domingo, 31 de outubro de 2010

Dilma Rousseff é a primeira mulher eleita presidente do Brasil

Dilma Vana Rousseff (PT), 62 anos, foi eleita neste domingo (31) a primeira mulher presidente do Brasil. Com 92,53% dos votos apurados, às 20h04, o Tribunal Superior Eleitoral informou que a petista tinha 55,43% dos votos válidos (excluídos brancos e nulos) e não podia mais ser alcançada por José Serra (PSDB), que, até o mesmo horário, totalizava 44,57% - confira os números da votação. Em um pronunciamento às 20h13, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Ricardo Lewandowski, anunciou oficialmente a vitória da candidata do PT.

Na campanha eleitoral, Dilma contou com o engajamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cujo governo registrou recordes de aprovação – na pesquisa Datafolha do último dia 27, a avaliação positiva do governo alcançava 83%.

Lula participou de vários comícios e declarou repetidamente o apoio à candidata, o que inclusive rendeu a ele multas por propaganda eleitoral antecipada.

Antes da deflagração da campanha, o presidente também se empenhou em montar uma grande aliança política, que, além da adesão de aliados históricos do PT, como PSB e PC do B, incluiu o PMDB, um dos maiores partidos do país.

O PMDB indicou o vice de Dilma, o deputado federal Michel Temer, presidente da Câmara. Nos últimos dias da campanha do primeiro turno, Lula chegou a dizer que esteve em mais eventos do que quando ele próprio foi candidato e disputou a reeleição, em 2006.

No segundo turno, a aliança contava com 11 partidos: PT, PMDB, PC do B, PR, PDT, PRB, PSC, PSB, PTC,PTN e PP, o último a anunciar apoio.

Biografia
A presidente eleita nasceu em 14 de dezembro de 1947 em Belo Horizonte (MG). Durante o regime militar, integrou organizações de esquerda clandestinas, foi presa e torturada.

No Rio Grande do Sul, ajudou a fundar o Partido Democrático Trabalhista (PDT). Filiou-se ao PT em 2001. Formada em economia, Dilma foi secretária de estado no Rio Grande do Sul.

Como ministra da Casa Civil, Dilma assumiu a gerência do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), um dos carros-chefe do governo. Foi apelidada por Lula de 'mãe do PAC’.

Na Casa Civil, ela sucedeu, em 2005, José Dirceu, homem forte do governo, que deixou o cargo atingido pelo escândalo do mensalão, em que parlamentares teriam recebido dinheiro para votar a favor de projetos do governo – ele sempre negou participação no suposto esquema.

No governo, Dilma também ocupou o cargo de ministra das Minas e Energia. Quando Lula se elegeu presidente para o primeiro mandato, sucedendo Fernando Henrique Cardoso (PSDB), ela participou da equipe que formulou o plano de governo do PT na área energética e do governo de transição.

Antes de tornar-se candidata, Dilma revelou que estava se submetendo a um tratamento contra um linfoma, câncer no sistema linfático, que havia descoberto em abril de 2009 a partir de um nódulo na axila esquerda, em um exame de rotina, em fase inicial.Dilma concluiu o tratamento de radioterapia e disse estar curada. Ela chegou a raspar o cabelo devido às sessões de quimioterapia, o que a fez usar peruca durante sete meses. Boletim médico de agosto deste ano indicou que o estado de saúde da presidente eleita é considerado “excelente”.

Evolução nas pesquisas
Em fevereiro deste ano, o instituto de pesquisa Ibope apontou Dilma com 25% das intenções de voto contra 36% de seu principal adversário, José Serra.

Após o início oficial da campanha eleitoral, quando ela passou a ter a imagem colada à do presidente Lula, a candidatura decolou. No fim de agosto, ela atingiu 51% das intenções de voto contra 27% do tucano, o que indicava uma vitória no primeiro turno para a petista.

Em setembro, duas denúncias atingiram a campanha da petista. No começo do mês, foi divulgado um esquema de vazamento de dados sigilosos na Receita Federal de pessoas ligadas ao PSDB. Veronica Serra, filha do principal adversário de Dilma, teve o imposto de renda acessado. A oposição culpou a campanha de Dilma pelo fato, mas ela negou relação e defendeu investigações sobre o assunto.Duas semanas depois, às vésperas da votação em primeiro turno, surgiu uma nova denúncia: foram divulgadas suspeitas de tráfico de influência na Casa Civil, antes comandada por Dilma Rousseff.

Sua sucessora, Erenice Guerra, indicada por Dilma, foi o alvo principal das acusações. Um empresário disse que o filho de Erenice cobrou propina para intermediar um contrato e indicou que o dinheiro iria para campanha da petista. Ela negou que houvesse vínculo entre as supostas irregularidades e sua campanha.

Após os escândalos, Dilma chegou a oscilar negativamente nas pesquisas de intenção de voto. Os episódios foram usados pela campanha do adversário José Serra. Se, no começo do horário eleitoral, Serra usou imagem de Lula na televisão e chegou a utilizar o nome do presidente em um jingle, o tucano passou a relembrar fatos críticos para o PT, como o escândalo do mensalão.

Figura importante do PSDB, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso quase não apareceu na campanha de Serra. Na reta final, o PSDB colocou na internet vídeos com ataques a Dilma.

Durante toda a campanha, a estratégia de Dilma foi afirmar que, caso eleita, daria continuidade ao governo do presidente Lula. Ela propôs ampliar programas que se tornaram populares no atual governo, como o Bolsa Família, Minha Casa, Minha Vida e Prouni.

Aprovado em convenção do Partido dos Trabalhadores, o documento previa tributação de grandes fortunas, fim da criminalização de movimentos sociais, defesa da jornada de trabalho de 40 horas e combate ao monopólio dos meios de comunicação.

No mesmo dia, o programa foi trocado por um mais ameno, exatamente o mesmo, mas sem os trechos que provocaram questionamentos.

Aborto

A polêmica sobre o aborto foi convertida em tema central da campanha durante o segundo turno, ocupando espaço em debates e na propaganda dos candidatos. A campanha petista acusou os adversários de promoverem uma campanha de difamação contra Dilma.

A petista reafirmou ser pessoalmente contra o aborto, mas defendeu que o tema seja encarado como questão de saúde pública. Bispos se manifestaram contra candidatos favoráveis ao aborto e panfletos contra o PT pagos pela Diocese de Guarulhos chegaram a ser apreendidos pela Justiça Eleitoral. Na semana da eleição, Bento XVI reafirmou o direito dos líderes católicos emitirem juízos morais em questões políticas.

Em busca dos quase 20 milhões de votos obtidos por Marina Silva no primeiro turno, a petista apresentou 13 compromissos de sua política ambiental. Oficialmente, o PV declarou neutralidade, embora representantes do partido tenham participado de ato em apoio a Dilma. Em outro evento no segundo turno, a presidente eleita também recebeu apoio de um grupo de artistas e intelectuais, entre eles Chico Buarque e o teólogo Leonardo Boff.

A seis dias do segundo turno, a candidata apresentou um documento com 13 “compromissos programáticos”, que chamou de diretrizes de governo. Os 13 itens são: fortalecer a democracia política e econômica; expansão do emprego e renda; projeto que assegure sustentável transformação produtiva; defender o meio ambiente; erradicar a pobreza absoluta; atenção especial aos trabalhadores; garantir educação para a igualdade social; transformar o Brasil em potência tecnologia; garantir a qualidade do Sistema Único de Saúde (SUS); prover habitação e vida digna aos brasileiros; valorizar a cultura nacional; combater o crime organizado; e defender a soberania nacional.

Fonte: G1

Marcello da Silva Batista

Iêmen liberta jovem detida sob suspeita de enviar bombas aos EUA

O Iêmen libertou neste domingo uma jovem detida ontem sob suspeita de ter enviado duas bombas aos Estados Unidos. Os pacotes com material explosivo foram enviados em voos de carga do Iêmen com destino a sinagogas em Chicago, nos EUA. Um foi interceptado no Reino Unido e outro em Dubai, na sexta-feira (29).

Com isso, não há mais suspeitos sob custódia ligados ao caso, que colocou os EUA em alerta. A principal suspeita recaiu sobre a Al Qaeda no Iêmen.

A polícia iemenita prendeu a estudante na noite de sábado, junto com sua mãe. As autoridades chegaram até ela por meio de um número de telefone deixado com a empresa de carga. Agora, as autoridades não acreditam mais que a estudante tenha enviado as bombas, mas sim que alguém tenha usado seus dados para isso.

"Outra mulher usou o nome dela e seu documento de identidade. Autoridades estão procurando por ela", afirmou uma fonte do governo do Iêmen.

O Iêmen libertou neste domingo uma jovem detida ontem sob suspeita de ter enviado duas bombas aos Estados Unidos. Os pacotes com material explosivo foram enviados em voos de carga do Iêmen com destino a sinagogas em Chicago, nos EUA. Um foi interceptado no Reino Unido e outro em Dubai, na sexta-feira (29).

Com isso, não há mais suspeitos sob custódia ligados ao caso, que colocou os EUA em alerta. A principal suspeita recaiu sobre a Al Qaeda no Iêmen.

A polícia iemenita prendeu a estudante na noite de sábado, junto com sua mãe. As autoridades chegaram até ela por meio de um número de telefone deixado com a empresa de carga. Agora, as autoridades não acreditam mais que a estudante tenha enviado as bombas, mas sim que alguém tenha usado seus dados para isso.

"Outra mulher usou o nome dela e seu documento de identidade. Autoridades estão procurando por ela", afirmou uma fonte do governo do Iêmen.

A jovem foi identificada pela Efe como Hanan Mohamed al Samawi, 22 anos, e é estudante de Engenharia da Universidade de Sanaa --anteriormente, havia sido divulgado que ela era estudante de Medicina. Ela foi libertada sob fiança, mas não pode deixar o país.

Dezenas de estudantes realizaram uma manifestação sentando-se nos campos da Faculdade de Engenharia de Sanaa para pedir que a jovem fosse libertada.

NOVO SUSPEITO

Acredita-se que um fabricante de bombas da Arábia Saudita esteja trabalhando com a filial iemenita da Al Qaeda. Ele é um dos principais suspeitos da operação, segundo uma autoridade dos EUA.

Ibrahim Hassan al Asiri, que está no topo de uma lista de terroristas da Arábia Saudita, é o irmão de um terrorista morto no ano passado, quando tentava explodir uma bomba para assassinar o chefe da autoridade de combate ao terrorismo na Arábia Saudita, o príncipe Mohammed bin Nayef.

Esse ataque, assim como outra tentativa em um avião que ia em direção aos EUA no Natal de 2009, envolveu o uso de trinitrato de pentaeritritol (PETN), um explosivo potente que parece ser a preferência da Al Qaeda no Iêmen.

Pelo menos uma das duas bombas interceptadas na semana passada usavam PETN, segundo autoridades americanas.

"O indivíduo que está fazendo essa bombas... é muito perigoso. Claramente é alguém que tem bastante treinamento e experiência. Precisamos encontrá-lo e trazê-lo para a Justiça assim que possível", disse o assessor de combate ao terrorismo da Casa Branca, John Brennan, à rede de TV ABC.

"Acho que as indicações agora, com base na investigação dos materiais, são que apenas um indivíduo está construindo essas bombas."

REVISÃO MUNDIAL

Como resultado dos atentados, governos do mundo todo estão revendo suas normas de segurança.

A secretária de segurança interna do Reino Unido, Theresa May, disse que a segurança de carga aérea ao redor do mundo está sendo revista.

"Estamos revendo como se faz a checagem das cargas. Vamos conversar com o setor de aviação sobre o tema", disse ela à BBC.

"Ontem indicamos à indústria que eles não devem aceitar carga oriunda do Iêmen que seja enviada em direção à Inglaterra ou transite pelo país."

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, disse no sábado que a bomba encontrada no aeroporto de East Midlands foi criada com o objetivo de explodir um avião no ar, possivelmente sobre o Reino Unido.

Tanto a Alemanha quanto a França pararam de receber cargas do Iêmen.

PACOTES-BOMBA

Autoridades de segurança no Reino Unido e nos Emirados Árabes Unidos interceptaram na sexta-feira dois pacotes suspeitos enviados do Iêmen para os Estados Unidos, com destino a sinagogas em Chicago, numa "ameaça terrorista real", segundo o presidente Barack Obama.

As suspeitas recaíram sobre a Al Qaeda na Península Árabe, que assumiu a responsabilidade por um atentado frustrado contra um avião americano no Natal de 2009.

Um dos pacotes foi encontrado em um avião de carga da empresa United Parcel Service (UPS), no aeroporto de East Midlands, cerca de 260 km a norte de Londres, no Reino Unido. Ele continha um cartucho de tinta para impressora modificado, segundo a CNN, e foi enviado de Sanaa, no Iêmen para Chicago, nos EUA, em voo com escala no Reino Unido.

"Eu posso confirmar que o dispositivo era viável e poderia ter explodido. O alvo pode ter sido uma aeronave e, se ele fosse detonado, a aeronave poderia ter sido derrubada, disse a ministra do Interior do Reino Unido, Theresa May, neste sábado.

O outro pacote foi descoberto em uma instalação da FedEx Corp em Dubai. Uma fonte oficial nos Emirados Árabes Unidos disse que "um material explosivo foi encontrado no pacote originário do Iêmen" e que o pacote era semelhante ao encontrado no Reino Unido.

Uma autoridade americana e alguns analistas especularam que os pacotes podem ter sido apenas um teste para os procedimentos de checagem de carga, e da reação das autoridades de segurança nos EUA.

ATENTADO NO NATAL

Umar Farouk Abdulmutallab, de origem nigeriana, foi acusado de tentar explodir uma aeronave americana com uma bomba na noite de Natal do ano passado.

Ele embarcou em um voo da Northwest Airlines que fazia a rota Amsterdã-Detroit e, perto do fim do trajeto, tentou acionar uma bomba que estava em sua cueca, afirmaram procuradores.

Segundo eles, o dispositivo não detonou completamente e ele foi rendido por passageiros e tripulantes e o fogo foi controlado.

Ele foi acusado pela tentativa de usar uma bomba de destruição em massa, tentativa de assassinato e outros quatro crimes. Se condenado, poderá passar o resto da vida na prisão.

O nigeriano cooperou com investigadores americanos por vários meses e disse a eles ter recebido o dispositivo e treinamento de militantes da rede terrorista Al Qaeda no Iêmen.

Desde então, a Al Qaeda na Península Árabe e um de seus líderes, o clérigo americano Anwar al Awlaki, tornaram-se alvos prioritários dos EUA. Os EUA aumentaram a ajuda militar ao governo iemenita, que tenta derrotar o braço insurgente da Al Qaeda em seu território.

Fonte: UOL

Fonte: Marcello da Silva Batista



Escola proíbe professores de serem amigos de alunos no Facebook

Após seguir uma recomendação da Associação de Comitês Escolares de Massachusetts, uma escola da cidade de Norton, nos Estados Unidos, publicou um estatuto que recomenda aos professores não aceitarem solicitações de amizade de alunos em redes sociais.

O objetivo é evitar condutas inapropriadas e casos de difamação. A recomendação se estende também para solicitações enviadas por ex-alunos, segundo o jornal The Boston Globe.

O estatuto foi proposto pela secretária de educação do município, Patricia Ansay. Segundo a orientação, os professores devem estabelecer contato com seus alunos somente por meio do sistema eletrônico das escolas, sem trocar telefones ou outros contatos.

Em sua recomendação, a Associação de Comitês Escolares de Massachusetts ressaltou a importância de se manter o decoro adequado no mundo online, além de alertar sobre a “fraternização imprópria com estudantes por meio do Facebook e outras redes sociais.

Marcello da Silva Batista

Funcionários faltam e prejudicam embarque no aeroporto Tom Jobim no Rio

O atraso do pagamento de funcionários que prestam serviço à Polícia Federal provocou atrasos neste fim de semana no aeroporto internacional Tom Jobim, no Rio de Janeiro.

Segundo a Polícia Federal, menos da metade dos 20 funcionários terceirizados que fazem atendimento na cabine de imigração estavam trabalhando, o que acabou provocando filas enormes no setor de embarque internacional neste sábado e neste domingo.

Policiais Federais, que normalmente supervisionam o atendimento, foram escalados para fazê-lo e amenizar o transtorno. Ainda assim, a fila ainda era longa por volta das 20h.

Marcello da Silva Batista

Dilma enfrentará vários desafios econômicos

A candidata do PT, Dilma Rousseff, foi eleita neste domingo presidente da República, derrotando José Serra (PSDB) no segundo turno da eleição.

Veja a seguir comentários de economistas e líderes de associações setoriais sobre os desafios que esperam a nova presidente.

  • Tony Volpon, chefe de pesquisa para mercados emergentes nas Américas, da Nomura Securities:

"O mercado gostaria de ver uma mudança na política fiscal, com certeza. Houve nesta última semana alguns sinais nesse sentido... falando em ter uma meta para a relação dívida/PIB, que seria bastante positivo na medida em que essa meta levaria a uma queda da taxa de juro.

Acho que o principal desafio é manter a taxa de crescimento alta tendo um modelo de investimento mais ligado ao mercado, e não ligado ao BNDES. Claramente o BNDES já está ficando muito grande, e se crescer mais até pode criar um risco sistêmico para a economia.

Você não tem que ter um corte de gastos, você precisa ter uma queda na taxa de crescimento dos gastos. O Brasil não enfrenta a situação da Grécia, da Inglaterra, onde eles estão fazendo um corte de gastos nominal. No Brasil, basta gerenciar a taxa de crescimento (dos gastos) que acho facil ter uma meta de superávit primário de 3,3 por cento. Mas sem descontos, sem antecipação de receitas, sem várias artimanhas contábeis."

  • Humberto Barbato, presidente da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee):

"Esperamos mudanças profundas na política industrial. Nosso setor vem sofrendo um processo de desindustrialização e há uma necessidade urgente de mudanças na política cambial. São necessárias medidas efetivas para compensar a valorização do real, o que vem acontecendo desde o início do governo Lula e que têm se refletido nos indicadores do setor... Acredito que a presidente estará bem assessorada para fazer essas mudanças.

Vejo a eleição de Dilma como algo positivo, mas também algo preocupante se ela permitir que os radicais do PT tenham voz ativa no governo."

  • Luiz Guilherme Piva, diretor da LCA Consultores:

"É uma vitória que representa essencialmente a aprovação da maioria da população ao atual governo... Não é qualquer crescimento econômico, é um crescimento econômico que gera emprego, renda, ascenção econômica e social de camadas bem numerosas da sociedade.

Os desafios agora são maiores. Um deles é confirmar essa capacidade de aproveitar o bom momento interno e externo e manter a economia crescendo. Obviamente com algumas calibragens... E isso impõe um manejo cuidadoso e atento das variáveis principais da política fiscal, da política cambial e da política monetária. Acho que nenhum desses três pontos oferece nenhuma armadilha de curto prazo.

O norte é manter um patamar satisfatório de crescimento com distribuição de renda. Qualquer tentativa --que eu acho que não vai existir-- que sacrifique crescimento e distribuição de renda seria muito mais perigosa para o governo e para a estabilidade do mercado do que uma barbeiragem em alguma variável econômica."

  • Melvyn Fox, presidente da Associação Brasileira de Materiais de Construção (Abramat):

"Foi muito importante ter o segundo turno para esclarecer muitos pontos. E o resultado não foi uma surpresa. A presidente Dilma terá condições para elevar o crescimento econômico e social. Muitas ações importantes, como o 'Minha Casa, Minha Vida 1 e 2', a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) e mais recursos para financiamentos devem ter continuidade. E esperamos até um crescimento. Não será exatamente fácil porque ainda existe crise em termos mundiais e o Brasil ainda tem que mostrar que está preparado para enfrentar este período, mas o país está no trilho certo."

  • Elizabeth de Carvalhaes, presidente da Associação Brasileira de Celulose e Papel (Bracelpa):

"O novo governo deve tomar sérias medidas que permitam ao Brasil consolidar a sua competitividade internacional. Esperamos medidas imediatas que sempre foram prorrogadas. O setor de papel e celulose tem 20 bilhões de dólares para investir nos próximos 7, 8 anos, mas a competitividade não se faz sozinha: é preciso uma urgente redução de impostos sobre investimentos. Nosso setor paga 17 por cento de impostos sobre investimentos, enquanto nossos competidores não fazem a tributação. Se o Brasil pretende continuar crescendo, é fundamental que esses impostos sejam eliminados.

Como exportadores defendemos o câmbio livre, mas o governo tem que se preocupar em garantir condições para a valorização do real."

  • Rui Prado, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso:

"Acredito que está muito claro o que precisa ser feito, e aí a Dilma como presidente ela tem que realizar as obras de infraestrutura, incluvise várias delas estão anunciadas, com exceção das hidrovias, o que é muito importante para o nosso país.

Do ponto de vista de política agrícola, é preciso o fortalecimento e o subsídio ao seguro rural, com vistas a dar segurança de renda ao produtor, e isso se faz pela implementação do Fundo de Catástrofe, fazer com que isso aconteça. Mais crédito aos produtores, juros compatíveis com a atividade, e a renegociação do endividamento de uma forma definitiva. Outro ponto muito importante é a produção sustentável... E para isso é preciso haver celeridade na votação do novo código ambiental."

  • Cláudio Bernardes, presidente em exercício do Sindicato da Habitação (Secovi-SP):

"Enquanto ministra, a Dilma sempre teve uma visão muito otimista do setor de construção. O programa 'Minha Casa, Minha Vida' teve um papel muito importante com subsídios para atender as camadas mais pobres, e precisa continuar até que o déficit habitacional seja zerado. A Dilma reconheceu a construção como uma alavanca forte para o desenvolvimento e deve continuar nesta linha, pautada no crescimento da construção civil. Agora, o que interessa é unir forças para fortalecer o Brasil"

  • Cesário Ramalho, presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB):

"Penso que a presidente tem que fazer algo que o Lula não fez: fazer com que a agricultura tenha uma papel político semelhante ao papel econômico que ela tem. Se o governo não valorizar politicamente a agricultura do país, vamos continuar com esses problemas a vida inteira.

Tivemos uma campanha pouco elucidativa, uma campanha em que se debateu pouco os problemas nacionais. Mas tenho convicção que vamos superar isso, e a oposição vai ficar com o obrigação de fazer realmente uma oposição, coisa que no governo Lula não existiu.

Verdadeiramente, não sabemos qual o entendimento o novo governo terá em relação à agricultura (...) A prioridade do próximo presidente deveria ser o câmbio. A maior preocupação é o problema do câmbio."

  • Cristiano Oliveira, economista-chefe do Banco Safra de Investimento:

"Como as principais pesquisas já mostravam a candidata Dilma liderando na disputa eleitoral, é bastante provável que o mercado de imediato não sinta nenhuma grande alteração.

As atenções continuarão voltadas para quem serão os ministros, qual será o gabinete da presidente Dilma, e também qual deve ser a composição do Banco Central.

Espera-se que haja uma desaceleração no ritmo de gasto do governo central. Nos últimos dois anos houve uma aceleração bastante grande.

Talvez o primeiro sinal de uma política fiscal mais austera, já no Congresso entre novembro e dezembro, seja a manutenção daquela regra informal do salário mínimo... O (crescimento do) PIB (em 2009) foi zero, então se tiver ajuste zero em termos reais para o mínimo, vai ser a primeira sinalização de uma política fiscal mais restritiva."

  • Robson Andrade, presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI):

"A Dilma tem um conhecimento muito grande de toda a máquina do governo, tendo sido a principal assessora do presidente Lula e coordenadora dos programas de investimento em infraestrutura.

Ela conhece as necessidades do país, conhece o que tem de ser feito e tem vocação para gestão. A expectativa é de que ela faça um grande governo. Há grandes desafios pela frente: lidar com o câmbio, reforma tributária, reduzir o impacto dos impostos sobre a exportação, infraestrutura.

É difícil eleger apenas uma prioridade, há diversas ações e todas têm de ser atacadas."

  • Paulo Safady Simão, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC):

"Desde 2004, o setor da construção vem se recuperando e tem papel de destaque na economia. Batemos recordes em geração de emprego e volume de investimentos e crescemos em progressão geométrica. E queremos continuar contribuindo para o desenvolvimento do Brasil.

O setor de construção vai crescer mais de 12 por cento neste ano, contra mais de 7 por cento do PIB do Brasil. Construímos uma série de programas importantes, como 'Minha Casa, Minha Vida', e temos participação no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Esperamos de Dilma a continuidade e aperfeiçoamento dos projetos... Estou muito otimista."

  • Paulo Petrassi, sócio-gestor da Leme Investimentos:

"Acho que mexe pouco no mercado (financeiro)... Não vejo nada em volatilidade no câmbio ou na bolsa.

Agora (o mercado) acompanha a composição da equipe --a cada dia é uma novidade. Principalmente Banco Central e Ministério da Fazenda e Casa Civil.

Acho que o principal (desafio), de cara, é o fiscal... Ano que vem o PIB vai crescer menos, (então) acho que tem que ter um corte de gasto bem definitivo para poder passar com tranquilidade."

Fonte: Exame

Marcello da Silva Batista

Desde 2009, mais de 23 mil brasileiros ilegais foram presos na Europa

GENEBRA - Os emigrantes brasileiros estão entre os mais afetados pelo endurecimento das leis contra estrangeiros na Europa. Desde o início de 2009, quando muitas das novas normas de imigração entraram em vigor, mais de 23,4 mil brasileiros foram presos na Europa por estar vivendo ilegalmente e sem autorização de trabalho. O número de brasileiros detidos só perde para o total de imigrantes irregulares na Europa de origem do Marrocos, Afeganistão e Albânia.

Essa é a primeira vez que a Europa torna público o número total de detenções de estrangeiros e a nacionalidade dos infratores. No total, 574 mil estrangeiros foram detidos em apenas 18 meses na Europa. Muitos foram deportados diretamente a seus países de origem, enquanto milhares de outros aguardam uma definição de seu destino em centros de detenções espalhados pelo continente.

Há um mês, a reportagem do Estado havia revelado que os brasileiros estavam entre os estrangeiros que são mais frequentemente barrados ao tentar entrar no Velho Continente. Se apenas o número de pessoas barradas nos aeroportos for calculado, os brasileiros aparecem na primeira colocação. Para os europeus, esses brasileiros não deram garantias de que voltariam ao país de origem e eram suspeitos de estar tentando entrar de forma irregular na Europa.

Agora, novos números da agência de fronteiras da União Europeia, a Frontex, indicam que, além daqueles que são pegos já ao desembarcar, o número de brasileiros irregulares vivendo pela Europa tem surpreendido as autoridades. A assessoria de imprensa da Frontex se recusa a divulgar os números relativos a 2008 ou 2007, alegando que são apenas para uso das polícias nacionais. Mas a entidade acredita que não haja um fluxo maior de brasileiros para a região nos últimos meses, inclusive porque a crise na Europa de fato fez milhões de desempregados, muitos deles sendo estrangeiros.

O resultado do alto número de brasileiros detidos seria mesmo o recrudescimento das políticas de imigração e da suposta facilidade em encontrar os brasileiros. Muitos trabalham como operários, pessoal de limpeza e nos restaurantes das principais cidades. Mas se o número de novos brasileiros chegando ao continente não dá sinais de aumentar, a constatação é de que os números de detenções de Brasil já na Europa está em alta. No primeiro trimestre de 2009, foram apenas 2,3 mil brasileiros detidos. No segundo trimestre de 2010, esse número já era de 4,2 mil.

No início de 2009, iraquianos, argelinos, indianos e somalis superavam a média brasileira. Mas, se todo o período dos últimos 18 meses for somado, o Brasil apenas perde para três outras nacionalidades. A maior delas é a de afegãos, fugindo da guerra que assola o país há quase uma década. 47,9 mil cidadãos de nacionalidade afegã foram detidos pelos europeus por estar vivendo de forma ilegal dentro do bloco desde 2009. Muitos saem de seu país, vão para a Turquia e, de lá, cruzam a fronteira com a Grécia. Em segundo lugar vem os marroquinos, com 38,1 mil detidos. 37,4 mil albaneses foram detidos pelos policiais europeus já dentro da Europa desde o início de 2009.

Desde a eclosão da crise econômica, os governos europeus foram pressionados pela opinião pública a adotar medidas concretas para salvar postos de trabalho e a renda da população. Sem poder incentivar indústrias que não tinham a quem vender, o caminho adotado por inúmeros governos foi a de endurecer a fiscalização sobre imigrantes irregulares, expulsando-os e teoricamente abrindo vagas aos trabalhadores europeus. No sul da Espanha, por exemplo, uma onda de deportações foi registrada a partir de 2009, com fiscalizações da polícia na colheita na região de Almeria. Centenas foram enviados de volta a seus países para dar lugar aos espanhóis, que enfrentam uma taxa de desemprego de mais de 20%. O problema é que poucos foram os espanhóis que aceitaram voltar a trabalhar no campo.

Temor. Entre a comunidade brasileira vivendo na Europa, muitos admitem limitar cada vez mais a exposição na rua ou em locais públicos, temendo ter seus documentos pedidos pela polícia. "Eu já quase não saio pela noite", contou Cintia, uma mineira que há três anos vive em Barcelona. "Se houver uma briga no bar e a polícia chegar, pedem os documentos de todos", afirmou. Com 26 anos, Cintia trabalha como babá. As associações de brasileiros também começam a se mobilizar, com pedidos de intervenção ao Itamaraty. "Há pessoas que já estão estabelecidas na Europa há anos e, de repente, são pegas em situação irregular. O choque é muito grande e perdem tudo o que tem", afirma uma representante da Rede de Brasileiros na Europa, que pediu para não ser identificada.

Hoje, o número de brasileiros detidos já supera o do Iraque, Argélia, China, Somália e Sérvia. Segundo os números da Frontex, os brasileiros estão entre os imigrantes irregulares mais detidos na Espanha. Lá só perdem para os bolivianos e marroquinos. A entidade afirma ter detectado um número cada vez maior de paraguaios. Quanto à fronteira, os números mostram que, assim como outras nacionalidades, os brasileiros também reduziram suas viagens para a Europa nos últimos meses.

Aeroportos. Nos aeroportos europeus, os brasileiros são de longe os mais barrados entre todas as nacionalidades estrangeiras. Os principais aeroportos onde os brasileiros foram pegos foram o de Londres, Madri e Lisboa. Segundo a Frontex, esse dado se justifica por conta da distância entre o Brasil e o continente europeu. Se africanos podem tentar entrar na Europa por barco ou mesmo escondidos em carregamentos entre portos do Mar Mediterrâneo, cidadãos do leste europeu precisam apenas pegar seus carros e viajar até as fronteiras da Polônia, Hungria ou Eslováquia.

Fonte: Estadão

Marcello da Silva Batista


Um século após a 1ª citação, favela cobra lugar na história e data ''para reflexão''

No dia 4 de novembro de 1900, um delegado escreveu ao chefe da polícia do Rio reclamando do Morro da Favella - atual Morro da Providência, no centro. Para o "bem da ordem e moralidade pública", sugeria a "extinção dos casebres e pardieiros" do lugar. No morro viviam veteranos da Guerra de Canudos e o povoado foi batizado em referência a uma planta comum nos campos de batalha baianos.

Mais de um século depois, a data vem sendo reivindicada por movimentos sociais para ser oficializada como o dia da favela. Cinco cidades já aderiram - entre elas, Rio (a primeira), Salvador, Fortaleza e Sergipe. Em outras três, tramita projeto de lei para criar a data. Na quinta-feira, o evento será celebrado informalmente nos 26 Estados brasileiros e Distrito Federal, com mostras de filmes de diretores que moram em favelas, shows e saraus.

"Não queremos mais um feriado e também não queremos comemorar. Lutamos para tornar essa data um momento para reflexão", afirma Celso Athayde, um dos fundadores da Central Única das Favelas (Cufa), que encabeça a cruzada. "Favela e favelado são estigmas há mais de um século. Precisamos encontrar alternativas para transformar esse estigma em carisma."

Na véspera do feriado, Athayde vai se encontrar em São Paulo com o prefeito Gilberto Kassab (DEM) para discutir o tema. Assim como fez no Rio, ele pretende conseguir na capital paulista mais de 1 milhão de assinaturas em defesa da efeméride.

110 anos. Desde o surgimento dos primeiros barracos no Rio, a relação do brasileiro com as favelas foi controversa e mal resolvida. Tratadas nas primeiras décadas do século passado como patologia social a ser sanada com base nas políticas de remoção, já foram berço dos movimentos sociais nos anos 1960 e 1970 e ganharam a pecha de reduto de bandidos e traficantes nos anos 1980 e 1990.

Os estudos e debates sobre o tema aumentaram nos anos 1970 e ajudaram pesquisadores e autoridades a chegar a alguns consensos. É o caso das políticas de reurbanização. Abandonou-se de vez a crença na eficiência das remoções dispendiosas, que segregavam, destruíam vizinhanças ao mandar moradores para bairros distantes.

"Dificultava a vida dos que eram expulsos e custava caro aos governos, que precisavam criar nova infraestrutura. Apesar do consenso, a remoção ainda hoje é defendida disfarçadamente com argumentos ambientalistas", afirma o arquiteto e urbanista Kazuo Nakano, do Instituto Pólis.

O debate passa atualmente por um novo estágio. "O movimento está se rearticulando para discutir sua identidade, o que passa pela luta por vagas na universidade e reconstituição da sua história", diz o antropólogo Marcos Alvito, organizador do livro Um Século de Favela.

Fonte: Estadão

Marcello da Silva Batista

Quadrilha internacional tinha QG em Copacabana

Três colombianos e uma equatoriana foram presos em flagrante, ontem, com 57 recipientes contendo cocaína líquida, além de 27 papelotes da droga, em um apartamento em Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro. Segundo a polícia, os quatro fazem parte de uma quadrilha internacional de drogas que mantém conexões com o Cartel de Cáli, na Colômbia.

Conforme o delegado Antenor Lopes, a cocaína foi comprada no Rio e seria revendida na Europa. "Eles alugavam apartamentos na zona sul a preços ligeiramente acima do mercado e usavam o local por alguns meses até comprarem toda a droga", afirmou o delegado.

A polícia acredita que o tráfico de cocaína líquida para a Europa ocorria no corpo de garotas de programa cariocas, enviadas com o entorpecente para Madri, na Espanha. Ainda segundo o delegado, as mulheres brasileiras que faziam o transporte da droga recebiam 9 mil euros por cargas entregues. Há suspeita ainda de que os detidos teriam ligação com uma quadrilha que vendia drogas por telefone na zona sul carioca.

Foram presos os colombianos Anuar Soto Arango, de 38 anos, chefe do grupo; Elbamar David Soto Arango, de 36; e Eider Orlando Ospina Vidal, de 24 anos. Com eles também estavam a equatoriana Jéssica Johanna Chiquitto Piloco, de 26 anos, e os brasileiros Walax Santos Alexandre, de 28, e Jefferson Fialho Barbosa, de 18.

Ao cumprirem mandado de busca e apreensão para quatro endereços, dois na Avenida Nossa Senhora de Copacabana e dois na Rua Rodolfo Dantas, naquele bairro, os agentes apreenderam as cápsulas com cocaína líquida pronta para exportação, além de notebooks, celulares e dezenas de documentos com evidências da ação da quadrilha, como agendas e cartões bancários do Brasil e do exterior.

Marcello da Silva Batista

PSDB será o partido com o maior número de governadores no país

O PSDB governará oito estados do país a partir de 2011. É o partido com o maior número de eleitos para os Executivos estaduais. Com isso, o partido volta a liderar o ranking de representantes, passando o PMDB.

O PSB é o segundo partido com o maior número de eleitos. São seis governadores da sigla (três eleitos no segundo turno).

O resultado para o PSDB é importante após o partido sair derrotado na eleição presidencial e perder cadeiras tanto na Câmara dos Deputados como no Senado.

Na Câmara, foram 53 deputados federais eleitos (contra 66 vitoriosos em 2006). No Senado, o partido perdeu cinco representantes (terá 11 senadores em 2011) e foi ultrapassado pelo PT.

O PT e o PMDB comandarão cinco estados cada um; o DEM, dois; e o PMN, um.

Veja a lista de todos os governadores eleitos:

AC
Tião Viana (PT)

AL
Teotonio Vilela (PSDB)

AM
Omar Aziz (PMN)

AP
Camilo Capiberibe (PSB)

BA
Jaques Wagner (PT)

CE
Cid Gomes (PSB)

DF
Agnelo Queiroz (PT)

ES
Renato Casagrande (PSB)

GO
Marconi Perillo (PSDB)

MA
Roseana Sarney (PMDB)

MG
Antonio Anastasia (PSDB)

MS
André Pucinelli (PMDB)

MT
Silval Barbosa (PMDB)

PA
Simão Jatene (PSDB)

PB
Ricardo Coutinho (PSB)

PE
Eduardo Campos (PSB)

PI
Wilson Martins (PSB)

PR
Beto Richa (PSDB)

RJ
Sérgio Cabral (PMDB)

RN
Rosalba Ciarlini (DEM)

RO
Confucio Moura (PMDB)

RR
Anchieta Junior (PSDB)

RS
Tarso Genro (PT)

SC
Raimundo Colombo (DEM)

SE
Marcelo Deda (PT)

SP
Geraldo Alckmin (PSDB)

TO
Siqueira Campos (PSDB)

Fonte: G1

Marcello da Silva Batista

Lula foi a grande estrela da eleição presidencial

A eleição presidencial de 2010 vai entrar para a história do País como a primeira do gênero na qual alguém que não participou do pleito como candidato - o presidente Luiz Inácio Lula da Silva - teve papel fundamental na escolha do novo dirigente do País, a ex-ministra Dilma Rousseff, sua afilhada política, estreante na seara de uma disputa eleitoral. Dono de uma popularidade recorde, Lula não só fez sua sucessora, como também levou um dos nomes mais fortes da oposição, o tucano José Serra, a mais uma derrota nas urnas numa campanha para o Palácio do Planalto, a primeira foi contra Lula em 2002.

Cientistas políticos consultados pela Agência Estado admitem que nunca na história deste País um presidente conseguiu transferir tamanho porcentual de intenção de votos para seu candidato e influenciar o pleito regionalmente. E mais uma vez, a sucessão de escândalos envolvendo figuras importantes de sua administração, como a ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra, não foram suficientes para abalar os seus elevados índices de popularidade. É o que o cientista político e pesquisador da PUC e FGV de São Paulo Marco Antônio Carvalho Teixeira classifica de "efeito teflon", onde nada de negativo gruda na imagem do presidente. E, neste pleito, valeu também para a sua afilhada política e nova presidente do País.

Segundo Carvalho Teixeira, o fator predominante que ancorou toda essa popularidade do presidente resume-se a um só: a economia brasileira em alta. "Isso leva comida à mesa do brasileiro e dinheiro no bolso, motivos suficientes para o eleitorado, sobretudo das camadas mais populares, terem apostado na continuidade e na candidata de Lula".

Apesar do fator predominante da economia em alta, o sociólogo Carlos Melo, professor de Sociologia e Política do Insper, faz um alerta de que a popularidade de Lula, ancorada na economia, não será suficiente para garantir o grande desafio que o Brasil enfrentará nas próximas décadas.

Carlos Melo destaca que o Brasil precisa dar um salto qualitativo nos próximos anos e isso exigirá planejamento e bons projetos de infraestrutura, inteligência, coesão, liderança e instituições sólidas. E, no seu entender, esse debate ainda não ocorreu no País, principalmente numa campanha presidencial que teve como foco principal os escândalos e discursos vazios.

"O desenvolvimento econômico e a inclusão social, que até aqui apenas ensaiamos, dependerão muito da condução política que se dê ao País, incluindo reformas, boas escolhas, articulação de qualidade e visão de futuro", reitera Melo. Para os analistas, a estrela do presidente Lula tem que brilhar também na administração de Dilma, pois o sucesso de sua gestão vai depender muito da sua capacidade de articulação política.

Fonte: Abril

Marcello da Silva Batista

São Paulo e Rio de Janeiro registraram pelo menos 12 arrastões neste mês

estratégiasPelo menos 12 arrastões foram registrados neste mês nas duas maiores cidades do país. No Rio de Janeiro, grupos armados roubam carros e pedestres em diversos pontos da cidade. Em São Paulo, os arrastões acontecem em condomínios residenciais fechados, de preferência, luxuosos. “Na hora, pensei que ia morrer. Nunca imaginei que isso aconteceria comigo. A gente só vê essas coisas na televisão. Eram uns oito caras fortemente armados. É uma situação muito difícil. Nós, reféns, ficamos mais de duas horas presos na casa do zelador”, contou ao Correio, ontem, um dos porteiros do Edíficio Vila Velha, em Higienópolis, capital paulista, roubado no último dia domingo. Ele preferiu não se identificar. Enquanto os moradores reclamam da insegurança, as secretarias de Segurança Pública dos dois estados não têm bases de informações concretas sobre os arrastões, que permitam, ao menos, um cruzamento de dados. Assim, fica impossível precisar a quantidade desses crimes nos últimos anos.

No caso do Rio de Janeiro, o Instituto de Segurança Pública (ISP), órgão governamental responsável por pesquisas e análise criminal, não tipifica e, portanto, não quantifica o crime de arrastão. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do estado, as ocorrências policiais dessa natureza são registradas como roubo a transeunte, quando levam apenas pertences; roubo de celular, se o telefone for roubado; e roubo de veículo, caso o carro seja roubado. Na última quinta-feira, bandidos tentaram roubar um carro perto da Lagoa Rodrigo de Freitas e, na fuga, trocaram tiros com policiais. Pedestres, apavorados, correram para dentro de uma farmácia e os criminosos fugiram.

Em São Paulo, a secretaria começou a contabilizar dados sobre arrastões em condomínios fechados apenas a partir de 2010. Sobre antes não há nenhum levantamento oficial. Entre janeiro e outubro deste ano, 19 arrastões foram registrados na capital paulista, a maioria nas regiões sul e oeste da cidade. Os objetos mais visados são equipamentos eletrônicos, dinheiro e joias. Tanto na capital paulista quanto na carioca, as vítimas costumam registrar boletim de ocorrência. Em SP, de acordo com a polícia, 39 pessoas já foram presas.

Para Antônio Flávio Testa, sociólogo da Universidade de Brasília (UnB) e pesquisador de violência social e políticas de segurança pública, a metodologia de contagem dos arrastões terá que ser adaptada à realidade. “Do contrário será muito difícil avaliar o impacto dessas práticas criminosas e planejar políticas públicas eficazes”, avalia. Segundo ele, o fato de as secretarias não trabalharem com dados concretos mostra despreparo do Estado no combate ao crime.

“Mas provavelmente os arrastões estão ocorrendo porque a presença das unidades de polícia pacificadoras (UPPs) tem impedido o tráfico em algumas regiões do Rio. Em São Paulo, a presença do Estado também tem se fortalecido, mas a capacidade de adaptação do crime organizado não pode ser subestimada. Se uma modalidade de crime diminui é porque, na maioria das vezes, migrou para outra prática”, afirma.

Para o coordenador Tião Santos, da ONG Viva Rio, a instalação das unidades pacificadoras, “bem-vidas e necessárias”, também tem relação com o aumento dos arrastões na capital fluminense. Ele acredita que os arrastões são um fenômeno novo, mas que devem ser reconhecidos pelo Estado. “Primeiro, é preciso reconhecer que eles existem. A melhor forma de se resolver o problema é ter consciência dele. Se a Secretaria de Segurança Pública não considera o dado, fica mais difícil de resolver. É nítido que os bandidos estão se deslocando”, avalia. “Acho que a polícia não estava preparada para combater esse novo crime, pois esse fenômeno é recente”, diz.

Apesar da quantidade de incidentes registrados neste mês no Rio, a secretaria afirma que os roubos de veículos estão em queda há 15 meses, assim como roubos de rua, em coletivos e de celulares.

Aumento do efetivo
O secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, argumenta que o governo estadual tem ampliado o efetivo policial por meio de concursos e enxugado os setores burocráticos. “Não há mágica para conter roubos, precisa-se de policiais militares nas ruas e de investigação da Polícia Civil para prender as quadrilhas, em geral, especializadas no roubo de carros. Há cerca de um mês, mais uma dessas quadrilhas foi desmembrada”, afirmou ao Correio.

Segundo Beltrame, até 2014, o efetivo da PM subirá de cerca de 40 mil para 65 mil. “A PM também está comprando 325 motocicletas para melhorar a velocidade do patrulhamento nas ruas. Além disso, a Secretaria de Segurança está construindo um moderno centro de comando de câmeras que vai triplicar a capacidade de monitoramento da cidade, utilizando equipamentos da CET-Rio (Prefeitura) e outros órgãos”, diz.


PALAVRA DO ESPECIALISTA
Reação do crime

“Quando as comunidades no Rio de Janeiro são ocupadas pelas Unidades de Polícia Pacificadoras (UPPs), os grandes traficantes se deslocam para outras regiões da cidade, como Zona Oeste e Baixada Fluminense. Mas a mão de obra que trabalha para o tráfico fica no local, sem condições de obter o mesmo lucro de antes, pois já não tem território e armamento. Isso gera uma reação dos bandidos, que tentam manter os seus negócios. Os arrastões são consequência desse processo. É importante lembrar que, ap1esar de bem-vindas, as UPPs estão em 13 comunidades e hoje há mais de mil favelas no Rio”.
Tião Santos, coordenador da ONG Viva Rio


Outubro, mês da desordem

São Paulo

Dia 24

Cerca de 10 homens armados entraram em um condomínio de luxo na Avenida Higienópolis, região central de São Paulo. Eles roubaram joias, dinheiro e aparelhos eletrônicos em pelo menos 12 apartamentos, durante uma hora e meia.

Dia 23
Na madrugada do sábado passado, o assalto foi em um edifício da Rua Fortunato, no bairro de Santa Cecília. Os criminosos conseguiram invadir cinco apartamentos, amarraram os moradores e levaram dinheiro, aparelhos eletrônicos, joias e objetos pessoais.

Dia 21
Armado de pistolas e metralhadoras, um grupo com pelo menos oito homens invadiu e realizou um arrastão, entre as 20h30 e as 21h40 no condomínio de casas localizado no Alto da Boa Vista, região de Santo Amaro, na Zona Sul de São Paulo. Eles recolheram notebooks, aparelhos eletrônicos, celulares e dinheiro.

Rio de Janeiro

Dia 26

Homens armados realizaram um arrastão por volta das 20h na Rua Quirino dos Santos, no Jardim Guanabara, Ilha do Governador, Zona Norte
do Rio de Janeiro.

Dia 23
Dois carros foram roubados em um arrastão na Linha Vermelha, na Ilha do Governador, pela manhã. Oito bandidos estavam divididos em dois veículos e, armados com pistolas, bloquearam o trânsito e abordaram as vítimas. Eles levaram até um cordão de ouro de um bebê de um ano.

Dia 21
Na Rua 24 de Maio, no bairro do Sampaio, Zona Norte, em questão de minutos, quatro motocicletas fecharam a pista, enquanto ocupantes de pelo menos três carros tiveram de entregar dinheiro, celulares e bolsas.

Dia 18
No Humaitá, Zona Sul, três homens armados bloquearam o trânsito e roubaram pertences de ocupantes de três carros, além das chaves de dois deles.

Dia 15
Quatro bandidos armados com revólveres promoveram um arrastão à noite, no Túnel Santa Bárbara. Eles roubaram dois carros e saquearam os ocupantes de pelo menos outros três veículos.

Dia 14
Era uma noite de quinta-feira e pelo menos 10 pessoas tiveram pertences roubados durante um arrastão promovido por bandidos na Fazenda Botafogo, Zona Norte. Uma mulher foi baleada.

Fonte: Correio Braziliense

Marcello da Silva Batista

Explosão de gás pode ter provocado desabamento no Rio de Janeiro

Uma explosão de gás pode ter provocado o desabamento do prédio residencial que causou a morte de pelo menos quatro pessoas, no Bairro Cidade Nova, no Centro do Rio de Janeiro, de acordo com a apuração inicial do Corpo de Bombeiros. Segundo os militares, moradores da região teriam escutado uma explosão pouco antes do sobrado cair, no início desta manhã (30/10).

Também há reclamações sobre uma obra vizinha, que teria provocado rachaduras nas paredes da construção. Segundo o comandante geral dos bombeiros, Pedro Machado, todas as possibilidades serão verificadas.
Número de mortos diverge

Segundo apurou a equipe de reportagem da Rádio Tupi, uma das vítimas resgatadas com vida não resistiu aos ferimentos e acabou morrendo. No entanto, o assessor de comunicação do Corpo de Bombeiros, coronel Sabas, mantém a informação inicial de quatro pessoas mortas, sendo duas crianças.
Entre as mortes confirmadas está a de uma idosa identificada como Iara Moreira Marques. Estima-se que pelo menos 10 pessoas ainda estejam presas nos escombros. Outras 15 foram resgatadas e encaminhadas para o Hospital Souza Aguiar, no Centro.

Trabalhos de resgate
Trabalham no resgate cerca de 40 bombeiros, além de técnicos da Defesa Civil e policiais militares, com o auxílio de cães farejadores. Três tendas da Defesa Civil foram montadas na rua Laura de Araújo, em frente aos escombros.

Durante os trabalhos, um bombeiro passou mal com o excesso de poeira. Ele foi socorrido no local e passa bem. Depois do incidente foram distribuídas máscaras para as equipes de resgate.

Área isolada
Duas casas vizinhas ao prédio também foram atingidas e ficaram parcialmente destruídas. Uma delas corre o risco de cair. Outros dois prédios próximos ao local foram interditados pelos bombeiro

Marcello da Silva Batista

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Suspeito de 40 estupros se entrega, mas é liberado por causa de Lei Eleitoral

A libertação na terça-feira de homem acusado de mais de 40 estupros provocou polêmica hoje no Rio. Devido ao artigo 236 do Código Eleitoral, que proíbe prisões cinco dias antes e até 48 horas depois do encerramento da votação, Waldiney Ferreira Ressurreição, de 34 anos, foi liberado mesmo depois de se apresentar na 37ª Delegacia de Polícia da Ilha do Governador (zona norte) e ser reconhecido por três vítimas. Na delegacia, Ressurreição se apresentou como pastor evangélico, mas os policiais desconfiam que não seja verdade.

Os crimes foram cometidos entre 2002 e este ano. As vítimas eram mulheres entre 13 e 40 anos, que também eram roubadas depois de estupradas. Segundo as investigações da polícia, ele só atacaria de madrugada, em comunidades carentes, após constatar que não havia homem algum na residência escolhida. Em todos os crimes usava capuz e sempre usava uma faca para ameaçar as vítimas.

No período eleitoral, os criminosos podem ser presos apenas em casos de flagrantes, sentenças criminais condenatórias por crimes inafiançáveis e desrespeito a salvo-conduto. "Esta legislação eleitoral tem mais de 40 anos e precisa ser revisada urgentemente. Este artigo é antiquado na atual sociedade brasileira e merecia ser avaliado para os casos de crimes hediondos", disse o procurador da República e professor de Direito da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Artur Gueiros.

Na opinião dele, a delegada titular da 37ª DP, Renata Teixeira de Assis, apenas obedeceu a Lei. "A norma tem caráter geral e beneficia tanto o cidadão de bem como o acusado de crime hediondo. Isto deixa a sociedade perplexa", afirmou o Gueiros. A polícia descobriu a identidade do estuprador ao rastrear o celular de uma das vítimas. O aparelho estava sendo usado pela mulher de Ressurreição. Ao levantar os antecedentes do suspeito, a polícia verificou que os ataques cessaram no período em que ele esteve preso por roubo.

Os crimes aconteciam na Ilha do Governador e em Itaboraí, na Região Metropolitana do Rio, onde ele também morou. Ele foi identificado pelas mulheres por causa de uma cicatriz nas costas. A mulher dele também será indiciada, pois tinha conhecimento dos estupros e não denunciou, segundo a polícia. A Assessoria de Comunicação da Polícia Civil do Rio não soube informar se o casal ficará sob vigilância.

Violência. Os estupros aumentaram 11,6% no Estado do Rio de Janeiro no trimestre dos meses de junho, julho e agosto de 2010 em comparação com o mesmo período do ano passado, de acordo com os dados divulgados pelo Instituto de Segurança Pública (ISP), órgão da Secretaria de Segurança Pública.

Em 2009, neste período, foram 993 crimes contra 1.151 neste ano. No acumulado de janeiro a agosto foram 2.868 em 2009 contra 2.910 em 2010, um crescimento de 1,5%.

Marcello da Silva Batista

Corpo de Néstor Kirchner vai ser velado na Casa Rosada, diz governo

O corpo do ex-presidente argentino Néstor Kirchner, morto nesta quarta-feira (27), deve ser levado a Buenos Aires para ser velado na Casa Rosada, a partir das 12h locais (13h do horário brasileiro de verão) da quinta-feira, segundo o ministro do Trabalho, Carlos Tomada, que falou em nome do ministério.

Antes, Kirchner será homenageado em uma cerimônia íntima em El Calafate, na província sulista de Santa Cruz, onde ocorreu a morte.

O ex-presidente morreu por volta das 10h locais (11h no horário brasileiro de verão), vítima de um ataque cardíaco. "Foi uma morte súbita", disse Luis Buonomo, médico de Kirchner, em entrevista. Mais tarde, ele esclareceu em comunicado que o motivo da morte foi uma parada cardiorrespiratória não traumática e que o paciente não respondeu às tentativas de reanimação básicas e avançadas.

Kirchner morreu depois de ter sido internado emergencialmente por problemas cardíacos no hospital José Formenti, em El Calafate, na província de Santa Cruz, berço político do casal Kirchner.

Ele e a esposa, sua sucessora e atual presidente Cristina Fernández de Kirchner, descansavam na residência da família na cidade. Ela -que se recuperava de uma gripe- estava ao lado dele quando ele passou mal.

Cristina estava "forte" e prometeu seguir lutando pelo povo argentino, disse um padre que a visitou após a morte do ex-presidente.

O casal estava na cidade desde o final de semana passado, segundo o "La Nación".

Esta quarta-feira é feriado nacional na Argentina, por conta da realização do censo, e Cristina esperava ser pesquisada nesta quarta, conforme relatou em seu Twitter oficial.

Argentinos convocaram pelas redes sociais um ato em homenagem a Kirchner que deve acontecer na Praça de Maio, em frente à Casa Rosada, às 20h (21h de Brasília).

Várias pessoas estavam reunidas no local para ter mais notícias sobre a morte do ex-presidente. Sindicalistas começaram uma vigília pelo ex-presidente.

A agência Télam afirmou que pelo menos seis presidentes confirmaram que vão a Buenos Aires velar o corpo: Luiz Inácio Lula da Silva (Brasil), Hugo Chávez (Venezuela), Rafael Correa (Equador), Fernando Lugo (Paraguai), José Mujica (Uruguai) e Sebastián Piñera (Chile).

A previsão é que o enterro ocorra na sexta ou no sábado no cemitério municipal de Río Gallegos, capital de Santa Cruz, onde Kirchner nasceu.

A federação argentina de futebol anunciou no começo da noite que a rodada do final de semana foi suspensa por conta da morte.

Saúde problemática
Os problemas de saúde do ex-presidente e deputado não eram novos.

Em 2004, ele teve um crise gástrica derivada de uma síndrome do cólon irritável.

Em fevereiro, foi submetido a uma cirurgia emergencial de alta complexidade para desobstruir a artéria carótida direita.

Em meados de setembro, Kirchner havia sido submetido a uma angioplastia coronária, um procedimento para a dilatação de uma obstrução ou estreitamento das artérias do coração, depois de ter sido internado com dores no peito.

De acordo com nota divulgada pelo governo à época, o procedimento foi um “sucesso” e também incluiu a colocação de um “stent”, uma prótese metálica que, posicionada no interior de artérias coronarianas obstruídas, normaliza o fluxo sanguíneo local.

O chefe de gabinete do governo da Argentina, Aníbal Fernández, e outros funcionários foram para El Calafate e estiveram entre os primeiros a visitar Cristina.

Possível candidato
Deputado, líder do governante Partido Justicialista e secretário-geral da Unasul (União das Nações Sul-Americanas) , Kirchner tinha 60 anos e governou a Argentina entre 2003 e 2007.

Sua presidência foi marcada pela consolidação da recuperação econômica do país, depois de uma forte crise econômica e política nos anos anteriores. Ele também ajudou a reunificar o Partido Justicialista (peronista), que enfrentava uma crise interna.

Seus adversários o acusavam de autoritarismo, e o mercado financeiro via com desconfiança as políticas econômicas de Kirchner, que também eram seguidas pela administração de sua mulher.

"El Pinguino" (pinguim), como era chamado por conta de sua aparência, conseguiu eleger Cristina como sua sucessora, para um mandato que se encerra em 2011.

O governo de Cristina enfrentou sua pior crise em 2008, quando o setor agrário fez seguidas greves por conta da taxação sobre a exportação de soja.

Na ocasião, Néstor Kirchner acusou os fazendeiros de complô e pediu que seus partidários boicotassem as companhias que participaram dos protestos. Ele também criticou a atuação da imprensa no episódio.

Néstor Kirchner era o principal aliado e conselheiro de Cristina, e, apesar do desgaste sofrido pelo governo dela nos últimos anos e de seus recentes problemas de saúde, esperava-se que ele fosse se candidatar novamente à presidência nas eleições do próximo ano. Agora, fala-se que Cristina poderia ficar encorajada a tentar a reeleição.

Kirchner costurou alianças para tentar voltar ao poder, mas também estreitou laços com líderes esquerdistas latino-americanos, como o presidente da Venezuela, Hugo Chávez.

A morte de Néstor Kirchner impulsionará os níveis de aprovação de Cristina e deve gerar possivelmente um rali de alta na Bolsa de Buenos Aires quando ela reabrir na quinta-feira, afirmou o banco de investimento Barclays Capital. Em comunicado, o analista Guillermo Mondino disse que a morte produzirá uma "onda de simpatia em direção à atual presidente". A governante já estava "obtendo melhores resultados nas pesquisas, e isto poderia de alguma maneira impulsionar seus níveis de aprovação", disse.

Fonte: G1

Marcello da Silva Batista

Desastre duplo na Indonésia já deixa 310 mortos; brasileiro sobreviveu à tragédia

Um tsunami e uma erupção vulcânica em duas regiões distintas da Indonésia já deixaram ao menos 310 mortos, mais de 400 desaparecidos e dezenas de milhares de desabrigados, informaram autoridades locais nesta quarta-feira.

O brasileiro Fábio Junqueira Karkow, de 46 anos, estava em uma das vilas atingidas pelo tsunami, mas não sofreu nenhum tipo de ferimento, informou ele por telefone à Embaixada do Brasil em Jacarta, capital da Indonésia. Ele viajou como turista e estava hospedado em um resort quando as ondas até três metros invadiram a região.

Karkow deverá chegar a Jacarta nesta quinta-feira, e seu retorno para o Brasil está previsto para a sexta-feira, com chegada em São Paulo. O destino final do brasileiro é Florianópolis (SC), onde vive com a família.

Um dos vulcões mais ativos do país lançou nuvens de cinzas e jatos de gás causticante em uma erupção que matou ao menos 28 pessoas e feriu 14.

O vulcão Monte Merapi, próximo à cidade de Yogyakarta, na ilha de Java, entrou em erupção nesta terça-feira (26), um dia depois de um dia tsunami atingir ilhas distantes no oeste da Indonésia, a 1.300 km dali. O fenômeno aconteceu após um terremoto de magnitude 7,7 perto da costa de Sumatra.

O número de mortos pelo tsunami já chega a ao menos 282 e 411 pessoas estão desaparecidas, disse a autoridade de desastres da província de Sumatra Oeste, Ade Edward. A Agência Nacional de Mitigação de Desastres informou em seu site que 4.000 pessoas ficaram desabrigadas por causa do tsunami.

O presidente da Indonésia, Susilo Bambang Yudhoyono, interrompeu uma viagem oficial ao Vietnã e voltou ao país para acompanhar os esforços de resgate.

A Indonésia tende a sofrer com grande atividade sísmica e vulcânica devido a sua localização no 'Anel de Fogo do Pacífico', uma série de falhas geológicas que se estendem do hemisfério Ocidental até o Japão e o sudeste asiático.

Há mais de 129 vulcões ativos na Indonésia, espalhados pelas 17.500 ilhas, mas o Merapi há muito é considerado um dos mais voláteis.

A falha geológica na costa da ilha de Sumatra, responsável pelo tsunami, foi a mesma que causou um terremoto em 2004 e um tsunami monstro no Oceano Índico, que matou 230 mil pessoas em 12 países.

GUARDIÃO DO VULCÃO

Ao menos 28 pessoas foram mortas devido a queimaduras letais causadas pelo ar quente liberado pelo vulcão no final da terça-feira, informou Kresno Heru Nugroho, porta-voz do hospital Sardjito, em Yogyakarta.

Algumas pessoas sofreram queimaduras tão graves que não puderam ser reconhecidas, disse seu colega Endita Sri Andrianti.

Merapi significa, literalmente, Montanha de Fogo e o vulcão fica na principal ilha de Java, cerca de 500 km a sudeste da capital Jacarta.

Um representante do hospital disse que entre as vítimas fatais provavelmente está o guardião espiritual da montanha, Mbah Maridjan, que muitos javaneses acreditam ter poderes mágicos. Exames eram feitos para tentar identificar se ele era uma das vítimas. Ele era tido como um protetor que usava uma combinação de rituais islâmicos e animistas para manter o Merapi sob controle.

Muitos indonésios publicaram tributos ao guardião nas redes sociais Twitter e Facebook. O sultão de Yogyakarta também apareceu na Metro TV para pagar tributo ao guardião.

Muitas das vítimas foram encontras na casa do guardião ou perto dela, na vila de Kinahredjo, perto da cratera do vulcão, informou a imprensa local.

"Todas as casas estão cobertas com cinzas, completamente brancas. As folhas das árvores foram queimadas", disse o câmera Johan Purnomo.

O principal especialista em vulcões do país, Surono, disse que o vulcão agora está "bem calmo", mas que a trégua pode ser temporária.

"Aconselhei autoridades locais a continuarem removendo as pessoas. Ainda estamos no mais alto alerta." A Metro TV mostrou alguns moradores voltando para casa nesta quarta-feira.

Em 1994, uma erupção matou 70 pessoas. O vulcão também foi responsável por 1.300 mortes em 1930.

TSUNAMI

O terremoto de magnitude 7,7 que atingiu o país no final da segunda-feira, apenas 20 km abaixo do solo oceânico, foi seguido por ao menos 14 tremores subsequentes, o mais forte medindo 6,2, segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês).

Após o tremor, o governo da Indonésia chegou a emitir um alerta de tsunami, mas depois o suspendeu, acreditando não haver risco de chegada de ondas ao seu litoral. O alerta de tsunamis no país parou de funcionar há um mês por causa de má manutenção, disse uma autoridade nesta quarta-feira.

Centenas de casas de madeira e bambu foram varridas da ilha de Pagai, com as águas inundando plantações e estradas a até 600 metros da costa. Em Muntei Baru, uma vila na ilha Silabu, 80% das casas ficaram seriamente danificadas.

Essas e outras ilhotas atingidas fazem parte da cadeia de ilhas de Mentawai, um popular destino turístico para surfistas a 280 km de Sumatra.

HISTÓRICO

Os desastres naturais que atingem a Indonésia nesta terça-feira chegam seis anos após o devastador tsunami de 2004 --considerado uma das maiores catástrofes dos tempos modernos-- que deixou mais de 220 mil mortos nos países banhados pelo Oceano Índico.

Provocada por um forte tremor na Indonésia, a tragédia ocorreu no dia 26 de dezembro de 2004 e atingiu as costas de 12 países.

Mais da metade dos 220 mil mortos provocados pela tsunami estava na Indonésia. A outra metade se dividiu por uma dúzia de países, entre eles Sri Lanka, Índia e Tailândia.

Milhares de indonésios precisaram ser rapidamente enterrados em vala comum, sem sequer serem identificados.

A comunidade internacional contribuiu com mais de US$ 7 bilhões para a reconstrução de Aceh, uma das Províncias indonésias totalmente destruídas.

O Sri Lanka registrou 31 mil mortes e na Índia mais de 16 mil pessoas morreram.

Na Tailândia o número de mortos chegou a 5.400 e em todos os países atingidos milhares perderam suas casas.

Fonte: UOL

Marcello da Silva Batista

Epidemia de percevejos em Nova York atinge até instalações da ONU

A epidemia de percevejos em Nova York atingiu mais um marco da cidade que nunca dorme --as Nações Unidas, informaram representantes da organização mundial nesta quarta-feira.

Os insetos apareceram em locais como o Empire State Building e a famosa loja de departamentos Bloomingdale's, antes de chegar ao centro da diplomacia internacional, no lado leste de Manhattan.

O escritório de imprensa da ONU (Organização das Nações Unidas) disse que um cão farejador de percevejos confirmou a presença da praga em móveis no porão da biblioteca Dag Hammarskjold, onde ficam os escritórios da equipe que supervisiona o projeto de renovação da sede da ONU, avaliado em US$ 1,9 bilhão.

"Esses móveis foram retirados para uma parte do prédio não ocupada por funcionários para facilitar a fumigação", disse a assessoria de imprensa.

A biblioteca é um prédio de três andares anexo ao prédio principal.

"As infestações de percevejo foram registradas em vários prédios públicos e comerciais por Nova York, indicando que o problema está piorando", informou o comunicado da ONU.

Em agosto, a companhia de detetização Terminex disse que Nova York é o centro urbano mais infestado por percevejos nos EUA. Outras cidades atingidas são Filadélfia, Detroit, Cincinnati e Chicago.

Fonte: UOL

Marcello da Silva Batista

Ministério Público abre inquérito para investigar licitação do metrô

O Ministério Público de São Paulo abriu inquérito para investigar a licitação dos lotes de 3 a 8 da linha 5 (Lilás) do metrô após reportagem da Folha, assinada por Ricardo Feltrin, informar que o jornal soube seis meses antes da divulgação do resultado e quais seriam os vencedores.

O inquérito, feito a pedido do governo de São Paulo, ficará sob responsabilidade do promotor Luiz Fernando Rodrigues Pinto Junior.

Ontem, o governador de São Paulo, Alberto Goldman (PSDB), determinou a suspensão do processamento da licitação.

O resultado só foi divulgado na última quinta-feira, mas o jornal já havia registrado o nome dos ganhadores em vídeo e em cartório nos dias 20 e 23 de abril deste ano, respectivamente.

A licitação foi aberta em outubro de 2008, quando o governador de São Paulo era José Serra (PSDB) --ele deixou o cargo no início de abril deste ano para disputar a Presidência da República. Em seu lugar ficou seu vice, o tucano Alberto Goldman.

Além do Ministério Público, o atual governador informou que determinou à Casa Civil que solicite investigação à Corregedoria-Geral do Estado.

"Já li, já analisei, já verifiquei os vídeos, passei essa manhã toda a respeito dessa questão. [...] Mandei suspender o processamento do andamento da licitação. A licitação tinha terminado, nós assinamos os contratos na semana passada, mas as empresas ainda não receberam ordem de serviço. Então nós paralisamos o andamento dessas licitações e portanto paralisamos o andamento de qualquer obra. Não havia iniciado nenhuma obra, nenhum tostão foi gasto até agora. De qualquer forma, paralisamos até que tudo isso possa ser esclarecido."

Goldman não descartou a possibilidade de ter havido formação de cartel entre as construtoras vencedoras para conseguir a licitação.

"Isso sempre é uma possibilidade. Em qualquer licitação que se faça essa possiblidade sempre existe. Por isso é que se estabelecem preços-tetos. Aliás, na primeira licitação que foi feita e nós cancelamos, os preços todos estavam acima dos tetos, 30%, 40%, 50% acima dos tetos, e então foi refeito todo o processo licitatório."

"Agora, se entre eles (empreiteiras) foi feito algum tipo de conluio nós não sabemos. O que temos convicção é que da parte do Poder Público não houve nenhuma intervenção nesse processo, a não ser dentro da legalidade", completou o governador.

O governador de São Paulo disse esperar que o caso não ressoe na campanha eleitoral.

"Espero que não, já que a atitude nossa é uma atitude imediata em cima de uma investigação e não vamos deixar absolutamente nada sem esclarecimento".

RESULTADO

O resultado da licitação foi conhecido previamente pela Folha apesar de o Metrô ter suspendido o processo em abril e mandado todas as empresas refazerem suas propostas. A suspensão do processo licitatório ocorreu três dias depois do registro dos vencedores em cartório.

O Metrô, estatal do governo paulista, afirma que vai investigar o caso. Os consórcios também negam irregularidades ou "acertos".

O valor dos lotes de 2 a 8 passa de R$ 4 bilhões. A linha 5 do metrô irá do Largo 13 à Chácara Klabin, num total de 20 km de trilhos, e será conectada com as linhas 1 (Azul) e 2 (Verde), além do corredor São Paulo-Diadema da EMTU.

VÍDEO E CARTÓRIO

A Folha obteve os resultados da licitação no dia 20 de abril, quando gravou um vídeo anunciando o nome dos vencedores.

Três dias depois, em 23 de abril, a reportagem também registrou no 2º Cartório de Notas, em SP, o nome dos consórcios que venceriam o restante da licitação e com qual lote cada um ficaria.

O documento em cartório informa o nome das vencedoras dos lotes 3, 4, 5, 6, 7 e 8. Também acabou por acertar o nome do vencedor do lote 2, o consórcio Galvão/ Serveng, cuja proposta acabaria sendo rejeitada em 26 abril. A seguir, o Metrô decidiu que não só a Galvão/Serveng, mas todas as empresas (17 consórcios) que estavam na concorrência deveriam refazer suas propostas.

A justificativa do Metrô para a medida, publicada em seu site oficial, informava que a rejeição se devia à necessidade de "reformulação dos preços dentro das condições originais de licitação".

Em maio e junho as empreiteiras prepararam novas propostas para a licitação. Elas foram novamente entregues em julho.

No dia 24 de agosto, a direção do Metrô publicou no "Diário Oficial" um novo edital anunciando o nome das empreiteiras qualificadas a concorrer às obras, tendo discriminado quais poderiam concorrer a quais lotes.

Na quarta-feira passada, dia 20, Goldman assinou, em cerimônia oficial, a continuidade das obras da linha 5. O nome das vencedoras foi divulgado pelo Metrô na última quinta-feira. Eram exatamente os mesmos antecipados pela reportagem.

OBRA DE R$ 4 BI

Os sete lotes da linha 5-Lilás custarão ao Estado, no total, R$ 4,04 bilhões. Os lotes 3 e 7 consumirão a maior parte desse valor.

Pelo edital, apenas as chamadas "quatro grandes" Camargo Corrêa/Andrade Gutierrez e Metropolitano (Odebrecht/ OAS/Queiroz Galvão) estavam habilitadas a concorrer a esses dois lotes, porque somente elas possuem um equipamento específico e necessário (shield). Esses dois lotes somados consumirão um total de R$ 2,28 bilhões.

OUTRO LADO

Em nota, o Metrô de São Paulo informou que vai investigar as informações publicadas hoje na Folha.

A companhia disse ainda que vai investigar todo o processo de licitação.

"É reconhecida a postura idônea que o Metrô adota em processos licitatórios, além da grande expertise na elaboração e condução desses tipos de processo. A responsabilidade do Metrô, enquanto empresa pública, é garantir o menor preço e a qualidade técnica exigida pela complexidade da obra."

Ainda de acordo com a estatal, para participação de suas licitações, as empresas precisam "atender aos rígidos requisitos técnicos e de qualidade" impostos por ela.

No caso da classificação das empresas nos lotes 3 e 7, era necessário o uso "Shield, recurso e qualificação que poucas empresas no país têm". "Os vencedores dos lotes foram conhecidos somente quando as propostas foram abertas em sessão pública. Licitações desse porte tradicionalmente acirram a competitividade entre as empresas", diz trecho da nota.

O Metrô afirmou ainda que, "coerente com sua postura transparente e com a segurança de ter conduzido um processo licitatório de maneira correta, informou todos os vencedores dos lotes e os respectivos valores".

Disse seguir "fielmente a lei 8.666" e que "os vencedores dos lotes foram anunciados na sessão pública de abertura de propostas". "Esse procedimento dispensa, conforme consta da lei, a publicação no 'Diário Oficial'".

Todos os consórcios foram procurados, mas só dois deles responderam ao jornal.

O Consórcio Andrade Gutierrez/Camargo Corrêa, vencedor da disputa para construção do lote 3, diz que "tomou conhecimento do resultado da licitação em 24 de setembro de 2010, quando os ganhadores foram divulgados em sessão pública".

O consórcio Odebrecht/OAS/Queiroz Galvão, vencedor do lote 7, disse que, dessa licitação, "só dois trechos poderiam ser executados com a máquina conhecida como 'tatu' e apenas dois consórcios estavam qualificados para usar o equipamento".

"Uma vez que nenhum consórcio poderia conquistar mais que um lote, a probabilidade de cada consórcio ficar responsável por um dos lotes era grande", diz.

O consórcio Odebrecht/OAS/Queiroz Galvão diz ter concentrado seu foco no lote 7 para aproveitar "o equipamento da Linha 4, reduzindo o investimento inicial".

Fonte: Folha

Marcello da Silva Batista

Cemitério de carros é descoberto na Represa Billings em SP

A redução do nível da água na Represa Billings, na Zona Sul de São Paulo, revela um problema que, até então, estava escondido embaixo d´água: um cemitério de carros roubados. Na região do bairro chamado Cantinho do Céu, 22 carcaças estão à vista em um trecho da represa que fica bem perto de uma rua de terra batida e diante de várias casas.

Até pouco tempo, enquanto a represa estava cheia, os pedaços de veículos que não interessaram aos ladrões ficavam submersos. Do início do ano até esta quarta-feira (27), o nível da represa baixou 2,4 metros. Em janeiro, no período das chuvas, a Billings chegou a estar com 88% da capacidade. Agora, o nível está em 64%.

Durante o inverno, choveu pouco, o nível da represa baixou e praias se formaram nas margens. Só que, neste ano, a seca revelou mais do que o lixo: banco, escapamento e componentes eletrônicos estão agora no meio da areia. Algumas carcaças estão perto da margem.

No trecho mais fundo, aparece apenas o teto de um outro carro. São todos modelos populares. O lodo na carroceria mostra que alguns deles estavam no fundo da água há um bom tempo. E ninguém diz ter visto ou saber como eles chegaram aqui.

Policiais da delegacia que investiga o roubo de veículos sobrevoaram a região e informaram que vão apurar onde os carros foram roubados e como pararam na represa.

Fonte: G1

Marcello da Silva Batista

Municípios amazonenses atingidos pela seca receberão R$ 23 milhões do estado

O governo do Amazonas vai liberar R$ 23 milhões para os municípios mais afetados pela seca que atinge a região. O convênio foi assinado no início da tarde desta quarta-feira (27) pelo governador Omar Aziz e os prefeitos das 27 primeiras cidades que decretaram estado de emergência.

O governador disse que o recurso será dividido proporcionalmente de acordo com os danos de cada localidade. A verba deve ser investida principalmente no escoamento da produção rural e no apoio ao transporte da população.

Até o momento, 61,5 mil famílias do Amazonas foram afetadas pela seca. São 40 municípios em estado de emergência. Segundo o governo do estado, a Defesa Civil já prestou ajuda a cerca de 24 localidades, com distribuição de alimentos e remédios.

Fonte: Correio Braziliense

Marcello da Silva Batista

Mulher infectada pela superbactéria morre em hospital pernambucano

A Secretaria de Saúde de Pernambuco confirmou a primeira morte no estado de um paciente infectado pela superbactéria Klebsiella pneumoniae carbapenemase (KPC).

Os médicos investigam se a morte do paciente está diretamente relacionada à superbactéria ou se houve outra causa, segundo a secretaria. A vítima é uma mulher, de 57 anos, internada em estado grave na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital privado desde o dia 7 de setembro. Ela sofria de hipertensão crônica, diabetes e da Síndrome de Cushing – doença causada pelo excesso do hormônio cortisol no sangue. A secretaria não informou o motivo da internação.

O hospital notificou o órgão estadual na manhã de ontem (26) de que havia confirmado a presença da bactéria nos exames da paciente. No entanto, não foi possível aplicar o tratamento adequado a tempo, porque a paciente morreu por volta das 13h, segundo a secretaria. O hospital deverá coletar material de internados na mesma UTI para verificar se há mais casos da infecção.

Os 78 hospitais do estado com leitos de UTI, públicos e privados, são obrigados a notificar casos de KPC e infecção hospitalar provocada por micro-organismos resistentes a antibióticos, como prevê decreto estadual.

O estado de Pernambuco contabiliza cinco casos confirmados de KPC, além da morte sob investigação. Os pacientes estão isolados e em tratamento, conforme recomendações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

No Distrito Federal (DF), a morte de um homem, de 78 anos, está sob investigação para saber se foi provocada pela bactéria KPC. Ele estava internado há dois meses no Hospital de Base depois de passar por uma cirurgia cardíaca. O laudo conclusivo sobre a presença da KPC deve ficar pronto em 30 dias, informou a Secretaria de Saúde do Distrito Federal.

O DF enfrenta um surto de contaminação pela KPC. Os dados recentes indicam 183 ocorrências e 18 mortes. Há registros de casos da KPC em São Paulo, em Minas Gerais, em Goiás, em Santa Catarina, no Espírito Santo, no Paraná e na Paraíba, de acordo com levantamento da Anvisa e das secretarias estaduais de saúde.

A carbapenemase (o C da KPC) é uma enzima que dá a alguns tipos de bactéria resistência a antibióticos de uso habitual. Os casos, até agora, estão restritos a pessoas hospitalizadas com baixa imunidade, como pacientes de UTIs. A superbactéria pode ser transmitida por contato direto ou pelo uso de objetos em comum. Especialistas dizem que lavar as mãos com água e sabão é a medida mais eficaz para evitar a disseminação da KPC e dos microorganismos resistentes no ambiente hospitalar.

Marcello da Silva Batista

Beatificação de Irmã Dulce é reconhecida pelo Vaticano

A beatificação de Irmã Dulce (1914-1992) foi reconhecida pela Congregação das Causas dos Santos do Vaticano após a validação de um milagre, anunciou nesta quarta-feira (27/10) o arcebispo de Salvador e primaz do Brasil, Dom Geraldo Majella Agnelo. A crimônia deverá ser marcada até o fim deste ano.

Para ser beatificada, a congregação reconheceu como milagre de Irmã Dulce a recuperação de uma mulher sergipana que foi informada que não conseguiria sobreviver depois de sofrer uma forte hemorragia durante o parto. De acordo com o arcebispo, o processo ainda precisa ser assinado pelo papa Bento XVI.

Desde 2000, religiosos brasileiros buscam a beatificação de Irmã Dulce. Em 2007, durante visita do papa ao Brasil, o governador de São Paulo à época, José Serra (PSDB), escreveu uma carta para reforçar o pedido.

Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontos, a Irmã Dulce, era devota de santo Antônio e começou a praticar caridade aos 13 anos e ficou conhecida como o anjo bom da Bahia. Ela entrou para a Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição.

Marcello da Silva Batista

Apesar de empate, STF confirma validade da Lei da Ficha Limpa

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quarta-feira (27) que a Lei da Ficha Limpa vale para as eleições deste ano e se aplica a casos de renúncia de políticos a mandato eletivo para escapar de processo de cassação, mesmo nas situações ocorridas antes da vigência da lei. Diante do impasse causado pelo empate em 5 a 5, os ministros optaram por manter a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sobre a norma.

“Quando um caso tem repercussão geral, a conduta da corte tem sido a de dar o mesmo destino para os casos semelhantes. Em tese, salvo alguma particularidade do caso concreto todos os demais casos assemelhados terão que ter o mesmo destino”, afirmou o presidente do TSE e ministro do STF, Ricardo Lewandowski.

Nas situações de candidatos com condenação por decisão colegiada de juízes ou entidade de classe, os recursos serão analisados caso a caso. “Há uma série de recursos, cerca de 12, que ainda serão julgados pelo Supremo e que dizem respeito a outras alíneas da lei. Cada caso é um caso e será examinado", disse Lewandowski.

O STF analisou nesta quarta o recurso do deputado federal Jader Barbalho (PMDB-PA), barrado na disputa a uma vaga de senador pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com base na Lei da Ficha Limpa. Mesmo com registro indeferido, Jader Barbalho recebeu 1.799.762 de votos e, caso não tivesse sido barrado, seria eleito em segundo lugar para uma vaga no Senado.

O deputado teve a candidatura questionada porque renunciou ao mandato de senador, em 2001, para evitar um processo de cassação em meio às investigações do caso que apurava desvios no Banpará e também por denúncias de envolvimento no desvio de dinheiro da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam).

O candidato sempre negou irregularidades. Sua defesa afirma que a renúncia não representou atentado à moralidade pública porque o então senador foi alvo apenas de denúncias publicadas na imprensa.

Com a decisão do Supremo, o Tribunal Regional Eleitoral do Pará pode convocar novas eleições para o Senado no estado. A soma dos votos obtidos pelo deputado Jader Barbalho e pelo terceiro colocado na disputa – o petista Paulo Rocha, também barrado pela ficha limpa – ultrapassam 50% dos votos válidos. Nesse caso, os votos são anulados, o que, pela legislação eleitoral, abre a possibilidade de realização de novas eleições.

“Primeiro temos que esperar decisão do TRE para depois nos pronunciar, nós TSE”, disse Lewandowski. "O que me preocupa agora é o processo do mesmo estado em relação à mesma vaga de senador", disse o presidente do STF, Cezar Peluso.

Regimento do Supremo
A alternativa dos ministros do STF, de manter a decisão contrária ao recurso de Jader, está prevista no regimento interno do Supremo e já havia sido sugerida na primeira vez que o tribunal analisou a ficha limpa, em setembro.

De acordo com o artigo 205 do regimento interno do STF, “havendo votado todos os ministros, salvo os impedidos ou licenciados por período remanescente superior a três meses, prevalecerá o ato impugnado”.

A possibilidade já havia sido aventada quando o STF analisou o recurso do ex-candidato do governo do Distrito Federal Joaquim Roriz (PSC). Ele também teve o registro negado pelo TSE por ter renunciado ao mandato de senador, em 2007, para escapar de cassação. Na apelação ao STF, o julgamento terminou empatado e Roriz desistiu da disputa eleitoral.

O STF está com um integrante a menos desde agosto, quando o ministro Eros Grau se aposentou. A indicação de um novo ministro é feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o que não tem data para ocorrer.

Solução para o impasse
Após o empate no julgamento, o advogado de Jader, Eduardo Alckmin, propôs ao plenário a suspensão da análise do recurso para que ele fosse analisado na mesma sessão que vai decidir sobre recurso de Paulo Rocha.

Por 7 votos a 3, os ministros decidiram concluir o julgamento, mas a sugestão levou a uma discussão generalizada no plenário. "A questão já foi amplamente debatida. Durante 11 horas no primeiro julgamento e, agora, mais cinco [horas] e a proposta é que adie mais uma vez? Nós estamos aqui a brincar?", questionou o relator do recurso, Joaquim Barbosa.

Em meio ao debate, a ministra Ellen Gracie pediu que Marco Aurélio Mello concluísse o voto sobre a proposta da defesa. Ele respondeu em tom de ataque. “Vossa Excelência está presidindo este tribunal? Ministra, não me cobre definição. Se há alguém que se posiciona com coerência sou eu. Ou Vossa Excelência tem viagem marcada?”. A ministra rebateu o colega na mesma hora. "Ainda que tivesse, o respeito pelo tempo alheio é algo que se impõe."

Fonte: G1

Marcello da Silva Batista

Duas jovens são detidas com bebê levado de hospital na Bahia

Duas jovens de 17 e 20 anos foram detidas em Ilhéus (BA), nesta quarta-feira (27), com o recém-nascido que havia sido levado dos braços da avó, que é deficiente visual, de dentro do hospital. As mulheres são primas e moram em casas vizinhas. O crime ocorreu na tarde de domingo (24).

A delegada Magda Sueli Figueiredo disse ao G1 que a Polícia Militar recebeu uma denúncia sobre a existência da criança em uma residência e comunicou à Polícia Civil.

“Inicialmente, a mulher de 20 anos negou o seqüestro e disse que o filho era dela. Ficou constatado que ela também tinha adulterado a declaração de nascido-vivo do bebê. Então, ela foi levada ao hospital, onde foi reconhecida pela verdadeira mãe da criança. Quando dissemos que ela faria exame para verificar se tinha tido neném, ela confessou a autoria e contou onde estava a adolescente que também participou do seqüestro”, disse Magda.

Ainda de acordo com a delegada, a mulher disse que perdeu um bebê em agosto e teria sido incentivada pela adolescente a pegar uma criança. “Acreditamos que a mulher pretendia criar o menino como filho. Ela estava sozinha em casa, com o bebê, não sabemos ainda se ela tem algum companheiro”, afirmou Magda.

A mulher foi autuada em flagrante e ficará presa. A adolescente permanecerá na delegacia em Ilhéus enquanto aguarda transferência para uma instituição adequada para menores em Salvador.

Festa
O bebê passa bem e já foi entregue para a mãe, que tem 16 anos. A tia da criança Tamires Correia da Silva contou ao G1 que completou 18 anos nesta quarta-feira e vai fazer uma grande festa para comemorar o aniversário e o retorno do sobrinho.

“Fiz 18 anos hoje e esse é o presente que Deus me deu. Eu não poderia ganhar nada melhor. Vamos festejar bastante”, afirmou.

Segundo Tamires, a família vive no povoado de Serra Grande e diariamente viajava cerca de 40 minutos até Ilhéus, onde ficava na delegacia à espera de notícias durante o dia todo. À noite, a família retornava para a vila.

“Foram três dias sem notícia nenhuma, mas agora o bebê já voltou para nossa família, graças a Deus. A mulher cuidou bem da criança. Passamos muita aflição e agora estamos felizes, aliviados”, disse Tamires.

De acordo com Tamires, a família já procurou um advogado e pretende processar o hospital.

Fonte: G1

Marcello da Silva Batista

sábado, 23 de outubro de 2010

Autoridades detectam cinco casos de cólera em capital do Haiti

Cinco casos de cólera foram detectados na capital do Haiti, Porto Príncipe, de acordo com autoridades desse país e das Nações Unidas, o que reforçou os temores sobre a expansão de uma epidemia que já matou mais de 200 pessoas somente nesta semana.

"Nós confirmamos cinco casos em Porto Príncipe (...) eles foram rapidamente diagnosticados e isolados", afirmou a porta-voz da equipe de ajuda humanitária das Nações Unidas, Imogen Wall, à agência Reuters. Foram os primeiros casos detectados na capital desde a descoberta do foco epidêmico.

Wall ressaltou que os cinco pacientes se infectaram na região de Artibonite, ao norte da capital, e que viajaram para a cidade onde caíram doentes.

"Aqui não é um novo local de infecção", afirmou, acrescentado que a vigilância foi aumentada em Porto Príncipe, onde se encontram 1,3 milhão de sobreviventes do terremoto de janeiro.

EPIDEMIA

O número de mortos pela epidemia de cólera no Haiti superou os 200 neste sábado, enquanto o governo e organizações de assistência redobravam os esforços para impedir que a doença chegue na capital, devastada pelo terremoto que atingiu o país.

Com mais de 2.300 casos da doença, cujo foco foi descoberto nesta semana, e com a previsão dos especialistas de que esses números crescerão ainda mais, as equipes médicas haitianas e internacionais estão trabalhando desesperadamente para isolar a conter a epidemia nas regiões Artibonite e do Planalto Central.

Elas ficam ao norte da capital, Porto Príncipe, com suas favelas esquálidas e cerca de 1,3 milhão de sobreviventes do terremoto de 12 de janeiro, a maioria em acampamentos de cabanas de lona, lotadas.

É a pior emergência médica a atingir a pobre nação caribenha desde o terremoto, que matou em torno de 300.000 pessoas. É também a primeira epidemia de cólera no Haiti em um século.

Marcello da Silva Batista

Em cartas, traficantes combinam assassinato de membro do AfroReggae

Em uma das cartas que a segurança do Presídio Federal de Catanduva, no Paraná, prendeu com a mulher de um preso, membro da facção Comando Vermelho, informa que depende apenas da autorização do traficante carioca Marco Antônio Pereira Firmino, o My Thor, para que seja assassinado algum membro do AfroReggae, entidade que trabalha na recuperação de jovens envolvidos no tráfico de drogas. Segundo a correspondência, alguém do AfroReggae "estaria repassando informações importantes das organizações criminosas para órgãos de repressão do governo".

A existência da ameaça consta do registro da ocorrência da apreensão das cartas feita na Delegacia Federal de Cascavel, município a 40 quilômetros de Catanduva. Neste registro foi informado que na carta endereçada a Márcio Santos Nepomuceno, o Marcinho VP, um dos líderes do Comando Vermelho, o remetente, que assina apenas Felipe, comunicou que o CV estaria disposto a enfrentar a polícia durante a "a instalação da Unidade de Polícia Pacificadora em algum morro do Rio de Janeiro".

Apesar de a correspondência não esclarecer o morro do confronto, o setor de inteligência do presídio interpretou que seria "possivelmente no Complexo do Alemão", na zona Norte do Rio, onde Marcinho VP foi o chefe.

As duas cartas foram encontradas, na quarta-feira, 20, por uma agente penitenciária com Rosângela Maria Ferreira, mulher do preso paranaense Washington Presence de Oliveira, de 23 anos, condenado a 80 anos de cadeia e transferido em outubro para o Presídio Federal depois de enforcar um preso na Penitenciária Estadual de Maringá. Rosângela, que está presa, confessou apenas ter recebido as cartas de um tal de Rodrigues.

Marcinho VP seria informado pela correspondência apreendida que "diversos integrantes do Comando Vermelho estariam largando o crime e abandonando o grupo" depois da instalação das UPPs em morros dominados pela facção. Já na carta remetida a My Thor, antigo chefe do tráfico no Morro Azul, no bairro do Flamengo, zona Sul do Rio, há a informação de que os membro do Comando Vermelho em liberdade enfrentar as UPPs". Segundo consta do registro policial, o "mais conveniente que o ataque seja feito de forma concentrada contra apenas uma unidade, o que já seria suficiente para abalar as demais".

A Secretaria de Segurança já foi informada do teor das cartas e está realizando investigações para verificar a veracidade das ameaças. O secretário José Mariano Beltrame disse que deixou claro que o maior risco não são as UPPs que correm, "mas aqueles que tentarem ataca-las".

Fonte: Estado

Marcello da Silva Batista


ONU pede investigação americana sobre relatos de torturas do Wikileaks

O relator especial da ONU sobre a tortura, Manfred Nowak, e a Anistia Internacional pediram neste sábado (23) que os Estados Unidos investiguem os casos de tortura apresentados nos documentos de militares divulgados na sexta-feira (22) pelo site Wikileaks.

"O governo Obama tem a obrigação, quando há sérias acusações de tortura contra qualquer funcionário dos EUA, de investigar e tomar as atitudes necessárias... Eles devem ser processados", disse Nowak à rádio BBC.

Nowak reconheceu, contudo, que a investigação precisa ser realizada pelo próprio governo americano, já que os Estados Unidos não reconhecem o Tribunal Penal Internacional (TPI).

A Anistia Internacional também pediu a Washington para investigar como as autoridades sabiam sobre os maus-tratos de detentos no Iraque. A organização de direitos humanos baseada em Londres, observou em um comunicado que, como todos os governos, os Estados Unidos "têm uma obrigação de garantir que suas próprias forças não usam a tortura e que as pessoas que são detidas pelas forças dos EUA não são transferidos para outras autoridades que podem torturá-los."

"Os Estados Unidos falharam nesta questão no Iraque, apesar do grande volume de dados disponíveis a partir de muitos lugares, mostrando que as forças de segurança iraquianas usam tortura extensivamente e de forma impune", disse Malcolm Smart, diretor da Anistia para Oriente Médio.

'Verdade'
O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, afirmou neste sábado em Londres que os 400 mil documentos secretos das forças americanas divulgados por seu site mostram a "verdade" sobre a guerra do Iraque. "Esta divulgação é sobre a verdade", disse Assange, que também é redator-chefe da página especializada em vazar documentos de inteligência, em uma coletiva de imprensa realizada em um hotel de Londres.

"O ataque à verdade sobre a guerra começa muito antes de seu início e continua muito tempo depois de seu fim", acrescentou. "Esperamos corrigir parte deste ataque à verdade que ocorreu antes da guerra, durante a guerra e que continuou desde que a mesma terminou oficialmente", disse o australiano nascido em 1971.

Assange, que compareceu à coletiva acompanhado de outros quatro responsáveis pelo site, afirmou que a avaliação dos informes reunidos pelo Exército americano permitia ter "um levantamento detalhado de cerca de 109 mil mortos, entre eles 66 mil civis".

Outro responsável pelo WikiLeaks, Kristinn Hrafnsson, anunciou, por sua vez, a próxima divulgação de 15 mil novos documentos militares secretos dos Estados Unidos sobre a guerra do Afeganistão, prometidos no último verão (boreal). "O WikiLeaks utilizou apenas um de cada seis informes relativos ao Afeganistão (...) Os documentos virão à tona logo", declarou Hrafnsson.

Tempestade midiática
O site já havia divulgado em julho os primeiros 77 mil documentos sobre a guerra do Afeganistão. Estes informes, que revelavam detalhes sobre vítimas civis e supostos vínculos entre o Paquistão e os insurgentes talibãs, provocaram uma tempestade midiática e enfureceram os Estados Unidos.

Apesar dos protestos dos EUA e da Otan, o WikiLeaks divulgou nesta sexta-feira à noite cerca de 400 mil documentos secretos do Exército americano, desta vez sobre a guerra do Iraque, que revelam que a coalizão internacional torturou presos e fez vista grossa ante abusos das forças iraquianas.

Segundo o WikiLeaks, esta divulgação constitui "o maior vazamento da história do Exército americano". Os documentos militares secretos em posse do WikiLeaks contemplam o período de 1 de janeiro de 2004 a 31 de dezembro de 2009.

Condenação
A secretária americana de Estado, Hillary Clinton, condenou "nos termos mais claros" o vazamento de documentos que "coloquem em perigo a vida de americanos ou de seus aliados", ainda que não tenha entrado em detalhes sobre as revelações.

Mais de 50 mil soldados americanos ainda se encontram no Iraque após o fim da missão de combate das tropas dos Estados Unidos, no fim do mês de agosto.

Na primeira declaração oficial após a publicação dos documentos, o ministério iraquiano de Direitos Humanos indicou que as publicações "não contêm surpresas".

"Os documentos não foram uma surpresa para nós, porque já havíamos mencionado vários dos fatos citados (nesses documentos), incluindo o que ocorreu na prisão de Abu Ghraib, assim como em outros casos nos quais as forças americanas estão envolvidas", declarou à AFP o porta-voz do ministério de Direitos Humanos do Iraque, Kamel al Amim.

Também afirmou que o número de 109 mil vítimas da guerra entre 2003 e 2009 "aproxima-se do que foi anunciado pelo ministério da Saúde iraquiano".

O porta-voz citou diversos exemplos conhecidos do envolvimento das forças americanas ou da ex-companhia de segurança privada dos EUA Blackwater nas mortes de civis.

Fonte: G1

Marcello da Silva Batista