quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Ministro diz que perfurações para resgate serão fechadas e promete segurança

O ministro da mineração do Chile, Laurence Golborne, afirmou nesta quinta-feira que as perfurações feitas para o resgate dos 33 mineiros encerrado ontem à noite serão fechados com concreto. Os equipamentos utilizados para as operações serão retirados.

O processo, segundo Golborne, que concedeu entrevista coletiva nesta quinta-feira, deve levar em torno de 15 dias para ser concluído. Além do duto por onde os trabalhadores foram retirados, duas outras perfurações chegaram a ser feitas como planos alternativos.

Quanto ao futuro da mina de San José, onde os mineiros ficaram presos por 70 dias após o desabamento do dia 5 de agosto, o ministro disse que "o governo não decidirá o que fazer, mas estou disposto a participar [da decisão]".

O ministro disse ainda não estar "por dentro dos detalhes sobre o que acontece agora", mas aconselhou as famílias a voltarem para casa. "Agora pensaremos o que acontecerá a longo prazo."

SEGURANÇA

Golborne disse ainda que gostaria de poder afirmar que o acidente que resultou na tragédia "nunca mais acontecerá". "O Chile tem um nível alto em relação à segurança das minas, mas não em todas." "Existem minas pequenas, que operam sem autorização. E há funcionários que operam sob influência de álcool e não obedecem às regras", afirmou.

"Claro que é preciso uma boa legislação. Queremos tentar diminuir qualquer risco em potencial, mas é preciso que haja consciência dos empregadores, funcionários e sindicatos."

Segundo o ministro, durante os 70 dias de trabalho que culminaram com o resgate de todos os mineiros presos, não houve nenhum acidente justamente porque "tudo foi feito de acordo com as regras de segurança".

"Por isso pedimos que os mineiros também respeitem as regras. Para que se tenha um ambiente seguro."

"Fizemos aqui um trabalho, com uma equipe muito especializada, de algo que nunca foi feito antes. Em qualquer atividade inédita existe a possibilidade de problemas, dificuldades erros, nunca é possível ter certeza de 100% de sucesso", afirmou.

"Mas em nossos corações e mentes, tínhamos a certeza de que estávamos fazendo o máximo para um trabalho excelente. Nosso plano deu certo, e é por isso que estamos tão satisfeitos."

Segundo Golborne, os custos do resgate ficaram entre US$ 10 milhões e US$ 20 milhões -- valor que já havia sido citado pelo presidente Sebastián Piñera.

PIÑERA

Após o sucesso dos 33 resgates, Piñera já havia dito que "nunca mais um mineiro trabalhará em condições de risco" no Chile e que 'os que têm responsabilidade vão ter que assumir suas responsabilidades'.

O presidente disse que acidentes como o que ocorreu na mina de San José, em Copiapó, devem ser evitados no futuro e que o país não deve mais tolerar situações de risco.

'Não podemos garantir que não haverá mais acidentes. Mas podemos garantir que nunca mais se trabalhará em condições tão desumanas como na mina San José', afirmou.

O país deve ainda alterar e melhorar a legislação para garantir mais segurança no setor e 'adotar padrões internacionais', disse Piñera.

Piñera disse que o futuro da cápsula Fênix 2, que desceu 78 vezes à mina, será discutido com todos os trabalhadores -- 'É um patrimônio da humanidade, afirmou'.

Fonte: UOL

Marcello da Silva Batista

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