O economista Gustavo Rojas, 34, analisou seu mercado eleitoral na Venezuela e não teve dúvidas: lançou uma rifa de implante de silicone para ajudar a financiar sua campanha para deputado da Assembleia Nacional.
"Na Venezuela há um bom mercado para esse tipo de cirurgia, isso é inegável. E nos setores populares é uma oportunidade de tentar realizar suas aspirações", disse Rojas, do partido oposicionista Primeiro Justiça.
No país de Hugo Chávez, a operação para aumentar os seios é uma febre há anos, com 30 mil intervenções por ano. O volume das próteses também é cada vez maior.
Embora Chávez já tenha criticado a moda na TV, até um banco estatal oferece financiamento para o tipo de cirurgia, cuja versão mais simples custa em torno de US$ 700 (câmbio oficial), com próteses chinesas, consideradas de pior qualidade.
Rojas, que é professor da prestigiosa Universidade Católica Andrés Bello e concorre como suplente, afirma que a rifa "está vendendo bastante". Cada bilhete para o sorteio em 17 de setembro custa US$ 5,8 (câmbio oficial).
"Muitos empresários têm medo de doar para oposicionistas temendo alguma represália fiscal ou administrativa do governo", diz.
"Quase não tínhamos feito publicidade até hoje", continua o candidato, que defendeu que a rifa era "legítima" no jornal "El Universal". Na internet, o material de divulgação dizia "ganhe uma mamoplastia de aumento ou coloque na sua mulher".
Mas a criatividade de Rojas não agradou a todos os eleitores oposicionistas. No Twitter, um deles pediu para o candidato fazer uma "rifa de cérebros" para ele próprio ganhar. Mas outro apoiou: "é preciso fazer as pessoas votarem maciçamente".
Marcello da Silva Batista
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