Em atos mais afeitos a grupos terroristas, o narcotráfico mexicano respondeu com carros-bomba, novas chacinas e o desaparecimento de um promotor à pressão do governo pelo massacre de 72 imigrantes ilegais, na última segunda-feira, informa a reportagem de Gabriela Manzini, enviada especial a Matamoros.
Dois carros-bomba explodiram ontem em Ciudad Victoria -capital do Estado de Tamaulipas, o mesmo de San Fernando, onde foram encontrados os corpos. Um deles provocou danos materiais na sede local da emissora Televisa, a maior do país.
O episódio foi interpretado como uma tentativa de intimidar a mídia local.
Segundo o presidente mexicano, Felipe Calderón, o promotor Roberto Jaime Suárez, que investigava o massacre de San Fernando, está desaparecido há dois dias.
Ele chegou a ser declarado morto, após dois corpos terem sido encontrados em uma estrada, mas depois a notícia foi desmentida por Calderón.
Também ontem, foram encontrados mais oito corpos em Ciudad Juárez e 14 em diferentes lugares de Acapulco -alguns, segundo a polícia, vendados e cobertos por um papelão com mensagens intimidatórias (não divulgadas) a cartéis de drogas rivais.
Calderón admitiu que a narcoviolência tende a aumentar: "A única maneira de detê-los [traficantes] é com a força pública, o que vai trazer, ao menos no curto prazo, também violência".
Marcello da Silva Batista
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