sábado, 4 de setembro de 2010

Pensador alemão diz que pessoas se viciam em tecnologia como em heroína

A sociedade do espetáculo do pós-Guerra se transformou hoje na sociedade da sensação, mergulhada num excitamento contínuo de efeito similar ao das drogas.

Essa alarmante tese high tech é defendida pelo filósofo alemão Christoph Türcke, que estará em São Paulo na semana que vem para lançar os livros "Sociedade Excitada" e "Filosofia do Sonho".

Se o marxista francês Guy Debord atacou o consumismo em sua obra pioneira de 1967 ("A Sociedade do Espetáculo"), Türcke defende que o aprofundamento da revolução tecnológica, no final do século 20, provoca um frenesi viciante de "choques" imagéticos e visuais.

Assim como as drogas evoluíram em potência --do ópio para a morfina e heroína, das bebidas fermentadas para as destiladas--, a "metralhadora audiovisual" contemporânea provocou um aumento de dependência por parte de seus "usuários".

"Isso é o que chamo de distração concentrada."

Herdeiro da Escola de Frankfurt, que fundia marxismo e psicanálise, Türcke conclui que a sociedade da sensação se materializa no fetiche. Pois, diz, "fetiches são sintomas de abstinência, substitutos de algo de que se foi dolorosamente privado".

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