da maioria dos portfólios de ações é a tendência de apenas incluir papéis de empresas dos Estados Unidos. Investir globalmente ajuda a diversificar suas apostas e a reduzir o risco de sua carteira. Estudo a AQR Capital Management mostrou que uma carteira de investimentos internacionalizada pode garantir melhores retornos ao longo dos anos com menos reveses no curto prazo.
Marcello da Silva Batista
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